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Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
O lobo fugiu, aos uivos. Serviu-lhe de emenda. Por sinal que no serviu, porque, noutra ocasio, andava o saltimbanco sozinho, a colher amoras, para levar aos filhos, e apareceu o lobo, a cheirar-lhe os calcanhares. O homem trepou a uma rvore, mas o lobo ainda lhe ficou com os fundilhos das calas nos dentes. De mal a menos. O pior foi quando o lobo se ps a chamar pelos outros da alcateia. Vieram uns tantos. Como a rvore era das altas, os lobos colocaram-se em castelo, uns em cima dos outros. Quem os aguentava, em baixo, era o mais forte, o lobo que os chamara. Ora o homem tinha reparado que a este lobo faltava plo nos lombos, como se estivessem a sarar de alguma queimadura. Isto lembrou-lhe o que a mulher lhe contara. Ento gritou, num ltimo alento de coragem: Maria, traz a panela com a gua ao lume. No havia Maria, no havia panela, no havia gua, mas o lobo sentiu o grito como uma ameaa a arder e fugiu a sete ps. Os outros perderam o equilbrio e estatelaram-se no cho. Fugiram tambm. O homem, quando regressasse ao acampamento, j tinha que contar.
FIM
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