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Melanoma de coróide: Um relato de caso

Autores: Eugênio Cézar Rocha Santos Filho¹ Alice Marília


Silva Abreu Mota1,Ana Beatriz venancio de Paula Bezerra¹,
Hélio Kiitiro Yamashita², Ângela Maria Borri wolosker² e José
Roberto Falco Fonseca³

1 - Médico(a) fellow do Programa de fellowship em cabeça e pescoço da Escola paulista de medicina (UNIFESP)
2 - Médico(a) Radiologista assistente do Departamento de cabeça e pescoço da Escola paulista de medicina
(UNIFESP)
3- Médico(a) Radiologista chefe do Departamento de cabeça e pescoço da Escola paulista de medicina (UNIFESP)
Introdução
Os melanomas uveais malignos , também referidos como melanomas coróides , são os tumores primários mais comuns do olho
adulto.

Epidemiologia

O melanoma maligno da úvea é a malignidade intraocular primária mais comum e é predominantemente observado na população
branca . A incidência desses tumores aumenta com a idade, com apenas 2% dos tumores encontrados em pacientes com menos
de 20 anos de idade.

Apresentação clínica

A apresentação clínica depende da localização. Quando o tumor está localizado na íris, pode ser aparente para o paciente ou
amigos e familiares como um nódulo marrom. Tumores de coróide ou corpo ciliar são identificados apenas incidentalmente na
fundoscopia ou como resultado de descolamento de retina ou doença avançada.

Patologia

Os melanomas uveais surgem do corpo ciliar ou da coróide . Três tipos histológicos são reconhecidos:
● melanoma misto: contendo células B fusiformes e células epitelióides;
● melanoma epitelióide;
● melanoma necrótico.
Descrição
Identificação: feminino, 42 anos

Queixa principal: Piora da visão e dor ocular

História da doença atual:

Refere BAV OE há cerca de 5 meses, com piora há 3 meses e início de dor ocular há 2 semanas. Procurou o PS em 28/02
devido ao início da dor ocular, referindo também que médico externo havia referido que paciente apresentava tumor ocular. No
exame inicial apresentava AV:20/20//MM, PIO: 12//30 e FO OE com DR total associado a massa subretiniana hiperpimentada
temporal e temporal inferior.

Medicações: Britens 12x12 horas OE.

BAV: Baixa acuidade visual; OE: Olho esquerdo; AV: Acuidade visual;MM: Movimento de mão;PIO: Pressão intra-ocular;FO: Fundo de olho; DR: Descolamento
de retina; OD: Olho direito; DRR: Descolamento de Retina Regmatogênico;CAF:Câmara anterior formada; RCA: Reação de câmara anterior; DLL: Diâmetro
Látero-lateral; DAP:Diâmetro Ântero-posterior e DOR: Disco óptico regular.
Descrição
Antecedentes pessoais:
NDN

Exame físico:
AVph: 20/20//MM
BMA
OD - cílios e pálpebras sem alterações, conjuntiva clara, córnea transparente, CAF ampla sem RCA, íris trófica, fácico
OE - cílios e pálpebras sem alterações, HC 2+, córnea transparente, CAF ampla sem RCA, íris trófica, fácico
PIO: 12//36 mmHg
FO
OD: DOR, bem delimitado, escavação fisiológica, vasos e mácula sem alterações, retina aplicada
OE: presença de DRR total com massa enegrecida temporal e temporal inferior

Exame imagem:
-Diâmetro dentro da normalidade e simétrico
-Fácico
Medidas : DLL 21,11 mm//DAP 18,79 mm// Altura ou espessura 15,53 mm
-Descolamento total de retina
-Processo hemorrágico vítreo/subretiniano
-Escavação papilar evidenciável de grandes proporções

BAV: Baixa acuidade visual; OE: Olho esquerdo; AV: Acuidade visual;MM: Movimento de mão;PIO: Pressão intra-ocular;FO: Fundo de olho; DR: Descolamento
de retina; OD: Olho direito; DRR: Descolamento de Retina Regmatogênico;CAF:Câmara anterior formada; RCA: Reação de câmara anterior; DLL: Diâmetro
Látero-lateral; DAP:Diâmetro Ântero-posterior e DOR: Disco óptico regular.
Figura 1 Figura 2
Figura 1: Formação nodular centrada na parede lateral do globo ocular esquerdo, heterogênea, com hipersinal em T1 e hipossinal nos planos
mioadiposos adjacentes;
Figura 2: Formação nodular centrada na parede lateral do globo ocular esquerdo, heterogênea, marcado hipossinal em T2 e hipersinal nos
planos mioadiposos adjacentes;
Figura 3 Figura 4

Figura 3: Formação nodular centrada na parede lateral do globo ocular esquerdo, heterogênea, marcado hipossinal em STIR e hipersinal nos planos
mioadiposos adjacentes;
Figura 4: Formação nodular centrada na parede lateral do globo ocular esquerdo, heterogênea, marcado hipossinal em SWI.
Figura 5 Figura 6
Figura 5: Formação nodular centrada na parede lateral do globo ocular esquerdo, heterogênea, com hipersinal em T1 e hipossinal nos planos
mioadiposos adjacentes, em reformatação em coronal;
Figura 6:Formação nodular centrada na parede lateral do globo ocular esquerdo, heterogênea, marcado hipossinal em STIR e hipersinal nos planos
mioadiposos adjacentes, em reformatação em coronal.
Figura 7 Figura 8 Figura 9

Figura 7, 8 e 9: Formação nodular centrada na parede lateral do globo ocular esquerdo, heterogênea, com hipersinal em T1 e hipossinal nos
planos mioadiposos adjacentes na sequência sem contraste e com realce ao meio de contraste do tumor e das partes moles adjacentes;
Discussão
Características de imagem:
TC
Lesões lenticulares ou em forma de cogumelo elevadas, hiperdensas e com margens acentuadas, que aumentam com a
administração de contraste.

RNM
É a modalidade de escolha para avaliação de melanomas uveais malignos:
● T1/PD
○ melanomas uveais são vistos como lesões de massa de sinal moderadamente alto (melanina e hemorragia
são responsáveis ​pelo sinal alto)
○ descolamento de retina exsudativo associado é sinal moderadamente alto
● T2
○ lesão de massa de sinal moderadamente baixo
○ descolamento de retina exsudativo associado é sinal moderadamente alto
○ fluido sub-retiniano hemorrágico tem um padrão de sinal variável
● T1 C+ (Gd)
○ tumores realçam
○ supressão de gordura útil na detecção de extensão extraocular
Discussão
Diagnósticos diferenciais:

Metástase ocular
Retinoblastoma

Case courtesy of Frank Gaillard, Radiopaedia.org, rID: 9458 Case courtesy of Mostafa El-Feky, Radiopaedia.org, rID: 43454
Take Home Message
DEFINIÇÃO:
Os melanomas uveais malignos , também referidos PRINCIPAIS ACHADOS DE IMAGEM
Melanoma de coróide

como melanomas coróides , são os tumores primários TC


mais comuns do olho adulto. Lesões lenticulares ou em forma de cogumelo elevadas, hiperdensas e com margens
acentuadas, que aumentam com a administração de contraste.

EPIDEMIOLOGIA: RNM
É a modalidade de escolha para avaliação de melanomas uveais malignos:
O melanoma maligno da úvea é a malignidade ● T1/PD
intraocular primária mais comum e é ○ melanomas uveais são vistos como lesões de massa de sinal
predominantemente observado na população branca . moderadamente alto (melanina e hemorragia são responsáveis ​pelo
sinal alto)
A incidência desses tumores aumenta com a idade, ○ descolamento de retina exsudativo associado é sinal
com apenas 2% dos tumores encontrados em moderadamente alto
● T2
pacientes com menos de 20 anos de idade. ○ lesão de massa de sinal moderadamente baixo
○ descolamento de retina exsudativo associado é sinal
APRESENTAÇÃO CLÍNICA: moderadamente alto
○ fluido sub-retiniano hemorrágico tem um padrão de sinal variável
A apresentação clínica depende da localização. ● T1 C+ (Gd)
Quando o tumor está localizado na íris, pode ser ○ tumores realçam
○ supressão de gordura útil na detecção de extensão extraocular
aparente para o paciente ou amigos e familiares como
um nódulo marrom. Tumores de coróide ou corpo ciliar
são identificados apenas incidentalmente na
fundoscopia ou como resultado de descolamento de
retina ou doença avançada.
Referências Bibliográficas
1. Mafee MF, Peyman GA. Retinal and choroidal detachments: role of magnetic
resonance imaging and computed tomography. Radiol. Clin. North Am. 1987;25 (3):
487-507. - Pubmed citation
2. Kaufman LM, Mafee MF, Song CD. Retinoblastoma and simulating lesions. Role of CT,
MR imaging and use of Gd-DTPA contrast enhancement. Radiol. Clin. North Am.
1998;36 (6): 1101-17. - Pubmed citation
3. Mafee MF, Peyman GA, Grisolano JE et-al. Malignant uveal melanoma and simulating
lesions: MR imaging evaluation. Radiology. 1986;160 (3): 773-80. Radiology (citation) -
Pubmed citation
4. Bond JB, Haik BG, Mihara F et-al. Magnetic resonance imaging of choroidal melanoma
with and without gadolinium contrast enhancement. Ophthalmology. 1991;98 (4): 459-
66. - Pubmed citation

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