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O meu Deus pessoal

Publicado no blogue:
http://cognitioetveritas.com/

Grande parte dos meus amigos pensa que eu sou ateísta devido aos ataques
constantes que efectuo contra as religiões. E muito especialmente contra a
forma de pensar das mesmas. Outros pensam que sou ateísta porque tenho
uma maneira muito racional de pensar. Para surpresa deles eu acredito em
Deus.

Muitas vezes a questão não é se acreditamos mas sim em que moldes


definimos a nossa crença. Não acredito num Deus mesquinho que intervêm
nos assuntos humanos, quer que vivamos em paz e depois deixa guerras
obscenas acontecerem. Se ele quer intervir então que impeça essas guerras e
que se deixe de intervenções supérfluas de fazer curas milagrosas.

Também sou totalmente contra os dogmas da religião. Não consigo concordar


na submissão a um livro santo que não é mais que uma colectânea de textos
escritos por antepassados nossos fundamentalistas. E acima de tudo não
posso nunca concordar em colocar um conceito abstrato humano como é Deus
acima do valor da dignidade humana.

O meu Deus pessoal não intervem nos assuntos humanos. Somos nós os
responsáveis pelas nossas acções. E também não serve para nada quando se
trata de conhecer o mundo em que vivemos. A física, a química, a biologia são
bem melhores. Então para que é que ele serve? Tirando o conforto que me dá
em acreditar nele, não serve para mais nada. Na realidade o meu Deus
pessoal é um autêntico inútil. Fico confortado em acreditar que a vida depois da
morte existe ou que existe algo tão poderoso e fora das nossas capacidades de
raciocínio. Algo a que possamos chamar Deus.

Como conceito abstrato ele não precisa de ter vida própria. Nem precisa
mesmo de existir. Não sei se existe nem quero saber. No fundo ele não é
necessário para o meu dia a dia nem para os meus estudos. É só uma ideia
reconfortante. A única coisa lei que o meu Deus me ditou (ou eu ditei a mim
mesmo) é que entre uma ideia reconfortante ou uma realidade objectiva vai
uma distância maior que o Universo.

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