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Cano do Tamoio

E cai como o tronco Do raio tocado, Partido, rojado Por larga extenso; Assim morre o forte! No passo da morte Triunfa, conquista Mais alto braso. As armas ensaia, Penetra na vida: Pesada ou querida, Viver lutar. Se o duro combate Os fracos abate, Aos fortes, aos bravos, S pode exaltar. Gonalves Dias

No chores, meu filho; No chores, que a vida luta renhida: Viver lutar. A vida combate, Que os fracos abate, Que os fortes, os bravos, S pode exaltar. O forte, o cobarde Seus feitos inveja De o ver na peleja Garboso e feroz; E os tmidos velhos Nos graves conselhos, Curvadas as frontes, Escutam-lhe a voz! E pois que s meu filho, Meus brios reveste; Tamoio nasceste, Valente sers. S duro guerreiro, Robusto, fragueiro, Braso dos tamoios Na guerra e na paz. Teu grito de guerra Retumbe aos ouvidos D'imigos transidos Por vil comoo; E tremam d'ouvi-lo Pior que o sibilo Das setas ligeiras, Pior que o trovo. Porm se a fortuna, Traindo teus passos, Te arroja nos laos Do imigo falaz! Na ltima hora Teus feitos memora, Tranqilo nos gestos, Impvido, audaz.

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