Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Maquiavel e Os Contratualistas
Maquiavel e Os Contratualistas
CONTRATUALISTAS HOBBES,
LOCKE E ROUSSEAU
A formação da ciência política: Maquiavel: o
advento do ABSOLUTISMO
Com os adventos sociais, econômicos e políticos, surge como forma de organização política e sua
relação com o poder o ABSOLUTISMO.
O que foi o absolutismo?
Foi um sistema político que, em geral, defendia o poder absoluto do monarca sobre o Estado e foi
muito comum a partir do século XVI até meados do século XIX em diversas partes da Europa.
Essa forma de governo estava diretamente ligada com o processo de formação dos Estados
Nacionais (nações modernas) e com a ascensão da classe mercantil conhecida como burguesia,
assim como se relacionava a uma série de outras transformações ocorridas na Europa desde a
Baixa Idade Média.
Desse modo existiram alguns grandes pensadores filósofos que se aprofundaram nesse sistema
político, determinando a relação da filosofia com a Ciência Política, entre eles Nicolau Maquiavel.
https://www.youtube.com/watch?v=IY7U03IP6TA
MAQUIAVEL E O ABSOLUTISMO
Nicolau Maquiavel (em italiano Niccolò di Bernardo dei Machiavelli; Florença 1469/1527) foi um
Filósofo, historiador, diplomata e músico de origem na Florença (florentina do renascimento).
É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna,[pelo fato de ter
escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.
Maquiavel viveu a juventude sob o esplendor político da República Florentina durante o governo
de Lourenço Médici.
Entrou para a política aos 29 anos de idade no cargo de Secretário da Segunda Chancelaria.
Nesse cargo, Maquiavel observou o comportamento de grandes nomes da época e a partir
dessa experiência retirou alguns postulados para sua obra.
Depois de servir em Florença durante catorze anos foi afastado e escreveu suas principais
obras.
Como renascentista, Maquiavel utilizou-se de autores e conceitos da Antiguidade Clássica de
maneira nova, entre os conceitos apropriados por ele encontram-se o de virtù e o de fortuna.
VIRTÚ E FORTUNA
Um dos pontos mais centrais do pensamento de Maquiavel é a dicotomia entre virtude e sorte, ou “fortuna”.
Assim sendo, um príncipe, ou governante, virtuoso é aquele que não necessariamente é pérfido, mas sabe
conquistar seus favores para manter o poder e expandir o domínio sem depender do acaso.
Na visão de Maquiavel, ser virtuoso é saber o momento certo de agir e de não fazer nada, sem deixar margem
para a fortuna. Algumas interpretações enxergaram isso como ser diabólico ou ardiloso.
Sobrepor a virtude à sorte pode significar também ter sabedoria para ser mau quando necessário: Maquiavel
defendia que, para salvar o Estado, um governante deveria saber “não ser bom”, mentindo ou parecendo piedoso
se a situação exigisse, de modo a manter a segurança e o bem-estar de seu povo. A crueldade, nesses casos, seria
justificável e bem usada. (mais uma vez retomamos os fins justificam os meios?).
O fato é que: Todas as observações de Maquiavel tinham, no fundo, a intenção de mostrar que o objetivo da
política era manter a estabilidade social e do governo a todo custo.
Cabe lembrar que o contexto em que vivia era de guerras e disputas, em uma Itália fragmentada e com o poder
muito ditado pela Igreja Católica.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=di5gX8c45oc
Virtù e fortuna
Os conceitos de virtù e fortuna são empregados várias vezes por Maquiavel em suas obras.
Para ele, a virtù seria a capacidade de adaptação aos acontecimentos políticos que levaria à
permanência no poder.
A virtù seria como uma barragem que deteria os desígnios do destino. Mas segundo o autor, em
geral, os seres humanos tendem a manter a mesma conduta quando esta frutifica e assim
acabam perdendo o poder quando a situação muda.
A ideia de fortuna em Maquiavel vem da deusa romana da sorte e representa as coisas
inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não se pode saber a quem ela vai fazer bens ou
males e ela pode tanto levar alguém ao poder como tirá-lo de lá, embora não se manifeste
apenas na política. Como sua vontade é desconhecida, não se pode afirmar que ela nunca lhe
favorecerá.
Com Maquiavel a finalidade das ações dos governantes passa a ser a manutenção da pátria e o
bem geral da comunidade, não o próprio, de forma que uma atitude não pode ser chamada de
boa ou má a não ser sob uma perspectiva histórica, daí a relação de virtù e fortuna como
princípios fundamentais para o governante.
THOMAS HOBBES:CONTRATUALISTA
Thomas Hobbes (1588-1679) foi filósofo e teórico político. Autor de obras que abrangem conceitos de política,
psicologia, física e matemática. Escreveu Leviatã (1651), um tratado político que lhe valeu algumas
perseguições e muitos discípulos.
Vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=roGZSpEe91c
Para Hobbes todo o conhecimento vem dos sentidos, A paixão é mais forte que a vontade. Na moral e na política,
essa teoria dá no seguinte: os súditos do Estado são extremamente individualistas e só se reúnem em comunidade
porque esse é o melhor meio de sobreviver.
Essa semi-guerra é analisada no Leviatã. Leviatã, no livro de Jó, na Bíblia é o monstro que governa o caos
primitivo. Para Hobbes, o Estado é o Grande Leviatã, o deus imortal que se sobrepõe ao indivíduo e o absorve,
embora tenha sido criado para servi-lo.
Hobbes foi autor de diversas obras como: De Cive (1642), Leviatã (1651), De Corpore (1655) e De Homine
(1658).
Em todas ele fala de um Estado Natural em guerra perpétua, exprimindo bem seu pensamento na frase: "Bellum
omnia contra omnes, homo homini lupus" (O homem é lobo do homem).
ESTADO DE NATUREZA E CONTRATO
SOCIAL
A obra Leviatã, explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de um governo
e de uma sociedade fortes. No estado natural, embora alguns homens possam ser mais fortes ou mais
inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais de forma a estar isento do medo de que outro
homem lhe possa fazer mal.
Por isso, cada um de nós tem direito a tudo e, uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante
guerra de todos contra todos. No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de
acabar com a guerra e, por isso, formam sociedades através de um contrato social.
De acordo com Hobbes, tal sociedade necessita de uma autoridade à qual todos os membros devem render o
suficiente da sua liberdade natural, de forma que a autoridade possa assegurar a paz interna e a defesa comum.
Este soberano, quer seja um monarca ou uma assembleia , deveria ser o Leviatã, uma autoridade inquestionável.
Assim sendo, o Contrato Social seria um acordo entre os membros da sociedade, que reconhece
a autoridade de um soberano, dono de direitos iluminados. O estado absolutista seria o único
capaz de fazer respeitar o Contrato Social e garantir a ordem e a paz na relação entre os
indivíduos.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=1qAkF5wZdFY
O HOMEM O LOBO DO HOMEM
Observa-se que Hobbes, na fase inicial dessa cronologia acerca da formação do Estado civil, vê o
homem como um animal irracional e incapaz de estabelecer, por si só, normas ou condutas que o
permitissem conviver pacificamente em sociedade.
Tal posicionamento foi um choque para os adeptos do conceito de animal social exposto por
Aristóteles e já expõe um ponto central de todo o pensamento hobbesiano: o homem é o lobo do
homem.
Essa frase remete a um fator determinante capaz de exercer influência de mudança em todos: o medo.
Esse poder e espírito selvagem do homem para com os outros homens geravam um espírito de medo
sobre eles, ou seja, ao invés de uma segurança e do direito a vida, não havia nem se quer a certeza de
que a vida seria preservada, pois não tinha valor algum.
Para Hobbes, era fundamental essa análise realista acerca da natureza selvagem do homem e, de fato,
ele não escondeu seu posicionamento e demonstrou que a honra era uma questão que não possuía
menor relevância em função de outros bens tangíveis.
A liberdade era outra acusação, da parte de Hobbes, que consistia em ter direito a tudo, ou
simplesmente nada, já que a vida era banalizada.
Ora, se um homem pode tudo, nada há de lhe impedir de fazer sua vontade porque seu desejo é a sua
lei e não há um limite entre ele e o outro.
Hobbes vê o homem como um ser egocêntrico, irracional e refém de seu semelhante.
Vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=uKp9HEI9ojo
NATRUREZA SELVAGEM HUMANA
O homem é demonstrado como um ser impotente diante dessa circunstância em que ele se encontra.
Conduzidos pelo medo e pelo desejo de segurança e direito a vida, Hobbes expõe, a partir disso, que esse estado de
guerra leva a todos a renunciar todo o direito de que possui a fim de conseguir estabelecer essa paz e a proteção a vida.
Um ponto que parece paradoxo em Hobbes se não fosse pela sua concepção do homem no estado de natureza: todos se
conscientizam, a partir do medo e insegurança, a abrirem mão de todos os seus direitos em busca da paz.
Daqui parte o pensamento hobbesiano acerca da necessidade de mudança e, posteriormente, da adesão ao contrato
social.
O homem é demonstrado como um ser impotente diante dessa circunstância em que ele se encontra.
Conduzidos pelo medo e pelo desejo de segurança e direito a vida, Hobbes expõe, a partir disso, que esse estado de
guerra leva a todos a renunciar todo o direito de que possui a fim de conseguir estabelecer essa paz e a proteção a vida.
Um ponto que parece paradoxo em Hobbes se não fosse pela sua concepção do homem no estado de natureza: todos se
conscientizam, a partir do medo e insegurança, a abrirem mão de todos os seus direitos em busca da paz.
Daqui parte o pensamento hobbesiano acerca da necessidade de mudança e, posteriormente, da adesão ao contrato
social.
SOCIEDADE CIVIL E PODER ABSOLUTO:
O SOBERANO
Hobbes argumenta que, nesta situação, nenhuma das grandes realizações da humanidade seria
possível.
A indústria, as grandes navegações, descobertas, fabricação de produtos sofisticados, todos
dependem em maior ou menor medida de alguma segurança para as transações e para a
manutenção do que se produz, o que não seria possível neste estado de natureza.
Acuados pelo risco constante de uma morte violenta, ou da tomada de sua produção, os
homens não produziriam artes, literatura ou mesmo a sociedade organizada.
Para evitar esta situação de constante incerteza, os indivíduos concordam com um contrato
social, estabelecendo assim a sociedade civil.
Entendendo "sociedade civil" como uma reunião de indivíduos sob uma autoridade soberana,
para a qual todos concordam em ceder alguns direitos, ou parte de seu direito natural a toda as
coisas, em troca de proteção, especialmente na forma de garantia dos acordos entre indivíduos.
O CONTRAO SOCIAL E PODER
ABSOLUTO
Essa organização proposta por Hobbes é, de fato, importante para uma reorganização desses homens que viviam livres e
sem direito a vida.
Sua teoria contratualista ganha força a partir do momento em que todos eles (a humanidade) são unânimes da
necessidade de mudança e de que estão conscientes de abrirem mão de todos os direitos em prol do que Hobbes
denomina como Soberano.
Entretanto, sua idealização de Estado perfeito mais uma vez deixa o homem subestimado e refém de algo ainda pior.
O contrato social, de acordo com Hobbes, seria algo feito pelos homens.
Embora já tenha sido descrita a necessidade para tal, cabe destacar o paradoxo entre o homem que não tinha
racionalidade para administrar os conflitos e os que conseguiram elaborar tamanha ideia para solucionar seus conflitos.
O pensamento hobbesiano é um forte fundamento para governos totalitários a partir do momento que sua teoria defende
que todos os indivíduos abrem mão de sua liberdade, de seu poder de agir e de se expressar e entrega tudo ao Soberano.
Segundo ele, essa é a forma de garantir a segurança que não havia no estado de guerra.
O medo era a causa principal de todos se submeterem a esse poder absoluto em troca de paz.
OS PÓLOS: INDIVÍDUO E ESTADO
Assim sendo, o pensamento hobbesiano encontra-se com dois polos: o homem e o Estado.
Na condição de reconhecerem a necessidade de transferência de todo poder e liberdade em busca
do que almeja, a teoria de Hobbes abre espaço para o que será fundamento para o contrato e
chancela para o Estado civil.
Com a concepção da formação do Estado e do estabelecimento da sociedade, surge,
principalmente, uma soberania para qual se transfere todos os poderes que cada indivíduo possui,
sendo esse o grande responsável, agora, em ser a voz, o reflexo de todos aqueles que antes
estavam sem luz, em estado de guerra.
Aqui se inicia a ideia da formação de súditos e um processo de hierarquização social, em que se
define aquele que detém a autoridade e os que devem, de fato, obedecer, fazendo com que surja
uma sociedade devidamente organizada.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=ys15oUTex58
John Locke
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=84k96ER_C80
Concepção política de Locke
É no segundo tratado que é apresentada a descrição do estado de natureza como uma situação
na qual as pessoas estivessem em iguais condições de liberdade e igualdade.
Essa descrição, que contrasta em grande parte com a interpretação proposta por Hobbes, é
esclarecida pelo papel da lei de natureza.
Essa seria como uma instância moral da conduta humana, já que instituía a proibição de
prejudicar seu semelhante.
Como criações divinas, todos os seres humanos seriam igualmente racionais, pois todos foram
providos uniformemente com as mesmas faculdades, e não seria razoável supor que houvesse
subordinação de um ser humano a outro ou molestamentos entre as pessoas, uma vez que todos
seriam livres e independentes.
Desse modo, John Locke afirma que o governo civil é a solução para as dificuldades que se
instalam no estado de natureza, mas o acordo que funda a comunidade política não deveria surgir
como consequência dessas questões.
Sociedade civil, liberdade.
Sua filosofia política de fato influenciou o Iluminismo por toda a Europa, assim como também
aspectos da Revolução Francesa e o desenvolvimento moderno da economia, da política e do
pensamento educacional.
Para ele, as instituições educativas tradicionais corrompem o homem e tiram-lhe a liberdade.
Para a criação de um novo homem e de uma nova sociedade, seria preciso educar a criança
de acordo com a Natureza, desenvolvendo progressivamente seus sentidos e a razão com
vistas à liberdade e à capacidade de julgar.
Rousseau teve cinco filhos com sua amante de Paris, porém, acaba por colocá-los todos em
um orfanato. Uma ironia, já que anos depois escreve o livro Emílio, ou Da Educação que
ensina sobre como deve-se educar as crianças.
que escreve como peça mestra do Emílio, a "Profissão de Fé do Vigário Saboiano", acarretar-
lhe-á perseguições e retaliações tanto em Paris como em Genebra. Chega a ter obras
queimadas. Rousseau rejeita a religião revelada e é fortemente censurado. Era adepto de
uma religião natural, em que o ser humano poderia encontrar Deus em seu próprio coração.
Pensamento político de Rousseau
Segundo Rousseau a "Vontade Geral" não é consenso, nem vontade da maioria e muito
menos a soma das vontades individuais. Um exemplo seria que cada indivíduo tem pelo
menos duas vontades, vontades de longo prazo e as imediatistas, em que uma se
sobrepõe a outra, sendo essa a vontade geral. Com isso, todos devem se submeter a ela.
Como a sociedade não tem objetivo estabelecido, é auto determinante, a vontade geral
não seria constrangida por nada, tendo o "Todo" (sociedade) se submetendo a ela,
recebendo cada um parte individual do "Todo".
Uma forma de exemplificar tal teoria seria compará-la com Locke, pois a vontade geral
entra em contradição com Locke, que diz que o homem não deve se submeter a nada,
que ele é livre, mas Rousseau enfatiza que todos devem estar sob a vontade geral.
Para atingir a vontade geral é necessário que a sociedade reduza a desigualdade social,
pois assim as opiniões, conceitos e principalmente vontades seriam mais próximos e
estreitos. Como também maior educação na sociedade.
O contrato social: o pacto social
Ao perder uma disputa com outros indivíduos o sujeito não consegue exercer a sua liberdade,
uma vez que a liberdade nesse estágio se estabelece a partir da correlação de forças entre os
indivíduos.
Não há regras, instituições ou costumes que se sobrepõem às vontades individuais para a
manutenção do “bem coletivo”.
Contudo, na concepção de Rousseau, o homem selvagem viveria isolado e por isso, não faz
sentido pensar em um bem coletivo.
Também não haveria tendência ao conflito entre os indivíduos isolados quando se
encontrassem, pois seus simples desejos (necessidades) seriam satisfeitas com pouco esforço,
devido à relação de comunhão com a natureza.
O isolamento entre os indivíduos só era quebrado para fins de reprodução, pois sendo
autossuficientes não tinham outra necessidade para viverem em agrupamentos humanos. Foi a
partir do isolamento que o homem adquiriu qualidades como amor de si mesmo e a piedade.
Liberdades civis