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Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou
Supomos que o Txi suspeitava que j o no queriam. Tinha de conformar-se. Ia ser um co vadio, um co de rua, um Txi sem dono nem passageiro. Txi chamaram, perto. Ele acorreu ao chamamento. Sai daqui, co enxotou-o uma senhora, que ia a apanhar um txi. Txi chamaram, mais adiante. O co no se fez esperar, mas um senhor cheio de embrulhos, que ia a entrar num txi, deu-lhe um pontap. Ele no percebia. Chamavam-no e logo o rejeitavam. Gente esquisita. De desiluso em desiluso, foi ter a uma praa de txis. Mero acaso. Um motorista, que estava espera de fregus, partilhou com ele uma bucha com queijo. Como te chamas? perguntou-lhe o motorista por perguntar. Se ele pudesse responder Fosse como fosse, talvez por afinidade, foi-se deixando ficar. Os motoristas acharam graa alegre pressa com que ele se levantava dos quartos traseiros quando algum pedia um txi. c dos nossos diziam. E adoptaram-no. Continuava a ser um txi livre, sem dono, mas protegido por uma quantidade de amigos. Afinal o nome Txi sempre lhe valera para alguma coisa.
FIM
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