Você está na página 1de 1

Econmico

Opinio

O crdito preventivo irrevogvel


Marco Silva 08/07/13 12:03

A crise da dvida soberana europeia criou algo mais do que uma recesso, abriu uma caixa de pandora. que ao contrrio do que era apangio no pr-crise, a dvidas soberanas hoje j no so "intocveis", mesmo num pas que esteja dentro da zona euro. Esse facto provoca um aumento do factor risco, o que por consequncia leva a um aumento das taxas de juro (Yields). Sejamos honestos e analisemos os nmeros friamente, tal como os nossos credores (mercados). Portugal tem hoje um rcio de dvida vs PIB nos 127%, subiu dos 151 para os 210 mil milhes de 2010 a 2013, os juros com a dvida absorvem cerca de 22% dos impostos (exc. Seg. Social), temos poucos activos para privatizar, no meio de uma recesso persistente enquadrada em outra de grandeza mundial, com o nosso maior comprador de bens (Alemanha) a evidenciar fortes quebras no crescimento, com um tecido empresarial diminudo e de fraca competitividade, sem estrutura financeira para apoiar novos negcios, com elevados custos energticos, com graves problemas de funcionalidade ao nvel da justia e, por ltimo, desequilbrios fatais no financiamento do sistema de previdncia que o levar falncia num curto espao de tempo Pergunto, o leitor comprava dvida de um pas nestas condies? E se o fizesse que preo pedia para cobrir o risco? No e muito, talvez seja a sua resposta, e da a notcia de hoje mais que bvia e esperada de um programa cautelar de financiamento (irrevogvel, digo eu) a Portugal. A dvida nacional no sustentvel com estas variveis, temos especialmente juros elevados demais, na ordem dos 4,2%. O melhor que conseguimos foi atingir os 5,6% por "especial favor de uns amigos, para encher o olho". Como que algum poderia esperar regressar aos mercados em 2014? Portugal tem de crescer cerca de 5% apenas para cobrir os juros e assim no ter uma contraco de riqueza. Portugal necessita urgentemente de um mercado interno de dvida pblica, reduzindo os custos com juros para pelo menos metade, garantindo a sustentabilidade e uma hiptese de futuro credvel. Sem isso tudo o resto inconsequente. Pouco importa se as taxas sobem para 7%, 8% ou 15%, a nossa dvida no sustentvel a 5% sequer! E no por calendrio ou decreto poltico que Portugal deixar de necessitar de auxlio constante, mas sim se as taxas o permitirem. Portugal est ligado maquina! No sobrevive per si! imperativo resolvermos o principal e ignorarmos o acessrio, temos de ser ns os primeiros a agir para resolver o nosso problema. * Marco Silva, CEO da MTT - Investment Consultants

Você também pode gostar