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TODO SER HUMANO UM ESTRANHO MPAR (Carlos Drummond Andrade, 1980)

Eu desconfiava: todas as histrias em quadrinhos so iguais. Todos os filmes norte-americanos so iguais. Todos os pases so iguais. Todos os Best-sellers so iguais. Todos os campeonatos nacionais internacionais so iguais. Todos os partidos polticos so iguais. Todas as mulheres que andam na moda so iguais. Todas as experincias de sexo so iguais. Todos os sonetos, gazis, virelais, sextinas e ronds so iguais e todos, todos os poemas em versos livres so enfadonhamente iguais. Todas as guerras do mundo so iguais. Todos os amores, iguais, iguais, iguais. Iguais todos os rompimentos. A morte igualssima. Todas as criaes da natureza so iguais. Todas as aes, cruis, piedosas ou indiferentes, so iguais. Contudo, o homem no igual a outro homem, bicho ou coisa. No igual a nada. Todo ser humano um estranho impar

TODO SER HUMANO UM ESTRANHO MPAR (Carlos Drummond Andrade, 1980)

Eu desconfiava: todas as histrias em quadrinhos so iguais. Todos os filmes norte-americanos so iguais. Todos os pases so iguais. Todos os Best-sellers so iguais. Todos os campeonatos nacionais internacionais so iguais. Todos os partidos polticos so iguais. Todas as mulheres que andam na moda so iguais. Todas as experincias de sexo so iguais. Todos os sonetos, gazis, virelais, sextinas e ronds so iguais e todos, todos os poemas em versos livres so enfadonhamente iguais. Todas as guerras do mundo so iguais. Todos os amores, iguais, iguais, iguais. Iguais todos os rompimentos. A morte igualssima. Todas as criaes da natureza so iguais. Todas as aes, cruis, piedosas ou indiferentes, so iguais. Contudo, o homem no igual a outro homem, bicho ou coisa. No igual a nada. Todo ser humano um estranho impar

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