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DA REPARTIÇÃO DAS

RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Prof. Dra .Luciana Cordeiro de Souza Fernandes


Repartição das receitas tributárias

É a técnica pela qual uma entidade


participa da receita tributária da outra; por
seu intermédio, dá-se a distribuição ou
discriminação das rendas pelo produto.

Uadi Lammego Bulos


• A CF/88 consagrou a repartição das
receitas tributárias nos seus arts. 157 a
162.
• Estabeleceu uma cooperação financeira
entre as entidades autônomas da
Federação, que é chamado pela doutrina
de Federalismo Cooperativo.
O federalismo cooperativo inaugurou-se
com o advento do CF/34 (art. 9º), embora
a repartição na receita tributária só tenha
vindo com a Lei Constitucional n. 4, de
1940, em vigor a CF/37. Com a CF/46,
ampliou-se o cooperativismo financeiro,
sendo aperfeiçoado na CF/88.

Uadi Lammego Bulos


• Assim, a CF/88 ao aprimorar este
federalismo cooperativo, disciplina três
técnicas ou modalidades de repartição
de receitas tributária:
b) Participação no produto de impostos
decretados pela União (arts. 157, I , e 158,I);
c) Participação no produto de impostos de
receita partilhada (arts. 158,ii a IV, e parágrafo
único; 159,III);
d) Participação em fundos (art. 159,I, a, b, c).

Uadi Lammego Bulos


Pertencem aos Estados e ao
Distrito Federal (art. 157):
• I - o produto da arrecadação do imposto da
União sobre renda e proventos de qualquer
natureza, incidente na fonte sobre rendimentos
pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem;
• II – 20% do produto da arrecadação do imposto
que a União instituir no exercício da
competência que lhe é atribuída pelo art. 154,I.
Pertencem aos Municípios (art. 158):

• I - o produto da arrecadação do imposto


da União sobre renda e proventos de
qualquer natureza, incidente na fonte
sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
Pertencem aos Municípios (art. 158):

• II – 50% do produto da arrecadação do


imposto da União sobre a propriedade
territorial rural (ITR), relativamente aos
imóveis neles situados, cabendo a
totalidade na hipótese da opção a que se
refere o art. 153, § 4º, III.
• Obs.: A redação atual do inciso II do art. 158 foi dada
pela EC 42, de 19 de dezembro de 2003, efeitos a
partir de 31/12/03.
Pertencem aos Municípios (art. 158):

• III – 50% do produto da arrecadação do imposto


do Estado sobre a propriedade de veículos
automotores (IPVA) licenciados em seus
territórios;
• IV – 25% do produto da arrecadação do imposto
do Estado sobre operações relativas à
circulação de mercadorias (ICMS) e sobre
prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
Pertencem aos Municípios (158, parágrafo único)

• As parcelas de receita pertencentes aos


Municípios, mencionadas no inciso IV, serão
creditadas conforme os seguintes critérios
• I – 3/4, no mínimo, na proporção do valor
adicionado nas operações relativas à circulação
de mercadorias e nas prestações de serviços,
realizadas em seus territórios;
• II - até 1/4, de acordo com o que dispuser lei
estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.
A União entregará aos Estados e
Distrito Federal, na forma da lei,

29% do produto da arrecadação da


contribuição de intervenção no domínio
econômico relativa às atividades de
importação ou comercialização de
petróleo e seus derivados , gás natural e
álcool combustível (CF art. 159, II-
redação. EC 44/04)
A União entregará do produto da
arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de
qualquer natureza e sobre produtos industrializados,
47%, na seguinte forma:
• 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do
Distrito Federal;
• 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios;
• 3% para aplicação em programas de financiamento ao
setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro
Oeste, através de instituições financeiras de caráter
regional, de acordo com os planos regionais de
desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido
do Nordeste a ½ dos recursos destinados à Região,
na forma que a lei estabelecer. (art. 159, I, a, b, c)
• Há previsão constitucional de normas de controle e
disciplina nesta repartição da receita tributária, como a
lei complementar prevista no art. 161, I a III.
• Cabe a lei complementar, conf. art. 161, I, estabelecer
normas sobre os critérios de rateio desses fundos,
objetivando o equilíbrio socioeconômico entre os
Estados e municípios.
• Desta forma, a CF proíbe a retenção ou qualquer
restrição à entrega e ao emprego de recursos atribuídos
aos Estados, DF e Municípios, neles compreendidos
adicionais e acréscimos relativos a impostos (art.
160,caput).
Controle valores arrecadados
• Cabe a União, aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios divulgar, até o último dia do
mês subseqüente ao da arrecadação, o
montante de cada um dos tributos arrecadados,
os recursos recebidos, os valores de origem
tributária entregues e a entregar e a expressão
numérica dos critérios de rateio.
• Os dados divulgados pela União serão
discriminados por Estado e por Município; os
dos Estados, por Município (CF, art. 162, caput,
e parágrafo único).
Obs.

• A EC 31/2000, incluiu cinco artigos (79 a


83) no Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, criando o
Fundo de Combate e Erradicação da
Pobreza.
Bibliografia
• Araujo, Luiz Alberto David. Nunes Junior, Vidal
Serrano. Curso de Direito Constitucional. 2007.
• Bulos, Uadi Lammêgo. Curso de Direito
Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2007.
• Carrazza, Roque Antonio. Curso de Direito
Constitucional Tributário. São Paulo: Malheiros,
2006.
• Moraes, Alexandre. Direito Constitucional. 27
ed., São Paulo: Saraiva, 2007.
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