impedidas pelo lento cortejo do elefante paraplégico que se arrasta na contra-mão
ladainhas televisivas cantadas pelos distintivos dos policiais
circense festa dos piolhos nos cachos do
guará-rei
bombas de chocolate recitadas pelo Sol que tem de ler
pois não sabe decorar poemas
festiva Banda de rock empilhando blocos e mexendo cimento
onde brincam os filhos dos operários
lua minguante que pende pendurada apenas por uma extremidade
nuvens de carbono toscamente desenhadas por um sujo deus-menino castores cavando de baixo para cima no asfalto das alamedas pares de óculos seguindo em fila cartesiana rumo ao inevitável precipício
igrejas vendendo filmes, filmes vendendo estórias escatológicas borboletas migrando, pares para Marte, ímpares para Vênus
Dragão apocalíptico adestrado pelo jornal anunciando entre estrelas cadentes:
GUERRA CIVIL MARCA ANO UM DA COMUNIDADE CRONOPIANA NA LUA SINDICATO DAS VACAS EXIGE PORCENTAGEM SOBRE LEITE E QUEIJO ENCONTRADO CORPO DO DESCUIDADO PRÍNCIPE (EX-SAPO) QUE BANHOU-SE NO MAR MORTO
crise financeira na concessionária cigana
cocares cloro-grinalda causam tumulto enfeitiçando rodovia privatizada verdes mares de cana-de-açúcar aterrorizados por tubarão anti-latifundiário espírito do sono ainda desaparecido lares atômicos rodeados por formigas pedintes olimpíada filológica em busca do termo "Humano"