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Como redigir artigos

científicos
Antônio Augusto Moura da Silva
PRIMEIRA AULA

A publicação científica
Razões para rejeição

 Manuscrito não é apropriado para o jornal


escolhido
 Estudo mal desenhado ou mal conduzido
 Manuscrito mal escrito
Estudos mal feitos
 Informação insuficiente sobre o estudo
 Amostra inadequada ou insuficiente
 Amostra viciada
 Não lidou adequadamente com fatores de
confusão
 Desfechos pouco claros
 Hipóteses nebulosas
 Análise estatística inadequada
Manuscrito mal redigido

 Erros de linguagem e gramática


 Manuscrito em inglês deve ser revisado por
um nativo
Autoria
 Participar suficientemente do trabalho para tornar
pública a responsabilidade pelo conteúdo
 Contribuir substancialmente para a concepção e
planejamento ou análise e interpretação dos dados.
 Contribuir significativamente na elaboração do
rascunho ou na revisão crítica do conteúdo
 Participar da aprovação da versão final do
manuscrito
Organização - Planejamento

 Qual a mensagem que quero transmitir?


 Qual o melhor formato para transmiti-la?
 Qual é a melhor audiência para a minha
mensagem?
 Qual é a revista mais adequada?
Audiência

 Qual a relevância da mensagem?


 É para um grupo específico?
 É para especialistas ou generalistas?
 A mensagem é original ou confirma estudos
anteriores?
 Língua – inglês ou português?
Melhor jornal
 Do seu campo ou disciplina - ISI
 Fator de impacto (Capes, Journal Citation
Reports)
 Fator de Impacto = número de citações no
ano de artigos publicados nos 2 últimos
anos/total de artigos publicados nos 2
últimos anos.
 Web of Science
 Base Scopus
Índice H

 é o número de artigos com citações maiores


ou iguais a esse número.

 um pesquisador com h = 5 tem 5 artigos que


receberam 5 ou mais citações;

 um departamento com h = 45 tem 45 artigos


com 45 ou mais citações; e assim por diante.
Melhor jornal

 Capes
 Qualis A, B e C baseado na qualidade –
citações - fator de impacto
 Circulação – internacional, nacional e local.
Escolha da revista

 Se você tem dúvida se aquela revista é


apropriada escreva uma carta ao editor.
Explique sua idéia e seu trabalho e pergunte
se o seu artigo é adequado para a revista.
Escolha da revista

 Consultar a página “Informação aos autores” –


missão da revista, tipos de artigo que aceita,
descrição do público leitor, formato do manuscrito
e instruções específicas
 Ler artigos da revista – estar familiar com o
conteúdo e formato
 Revistas de maior impacto – são muito
concorridas e têm taxa de rejeição muito elevada
 Avalie a qualidade do seu artigo sem exagero ou
falsa modéstia – consulte amigos
Escolha da revista

 Quem lê este jornal? Esta é a melhor


audiência para o seu trabalho?
 Qual é a sua circulação?
 Qual o tempo entre o envio e a publicação?
 Qual é o fator de impacto?
 Qual é a taxa de aceitação de artigos?
 A revista é indexada em que bases?
Processo de revisão

 Manuscrito é submetido a 2 ou 3 revisores –


geralmente são pessoas ocupadas
 Revisores recomendam aceitar, aceitar com
revisão ou rejeitar o artigo
 O editor de posse da informação decide
Primeira impressão é muito importante

 Faça tudo com cuidado e organização


 Tabelas bem feitas
 Tudo conforme as instruções aos autores –
verifique tudo pelo menos 3 vezes, para diminuir os
erros
 Bibliografia no formato da revista
 Mande uma carta de submissão, explicando porque
o artigo é interessante para os leitores daquela
revista
 Imite o formato de outros artigos publicados
naquela revista
 Se um artigo for rejeitado, mande-o para
outra revista, mas antes considere as
sugestões dos revisores
 Rejeição pode ser falta de experiência – só
escrevendo e enviando artigos se adquire
experiência
Estratégia de publicação
 Diversificação – envie vários trabalhos para
várias revistas com diferentes índices de
impacto
 Concentre-se em um área de pesquisa, mas
não escreva sempre sobre o mesmo assunto
 Explore idéias relevantes em manuscritos
independentes – evite escrever manuscritos
longos
Estratégia de publicação

 Escreva com clareza


 As hipóteses, pressupostos e resultados
devem ser expostos com clareza
 Explique as contribuições do seu artigo
 Use programas de apoio – processador de
textos, planilhas, programas de
gerenciamento de referências bibliográficas
Estratégia de publicação
 Antes de iniciar um trabalho faça uma boa revisão
da literatura
 Não perca seu tempo reestudando o que outros já
fizeram ou publicando em temas que ninguém tem
interesse (ninguém publica há 5 anos)
 Assine pelo menos uma boa revista científica na
sua área e a leia com regularidade
 Apresente seus trabalhos em congressos e
incorpore as sugestões dos colegas
 Dê o seu artigo para um colega ler e dar palpites
 Não publique em livro antes de revista
Estratégia de publicação
 Busque co-autores que publiquem no seu
campo. Convide-os para participar do seu
artigo
 Reveze a autoria dos artigos com seus
colegas
 Escreva nesta ordem: metodologia,
resultados, introdução, discussão e resumo
 Escreva tudo em 1 mês
Estratégia de publicação

 Não escreva na primeira pessoa


 Evite críticas a outros autores como “a
deficiência no trabalho de fulano foi...” – ele
pode ser o seu revisor!!!
Estratégia de publicação
 Descreva as limitações do seu trabalho, mas
nunca peça desculpas!!!
 Escolha um bom título, atraente, simpático,
mas curto!!! Desafio!!!
 Cite seus trabalhos, mas não exagere na
auto-citação.
 Não cite trabalhos seus publicados em
revistas obscuras! Seja inteligente!!!
 Cite trabalhos de seus colegas.
Estratégia de publicação

 Escolha a revista primeiro, escreva o artigo


em seguida.
 Conheça a qualidade do seu artigo e mande-
o para uma revista condizente com a sua
qualidade.
Primeiro rascunho

 Escrito sem revisão


 Coloque as idéias do jeito que elas vierem
seguindo o fluxograma – lógica
 Se tiver usando programa de referências
bibliográficas, você pode citar enquanto
escreve.
Segundo rascunho
 ESTRUTURA - organização
 CONTEÚDO - comunicação – idéias estão
colocadas de forma clara?

 Não revise erros nesta fase! Trechos podem ser


apagados! Economize seu tempo!

 DIVIDA A REVISÃO COM OS CO-AUTORES.


Terceiro rascunho
 Corrija erros de ortografia, gramática e estilo
 Checagens de ortografia e gramática no
processador de textos são úteis, mas têm
limitações– deixe para o fim

 Organize citações e referências


 Verifique se segue as normas para
publicação na revista escolhida
Revisão da literatura

 Medline
 Scielo
 Periódicos Capes
 Google Scholar
 Web of Sciences
Internet – busca
bibliográfica
Programa de organização de
referências bibliográficas
Referências

 Programa pode baixar da internet as


referências (MEDLINE) e colocá-las no
formato da revista
 Programa copia as referências para o
processador de texto no momento em que
você faz a citação
 Ajuda na revisão bibliográfica
SEGUNDA AULA

A redação científica
Requerimentos para uma boa redação

 Conhecimento do assunto
 Apropriada para os leitores
 Conhecimento de gramática
 Tempo
 Sinceridade
Requerimentos para uma boa redação

 Prática – só se aprende fazendo


 Bom “pai dos burros” – sinônimos

 PALAVRA -> SENTENÇA -> PARÁGRAFO


Requerimentos para uma boa redação

 Seja conciso - vá direto ao ponto – evite rodeios


 Evite sentenças longas e expressões
desnecessárias – CIÊNCIA NÃO É LITERATURA –
NÃO É PARA DISTRAIR, É PARA INFORMAR!
 Use palavras curtas e simples
 Use termos concretos ao invés de termos abstratos

•“Emrelação ao tema em apreço,


podemos afirmar que...”
Requerimentos para uma boa redação

 Use termos específicos ao invés de termos


genéricos
 Evite jargão
 Evite redundância – “reagente da cor azul” =
reagente azul
 Evite verbosidade  inteligência e boa impressão
Técnicas de redação
Estrutura da sentença

 Sujeito e verbo fortes. Sujeito perto do verbo.

 A taquicardia ventricular, que tem muitas


manifestações eletrocardiográficas, causa
colapso hemodinâmico
Estrutura da sentença

 Use verbos de ação ao invés de verbos de


estado

 Anormalidades no ECG nos ensinam a


interpretá-lo
 Anormalidades no ECG são boas
ferramentas de ensino
Estrutura da sentença

 Use complementos no início ou no fim da


frase, nunca no meio

 As aulas, por causa da greve, estão


suspensas.
 As aulas estão suspensas por causa da
greve.
Estrutura da sentença

 Quando possível prefira a voz ativa ao invés


da passiva

 A assembléia decidiu adiar a votação


 Uma decisão foi tomada pela assembléia,
que decidiu adiar a votação
Estrutura da sentença

 Evite sentenças longas


 Uma sentença não deve conter mais que
duas a três linhas (até 40 palavras)
 Divida sentenças longas
Estrutura da sentença
 Use construções paralelas – palavras e frases
devem ser construídas de forma similar

 Lidando com apendicite, aprendemos que é


importante estar atento aos sintomas, conhecer os
achados físicos e reexaminar o paciente com
freqüência
 Lidando com apendicite, aprendemos que é
importante estar atento aos sintomas, conhecer os
achados físicos é importante e se deve reexaminar
o paciente com freqüência
Estrutura da sentença

 Use o verbo ao invés do nome

 A operação foi realizada com sucesso


 A realização da operação foi um sucesso
Estrutura da sentença

 Evite múltiplos negativos

 Menor atenção é dada a radiografias escuras


do que a outros tipos de imagem

 Os médicos prestam mais atenção a


radiografias claras do que a escuras.
Estrutura do parágrafo
 Grupo de sentenças relacionadas relativas a um único
tópico

 Sentença inicial – explica o assunto do parágrafo


 Unidade – um só assunto
 Coerências – pontes entre as sentenças – lógica ou
verbal (sinônimo, pronome).
 Bom desenvolvimento – discute bem a idéia – geral para
específico, ordem cronólógica

 3 a 5 sentenças por parágrafo – 2a 3 parágrafos por


página
Transição entre parágrafos

 Usar palavra no início do parágrafo referida


no parágrafo anterior.
 Dizer no parágrafo anterior a idéia do
parágrafo seguinte.
 Usar sub-títulos
Problemas comuns
 Abuso da voz passiva – voz passiva é
importante quando o sujeito é desconhecido
 Uso de sentenças longas – não coloque mais
do que duas idéias em uma sentença
 Uso de palavras longas e complicadas –
linguagem pomposa e pretenciosa
 Palavras mal colocadas
Pontuação

 Use vírgula para separar!


TERCEIRA AULA

Assunto e problema
Introdução
Material e métodos
Primeiro passo
 Ler, ler, ler, ler, ler, ler,
ler artigos científicos
publicados em várias
revistas
Revisão da literatura
Segundo passo

 IDÉIA
 Assunto x Problema

 Genérico x Específico

• DEFINIR O PROBLEMA ADEQUADAMENTE


Terceiro passo
 Todo bom artigo
começa com uma boa
pergunta
Estrutura
 2000 a 3000 palavras
 3 rascunhos
 1 mês

 Título provisório – definitivo no final


 Introdução
 Material e métodos
 Resultados
 Discussão
 Resumo
 Título definitivo
Artigo para testar hipótese Introdução

 SABIDO - O que se sabe FUNIL


sobre o problema
 NÃO SABIDO - O que não
se sabe
 QUESTÃO - O que você vai
fazer para contribuir para
reduzir o que não se sabe -
OBJETIVO
 DESENHO
EXPERIMENTAL
Introdução
 Despertar o interesse - por que o trabalho é
importante
 Direta ao ponto
 Curta – 300 a 600 palavras
 Clara

 Referências selecionadas
 Não coloque resultados
 VERBO NO PRESENTE

 QUESTÃO – nova, importante


Exemplo
 É sabido que muitos anestésicos gerais, incluindo
os barbitúricos, reduzem a resposta broncomotora à
estimulação vagal. Entretanto, o local onde se dá
esta redução não foi ainda determinado. Para
determinar qual local no caminho motor vagal até o
bronquíolo é mais sensível à depressão pelos
barbitúricos, um experimento foi realizado, em anéis
isolados de traquéia de coelho. O caminho vagal foi
estimulado em quatro diferentes locais antes e
depois da exposição aos barbitúricos.
Material e métodos
 O que você fez, como fez para responder à
pergunta
 Detalhes – avaliar o trabalho e repeti-lo

 Idéia geral dos experimentos – COMO


 RECEITA DE BOLO – descrição detalhada
sem palavras ou detalhes desnecessários
 VERBO NO PASSADO
 Ordem cronológica ou do mais para o menos
importante

 Sub-títulos

 Referências
Material e métodos

 Materiais

 Químicos – drogas, meios de cultura,


tampões, gases
 O que foi examinado – materiais
experimentais, animais, sujeitos humanos
Material e métodos
 Métodos:
 O que você fez – desenho do estudo
 Em qual ordem
 Como você fez
 Por que você fez

 Preparação
 Pressupostos
 Definição de indicadores
Desenho do estudo
 Tipo de estudo – experimental, transversal, coorte,
caso-controle, outro
 Variáveis independentes – intervenções ou fatores
de risco
 Variável dependente – Resposta – como foi feita a
avaliação do efeito

 Controles – observações iniciais, grupo controle


(placebo), outro

 Tamanho da amostra – cálculo e resultado


Estratégias do desenho

 Pareamento – CASO-CONTROLE

 Randomização – duplo-cego, placebo -


COORTE

 Estratificação
 Treinamento
 Estudo piloto
 Confiabilidade das informações
 Perdas

 Explicar detalhadamente as razões que o


levaram a fazer um procedimento menos
usual – coloque referência.
Ensaios clínicos
 Sujeitos do estudo
 Critérios de inclusão
 Critérios de exclusão
 Desenho do estudo
 Intervenções
 Métodos de medida – use Unidades Internacionais
 Cálculos
 Análise dos dados
Estudos com animais
 Materiais
 Animais
 Preparação
 Desenho do estudo
 Intervenções
 Métodos de medida
 Cálculos
 Análise dos dados
Análise dos dados
 Como calculou indicadores – variáveis
intermediárias a partir dos dados brutos

 Como resumiu dados de variáveis


quantitativas:
 Distribuição normal – média e desvio padrão
 Distribuição assimétrica – mediana e
amplitude interquartil
Análise estatística
 Usou transformação logarítmica ou outra
 Que testes usou
 Se for teste pouco usual, explique resumidamente
em que consiste e dê referência.
 Programa estatístico e versão usada com referência
 Qual o nível de significância usado (qual valor de P
a partir do qual você considerou diferenças
estatisticamente significantes)?
Análise estatística

 Diferença pode ser significante apenas


porque a amostra é grande

 Intervalo de confiança – dá uma idéia de


precisão

 Outros métodos
Estatística
 Mau uso de termos estatísticos – importante
compreender conceitos básicos
 Consulte um estatístico que trabalhe no seu
campo – facilidade para entender o problema
– co-autor.
 Entender erro aleatório, testes de
significância, valor de P, intervalo de
confiança, distribuição normal
Estatística

 Faça um bom curso de estatística


 Compre um bom livro básico de estatística
 Evite usar a mesma análise estatística de um
artigo lido – não é receita de bolo!
 Você calculou o tamanho da amostra antes
de começar o estudo?
 Você usou o teste adequado?
 Teste paramétrico ou não paramétrico?
Estatística

 Tudo bem, o resultado é estatisticamente


significante; será clinicamente relevante?

 Use intervalo de confiança para a diferença


entre as médias ou proporções
 Requisitos éticos para pesquisa em seres
humanos
 Consentimento informado por escrito
QUARTA AULA

Resultados
Discussão e Conclusões
Resumo e título
Resultados

 Só reportar resultados que respondam à sua


questão
 Não há necessidade de publicar todos os dados
coletados

Tabelas
Figuras – gráficos, diagramas, mapas, fotos
Apresentando dados numéricos

 Texto
 Estatística
 Tabela UMA FIGURA VALE MAIS
 Gráfico DO QUE MIL PALAVRAS!
Tabela ou gráfico
 Qual o mais efetivo para comunicar meus
achados, para identificar padrões e
relações?
 Não duplique informação em texto e tabela
ou em tabela e gráfico
 Use gráficos para longas séries numéricas,
para mostrar tendências
 Use tabelas para apresentar números exatos
 Não use tabelas em demasia

 Alguma tabela pode ser combinada com


outra?
 Tabelas e figuras são independentes do
texto – auto-explanatórias.
 Monte as tabelas e figuras
 Faça a análise estatística

 DEPOIS -> REDAÇÃO


 VERBO NO PASSADO
 Descrição dos dados
Resultados
 Afirmativas que interpretam o dado – mostrar o
significado do dado

 DADO:
 “Em São Luís a taxa de baixo peso ao nascer foi de
7,6% em 1997. Em comparação, esta taxa foi de
10,6% em Ribeirão Preto em 1994”
 RESULTADO:
 A taxa de baixo peso ao nascer foi 40% maior em
Ribeirão Preto, 10,6% em 1994, do que em São
Luís, 7,6% em 1997 (P<0.001)
Resultados
 Coloque a mudança percentual em vez do dado
 Coloque o resultado primeiro, o dado depois
 Usar números ao invés de adjetivos para descrever
dados
 A grande maioria... Use 85%

 Reportar valor de P exato


 Reportar intervalo de confiança – dar idéia da
importância clínica ou biológica
 Reportar o tamanho da amostra
Resultados
 Ordem cronológica, lógica científica ou
 Do mais para o menos importante
 Coloque a maioria dos dados em tabelas ou figuras
 Poucos dados no texto – dados que não estão em
tabela ou figura
 Dados apresentados em tabelas ou figuras não
devem ser colocados no texto, apenas enfatizados
 Condensar para evitar repetição
Resultados

 Cite tabelas ou figuras entre parênteses,


após afirmativa que descreva resultados
 Resultados mais importantes no começo do
parágrafo e os detalhes em seguida
 Curto – não perca a floresta pelas árvores
Discussão

 Responder à questão
 Explicar como os resultados suportam as
respostas
 Comparar a resposta com a literatura
Discussão – PARTE UM
 PARTE MAIS DIFÍCIL

 1o. Parágrafo – resposta à questão com verbo no


PRESENTE – a hipótese é verdadeira ou falsa?

 3 opções:
 Resposta à questão
 Recolocar a questão e respondê-la
 Colocar um contexto curto e responder à questão
Primeiro parágrafo

 Não faça uma segunda introdução

 Não comece a discussão resumindo os


resultados

 Não comece a discussão com informação


secundária
PARTE DOIS

 Limitações do estudo - como foram


resolvidas e repercussão nos resultados.
 Pontos fracos no desenho do estudo
 Validade dos pressupostos
 Pontos fortes
Discussão – PARTE TRÊS
 Discutir os achados mais importantes
 Explicar e interpretar os achados
 Suporte, explanação e defesa da resposta
 Explicar resultados que não se encaixam com a
resposta
 Explicar achados inesperados
 Novidade e importância – reforço ao que já foi
colocado na introdução
 CUIDADO NA GENERALIZAÇÃO – limite a sua
resposta à população que você estudou!!
Discussão
 Baseada nos dados – NÃO É ACHISMO!!!
 Conversando com a literatura

 Às vezes a resposta é simples e curta

 Outras vezes é uma generalização baseada nos


resultados – incluir dados e argumentos que dão
suporte à generalização – DEFESA DA RESPOSTA –
PRÓS E CONTRAS

O propósito da discussão é descarcar


o abacaxi para o leitor
 Concordâncias – a resposta se encaixa com o que é
conhecido?

 Discordâncias e razões para discordâncias

 Cite referências apropriadas, incluindo as suas (não seja


nem muito modesto nem valorize demais o seu trabalho)

 Cite referências de bons trabalhos que discordam dos


seus achados – nunca ignore resultados divergentes de
outros autores
Último parágrafo – PARTE QUATRO

 Importância do trabalho
 Conclusões e implicações (significado,
conseqüências)

 Aplicações
 Recomendações
 Implicações
 Especulações
Último parágrafo
 Nunca diga que outros estudos são
necessários para esclarecer a questão

 Diga em que você contribuiu para esclarecer


a questão e porque o seu trabalho é
importante.

 Também nunca diga o que você vai fazer


depois
 VERBO:
 Trabalhos de outros – PRESENTE
 Resultados – PASSADO

 INTERPRETAR, MOSTRAR AS RELAÇÕES


EXISTENTES ENTRE OS FATOS
OBSERVADOS
 Um tópico por parágrafo – ligações entre os
tópicos (parágrafos)
ORGANIZAÇÃO - Diagrama

 Ordem cronológica, geográfica


 Ordem de importância
 Do general ao particular
 Do simples ao complexo
 Prós e contras
 Causa e efeito

 QUESTÃO -> RESPOSTA -> QUESTÃO


Diagrama - FLUXOGRAMA

 Tempestade cerebral

IDÉIA 3
IDÉIA 2
IDÉIA 4
IDÉIA
CENTRAL
IDÉIA 1

IDÉIA 6 IDÉIA 5
 INÍCIO – responder à questão e colocar
argumentos e resultados que a suportem.

 MEIO – tópicos organizados


cronologicamente, pela lógica científica ou
do mais para o menos importante

 FIM – importância do estudo


Discussão
 CURTA

 Não use palavras desnecessárias


 Não adicione detalhes
 Não inclua assuntos paralelos
 Não use sub-títulos

 FOCO
Resumo

• Parte mais lida do artigo


• Leitor quer identificar rapidamente o conteúdo,
verificar se é adequado aos seus interesses,
para decidir se vai ler o artigo
• 250 palavras
• VERBO NO PASSADO

• Um só parágrafo sem sub-títulos ou


• Resumo estruturado
Resumo
 INTRODUÇÃO - o que foi feito – antecedentes e
objetivos
 MÉTODOS - como foi feito – lugar, época e
desenho do estudo
 Resultados mais importantes
 Conclusões e/ou implicações - baseadas nos
dados, relevância, benefícios

 DEVE SER ENTENDIDO INDEPENDENTEMENTE


DO MANUSCRITO
Título

 Claro
 Exato
 Conciso
 Evitar palavras desnecessárias
 Não usar abreviaturas
Agradecimentos
 Pessoas ou organizações que contribuíram
para o trabalho, mas cuja contribuição não
significa autoria
 Mencionar a contribuição específica de cada
um (suporte financeiro, consultoria,
participação na coleta de dados etc)
 Pedir autorização para ser mencionado
 Mencionar compensações financeiras que
possam representar conflitos de interesse
Referências
 Zeiger M. Essentials of writing biomedical research papers. 2nd
ed. New York: McGraw-Hill; 2000
 Matthews JR, Bowen JM, Matthews RW. Successful scientific
writing: a step by step guide for the biological and medical
sciences. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press; 2000
 Buckingham TA. How to write medical and scientific papers.
Disponível em: http://www.lifescipub.com/e-book.htm
 Day RA. Cómo escribir y publicar trabajos científicos.
Washington: OPAS; 1990.
 Lang TA, Secic M. How to report statistics in Medicine:
annotated guidelines for authors, editors, and reviewers . New
York: American College of Physicians; 1997
 Iverson C et al. American Medical Association Manual of Style: a
guide for authors and editors. New York: Lippincott Williams &
Wilkins; 1997.

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