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4 | U Prìmeìro de [aneìro Ierça·Ieira, 26 de |unho de 2û12

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cr,n|nc µcrtn,ne· t¸i 1 trave··ía aerea ac 4t|antíec sn|
notavel sobre a técnica nautica, nomeadamente, as origens e a
técnica de velejar das caravelas. As conclusões inéditas a que
chegou culminaram na obra ¨Nautica dos Descobrimentos".
O muito saber de geografo e de navegador de larga experiên-
cia aliados a uma grande tenacidade de espírito, permitiram-lhe
dedicar-se a estudos de navegaçäo aérea ainda incipientes nessa
época, e possibilitaram-lhe a concretizaçäo da primeira traves-
sia aérea do Atlantico Sul. O sextante Português, utilizado na
-
co dos inovadores trabalhos e missões do Almirante.
Primeira Travessia aérea do Atlântico Sul
No ano de 1921 a Marinha portuguesa comprou à Inglaterra
dois hidroaviões torpedeiros, vindo logo a seguir a comprar um terceiro por
combustível, para se tentar a travessia do Atlantico Sul. Assim, a Marinha veio
a receber um hidroaviäo Fairey IIID F-400, que foi baptizado de «Lusitania».
A viagem Lisboa-Rio de Janeiro seria de mais de 8000 quilometros, em gran-
des etapas, muitas voa-
das de noite, so com a
referência das estrelas,
e com diferentes re-
gimes de vento. Para
possibilitar o voo sobre
grandes extensões de
oceano de noite, Gago
Coutinho adaptou o
sextante para o uso
em navegaçäo aérea,
dotando-o de um hori-
A partida deu-se em 30 de Março de 1922, pelas 16h30, quando o «Lusita-
nia» saiu da base de hidroaviões na Doca do Bom Sucesso, em Belém.
Ao longo do trajecto entre Lisboa, as Canarias, Cabo Verde, Fernando de
Noronha e a costa brasileira, a Marinha destacou navios de forma a prestar
assistência à expediçäo. A viagem sofreu um primeiro grande revés quando
o «Lusitania» é perdido na amaragem junto aos penedos S. Pedro e S. Paulo,
tendo os dois aviadores sido salvos pelo cruzador «NRP República». De Lisboa,
é enviado um segundo aviäo, o «Patria», de forma a retomar a viagem desde o
ponto em que fora interrompida, mas o azar de novo acontece, e também este
aviäo é perdido numa amaragem de emergência. Parte entäo de Lisboa o cru-
zador «NRP Carvalho Araújo» com o terceiro Fairey IIID a bordo, mais tarde
baptizado «Santa Cruz». Entäo a 3 de Junho, Sacadura Cabral e Gago Coutinho
levantam voo de Fernando de Noronha em direcçäo ao Recife, seguindo depois
ao longo da costa até chegarem ao Rio de Janeiro, Guanabara, onde tiveram,
uma recepçäo apoteotica. Santos Dumont foi uma das personagens que os foi
receber
Este acontecimento encheu de orgulho Portugal, e granjeou-nos um grande
prestígio internacional.
û Sfk1AN1f ûf 6A6û Cûu1INhû
A adaptaçäo que fez ao chamado sextante primitivo, fez com que entrasse
para a galeria dos grandes inventores.
provém da estrela com o raio luminoso que provém do horizonte.
graduado (com um microscopio auxiliar para tornar a leitura mais exacta), e
*Criador da petição Metro
para a Trofa
Partida 30.3.1922. Chegada 17.6.1922. Tempo de viagem - 62 h
26m. Distancia percorrida - 8383 Kms. Piloto - Sacadura Cabral.
Navegador - Gago Coutinho Sacadura Cabral (1881-1924)
Artur de Sacadura Freire Cabral nasceu a 23.3.1881 em Ce-
lorico da Beira, e faleceu em 13.11.1924, num desastre, quan-
do pilotava um aviäo numa viagem da Holanda para Lisboa.
O seu corpo nunca apareceu.
Assentou praça em 10 de Novembro de 1897 como aspi-
rante de marinha, frequentou a Escola Naval, onde chegou,
por distinçäo, a capitäo-de-fragata em 1922. Seguiu em 1901,
para a Divisäo Naval de Moçambique, onde em 1907 che-
gou uma missäo geodésica cujo chefe era Gago Coutinho. No desempenho
Sacadura Cabral revelou nestes trabalhos as suas capacidades como geografo e
astronomo, bem como organizador. Regressou à metropole em 1913. Depois,
numa Escola Militar em França, a 16 de Janeiro de 1916, fez o seu primeiro voo
como piloto. Ainda em França especializou-se em hidroaviões. Foi nomeado,
em 1918, director dos Serviços da Aeronautica Naval e, a seguir, comandante
da Esquadrilha Aérea da Base Naval de Lisboa. Em 1919 demonstrou a viabi-
lidade de vir a ser tentada a viagem aérea Lisboa-Rio de Janeiro, tendo sido
nomeado para proceder aos estudos necessarios para a sua efectivaçäo. Jun-
tamente com Gago Coutinho, estudou um novo aparelho com o qual se viria
a conseguir uma navegaçäo estimada, o que ajudaria a completar a navegaçäo
astronomica por intermédio do sextante adaptado por Gago Coutinho.
Esta viagem aérea constituiu um marco importante na aviaçäo mundial,
com a ajuda de Sacadura Cabral, que permitia a navegaçäo aérea astronomica
com uma precisäo nunca antes conseguida.
CAklûS ¥If6AS 6A6û Cûu1INhû
Nasceu em 17 de Fevereiro de 1869. Consta que faleceu na freguesia de San-
ta Engracia, de Lisboa, em 18/02/1939. Era grande o seu amor pelo Brasil, daí
o ter passado grande parte da sua vida em terras de Santa Cruz. Devido aos
fracos recursos materiais, o seu pai näo lhe pode satisfazer a vontade de ir fre-
quentar um curso de Engenharia na Alemanha. Por esse motivo, Carlos Cou-
tinho seguiu a carreira de marinheiro em Portugal. Assim, terminado o Liceu,
frequenta a Escola Politécnica e, aos 17 anos de idade alista-se como aspirante
na Marinha, entrando para a Escola Naval onde conclui o seu curso em 1888.
Numa rapida e brilhante ascensäo na carreira é promovido a guarda-marinha
no ano de 1890, sen-
do que um ano depois
ja gozava do cargo de
segundo-tenente. O seu
caracter multifacetado
e espírito empreende-
dor prometiam uma
prestimosa carreira,
näo so como navegador
marítimo e geografo,
mas também como pre-
cursor da navegaçäo aé-
rea astronomica. Entre
1898 e 1918 devota-se principalmente à funçäo de geografo de campo, levando
a cabo missões geodésicas e de delimitaçäo de fronteiras, onde utilizou novos
métodos de exploraçäo. E foi numa destas missões, em Moçambique (1907),
que conheceu Sacadura Cabral, que viria a ser o seu companheiro da travessia
do Atlantico Sul (Lisboa - Rio de Janeiro).
A vida de Coutinho foi uma contínua liçäo de patriotismo, que é facilmente
observavel na dedicaçäo entusiastica à historia dos Descobrimentos Portugue-
ses, apontando e desfazendo omissões, erros e dúvidas de cronistas e historia-
dores nas suas obras. Isto teve como consequência a criaçäo de uma doutrina
Henrìque coyctto`

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