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COMPETÊNCIA

TERIA GERAL DO PROCESSO Prof. Agenor Sampaio Neto 1


COMPETÊNCIA
ASPECTOS INICIAIS

→Pressupostos SUBJETIVOS (Juiz):


jurisdição, imparcialidade e
competência.

→A competência é a quantidade de
jurisdição atribuída a um órgão, ou, a
“medida de Jurisdição”.

→Divisão da Competência do Poder


Judiciário a luz da CF/88:
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Poder Judiciário Federal

Superior Tribunal de Justiça (julga


questões referentes à legislação em
geral), Supremo Tribunal Federal
(julga questões referentes às leis
constitucionais) e as Justiças
Federais (militar, trabalhista,
eleitoral e justiça federal comum).

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Poder Judiciário Estadual

Possui competência residual.

O juiz que atuar fora de sua


competência legalmente
determinada, e proferir uma
“sentença”, tal questão prescindiria
de uma declaração de nulidade (não
sentença, que não seria válida). ADA
GRINOVER e J.J. CALMON DE
PASSOS
4
Princípios:

 Princípio da Tipicidade: A competência


deve ser determinada por norma legal
para que seja válida. Evita o juiz ad hoc
(nomeado).

 Princípio da Indisponibilidade: As
partes só poderão dispor sobre a
competência se for legalmente permitido,
como nos casos de competência relativa.

 Princípio do Perpetuatio Jurisditionis:


CPC87. A competência é estabelecida no
momento da propositura da demanda, ou
seja, na distribuição ou no despacho
inicial. 5
EXCEÇÕES

a) Supressão de órgão de poder judiciário:


altera-se a competência;

b) Alteração posterior da competência no que se


refere a matéria e hierarquia ou a
competência territorial se for absoluta:
modifica-se a competência.

Criação de nova comarca. Não se quebra o


princípio se as demandas puderem continuar
tramitando na comarca em que estavam.

No caso de competência territorial absoluta, se a


demanda tiver que ser remetida à nova comarca,
devido a localização do imóvel, ocorre a quebra do6
CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS

 Competência originária: É aquela competência


para analisar a demanda em um primeiro
momento, geralmente atribuída ao juiz singular.

 Competência derivada: Aquela competência


para analisar a demanda em grau.

 Competência Absoluta: Vige o interesse


público, refere-se à matéria, valor da causa, à
parte funcional, hierarquia e em alguns
casos à competência territorial. Trata de
questões indisponíveis (não pode ser alterada
pelas partes). Todos os atos praticados serão
nulos. A incompetência pode ser decretada em
qualquer tempo, a requerimento da parte ou ex7
officio
 Competência Relativa: Vige o interesse
privado, refere-se à questão territorial (em
regra) e a questões em o valor da causa
fica aquém ao limite. Trata de questões
disponíveis, e por isso pode ser alterada
pelas partes, por conexão/continência.
Assim, os atos praticados não serão nulos.
Vide SÚMULA 33 STJ.

Processo não é extinto, remessa ao Juízo


competente. EXCEÇÃO: Art. 51, inciso III,
da Lei 9099/95.

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 Cláusula do foro de eleição: O juiz
pode decretar ex officio nula tal
cláusula, por considerá-la abusiva.
Questões entre
consumidor/fornecedor (ordem
pública), permitida essa intervenção
judicial. O juiz poderá remeter a
demanda para o foro do domicílio do
consumidor (hipossuficiente), CPC
112, parágrafo único.
Inaplicabilidade da Súmula 33 STJ.
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Critérios determinativos
da competência

 I) Critério Objetivo:

Elementos identificados da ação. Pressupostos


subjetivos e objetivos.

 a) partes: A competência não pode ser


determinada de acordo com as partes.
Exceção: UNIÃO como parte, em que o
processo deverá tramitar, obrigatoriamente,
na Justiça Federal. Ocorre a mitigação do
Princípio da Isonomia.
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b) causa de pedir: Será a matéria,
na qual a competência é
determinada de acordo com as leis
de organização do judiciário, como a
divisão em varas cíveis, criminais, de
família etc..

c) pedido: será o objeto, ou seja, o


valor da causa. Existe uma regra
prática que determina que se o valor
for para mais, será competência
absoluta e se for para menos, será
competência relativa. 11
II - Critério Territorial

 Em regra, de competência relativa, cabendo a regra


geral de que o foro competente será o do domicílio do
réu (CPC94). Casos de competência absoluta.
 CPC 95: COMPETÊNCIA ABSOLUTA.

 Entrementes, no caso de ação fundada no usufruto, a


competência ficará à opção do autor. Essa questão é
muito importante e exige atenção redobrada de quem
for analisá-la.

 Existe um outro caso importante em relação à


competência territorial, no que se refere à
responsabilidade civil

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Danos contratuais

 a) cumprimento de obrigações: o foro


competente será no lugar onde a
obrigação deveria ter sido cumprida, como
consta no art. 100, IV, d, CPC.

 b) rescisão do contrato: o foro competente


será no lugar de domicílio do réu, como
afirma o art. 100, IV, a CPC. Competência
relativa

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Danos extracontratuais

 a) reparação do dano: de acordo com o art.


100, V, CPC.

 b) delito ou acidente de veiculo: o art. 100,


parágrafo único, CPC..

Essa é uma regra bastante importante

III - Critério funcional (absoluta)


É caso de competência absoluta em razão da
atribuição, da atividade que será exercida na
causa proposta 14
Modificadores de competência:
São as questões de prorrogação da
competência. Um órgão que
ordinariamente não possuía competência
para algo determinado, passa a possuí-la
em uma segunda fase. Subdivide-se em
dois tipos:

 a) Prorrogação Voluntária
Aquela que pode ser determinada pela
vontade das partes. CPC111, trata sobre
essa modificação em decorrência do valor
da causa e do território. 15
 b) Prorrogação Legal
Aquela determinada pela lei, que não pode
ser derrogada pelas partes. Apresenta-se
de três formas:

B1) CONEXÃO: ocorre quando duas ou


mais ações possuem em comum o objeto
(pedido) ou a causa de pedir. O juiz
poderá de ofício ou a requerimento das
partes reunir as ações conexas a fim de
que sejam decididas simultaneamente.
CPC103 e CPC105.
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B2) CONTINÊNCIA: ocorre quando duas ou
mais ações que possuírem as mesmas partes
e a causa de pedir, porém o objeto de uma,
por ser mais amplo, abrange o de outra.
Exemplo: ação de separação judicial e de
regulamentação de visitas.

Juiz também, pode decretar a reunião delas


para que sejam decididas simultaneamente.
CPC104 e CPC105.

Ocorrendo litispendência, a ação por último


proposta é extinta e no caso da conexão ou
continência, elas são reunidas, desde que não
ocorra a litispendência total ou parcial.17
B3) Prevenção: não é uma maneira de
determinação de competência, mas sim de
exclusão dos demais juízos competentes.
Um dos juízos torna-se prevento, e os
outros se tornam excluídos.

No caso da competência para cada


demanda for de foros diversos, torna-se
prevento o juízo que fez a primeira citação
válida, CPC219.

Se a competência para cada demanda for


de um mesmo foro, mas com distribuição
em juízos diversos, considera-se prevento
o juízo que fazer o primeiro despacho,
CPC106. 18
Controle de competência

Conflitos, que podem ser positivos (dois ou mais


juízes de declaram competentes) ou negativos (dois
ou mais juízes se declaram incompetentes). Também
pode ocorrer a controvérsia entre a reunião e
separação de processos (casos de
conexão/continência). CPC115.

O conflito poderá ser suscitado pelas partes, pelo


Ministério Público, pelo juiz ao Presidente do
Tribunal, também havendo a possibilidade de
julgamento monocrático pelo relator.

CPC117. Nesse caso, só é admitido que se suscite o


conflito e se ofereça a exceção de forma sucessiva.
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 Pelo STF: casos em que estejam
envolvidos tribunais superiores, como o
Tribunal Superior do Trabalho (TST),
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre
outros.

 Pelo STJ: casos entre os Tribunais de


Justiça (TJ-SP x TJ-RS), entre tribunais e
juízes de outros tribunais e entre dois juízes
afetos a tribunais diversos.

Não existirá conflito entre tribunais de


hierarquia diferentes, vide Súmula 22 STJ. 20
Também não haverá conflito caso já exista
uma sentença com trânsito em julgado,
proferida por um dos juízos conflitantes,
vide Súmula 59 STJ [1].

Havendo jurisprudência dominante do


tribunal sobre a questão suscitada, o
relator pode decidir de plano o conflito
(decisão monocrática), CPC 120, parágrafo
único.

[1] Não há conflito de competência se já existe sentença


com trânsito em julgado, proferida por um dos juízes
conflitantes.
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