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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

MESTRADO EM ENGENHARIA DE
TRANSPORTES
DISCIPLINA: GEOTECNIA DE TRANSPORTES

Formação dos Solos Tropicais

Autor: Cel Antonio Carlos Rodrigues Guimarães, Prof D.Sc


Por Que Estudar Solos Tropicais ?
- O Solo Constitui Parte Essencial dos Pavimentos
(base, sub-base, reforço e subleito).
- Compreensão da Interação das Estruturas de
Transportes com o Meio Ambiente.
- Otimização dos Projetos de Engenharia Rodoviária.
- Avaliação Comparativa de Normas Técnicas.
- Proposição de Soluções Alternativas, Principalmente
para Rodovias de Baixo Volume de Tráfego.
- Metodologia MCT
Como é realizado o estudo em outras Universidades? 
Conceitos Fundamentais
• Rochas ígneas
• Textura de uma rocha
• Escala de tempo geológico
• Colunas estratigráficas
• Fatores que influenciam a formação do solo
• Intemperismo
• Lateritas
• Aspectos pedológicos
CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS O Riolito é o
ÍGNEAS equivalente extrusivo
do granito

O basalto é o
equivalente
extrusivo do gabro
TEXTURA DE UMA ROCHA
• Relações mútuas e íntimas entre os componentes de uma rocha.
• Definida pela forma, arranjo e distribuição dos minerais no seu
interior.
• Uma boa descrição da textura envolve:
a) Cristalinidade ou grau de cristalização
b) Granulação ou tamanho absoluto dos grãos
c) Fábrico, incluindo a análise da forma dos cristais e as relações
mútuas entre eles.
A ORIGEM DOS MINERAIS
Arenito Quartzito

Neste caso o metamorfismo não gera alteração na composição


mineral da rochas, mas mudança em sua textura
4) Escala de Tempo Geológico
Escala de Tempo Geológico
Escala de Tempo Geológico

• A maioria dos solos é de idade quaternária


(até 1,8 m.a)
• Algumas concreções lateríticas podem ser
terciária – pliocênicas (1,8 m.a a 5,3 m.a)
Coluna
Estratigráfica
(Bacia do Paraná)
5) Fatores que Influenciam a
Formação dos Solos
Fatores que Influenciam a Formação dos
Solos

• Rocha Mãe
• Relevo
• Clima: Temperatura e Pluviosidade
• Tempo Geológico
• Organismos
Fatores que Influenciam a Formação dos Solos -
Clima
• Clima: temperatura e pluviosidade
• Lei de Vant’Hoff: para cada aumento de 10° C, a velocidade de uma reação
química aumenta de 2 a 3 vezes
• O aumento da temperatura ambiente torna maior a profundidade de atuação
do intemperismo
• a temperatura também se relaciona com a matéria orgânica:
- Interfere na proliferação de microorganismos responsáveis pela decomposição
da matéria orgânica
- Clima quente, maior quantidade de microorganismos, menor quantidade de
matéria orgânica
• ação da água:
- processo de alteração química dos minerais
- movimento de soluções e processo de lixiviação
Fatores que Influenciam a Formação dos Solos -
Clima
A maturação de um solo é mais facilmente atingida em regiões de elevada
pluviosidade
- elevada concentração hidrogeniônica no solo
- aumento da alteração química por hidrólise
- condições facilitadas do transporte por erosão
- possibilidade de remoção de elementos solúveis e acumulação de insolúveis
em determinadas regiões do perfil

Entretanto, em regiões onde a precipitação pluviométrica é escassa:


- a lixiviação se reduz consideravelmente
- solo fica enrriquecido com sais solúveis: carbonatos, sulfatos e cloretos
- tendência a formação de solos salinos e pouco espessos

Então, o clima condiciona tendências...


Fatores que Influenciam a Formação dos Solos -
Essa tendências são: Clima
I. Podzolização: clima temperado, acúmulo de matéria orgânica, produção
de ácidos húmicos, dispersão de sesquióxidos, enrriquecimento em
sílica.

II. Laterização: clima tropical, condicionado pela lixiviação de bases e


sílica produzidos por hidrólise, acumulação de seisquióxidos de Fe e Al e
produção de argilominerais cauliníticos.

III. Salinização: clima árido ou semi-árido, condicionado pela concentração


de bases na forma de sais, que se precipitam nos horizontes superiores.

IV. Gleização: locais saturados de água, cátions metálicos se mantém na


forma reduzida favorecendo sua lixiviação, normalmente acompanhada
da remoção dos argilominerais
Fatores que Influenciam a Formação dos Solos -
Relevo
=> Expressa fundamentalmente pela interferência na dinâmica da
água e nos processos de erosão-sedimentação
• solos hidromórficos: associados a ambientes redutores

• latossolos ocorrem em superfícies aplainadas, ou ligeiramente


aplainadas, ambas bem drenadas
• podzólicos ocorrem em regiões declinosas, onde é favorecida a
acumulação de argila migrada no horizonte B, resultando contraste
textural com o horizonte A
=> Os processos pedogenéticos estão associados a:

- formação do substrato pedogenético,


- diferenciação dos horizontes
Perfis de Solo: Camadas x Horizontes Pedogenéticos

Horizonte O: camada orgânica superficial constituída por detritos vegetais e


substâncias húmicas – necessita de 20% de matéria orgânica, no mínimo.
Horizonte A: camada superficial mineral, subjacente ao horizonte A, incorpora
matéria orgânica mineralizada.
Horizonte E: abaixo do horizonte A e com coloração mais clara, resultante da
remoção de argilominerais, com concentração de minerais resistentes como o
quartzo.
Horizonte B: resulta de transformações acentuadas do material original ou
ganho de constituintes minerais, ou orgânicos, migrados de outros horizontes
Horizonte C: pouco afetado pelos processos pedogenéticos. Constitui o
material de origem dos solos
Horizonte F: horizonte ou camada de material consolidado, ocorrendo sob os
horizontes A, E ou B. Rico em Fe e Al e pobre em compostos orgânicos.
(Canga, couraça, grês-do-pará)
Perfis de Solo: Camadas x Horizontes Pedogenéticos
Análise dos Principais Tipos de Solos

SOLOS MINERAIS NÃO HIDROMÓRFICOS: solos


desenvolvidos na zona de oxidação do terreno, ótima drenagem,
pouco afetado pelo N. A
Incluem:
• solos com horizonte B latossólico
• solos com horizonte B textural
• solos com horizonte B câmbico ou incipiente
• solos rasos
Exemplos: latossolo vermelho-amarelo, podzólico vermelho-
escuro, cambissolo, litossolo...
Análise dos Principais Tipos de Solos

Solos com Horizonte B Latossólico: (ou latossolos)


• pouca diferença textural entre A e B,
• horizonte B muito espesso: estrutura granular
microagregada ou maciça porosa,
• constituição da fração argila: seisquióxidos de Fe e Al,
caulinita 1:1, (hematita, goethita, gibsita)
• baixa relação sílica/seisquióxidos (Ki),
• o lençol freático geralmente se situa próximo ao
contato rocha-horizonte C,
6) Intemperismo
Noções de Intemperismo
Definição: Conjunto de Modificações de Ordem Física e Química
Que as Rochas Sofrem ao Aflorar a Superfície.
- Física: Desagregação
- Química: Decomposição
São Produtos do Intemperismo: Rocha Alterada e Solo
Materiais Sujeitos a Ação da Erosão, Transporte e Sedimentação.
O Transporte do Manto de Intemperismo É Realizado Pelos
Processos Geológicos Externos ou Exógenos:
- processos gravitacionais,
- processos fluviais,
- processos eólicos e ação de geleiras.
Intemperismo x Pedogênese
• Em regiões Tropicais o Intemperismo É Muito Mais Intenso do
Que Em Regiões Temperadas, Formando Solos com Perfis Mais
Espessos,

• O Intemperismo Causa Alterações Nas Rochas, Tanto de


Origem Química Quanto Mineralógica, Mas Principalmente
Quando Gera Alterações Estruturais Com a Transferências de
Argilominerais e Óxidos e Hidróxidos de Fe e Al – Que Tem
Início a Chamada Pedogênese.

• O Manto de Alteração é Constituído de Saprolito e Solum,


Sendo Denominado de Regolito.
Saprolitos

Saprolito de Basalto – Basalto Alterado – BR-282 (Lages – SC)


Influência do Clima
Intemperismo Químico

Na Superfície Há (Em Relação ao Ambiente No Qual a


Rocha Foi Gerada)
• Menor Pressão e Temperatura,
• Riqueza de Água e Oxigênio,

O Principal Agente do Intemperismo Químico É a Ação


da Água da Chuva,
Série de Bowen e Goldich
Caráter Ácido da Água da Chuva
1) CO2 + H2O = H2CO3 CO2 : Atmosfera H2O: Água da
Chuva – Vapor
2) H2CO3 = H+ + HCO3- Dissociação
3) HCO3- = H+ + CO3- (Ácido Carbônico)

Observações:
• Por Isso Que a Água da Chuva Adquire Um Certo caráter
Ácido,
• Há Outros Fatores Que Contribuem Para o Aumento da Acidez:
- Incorporação de Ácidos Orgânicos Oriundos da Degradação da
Matéria,
Intemperismo Químico

Coloração Avermelhada da Água Devido a Presença de Ácidos


Orgânicos. Parque Estadual de Ibitipoca - MG
Intemperismo Químico

Coloração Avermelhada da Água Devido a Presença de Ácidos


Orgânicos. Parque Estadual de Ibitipoca - MG
Intemperismo Químico
• Os Constituintes Mais Solúveis das Rochas Intemperizadas são
Transportados pelas Águas das Chuvas, Trata-se da Fase Solúvel.
O Material Que Resta é a Fase Residual.
• O Mineral Primário Mais Comum é o Quartzo.
• O Material Solúvel Pode Precipitar-se (Mineral Neoformado)
Dando Origem aos Argilominerais e Óxidos e Hidróxidos de Ferro
e Alumínio .
• Há, Ainda, Um Terceiro Caso: Os Minerais Resultantes da
Interação Entre a Solução de Percolação e o Mineral Primário. Há
Nesse Caso Modificação de Sua Composição Química Com
Preservação de Sua Estrutura. São os Minerais Secundários
Transformados.
• Esse Último Caso Ocorre Principalmente Com os Filossilicatos
(Micas). As Micas dão Origem as Ilitas ou Vermiculitas.
Resumo
Solução de Percolação + Rocha =>

I. Mineral Primário (Quartzo, Feldspato)


II. Mineral Secundário Neoformado (Argilomineral e
Óxidos e Hidróxidos de Fe e Al)
III. Mineral Secundário Transformado (Argilomineral:
Ilita e Vermiculita)
Reações Químicas do
Intemperismo
• Hidratação

• Hidrólise: Total ou Parcial

• Dissolução
Reações de Hidratação

CaSO4 + 2H2O => CaSO4.2H2O

Anidrita Gipso
Reações de Dissolução

CaCO3 => Ca+2 + CO3-2

Relevos Cársticos.
Hidrólise Total
Hidrólise Total: 100% do Silício (Si) e do Potássio (K)
são eliminados

Obs:
• O Si é pouco solúvel mas pode ser totalmente
eliminado,
• Condições de pluviosidade alta e drenagem eficiente,
• K-feldspato submetido a Hidrólise Total: Hidróxido
de Alumínio – Gibbsita – Al(OH)3.
Hidrólise Parcial
Hidrólise Parcial: O Potássio (K) é total ou
parcialmente removido e parte da sílica permanece no
perfil.

• São formados os aluminossilicatos hidratados:


argilominerais
• Argilominerais são alunimossilicatos hidratados de
“alguma coisa”
Hidrólise Parcial
Para a reação de Hidrólise Parcial há duas possibilidades:
Þ 100% do K é removido ou não.

I. 100% do K é eliminado em solução:


Þ forma-se argilomineral de estrutura 1:1 (caulinita) –
Si2Al2O5(OH)4

II. Parte do K permanece:


Þ forma-se argilomineral de estrutura 2:1 (esmectita)
* O K tem que permanecer para formar a esmectita
Reações de Hidrólise
Nomenclatura:
Hidrólise Total – eliminação total de Si e formação de óxidos-
hidróxidos.
Alitização: oxi-hidróxidos de alumínio
Ferralitização: oxi-hidróxidos de ferro

Sialitização: Associado a Hidrólise Parcial - processo de eliminação


parcial da Si e com formação de argilomineral.
Monossialitização: forma a caulinita 1:1
Argilomineral não expansivo

Bissialitização: forma a esmectita: 2:1


Argilomineral expansivo:
problemas em obras geotécnicas
Zona Temperada

Seisquióxidos de FE e Al

Argilominerais de
estrutura 1:1 - Caulinita

Ou Ferralitização
Formação de Concreções Lateríticas

São solos típicos de regiões tropicais:


Hidrólise Total – eliminação total de Si e formação de óxidos-
hidróxidos.
Alitização: oxi-hidróxidos de alumínio
Ferralitização: oxi-hidróxidos de ferro Gibsita, Goethita

• Caso ocorra continuação dos processos pedogenéticos poderá


ocorrer a aglutinação dos minerais, tais como a Gibsita ou a
Goethita, em forma de concreções.
• Os minerais se aglutinam de maneira similar ao observado nos
macrocristais e quartzo, feldspatos, entre outros, dando origem
as macroformas.
Concreções Lateríticas Ferruginosas
Concreções Lateríticas Ferruginosas
Concreções Lateríticas Ferruginosas
Concreções Lateríticas Ferruginosas

Formosa/GO
Perfil Típico de Uma Jazida de Laterita
Concrecionada
Formação Barreiras

Guarapari/ES
Concreções Ferruginosas da Formação
Barreiras

Guarapari/ES
Intemperismo Físico

Exemplo de Juntas de Alívio Favorecendo a Ação do Intemperismo


Intemperismo

Exemplo de Juntas de Alívio Favorecendo a Ação do Intemperismo


Diaclasamento Colunar

São Joaquim/SC
Basalto Amigdalóide ou Vesicular

Usina Hidrelétrica
de Anita
Garibaldi/SC
Barragem de Enrrocamento
Intemperismo Físico

Exemplo de Intemperismo Físico


Intemperismo Físico

Exemplo de Alteração Esferoidal – Rodovia BR-282 SC


(São José do Cerrito)
Intemperismo Físico

Exemplo de Intemperismo Químico


Intemperismo Físico

Exemplo de Intemperismo Físico


Consideração Final
Intemperismo: atua sobre a rocha

Erosão: atua sobre sedimento

++ +
+ + +
+ Transporte (dos sedimentos)

Sedimentação: Solo ou Rocha


Sedimentar

Intemperimo => Erosão => Transporte => Sedimentação =>


Pedogênese ou Diagênese
Solos Tropicais - Definição

“Aquele que apresenta peculiaridades de propriedades e de comportamento,


relativamente aos demais, em decorrência da atuação no mesmo de processos
geológicos ou pedológicos típicos das regiões tropicais úmidas.”
(Committe on Tropical Soils of ISSMFE, 1985)

Obs:
- Podem ser laterítico ou saprolíticos (Nogami, 1995),
- Não basta que seja formado em regiões tropicais,
- Não leva em consideração o tempo geológico.
7) PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE
SOLO:
Ponto de Vista Pedológico

Dentre os principais processos podemos citar:

• Podzolização

• Latolização

• Gleização

• Calcificação

• Salinização
Principais Classes Pedológicas de Solos
1. Podzolização

Translocação de óxidos de Al e/ou Fe e colóides


orgânicos (geralmente associados com Fe) do horizonte
eluvial para o iluvial, com a formação de horizonte B
espódico.

Classes de solos: Solos com B espódico (Bhs) ou


ESPODOSSOLOS

Horizonte B espódico: É um horizonte mineral


subsuperficial que apresenta acumulação iluvial de
matéria orgânica e compostos de alumínio, com a
presença ou não de ferro iluvial
Solos das grandes planícies americanas =>
férteis e ruins para pavimentação

Acumulação de matéria
orgânica, ferro e alumínio

Fig 01 - Perfil esquemático do processo de podzolização


Simulador de tráfego da
University of Illinois
Material granular

Solo siltoso do
subleito
2. Latolização
Processo caracterizado por intensa perda de bases e de sílica
coloidal, com aumento relativo nas concentrações de sesquióxidos
de Fe e Al => hematita, goethita, magnesita.

Classe de Solos: LATOSSOLOS

Horizonte B latossólico: Horizonte mineral subsuperficial, cujos


constituintes evidenciam avançado estágio de intemperização,
explícita pela alteração quase completa dos minerais primários
menos resistentes ao intemperismo e/ou de minerais de argila 2:1,
seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e
concentração residual de sesquióxidos, argila 1:1 e minerais
primários resistentes ao intemperismo. Em geral é constituído por
quantidades variáveis de óxidos de ferro e alumínio, minerais
de argila 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes ao
intemperismo.
• Horizonte B bastante espesso
• Solo poroso
• Coloração vermelha, castanha ou bruna

Fig 02 – Perfil esquemático do processo de


latolização
• Horizonte B espesso
• Perfil poroso
• Trincamentos típicos
Brasília de
Minas/MG –
Solo LA’
Plintossolos =>
concreções
lateríticas

Formosa/GO
3. Gleização

Formação de solos em ambientes de redução, resultando


em cores de croma baixo cinzentas, devidas à redução de
(Fe3) para (Fe2), de maior solubilidade.
Classes de solos: GLEISSOLOS

Horizonte Glei: É um horizonte mineral subsuperficial ou


eventualmente superficial, com espessura de 15 cm ou mais.
Horizonte fortemente influenciado pelo lençol freático e
regime de umidade redutor, virtualmente livre de oxigênio
dissolvido em razão da saturação de água durante o ano
todo, ou pelo menos por um longo período.
• Argila cinza do Rio de Janeiro (Sarapuí, Jacarepaguá)
• Solos moles da engenharia geotécnica
Fig 03 - Perfil esquemático do processo de gleização
Camada de solo mole no aeroporto de Guarulhos
4. Calcificação
Acúmulo de carbonatos de cálcio em horizontes sub-
superficiais.

Classes de solos: Solos com horizonte cálcico ou


petrocálcico
Horizonte Cálcico: Horizonte de acumulação de carbonato de
cálcio. Esta acumulação normalmente está no horizonte C,
mas pode ocorrer no horizonte B ou A.

Horizonte Petrocálcico: Com o enriquecimento em


carbonatos o horizonte cálcico tende progressivamente a se
tornar obturado com carbonatos e cimentado, formando
horizonte contínuo, endurecido, maciço, que passa a ser
reconhecido como horizonte petrocálcico.
Fig 04 - Perfil esquemático do processo de calcificação
5. Salinização

Processo de formação de solos salinos-alcalinos a partir da


acumulação de sais de Na e/ou Mg na superfície dos solos,
provenientes de fluxo superficial e adição de sais de partes mais
elevadas da paisagem ou adição a partir do lençol freático.

Ocorre em climas semi-áridos ou em solos compactos, de


drenagem difícil, e evaporação rápida.
8) Sistemas de Classificação de Solos
Utilizados na Engenharia Geotécnica
Por que classificar os solos?

Tipos:
• SUCS

• TRB

• MCT
Sistema Unificado de Classificação de
Solos (SUCS)

• Dada por um conjunto de duas letras: GC


G: pedregulho S: areia M: silte C: argila
O: material orgânico

W: bem graduada P: mal graduada


H: alta compressibilidade L: baixa
compressibilidade
Curva de Distribuição Granulométrica
Curva Granulométrica
AREIA PEDREGULHO
ABNT ARGILA SILTE
SILTE FINA MÉDIA GROSSA FINO MÉDIO GROSSO

PENEIRAS: 200 100 60 40 30 20 10 8 4 3/8 3/4 1 1 1/2


100 0

10
90
20
80

Porcentagem Retida
Porcentagem que Passa

30
70
40
60
50
50 60

40 70

30 80

90
20
S = 1027 100
10

0
0.001 0.01 0.1 1 10 100

Diâmetro dos Grãos (mm)


SUCS: Considerações

• 1° Passo: analisar a granulometria


Se % passante na 200 > 50% => M, C, O
Caso contrário: G, S
SUCS: Considerações

Coeficiente de Não Uniformidade

Coeficiente de Curvatura

Diâmetro abaixo do qual se situam 60% das partículas

Diâmetro efetivo: diâmetro abaixo do qual se situam


10% das partículas
SUCS: Considerações
• Um solo com granulação grosseira e %
finos maior do que 12% deverá ser
classificado como argiloso ou siltoso: (GC,
SC) ou (GM, SM).

• Solos granulares com finos entre 5 – 12%


deve-se apresentar suas características
secundárias:
SP – SC: areia mal graduada, argilosa.
SUCS: Considerações
• Para solos de granulação fina são os índices
de consistência que melhor indicam o
comportamento argiloso.

• Estes solos costumam ser mais


compressíveis quanto maior seu limite de
liquidez, podendo ser de alta (H) ou baixa
(L) compressibilidade (LL maior que 50%).
Solo de Granulação Fina
• Carta de Plasticidade
Esquema para Classificação Unificada

Porcentagem
de Finos <
50%

Porcentagem
de Finos >
50%
Sistema Rodoviário de Classificação de
Solos – TRB ou HRB
• Também baseada na granulometria e nos
limites de Atterberg.

• São considerados de granulação grosseira


aqueles com menos de 35% passante na
peneira n° 200.

• Neste caso tem-se os grupos A-1, A-2 e A-3


• Nos demais: A-4, A-5, A-6 e A-7
Sistema TRB
Equivalente ao pedregulho
Solos Grossos: bem graduado GW

A-1a: <50% n° 10 (2 mm), <30% n° 40 (0,42


mm), <15% n° 200 (0,075mm), PI<6
Equivalente à areia bem
graduada SW
A-1b: < 50% n° 40, <10% n° 200, IP <6
Equivalente as areias finas
mal graduadas SP
A-3: > 50% n 40, <10% n 200 IP nulo
Areias nas quais os finos constituem a
característica secundária
A-2: A-2-4, A-24, A-2-6, A-2-7 => classificação
varia de acordo com o LL e o IP
Sistema TRB
• São divididos só em função dos índices IP e
LL
• Grupos: A-4, A-5, A-6, A-7-5, A-7-6
Considerações Sobre Sistemas de
Classificação
• Nem sempre é o mais adequado para solos
tropicais
• Caso da laterita do Acre
100

90

80
Porcentagem Passante

70

60

50

40

30

20

10

0
0.01 0.1 1 10 Series1100
Abertura das Peneiras (mm)

LS Faixa A LI Faixa A LS Faixa B LI Faixa B Jazida Quinari


Jazida Capivara
Caso da Argila de Ribeirão Preto
Curva Granulométrica
AREI PEDREG-
ABN ARGILA SILTE
FINA A
MÉDIA GROSSA FINO ULHO
MÉDIO GROSSO
T SILTE
100 PENEIRA 200 100 60 40 30 20 10 8 4 3/8 3/4 1 1/2 1 0
:S
90 10
80 20
Porcentagem que Passa

Porcentagem
70
30
60

Retida
40
50
50
40
60
30
70
20
ARGILA
10 RIBEIRÃO PRETO 80

0 90
0.001 0.01 0.1 1 10 100
100
Diâmetro dos Grãos (mm)

.A granulometria dos solos tropicais é dependente do defloculante


Classificação TRB
• Classificação preferida dos engenheiros
rodoviários (TRB), dos barrageiros (SUCS),
dos engenheiros de fundações (?).

• Classificação regional: Argila porosa


vermelha de São Paulo => silte de alta
compressibilidade
O Problema da Classificação
• Dois solos de mesma classificação TRB e SUCS podem
ser completamente diferentes em termos geotécnicos
Solo Classificação Grupo Genético Mini- CBR
HRB USCS MCT Sem Com Razão
imersão imersão s/c
A A-7-6 ML LG` Latossolo Roxo 15 13 0,87
B A-7-6 ML NS` Saprolítico Pegmatito 17 1 0,06

Solo Expansão % Contração% Porcentagem passante


2,00mm 0,42mm 0,075mm <0,002mm
A 0,1 1,8 100 99 79 56
B 6,3 0,5 100 99 98 18
J. Medina

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