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Olores do passado Eu no posso falar do que no vi mas posso daquilo que percebo: sinto um forte cheiro quando chego

e sei que algum deixou seu rastro por a. Rastros de espritos pairando na atmosfera, tintos em sangue de guerras intestinas, clamando por justia, eterna espera por vingana de mos assassinas. Muita dor, muitas lembranas esquecidas, pensamentos aderidos nas tuas terras almas penadas, em letargo adormecidas tentando curar suas feridas de guerras. Crianas que nascem inconscientes da histria de seus pais, de seus ancestros, mergulham na vida e vo em frente sem saber que fado traar seus sestros. Quem trar luz nesta penumbra? ser que ajustes de contas a sada? ser que a discrdia se vislumbra como nico futuro destas vidas? Como perdoar tanta injustia? como conciliar tantos rancores? to forte tem sido o poder da cobia que ouvem-se de tmulos clamores! To acrrimas as brigas por espao, por poder, por possesso, por liderana, do povo doce deixaram s o bagao e apagaram do futuro as esperanas. Povo que agora s vive no presente, sem lembrar do passado, com fascas apenas de futuro displicente, e como gado no curral se aprisca. Mas nem tudo to negro como pinta, quando numa brecha a esperana assoma, mesmo no meio da dor de almas extintas e surge, novo, de futuro um doce aroma. Daniel Panno Palmares 6 de setembro de 2004

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