participa da receita tributária da outra; por seu intermédio, dá-se a distribuição ou discriminação das rendas pelo produto.
Uadi Lammego Bulos
• A CF/88 consagrou a repartição das receitas tributárias nos seus arts. 157 a 162. • Estabeleceu uma cooperação financeira entre as entidades autônomas da Federação, que é chamado pela doutrina de Federalismo Cooperativo. O federalismo cooperativo inaugurou-se com o advento do CF/34 (art. 9º), embora a repartição na receita tributária só tenha vindo com a Lei Constitucional n. 4, de 1940, em vigor a CF/37. Com a CF/46, ampliou-se o cooperativismo financeiro, sendo aperfeiçoado na CF/88.
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• Assim, a CF/88 ao aprimorar este federalismo cooperativo, disciplina três técnicas ou modalidades de repartição de receitas tributária: b) Participação no produto de impostos decretados pela União (arts. 157, I , e 158,I); c) Participação no produto de impostos de receita partilhada (arts. 158,ii a IV, e parágrafo único; 159,III); d) Participação em fundos (art. 159,I, a, b, c).
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Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal (art. 157): • I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; • II – 20% do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154,I. Pertencem aos Municípios (art. 158):
• I - o produto da arrecadação do imposto
da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; Pertencem aos Municípios (art. 158):
• II – 50% do produto da arrecadação do
imposto da União sobre a propriedade territorial rural (ITR), relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III. • Obs.: A redação atual do inciso II do art. 158 foi dada pela EC 42, de 19 de dezembro de 2003, efeitos a partir de 31/12/03. Pertencem aos Municípios (art. 158):
• III – 50% do produto da arrecadação do imposto
do Estado sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) licenciados em seus territórios; • IV – 25% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Pertencem aos Municípios (158, parágrafo único)
• As parcelas de receita pertencentes aos
Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios • I – 3/4, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; • II - até 1/4, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal. A União entregará aos Estados e Distrito Federal, na forma da lei,
29% do produto da arrecadação da
contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados , gás natural e álcool combustível (CF art. 159, II- redação. EC 44/04) A União entregará do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 47%, na seguinte forma: • 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; • 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios; • 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, através de instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a ½ dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer. (art. 159, I, a, b, c) • Há previsão constitucional de normas de controle e disciplina nesta repartição da receita tributária, como a lei complementar prevista no art. 161, I a III. • Cabe a lei complementar, conf. art. 161, I, estabelecer normas sobre os critérios de rateio desses fundos, objetivando o equilíbrio socioeconômico entre os Estados e municípios. • Desta forma, a CF proíbe a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego de recursos atribuídos aos Estados, DF e Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos (art. 160,caput). Controle valores arrecadados • Cabe a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios divulgar, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, o montante de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios de rateio. • Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por Município; os dos Estados, por Município (CF, art. 162, caput, e parágrafo único). Obs.
• A EC 31/2000, incluiu cinco artigos (79 a
83) no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, criando o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Bibliografia • Araujo, Luiz Alberto David. Nunes Junior, Vidal Serrano. Curso de Direito Constitucional. 2007. • Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007. • Carrazza, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros, 2006. • Moraes, Alexandre. Direito Constitucional. 27 ed., São Paulo: Saraiva, 2007. • .