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Aula 02 - Procedimento Nos Crimes Da Lei de Drogas
Aula 02 - Procedimento Nos Crimes Da Lei de Drogas
A classificação do delito dada pela autoridade não vincula o Ministério Público no momento
de oferecer a denúncia ou o juiz.
PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA LEI DE
DROGAS
Por sua vez, o parágrafo único do art. 52 dispõe que a remessa dos autos ao juízo
far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:
II — necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular
o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado
ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e
julgamento.
PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA LEI DE
DROGAS
Por fim, o art. 53 da lei estabelece que, em qualquer fase da persecução criminal, são
permitidos, além de outros previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o
Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
É pacífico, entretanto, que tal dispositivo não se aplica aos crimes da Lei de Drogas que,
apesar de atingirem a saúde pública, possuem rito especial na Lei n. 11.343/2006, que não
exige o recurso de ofício. Essa espécie de recurso, portanto, só tem incidência em relação
a outros crimes contra a saúde pública.
1) defesa preliminar;
3) citação;
5) sentença.
PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA LEI DE
DROGAS
■ Defesa preliminar
Nos termos do art. 55, caput, oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do
acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 dias.
Para tanto poderá oferecer documentos e justificações. É também nessa fase que o
denunciado deve requerer as provas que pretende produzir, antes e depois do recebimento
da denúncia, bem como arrolar até cinco testemunhas para que sejam ouvidas em caso de
recebimento da inicial.
PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA LEI DE
DROGAS
As exceções a que se refere a lei são aquelas previstas nos arts. 95 a 113 do Código
de Processo Penal (suspeição, impedimento, incompetência do juízo,
ilegitimidade de parte ou coisa julgada) e, nos termos do art. 55, § 2º, da Lei n.
11.343/2006, serão processadas em autos apartados.
Caso o acusado não apresente a defesa prévia, o juiz nomeará defensor para
oferecê-la, fixando-lhe mais 10 dias de prazo e abrindo-lhe vista para
manifestação (art. 55, § 3º).
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DROGAS
■ Decisão judicial em torno do recebimento da denúncia
Apresentada a defesa, o juiz, no prazo de 5 dias, terá de tomar uma das seguintes
decisões:
a) receber a denúncia;
b) rejeitar a denúncia;
c) determinar a realização de diligências que entenda imprescindíveis. Esta última opção
encontra-se descrita no art. 55, § 3º, da Lei n. 11.343/2006, que diz que o juiz, se
entender imprescindível, determinará a apresentação do preso ou a realização de
diligências, exames ou perícias, que deverão ser realizadas no prazo máximo de 10 dias.
Em tal hipótese, com a juntada das novas provas ou com o término do prazo para a sua
realização, o magistrado terá mais 5 dias para receber ou rejeitar a denúncia.
PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA LEI DE
DROGAS
Da decisão que rejeitar a denúncia cabe recurso em sentido estrito (art. 581, I, do
CPP).
Se o réu for citado pessoalmente e não comparecer na audiência, será decretada sua
revelia, de modo que não será mais intimado para os demais atos processuais (art.
367 do CPP). Caso compareça, será devidamente interrogado.
Se o réu não for encontrado para citação pessoal, o juiz determinará a citação por
edital; nesse caso, se o réu não comparecer ao interrogatório designado nem nomear
defensor, o juiz decretará a suspensão do processo e do prazo prescricional, nos
termos do art. 366 do Código de Processo Penal, que se aplica subsidiariamente à Lei
Antidrogas (art. 48). Esta hipótese só ocorrerá, na prática, se o réu estiver solto, e, por
tal razão, o juiz analisará se a decretação da prisão preventiva se mostra necessária.
PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA LEI DE
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■ Audiência de instrução e julgamento
Após os debates das partes, o juiz proferirá sentença ou, se não se julgar habilitado a
fazê-lo de imediato, ordenará que os autos lhe sejam conclusos para, no prazo de 10
dias, proferi-la (art. 58, caput).
Estando devidamente provado que o réu tinha a droga em seu poder, é necessário que
o juiz decida e fundamente por qual crime irá condená-lo. É muito comum que o réu,
denunciado por tráfico, alegue que a droga realmente estava em seu poder, porém
para consumo próprio.
Assim, para que o magistrado decida se a droga realmente se destinava ao tráfico ou
ao consumo pessoal do agente, deverá levar em conta vários fatores apontados no art.
28, § 2º, da Lei n. 11.343/2006: natureza e quantidade da droga apreendida, local e
condições em que se desenvolveu a ação criminosa, circunstâncias pessoais e sociais
do agente, bem como sua conduta e antecedentes.
PROCEDIMENTO NOS CRIMES DA LEI DE
DROGAS
Lembre-se de que, observados todos esses critérios e quaisquer outros
considerados relevantes pelo juiz, caso persista dúvida, deverá ele optar pela
condenação pelo crime menos grave (in dubio pro reo).