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02 Outubro 2012 - 01h31

Fio de Prumo

Fraudes & Fundaes


As fundaes pblicas devem ser extintas. As fundaes privadas sem recursos tm de mudar de nome. E aquelas que, embora dispondo de meios, no perseguem um fim social visvel, devem perder o seu estatuto de utilidade pblica. Esta verdadeira limpeza levar eliminao de centenas destas entidades. No final, restaro apenas cinco ou seis genunas fundaes. Uma verdadeira fundao uma entidade cujo instituidor, dispondo de meios avultados, de um fundo, decide disponibiliz-lo comunidade para perseguir um dado desgnio social, um qualquer benefcio colectivo. Nesta perspectiva, as fundaes pblicas nem sequer so fundaes. So departamentos pblicos travestidos, cujo estatuto lhes permite viverem de forma clandestina. Os seus directores no esto sujeitos a regras da administrao pblica. Podem contratar negcios sem qualquer controlo, permitem-se ainda recrutar pessoal sem concurso. Utilizam os recursos pblicos em funo dos seus interesses e dos seus negcios privados. J quanto s actuais fundaes privadas, podemos dividi-las em trs grupos. Temos as que pretendem alcanar um fim social til, mas vivem maioritariamente de recursos pblicos. Assim, se no dispem de fundos prprios, sero instituies de solidariedade, associaes, mas jamais fundaes. Devem mudar de regime. H um outro grupo cujos instituidores so pessoas de muitas posses que registam os seus bens em nome de fundaes particulares, mas que nada do sociedade. Com este esquema, ficam isentos de pagar IRC na sua actividade, os seus terrenos e prdios no pagam impostos, como o IMT e o IMI. At alguns dos seus carros ficam isentos de pagar imposto de circulao e imposto automvel. Estes cavalheiros conseguem assim um paraso fiscal prprio, verdadeiras "off--shores" em territrio nacional. Retirem-lhes pois o estatuto de utilidade pblica. Feito este expurgo, restar um restrito grupo de entidades criadas por aqueles milionrios que decidiram legar parte da sua riqueza em benefcio da sociedade que os ajudou enriquecer. So os casos de Gulbenkian, Champalimaud e poucos mais. Para honrar a sua memria, h que impedir que as suas organizaes sejam confundidas com pseudofundaes, casas de m fama geridas por oportunistas.

Paulo Morais, Professor Universitrio

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