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1.

EXTINÇÃO DOS
CONTRATOS
• O vocábulo extinção deve reservar-se para todos os
casos nos quais o contrato deixa de existir.
• A extinção normal do contrato, por execução, não
suscita qualquer problema em relação à forma e
aos efeitos.
• Executado o contrato, estão extintas, por via de
conseqüência, as obrigações e direitos que
originou. Muitas vezes, porém, o contrato extingue-
se antes de ter alcançado seu fim
• Acaba sem que as obrigações tenham sido
cumpridas.

• A extinção, que não ocorre pelo modo normal,


obedece a várias causas, influentes, decisivamente,
em sua forma e efeitos.
• Daí a necessidade de distingui-las e classificá-las.
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
• 1. EXTINÇÃO NORMAL

• O contrato poderá ser extinto de forma normal, pelo


cumprimento da obrigação – OU SEJA, APÓS A
EXECUÇÃO DO CONTRATO.
• A forma normal de extinção está presente, por
exemplo, quando é pago o preço em obrigação
instantânea; quando são pagas todas as parcelas em
obrigação de trato sucessivo a ensejar o fim da
obrigação; quando a coisa é entregue conforme
pactuado; quando na obrigação de não fazer o ato
não é praticado, entre outros casos possíveis
2. EXTINÇÃO POR FATOS
ANTERIORES À
CELEBRAÇÃO
• 1. Invalidade Contratual
• Contratos Nulos e Anuláveis.

•A primeira das possibilidades é a


da invalidade contratual, ou seja, uma extinção por
nulidade (relativa ou absoluta), por vício congênito,
o que decorre da formação do pacto
• Por nulidade, entende-se “uma sanção pela ofensa
a determinados requisitos legais, não devendo
produzir efeitos jurídicos, em função do defeito que
carrega em seu âmago”

• A nulidade pode ser podendo ser absoluta ou


relativa.
• Art. 166
• É nulo o negócio jurídico quando:
• I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II -
for ilícito, impossível ou indeterminável seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as
partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita
em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei
considere essencial, VI-tiver como objetivo fraudar a
lei imperativa; VII - o contrato será passível de
nulidade, quando a lei assim o declarar ou proibir o
ato sem cominar sanção.
• 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.

• 171 do Código Civil , é anulável o negócio jurídico


por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores,
incumbindo à parte que alega a existência do vício
comprová-lo.
3.EXTINÇÃO POR FATOS
POSTERIORES À
CELEBRAÇÃO
• Como terceira forma básica, o contrato pode ser
extinto por fatos posteriores ou supervenientes à
sua celebração.

• Toda vez em que há a extinção do contrato por


fatos posteriores à celebração, tendo uma das
partes sofrido prejuízo, fala-se em rescisão
contratual.
• A RESCISÃO (que é o gênero) possui as seguintes
espécies:

• RESOLUÇÃO (extinção do contrato por
descumprimento)

• RESILIÇÃO (dissolução por vontade bilateral ou


unilateral, quando admissível por lei).
FORMAS DE
RESOLUÇÃO
A) INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA;
B) INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA;
C) CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁCITA;
D)RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA
• A) INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA

• A resolução por inexecução voluntária está


relacionada com a impossibilidade da prestação
por culpa ou dolo do devedor, podendo ocorrer
tanto na obrigação de dar como nas obrigações de
fazer e de não fazer
• A inexecução pode ser culposa, ou não.
• Se o devedor não cumpre as obrigações contraídas,
pode o credor exigir a execução do contrato,
compelindo-o a cumpri-la.
• A resolução pressupõe inadimplemento, ilicitude,
culpa, dano e nexo de causalidade entre o fato e o
prejuízo.
• Para que a parte tenha o direito de resolver o
contrato sem interpelação judicial é necessário que
exista cláusula resolutiva expressa.
• Para resolver o contrato independe do acesso ao
judiciário, é necessário que exista cláusula no
contrato que permita expressamente que a parte
eventualmente prejudicada resolva-o.
• Em geral, junto com essa previsão, há a estipulação
de um valor referente à multa do descumprimento,
que também pode ser exigido, sem que a parte
pleiteie em juízo.

• O art. 474 do CC estabelece que a cláusula


resolutiva expressa opera de pleno direito,
enquanto a tácita depende de interpelação judicial.
• B) INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA

• A inexecução de um contrato resulta, muitas vezes,


de fatos que impossibilitam o cumprimento das
obrigações contraídas por uma das partes.

• Diz-se, então, que é involuntária porque o devedor,


embora queira, não pode satisfazer a prestação a
que se obrigou.
• Seja qual for, porém, o motivo determinante da
inexecução, opera-se a resolução, necessariamente,
se a causa é alheia e superior à vontade do
devedor.
• A inexecução involuntária caracteriza-se pela
impossibilidade superveniente de ser cumprida a
obrigação básica que incumbe a um dos
contratantes.
• Essa impossibilidade deve provir de caso fortuito
ou de força maior, que se verifica no fato
necessário, cujos efeitos o devedor não podia
evitar, ou impedir
• A impossibilidade, ademais, deve ser total.
• Em sendo parcial, a resolução do contrato não é
imperativa, porque o credor pode ter interesse em
que, ainda assim, o contrato seja executado.
• A impossibilidade há de ser definitiva.
• A parte inadimplente por impossibilidade
superveniente, objetiva, total e definitiva libera-se
do vínculo contratual.
• O contrato resolve-se em virtude da causa de
inexecução.
• RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA.

• A teoria da imprevisão consiste no surgimento


superveniente de fatos novos, imprevistos e
imprevisíveis pelas partes e não imputáveis às
mesmas, de forma a refletir sobre o conteúdo
econômico envolvido ou execução do contrato,
permitindo, consequentemente, a revisão para
ajustá-lo as condições reais supervenientes.
• Frise-se que há necessidade de um ajuste no
contrato de modo que as circunstâncias
permaneçam relativamente as mesmas daquelas
que se encontravam no ato da contratação,
atendendo à cláusula rebus sic stantibus.

• O atual Código Civil dedicou uma seção,


relacionada à resolução dos contratos por
onerosidade excessiva.
• Art. 478 do referido diploma:
• "Nos contratos de execução continuada ou
diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema
vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,
poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os
efeitos da sentença que a decretar retroagirão à
data da citação”.
• Nesse sentido, a doutrina entende que os
acontecimentos imprevisíveis e extraordinários são
aqueles inevitáveis, cuja prevenção é algo
impossível e, mesmo que possam ser previsíveis,
suas consequências tornam-se insuscetíveis de
reparação.
• O Código Civil de 2002 optou por um sistema
aberto, oferecendo uma liberdade ampla ao
magistrado para julgar de acordo com o caso
concreto.
• Com a análise específica dos fatos, o magistrado
poderá decidir pela aplicação ou não da teoria da
onerosidade excessiva.
• PRESSUPOSTOS:

• a) Contrato de execução continuada ou diferida;


• b) Fato superveniente;
• c) Acontecimento extraordinário e imprevisível;
• d) Onerosidade excessiva da prestação de uma das
partes;
• e) Vantagem extrema para outra parte.

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