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Seu Futuro 6 a CURSO BASICO DE ELETRONICA APLIC: VOLUME IV Eletrénica Prdtica a ee ee ee ee 1. Ferramentas para o trabalho elet ico Pratica N° 1 Ferramentas para o trabalho eletrénico A disponibilidade de ferramentas adequadas é um fator chave para o éxito 0u 0 fracasso de um projeto. Este capitulo descreve as principais ferramentas utilizadas na pratica da eletrénica e em suas aplicagdes. Mesmo que, em um determinado momento, vocé nao precise de todo 0 conjunto de ferramentas mostradas na fotografia, vez por outra vocé se vera as voltas com problemas que Ao solucionados com algumas delas. eletronica como ciéncia aplicada, re quer muita pratica, visto que a teoria, por i $6, niio oferece todos os conhecimen- tos necessirios para 0 desenvolvimento com &xito neste campo. O objetivo da secao Eletré- nica Priitica do Curso Basico de Eletrénica Moderna ¢ proporcionar ao futuro profissional da eletrOnica 0 conhecimento das técnicas ge- ais envolvidas no processo de desenvolvimen- to € fabricacdo de equipamentos eletrénicos. Vocé conhecer, por exemplo: Y Os passos necessdrios para realizar um pro- jeto eletrénico, desde sua escolha até os tes- tes finais. As técnicas para proteger pec: , circuitos e sistemas eletronicos de superaquecimento, das sobrecargas, das sobrevoltagens, da in- terfer ncia eletromagnética (EMI) e das ava- rias causadas por descargas eletrostaticas 'D). Também aprenderd a selecior ar pegas, ma- teriais, dissipadores de calor, blindagens e ca- bos, a projetar circuitos impressos, a instalar e soldar pegas, a elaborar caixas de controle, etc Y As principais ferramentas, instrumentos ¢ ajudas utilizadas na pratica eletronica. Curso Pratico de Eletrénica Moderna + CENCE 1 ame ere) 1.1 Tipos de ferramentas O hobbistas, técnico ou profissional da eletrd- nica, além dos conhecimentos te6ricos basi- cos, deve saber também quais sio as ferramen- tas mais adequadas para realizar seu trabalho de forma prética, técnica, segura e produtiva. Muitos trabalhos eletrdnicos podem ser feitos com ferramentas comuns como alicates, alica- tes de corte e chaves de fenda. Outras situagbes requerem o emprego de ferramentas espec' lizadas como soldadores, dessoldadores, des- encapadores de fios e cabos, furadeiras, etc. Nas proximas segdes so descritas algumas das principais ferramentas manuais e elétricas utilizadas na pritica eletrOnica, Para varias de- las ndo se oferecem maiores detalhes devido ao seu uso ser muito conhecido. Entre as ferramen- tas analisadas figuram os alicates, as chaves de fenda, os ferros de solda elétricos e as furade ras, com seus respectivos acessGrios e varian- tes, Em futuras ocasides, descreveremos outras ferramentas especializadas 4 medida em que as situagdes assim o exijam. Figura 1.2 Os alicates de corte sao utilizados principalmente para cortar cabos e fios. Também ‘Servem para cortar hastes de pegas soldadas rentes 420 circuito impresso. Podem ser de corte lateral ou diagonal. Estas ultimas so usadas principalmente para cortar fios ou cabos grossos. O alicate mostrado ra fotografia 6 um alicate de corte lateral. 1.2 Os alicates Os alicates sdo ferramentas metélicas compos- tas de dois bracos presos por um parafuso que permite que sejam abertos e fechados. Nas ex- tremidades de seus bragos se encontram as te- nazes as quais, conforme a sua forma, podem servir para apertar, tensionar, cortar ou dobrar. Os principais tiposide alicates utilizados na ele- trOnica sio os de corte e os de bico, Também existem alicates especialmente projetados para desencapar fios e cabos, rebitar terminais, ex- trair e inserir circuitos integrados e outras apli- Ge i” Figura 1.1 Os alicates de bico séo utlizados rincipalmente para apertar, dobrar e prender. Os bcos podem ter forma plana, redonda, de mela- cana ou de bico de cegonha, dependendo da aplicagao. Em alguns casos, as superticies de contato sao lisas, enquanto que em outros S40 estriadas, AVAV Figura 1.3 Os alicates desencapadores 40 utilizados para cortare retirar a cobertura exterior isolante de condutores @ cabos sem danificar o metal e ‘de maneira mais eficiente que se isto fosse feito com uma navaiha, um bisturi ou um alicate de corte. Podem ser manuais, autométicas ou multipropdsito. Estas Litimas também podem servir para alicate de corte, furar terminais @ outros usos. CEKET + Curso Pritico de Eletrénica Moderna 1. Ferramentas para o trabalho eletrénico Figura 1.4 0s alicates de Insereéo/extracéo sio utiizados ) para instalar, sustentar ou remover circuitos integrados (Chips) DIP ou de fla dupla em uma tinica operacao sem daniicd-os. Alguns ‘sao projetados para manusear chips de um niimoro determinado de pinos (14, 16, 18, 40, etc.) } enquanto que outros so , adaptaveis a qualque? tamanho. ) ) ) ) i Figura 1.54 } chave de fenda de ponta plana é utlizada : ‘para introduzir e apertar ou ; ‘extair@ afrouxar, todos 0s tipos 1.3 As chaves de fenda lb scapes gnc: As chaves de fenda sao ferramentas utilizadas para girar parafusos e porcas. Consistem de um corpo de ago com um de seus extremos forjado gues 1.8 Aihara ieceaer ‘utiizada para introduzir e apertar ou em forma de cunha. A outra extremidade é fir- extrair@ alrouxar, todos 0s tipos ) memente encaixada em um cabo isolante. As de parafusos com cabeca ) chaves de fenda mais utilizadas em eletronica Sniata ae eerae sio as de ponta plana ¢ as de ponta em cruz ou Phillips. Algumas vém magnetizadas ou com pontas removiveis para proporcionar maior fle- xibilidade. 1.4 Os ferros de solda Os ferros de solda sio utilizados para efetuar ligagSes elétricas a partir de soldas de estanho. Sao complementadas com varios acessé como estagdes de controle de temperatura, su- portes, jogos de pontas, dessoldadores, etc Alguns ferros de solda sao sem-fio e outros so a gas. Estes uiltimos geralmente utilizam buta- no como combustivel. ios Figura 1.7 0 ferro de solda elétrico consiste basicamente de uma ponta de cobre ou niquel fixada a um tubo ‘metelico dentro do qual esta colocado uma resisténcia calefatora. Esta ullima aquece tanto a ponta como 0 tubo, ‘Na maioria dos casos, as pontas sao substituiveis e vém em formas diferentes segundo a aplicagao. Curso Prético de Eletrénica Moderna © CHNCET 3 Ole elie) Figura 1.8 As soldas ‘empregadas na eletronica so ligas de estanho @ chumbo, Apresentam-se geralmente na forma de carretéis de fio com niicleo de resina. A resina facilta a aderéncia da sold, Figurat.9 Os dessoldadores sao utiizados para retirar a solda ao redor dos terminals de pecas previamente soldadas. O usuario simplesmente aquece a solda com um ferro de solda Convencionale, uma vez derretida a soida, pressiona o botiio de disparo. Imediatamente ‘se forma vacuo na ponta que aspira a soldagem. 1.4 As furadeiras | A furadeira é uma ferramenta projetada para a execugio de perfuragdes em laminas metdli- cas ¢ outras superficies. Deve ser acompanha- = da de um conjunto de brocas de didmetro e lon- gitude adequadas ao tipo de trabalho. Algumas furadeiras, além de perfurar, também podem ser empregadas para introduzir e extrair parafusos, martelar ¢ realizar outras fungdes. Figura 1.10 A furadeira elétrica 6 uma ferramenta ‘muito util para realizar perfuragées em caixas de = controle, cartées de circuito impresso e outras superticies. Também se dispdem de furadeiras sem fio que operam mediante baterias recarregdveis. 1.5 As Moto-Tools ‘ © Moto-Tool é um tipo de furadora em minia- ‘ tura que pode girar em um grande nimero de ( revolucées por minuto ¢ adaptar-se a muitas fungdes titeis como perfurar, polir, esmerilhar, lixar, gravar, cortar, rotacionar, etc. Para isso precisa dos acess6rios adequados. } ‘ ‘ ‘ Figura 1.11 0 Moto-Tool é uma ferramenta muito ( versal que, além de funcionar como uma furadeira, pode servir para outras aplicagdes, sempre e quando ‘ 80 disponha dos acessdrios adequados, como ‘ ‘ 4 ‘ pedras de esmeri, serras de corte, lixas, brocas, etc. 4 ©MNCIT + Curso Pritico de Eletrénica Moderna PA ue ee eed Pratica N° 2 Montagem de protétipos no protoboard Dentro das consideracées basicas que devem ser levadas em conta para iniciar a fabricagao de um projeto eletr6nico, inclui-se como primeiro passo a obtencao de todos os componentes que fazem parte do mesmo e, em segundo, proceder & montagem do protétipo. 2.1 Protétipos Um prot6tipo é um modelo fisico preliminar que parte de uma idéia ou conceito e a partir do qual vo se estabelecendo suas primeiras caracteristicas. Em eletrOnica, um protétipo é um circuito ou aparelho ao qual vamos dando uma forma real a partir de uma nova idéia ou de um diagrama que tenhamos desenvolvido ou selecionado de alguma fonte de informagao como um livro, um manual ou uma revista, Este prot6tipo sofre um processo de modificagdes de acordo com os testes que devemos realizar para verificar que 0 circuito funciona, segundo © projeto, até converter-se no modelo final. Curso Pratico de Eletrénica Modernas C18 proceso de montagem de prototipos feito pelos hobbistas e estudantes ou técnicos © engenheiros, jd que na pritica, muitas vezes ito siio necessérias algumas alteragdes no ci que se havia proposto inicialmente. No processo total de fabricagaio de um pro- jeto ou aparelho, este passo é muito impor- tante ja que os proximos, como 0 projeto e a fabricagdo dos circuitos impressos e do chas- sis ou caixa para guardar o projeto, implicam um importante investimento de tempo e di- nheiro que poderia se perder se o aparelho ar Maes nao funcionasse ao final do projeto. Muitas vezes estes dois elementos necessitam por sua vez da elaboragao de prot6tipos, pois quando se parte de um circuito errado, 0 processo é demorado e difi 2.2 O protoboard A montagem de um protétipo eletrOnico é fei- tasobre um elemento chamado protoboard ou “bancada de testes”. Sobre este aparelho pode- se montar e modificar, facil e rapidamente, cir- Lamina metalica (A) cuitos eletrOnicos sem necessidade de solda- gem e, muitas vezes, sem ferramentas. Uma vez que 0 circuito em experimentagio esteja funcionando de forma satisfatéria no proto- board, ele pode ser construido de forma defi- nitiva sobre um circuito impresso utilizando soldagem para fixar as pecas. Os contatos so separados entre si por uma distancia de 0.1” (2,54 mm), correspondente a separago dos pinos ou terminais dos circui Conexées internas do protoboard | Canal central \ Suporte plastico Figura 2.1 Estrutura de um protoboard. Eles sao fabricados em aiversos modelos que so empregados segundo a necessidade do usuério e permitem armar ou desarmar, em pouco tempo, quase qualquer circulto életrénico. Como se pode observar, estes médulos de montagem sao formados por uma base de plastico que fem uma série de perturacdes com uma disposicao especial. Sob essas perfuracdes, encontram-se algumas ‘4minas metaticas que formam contatos, e aonde se unem os diferentes terminals dos componetes do circuilo. Estas laminas sao feitas de um metal flexivel de berllo-cobre recobertas com prata-niquel e em alguns casos com our. A cobertura impede que os contatos se axidem e a flexibiidade do metal permite ulizar cabos & terminais de diferentes diametros, sem deformar-se. BEAT + Curso Pritico de Eletrénica Moderna cece i Lue eed ee ee ee ee, ee a ee ee ee ee ee eer ce ee ee Figura 2.2 Os protoboards vém em diferentes tamanhos @ para descrevé-los especifica-se a sua quantidade de contatos. Um de 550 pontos pode alojar entre trés @ quatro circuitos integrados de 16pinos e é suficiente para 08 principiantes. Para circuitos grandes, recomenda-se ter um protoboard duplo que possa suportar entre 10 6 15 circuitos integrados. Alguns modelos so modulares e podem se unir entre si para ampliar sua drea de trabalho. ‘Como se pode notar, alguns vém montados em bases metéiicas e incluem terminals para conectar a alimentacao do circuito a uma fonte de forca. tos integrados, os principais componentes dos circuitos eletrénicos na atualidade. Esta dis- posi jo também permite ins lar facilmente os demais componentes eletrénicos como transis- tores, resisténc jungdes entre pontos distantes dos utili eum cabo lido de calibre 22, i S € capacitores. Para fazer as Feuitos ol: do ou no isolado (cabo telefénico), como ex- plicaremos mai 21 eran jae | Quantidade | Medida 10 18mm, 15 25mm 15 35mm 15 50mm 10 75mm 5 10cm adiante. Como se pode obser- var na igura 2.1, as fileiras de orificios tm cinco perfuragdes que se conectam entre si em forma vertical (marcados com a letra A). Entre ada fileira no ha contato. Além disso, existe um canal central separador cuja distancia é igual 4 que existe entre as fileiras de terminais dos circuitos integrados (0,3”). Isto é feito a fim de se colocar sobre essa separacio todos 08 integrados que possa ter o circuito. 6 4,70m | 6ou7mm — I —— Figura 2.3 Faca um jogo de cabos com fio telefénico (cabo interno sdlido e cobertura de PVC) calibre 22, com varios pedacos de diferentes cores e comprimento a fim de t8-los disponiveis. Estes podem ser obtidos facilmente de sobras de cabos (multipar) nas instalacdes de edificios e residéncias. Corte varias unidades nas medidas indicadas e retire ou descasque 6 a 7 mm do isolante em suas extremidades. Também tenha disponiveis pedacos curtos do mesmo cabo, sem isolar, para realizar Pontes ou junedes. Curso Prético de Eletronica Moderna+ @XACiT eee eenee neeee As linhas verticais nao estdo unidas a cada lado do canal central, 0 que define duas Areas de conexdes para 0 circuito. Os contatos das fileiras externas (marca- dos com a letra B na figura 2.1) se unem entre si, mas em forma horizontal, e recebem o nome de condutores. A maioria dos protoboards tra- zem dois condutores de cada lado e sao utili- zados, geralmente, para gerenciar neles a ali mentagao do circuito (positive e negative). ba el eed Figura 2.4 Inserir primeiro de forma integrados e/ou transistores, a0 redor dos quais vao conectadas as resisténcias, capacitores, diodos, leds, cabos, etc. isto nos permite estabelecer a rea de trabalho @ determinar se existe espaco suticiente para 0 ircuito, 2.3. Precaug6es para montar circuitos no protoboard Ainda que nao existam regras definidas para amontagem de circuitos em um protoboard, © que cada pessoa possa montar um prototi- po segundo seu proprio gosto e habilidade, deve-se levar em conta alguns aspectos ba- sicos com o propésito de fazer com que 0 projeto funcione bem e seja facil de ser mo- dificado em um dado momento. Tais conse- thos sao: + Tenha a mao todos as peeas para montar © circuito, seguindo a lista de materiai A falta de uma ou de varias delas poderia interromper o proceso e teriamos que repassar todo o diagrama antes de voltar a iniciar a montagem. Figura 2.5 Nao construa um “ninho de péssaro’. Isto dificulta a revisdo do circuito e aumenta a probabilidade de falhas. Muitas vezes, perdemos ‘muito tempo procurando por um erro, tempo esse que poderia ser poupado caso tivéssemos feito uma boa montagem desde o inicio, ©BKIT © Curso Pritico de Eletronica Moderna a ee se ee ae eer. om oe foe oe ee PA Cae eed + Fazendo uma anilise rpida do espaco, deixe uma separagao grande o suficiente entre es- ses elementos para que a montagem das de- mais pecas possa ser realizada sem proble- mas. Muitas peas em um espago reduzido dificultam esse processo. + Nao corte em demasia os terminais das pegas ‘como as resisténcias e os capacitores, j4 que algumas vezes faz-se necessério trocar-lhes de posigdo e estes ndio conseguiriam ser co- nectados. * Utilize, na medida do possivel, um extrator de circuitos integrados para colocar ou reti- rat os chips do protoboard. Dessa forma, evitard que os terminais se danifiquem ou que estes machuquem seus dedos + Nao instale sobre a superficie elementos que produzam muito calor, visto que este pode derreter 0 plistico e danificar de maneira permanente o protoboard. Este é 0 caso de resisténcias de poténcia ou semicondutores que dissipam muito calor. Esse componen- tes devem ser instalados isolados da base. + Na medida do possivel, nao utilize o proto- board para circuitos de corrente alternada de alta yoltagem (110 ou 220V), visto que o ‘olamento nao € suficiente e pode-se gerar curto-circuitos. 2.4. Montagem de circuitos em um protoboard Esta operagio, além de ser facil, é muito agra- davel; somente devemos ter alguns cuidados bsicos para que os circuitos trabalhemcorreta- mente. Primeiro devemos observar cuidados mente o diagrama do circuito e visualizar quais so as conexGes entre as pegas que o formam Em seguida, devemos ir conectando seus ter- minais, um a.um, utilizando os buracos do pro- toboard como pontos de jungao entre eles. Curso Pratico de Eletrénica Moderna» @msucitt Figura 2.6 Nunca insira no protoboard pecas ou cabos que tenham pinos com um diémetro maior ue os dos orificios do protoboard; esta é a principal causa de avarias, Para solucionar este problema, solde cabos finos e curtos aos terminals grossos das pecas. Terminado este proceso, e antes de se aplicar a voltagem de alimentagaio, devemos compa- rar com o diagrama cada uma das conexdes a fim de detectar erros na montagem. Como pode-se ver, a montagem de um cir- cuito em um protoboard requer tempo, organi- zaco e paciéncia, mas ao fazé-lo varias vezes, adquire-se uma certa destreza, 0 que garante a aquisigao de conhecimento e a satisfagao de se ter um cireuito funcionando. ara dace) Figura 2.7 Para explicar melhor este procedimento vamos realizar a montagem de um circuito simples em um protoboard, seguindo passo a passo a seqiiéncia de montagem. As partes do circuito que séo desenhadas fem vermelho correspondem ao que jé se encontra sobre o protaboard. <> = + ca cr 10 ©BKET «Curso Pritico de Eletrinica Moderna (ree Cu Pratica N° 3 A correta instalagao e soldagem de uma pega eletrénica no circuito impresso 6 um fator determinante, tanto para o bom funcionamento do projeto, como para a qualidade e boa apresentacao do mesmo. araa montagem de um circuito impresso se necessitam basicamente de trés ferra mentas muito simples e féceis de se con- seguir que sio: um ferro para soldar, um alicate de ponta pequena e um alicate de corte, O mais aconselhivel é que o estudante ou pesquisador de eletrOnica adquira ferramentas de boa quali- dade desde o princfpio, mesmo que isto signifi- que um investimento alto nesse momento. Des- ta forma, desde que haja um manuseio adequa- do, garante-se uma ferramenta que duraré anos, visto que uma ferramenta de mé qualidade teria que ser substituida varias vezes gerando novos custos. cuir Curso Pratico de Eletronica Moderna * 3.1 Montagem das pecas A montagem das pegas no circuito impresso é facil e simples. Para realizd-la de maneira co- rreta, deve-se levar em conta alguns fatores, os quais, se forem aplicados com freqiiéncia, pro- porcionam maiores chances de que os aparel- hos construidos por nés funcionem bem e ten- ham uma 6tima apresentagao. Na pritica, descobre-se que 80% das fal- has de um projeto sfio causadas por erros de montagem e por soldas mal feitas. W Antes de iniciar a montagem devemos nos as- segurar de que temos disponiveis todas as pecas do circuito. Isto é necessirio para que no ten- hamos que suspender a montagem por falta de alguma das pegas. Além disso, se por alguma razio no se puder obter todas as pegas , voce ter4 perdido todo o trabalho realizado com as outras pegas, desperdigando tempo e dinheiro. Na selegiio das pegas devemos utilizar aquelas que tenham sido projetadas para aque- le circuito impresso, j4 que algumas vezes, a mesma pega pode ter diferentes apresentagdes (variando sua forma e tamanho). A montagem em si consiste em instalar as pegas no circuito impresso, deixando-as prontas para o processo de soldagem. Para realizar esta tarefa exis- tem diferentes métodos, como veremos a seguir. Montar e soldar cada peca uma a uma: Eo método ideal quando o cireuito nao for muito grande e se dispuser de bastante tempo e pa- ciéncia. Pode-se instalar muito bem cada ele- mento, verificando sua posigiio e realizando a soldagem detalhadamente, o que garante uma- qualidade de montagem muito boa. Este mé- todo também permite fazer uma tiltima revi sdo do projeto do circuito impresso verifican- do cada uma das conexdes. Figura 3.1 Montar e soldar todos os componentes ao mesmo tempo: Este sistema ndo 6 o mais recomendével pois pode-se criar uma grande confusdo na parte inferior do Circuito impresso. Isto dficulta 0 processo de soldagem © 0 posicionamento das pecas, visto que estas possuem diferentes formas @ tamanhos. 12 Montar e soldar as pegas por grupos ou lotes: Este método intermediério também pode ser muito eficiente e é executado instalan- do-se e soldando-se varias pegas de cada vez, como grupos de resisténcias, capacitores, tran- sistores, bases para circuitos integrados, etc. Um bom costume seria montar e soldar lotes de cinco resisténcias, por exemplo. Isto per- mite acomodar e apoiar bem as pegas sobre a superficie do circuito impresso. Organizacao na montagem Para facilitar e executar uma boa montagem, 6 necessério realizé-la com uma certa organizagao, especialmente se a forma e o tamanho de suas pegas assim o exigirem. Para isso, sugerimos que se instalem e soldem primeiro as pecas de menor altura como as pontes de fios, em se- guida as resisténcias, os diodos, as bases para circuitos integrados, os capacitores nao-polari- zados (ceramicos, poliéster, etc.), 0s capacitores eletroliticos pequenos, os transistores € por tiltimo as pecas de maior altura como os capa- citores eletroliticos grandes (maiores que 470 HF), os dissipadores de calor e Tes, entre outros. cexir * Curso Pritico de Eletronica Moderna Te Beeld 3. Montagem e soldagem de componentes Esta ordem proposta nem sempre é a mesma, devido a grande variedade de circuitos © compontentes que existem em eletrOnica. Além disso, a pessoa que monta 0 circuito é quem determina a ordem em que a montagem 6 realizada. Porém, em sua montagem, deve- se sempre partir das pegas de menor para as de maior altura, No circuito impresso, por Figura 3.2 Pontes suspensas. Elas permitem a conexdo de pontos no circuito impresso que nao se poderia conseguir através de linhas de cobre. Para fazé-las sao utlizados fios estanhados calibre 22, que podem ser facilmente obtidos a partir de cabos telef6nicos (tirando-se sua cobertura isolante). Corte os cabos dois centimetros maiores que o comprimento da Ponte e insira-os nos dois orificios previstos para eles puxando suas extremidades firmemente com um alicate para que estas fiquem em angulo reto e bem apoiadas ‘sobre a superficie do circuito impresso. Pelo lado posterior, dobre ligeiramente suas pontas para que fiquem bem sustentados e se possa fazer a soldagem. exemplo, um transformador deve ser montado em ultimo lugar, j4 que seu tamanho e peso dificultaro a manipulagao do circuito para a montagem dos demais compontentes. Agora vamos dar algumas recomendagdes especificas sobre a instalagio e soldagem das pegas mais comuns encontradas nos circuitos eletrénicos, Bem apoiada Mal apoiada Figura 3.3 Para montar as resisténcias, a) dobre em Angulo reto suas pontas, b) deixando uns dois ou trés milimetros do corpo @ ponta. c) Para a estética é importante que estas fiquem centradas sobre os dois orifcios de montagem e bem apoladas sobre a superticie do circuito impresso. d) As resisténcias de poténcia (maiores que 2 watts) devem ser montadas ligeiramente acima da superficie a fim de nao aquecer a placa. ¢) Algumas vezes, para economizar espago, as resisténcias sao montadas na vertical. Para isso recomenda-se dobrar a ponta superior em angulo reto. Como metodologia para organizar 0 trabalho, recomenda-se instalar as resisténcias em ordem ascendente, Fit, R2, F3, etc., 0 que permite fazer a checagem das pegas com a lista de materias @ 0 guia de montagem. Curso Pratico de Eletronica Modernas ©XBAKIT 13 eae Diodos. 0 aspecto mais importante para se Jevar em conta na montagem dos diodos € a correta colocagaio de seus terminais, 0 anodo © 0 catodo, ja que se o circuito for invertido no funcionard e este poderd se danificar. Normalmente, 0 catodo é marcado com uma linha colocada préxima ao terminal ao8 correspondente. Nos demais aspectos, deve- se levar em conta as mesmas recomendages anteriores j4 que sua forma fisica é parecida com a das resistencias. Também deve-se levar em conta que o tempo de soldagem deve ser menor, j4 que os diodos podem se danificar se forem demasiadamente aquecidos. Eletrolitico ‘Axial A, Eletrolitico Radial Figura 3.4 Os capacitores. Normalmente séo utiizados dois tivos de capacitores: os polarizados ou eletroliticos © ‘08 néo-polarizados. Em relagao & montagem, os polarizados vém em duas formas: radiais e axiais. Para sua ‘montager deve-se levar em conta a sua colocagao correta. Para isso, 0S crcuitos impressos geralmente vom ‘marcados com um sinal positivo (+), que serve como guia para a pessoa que faz a montagem. Também deve-se ‘apoiar frmemente o capacitor sobre a superficie do circuitoimpresso. Como jé foi mencionado para as resisténcias, 6 um bom habito monté-los em ordem (C1, C2, C3, etc.) 6, em relagdo ao seu tamanho, do menor para o maior. Figura 3.6 Os transistores de poténcia geralmente sao montados sobre dissipadores de calor com seus respectivos acessorios, que incluem isolantes de mica e de pidstico e os parafusos correspondentes. O grafico ‘mostra a maneira como se faz a ‘montagem para os dois tipos de transistores de poténcia mais comuns.O ‘encapsulamento ou biindagem que eles possuem séo conhecidos pelos nomes de 70-2206 70-3, 14 fixagao Transistors 1 Isolantes % 2 de —~ plastico Figura 3.5 Os transistores pequenos devem ser ‘montados sobre 0s circuitos impressos. Deve-se ter ‘muito cuidado de se conservar a posigao correta de ‘seus terminais; emissor (E), base (B) e coletor (C) ‘nos transistores bipolares; e fonte (S), drenador (D) porta ou gate (G) nos transistores tipo FET. Deve-se deixar um espaco de cerca de § a 8 mm entre o Circuito impresso e 0 corpo do componente. A soldagem de seus terminais deve ser feita rapidamente jd que sdo sensiveis as altas temperaturas @ podem danificar-se. de mica Isolantes , ag ee ° "Poroes ENCE * Curso Pritico de Eletronica Moderna EM cu Duk Conectores. Para conexdes externas ao circui- to impresso (interruptores, potencié-metros, LEDs, alto-falantes, transistores de poténcia, etc.) deve-se utilizar, sempre que possfvel, co- nectores que permitam conectar e desconectar facilmente estes elementos. Em sua montagem, deve-se ter certeza de que fiquem na posigaio correta e bem apoiados sobre 0 circuito. Curso Pritico de Eletrénica Moderna cenit Figura 3.7 Em alguns circuitos os transistores podem vir montados sobre o circuito impresso incluindo um dissipador menor. Estas indicacdes também servem para os SCR, os triacs @ os reguladores de voltagem integrados, que tm a mesma forma, geralmente do tipo TO-220, Figura 3.8 Os circuitos integrados ou chips devem ser montados, preferivelmente, sobre bases ou ‘sockets, com a finalidade de poder-se Substituios facilmente em caso de anos. Quando se estiver fazendo as soldagens, deve-se ter bastante cuidado para nao se unir com solda dois terminais adjascentes, jd que estes ‘se encontram muito préximos um do ‘outro. No momento de instalar 0 circulto integrado sobre a base, deve-se cobservar a posi¢ao correta, indicada geralmente por um circulo no pino N° 1 3.2 Soldagem de componentes Na eletrdnica, o processo de soldagem é muito importante e tem dois objetivos: unir mecanica- mente as pecas ou componentes e executar uma boa conexao elétrica entre elas. Se uma ou va- rias soldas ficarem defeituosas, certamente 0 cit- cuito ou aparelho apresentaré falhas. Esses ti- pos de soldas so chamados de “soldagens frias” € siio reconhecidos por serem opacas ou pouco brilhantes e com uma superficie nao uniforme. Figura 3.9 Soldagem para eletrénica. A solda mais recomendada para a eletrénica 6 uma liga com 63% de estanho e 37% de chumbo, conhecida como 63/37, ainda que no mercado seja bastante popular a 60/40, que apresenta um comportamento aceitivel. Esta se funde a cerca de 180°C e ao esfriar-se consegue uma solidficaeao répida e uma boa resistencia. ‘Sua espessura deve ser de aproximadamente 1 milimetro e pode ser obtida em carretéis ou rolas e/ou em pedagos de um ou varios metros. O mais recomendavel é comprar um carretel que possa durar bastante tempo. 15 conc Semi-denteado Ss °) | Figura 3.10 O ferro de solda a) Ferro de solda simples 'b) Existem também ferros de solda de temperatura controlada que permitem controlar 0 calor conforme a espessura da ponta ou 0 tipo de componente a ser ‘soldado. S40 conhecidos comumente como “estagdes de soldagem’. ¢) Conforme a necessidade pode-se encontrar diferentes tipos de pontas para 0 ferro de solda. 16 A solda traz em seu interior um composto quimico fundente ou resina, que serve para ace- lerar a fusio, limpar os contatos e para que 0 ponto de juncZo fique com um aspecto brilhante. Nos circuitos impressos nao é recomen- davel utilizar um composto conhecido como “pomada para soldar” ja que esta pode pro- duzir trilhas condutoras entre as linhas do cir- cuito, ocasionando um mau funcionamento do mesmo. Esta pomada pode ser utilizada em alguns casos para facilitar a soldagem de c: bos grossos, em conectores ou interruptoré por exemplo. ferro de solda. Todo estudante ou hobbista emeletrOnica deve ter um ferro de solda de ponta fina, que deve ser facilmente intercambidvel ¢ de facil obtengao no mercado, Um de boa qua- lidade e bastante econdmico € o ferro de solda Weller de 25 Watts. Pode-se adquirir um de outra marca, sem problema algum, desde que seja feita uma andlise prévia de sua contrugao e qualida- de, Em certas ocasides, para a execugao de sol- das de cabos ou fios mais grossos, situagao que se apresentard em al-guns projetos, é necessario ter um ferro de solda de maior poténcia, entre 45 © 60 W. Nunca se deve utilizar a pistola para soldar que se utilizou anteriormente jé que esta produz muito calor e danifica facilmente os semicondutores (diodos, transistores e circui- tos integrados) e os outros elementos como resisténcias e capacitores. Estanhado do ferro de solda. Quando se ad- quire um ferro de solda, a primeira coisa que se deve fazer é estanhar sua ponta. Também deve- se fazé-lo periodicamente quando esta for se gastando. Esta operagdo é muito importante, jé que facilita a fusao répida da solda, asseguran- do uma soldagem de boa qualidade. Quando se perceber que o ferro de solda jé nao esteja mais fundindo a solda ou fazendo-o muito mal, de- vemos estanhé-lo novamente. ©EKIT + Curso Pritico de Eletronica Moderna Wea ak aa Figura 3.11 O Estanhando o ferro de solda 2) Se 0 ferro de solda estiver novo, limpe sua ponta com lixa de papel bem fina. Nao utiize lixa grossa porque ela acabaré ‘com o revestimento original. Se o ferro de soldar j4 tiver sido utlizad, elimine o excesso de resina queimada que se tenha ‘mpregnado através de seu uso, raspando suavemente com a ponta de uma faca ou com uma pequena lima. +) Deixe o ferro de solda se aquecer durante alguns minutos até que chegue @ sua temperatura ideal, em seguida aplique a solda na ponta e, por ultimo, remova rapidamente o excesso de solda com um pedago de pano. Como fazer boas soldagens, Para realizar uma _—Também é necessério preparar os componen- boa soldagem so necessérias varias condigées, tes e demais elementos que serio soldados, a saber: 0 ferro de solda deve estar bem esta-_ colocando-os na posigdo correta. Uma vez que nhado, sua ponta deve estar em uma boa tem- se tenha preparado o componente ou fio que se ; peratura ¢ os terminais dos componentes, fios ir soldar, siga atentamente as seguintes ins- © o circuit impresso devem estar bem limpos. _ trucdes ; ) y ! ) i ; ) ) : Figura 3.12 a) Limpe muito bem com uma faca ou estilete a parte dos componentes e do circuito impresso aonde ) 4 Solda serd aplicada. A qualidade da soldagem depende em grande parte de uma boa limpeza. No caso dos ‘ircuitos impressos, 6 muito provavel que quando o usudrio os receber, eles tenham estado armazenados por ) algum tempo e esteiam um pouce oxidados. Se esse for 0 caso, pe bem cada uma des pontas aonde se faz as , ‘soldagens dos terminais dos componentes antes de montar 0 projet. b) Uma vez que 0 ferro de solda esteja bem quente, aplique com firmeza a ponta quente do ferro de solda as duas ) superticies simultaneamente, fazendo um contato perfeito entre elas e deixando assim por cerca de trés ou quatro segundos. : ¢) Aplique a solda moderadamente durante dots ou trés segundos e retire-a deixando ainda o ferro de solda no ) Ponto de contato. O estanho se fundird e fiuird por toda a rea do ponto tomando a forma dos condutores soldados. , Retire em seguida 0 ferro de solda e destize-o pelo terminal em direcdo a parte superior até em cima, deixe o ponto cesriar, procurando néo exercer nenhum movimento até que hajarn transconidos cerca de 10 segundos. ) 4) Uma vez realizada a soldagem, deve-se cortar as pontas que sobrarem no caso dos componentes montados em Lum circuito impresso, Guarde algumas dessas pontas para fazer jumpers em outros circuitos que venha a montar , posteriormente, ) ) ) Curso Pratico de Eletronica Moderna * @SciT 17 eer Ma er) a) b) Figura 3.13 Quando se trata de um componente ern ee ‘montado em um circuito impresso, 0 acabamento que deve apresentar 0 ponto de soldagem deve ser em s q forma de cone e nao em forma esférica ou ) ) avolumada incorreto correto 3.3 Como dessoldar componentes Em algumas ocasiées € necessdrio substituir al- gum componente eletrénico, seja porque este tenha se danificado, seja porque o funcionamen- to do equipamento assim o determinar, Nestes casos, deve-se realizar 0 processo contratio ao que se descreveu anteriormente, ou seja, deve- se retirar a solda que se tenha colocado para as- sim liberar os pinos do dispositivo. Figura 3.14 O dessoldador possui um émbolo que se desloca ao longo de uma cavidade. No momento de aperti-lo para baixo faz-se com que se contraia 0 reservatorio que possui intemamente. Para que este volte a sua posi¢do de repouso, e assim absorva a solda, deve-se apertar 0 botao disparador que se encontra no centro de seu corpo. ‘ Figura 3.15 Existem varios métodos para se retrar a solda dos pinos de um componente. O mais popular { cconsiste em empregar 0 dessoldador, que tem um sistema mecdnico que gera um vacuo que Ihe permite absorver ou extrair @ soida que se tenha derretido previamente com o ferro de solda. Na figura mostra-se a U seqiéncia que deve ser seguida para executar 0 processo. Os passos incluem: aquecer a solda com um ferro de ( solda normal e quando esta tver derretido, aproxima-se a ponta do dessoldador e aperta-se 0 botdo disparador. Em alguns casos, pode ser necessério realizar o proceso varias vezes para retirar a quantidade do solda ‘ suticlente, de tal forma que 2 ponta do componente possa ser retrada com faciidade. 3p ‘ 4 i 18 BNET + Curso Pritico de Eletronica Moderna nee ed Pratica N° 4 O multimetro analo Conhecimento e ma O multimetro é um instrumento que permite realizar as medidas mais necessérias e frequentes como s: todo tipo de circuitos elétricos e eletrénicos. Isto 0 converte em ul ferramenta indispensaével mesm pessoas que ainda nao trabalharm campo. instrumento universal por exceléncia para todo tipo de trabalho em eletroni- ca, desde um nivel basico até 0 mais avangado, é 0 multimetro, que recebe este nome porque com ele pode-se realizar miiltiplas ms didas. Através de um botdo seletor acondiciona- se 0 aparelho para medir a voltagem e a corrente, seja em corrente continua ou em corrente alternada, em diferentes faixas. Dessa forma, pode medir resisténcia em ohms em vérias escalas. Existem dois tipos principais: os analégicos € 08 digitais. Os anal6gicos tem um papel em sua parte dianteira superior que é graduado em Curso Pritico de Eletrénica Moderna * ©2801 ico varias escalas a partir de onde se desloca uma agulha que indica o valor medido, Os digitais mostram o valor medido diretamente em nime- Tos com um ou varios decimais dependendo de sua precisfio, os multimetros se distinguem por sua quantidade de escalas, fungdes e principal- mente por sua qualidade e precisao, Todo o pes- quisador de eletronica deve ter pelo menos um multimetro da melhor qualidade possivel, depe dendo da proposta que se tenha. Alguns mode- Jos modermos incorporam, além das medidas tra- dicionais de voltagem, corrente e resistencia, fun- jo de Go de capacimetro, freqiiencimetro, medi temperatura e testes de diodos e tran stores. 19 Eletr6nica Pratica Escala para medir resisténcia Paine! de leitura Escala para medir corrente Espelho retletor. continua Escala para ‘medir corrente alternada Escala para testar Agulha baterias, indicadora Borne positive para ida de corrente a6 104 Botéo para, aluste de zero Soletor de fungées e. Borne positive para edida de vottagem, Tesisténcia e corrente ‘até 500 mA, ome comum ‘ounegativo Figura 4.1 O multimetro analégico foi um dos primeiros instrumentos de medida para o trabalho em eletrénica que fo! langado no mercado e que ainda permanece como um dos instrumentos mais Utels em toda bancada de trabalho ou caixa de ferramentas. Tem como elemento principal uma tela ou painel que tem marcadas varias escalas aonde se desioca uma agulha que indica o valor do parametro medio. Outra parte muito importante 6 0 ' seletor de fungées e escalas formado por um interruptor rotatério manejado por um botao e através do qual seleciona-se o tipo de medida que desejamos realizar seja a resisténcia, a voltagem ou corrente, entre outros. Na parte inferior se encontram os bomes de entrada aos quais se conectam as pontas do teste. ‘ 4.1 Fungées do multimetro ana- I6gico Vamos agora explicar cada uma das fungdes principais e a operacdo de um multimetro ana l6gico. Deve-se lembrar que estas podem variar ligeiramente de um modelo a outro mas que nao mudam em sua esséncia basica, A primeira coi- sa que se deve saber antes de se realizar qual- 20 quer medigdo é ler detalhadamente o manual do aparelho e identificar cada uma de suas partes principais. E muito importante, antes de se fa- zer qualquer outra medigdo, assegurar-se de que as pontas de teste estejam conectadas no local correto, para isso deve-se revisar com cuidado as letras e simbolos que existem junto a cada borne. BIKA + Curso Pratico de Eletrénica Moderna ai iN Figura 4.2 Antes de realizar a medicéo, deve-se ajustar 0 zero do instrumento que esta situado & direita da escala. sto se faz para compensar a resisténcia dos cabos das pontas de teste, que ainda que sejam muito baixas, poderiam afetar a medida nos casos de baixa resisténcia. Para fazé-lo, unem-se as pontas de teste © ajusta-se 0 botdo destinado a tal fim na maioria dos multimetros analégicos até que aguiha marque 0 na escala. Porexemplo, para se medir uma resisténcia uusa-se um terminal comum que tem um sinal de menos (-) para.a ponta de testes negativa (cor preta) e um terminal com o sinal positivo (+) para a ponta de testes positiva (cor vermelha).. A mesma coisa acontece com a voltagem em CA, CC e com as correntes pequenas. Para cor- rentes de varios amperes, deve-se usar o termi- nal marcado como 10A (10 amperes). Medida de resisténcias Por meio desta fungiio pode-se conhecer 0 va- Jor em ohms de uma resisténcia, de uma bobi- na ou de um semicondutor, por exemplo. Sen- Figura 4.4 Quase todos os multimetros analégicos tém um pequeno espetho na parte superior da escala, o qual 6 utlizado para fazer-se uma leitura precisa situando o othar de tal maneira que nao vejamos o retlexo da aguiha no espeiho. Quando a leitura 6 feita olhando-se a escala do ‘muitimetro a partir de um lado, ou seja, vendo-se a sombra da aguiha, ter-se um erro na medida que se chama de «erro de paralaxe». Curso Prético de Eletrinica Moderna * Cl PR eed do as resisténcias os elementos mais comuns na maioria dos aparelhos eletrOnicos, especi- almente os de tipo analégico, esta funcao é uma das mais utilizadas. Como sabemos, a resisténcia se mede em ohms (2) ou em seus miiltiplos como os kiloo- hms (KQ. ou milhares de ohms) e os Megao- hms (MQ ou milhdes de ohms). A continuida- de ideal é expressa pelo valor de 0 (zero) ohms. Vale a pena notar que a resisténcia deve ser medida sempre como aparelho ou circuito sen- do testado desligado, pois do contririo corre-se o risco de se danificar 0 multimetro. Figura 4.3 Para se medir uma determinada resisténcia conectam-se os terminais desta nas pontas de teste do multimetro. Se se conhece seu valor nominal, ou seja, 0 que indica 0 cédigo de cores ou um ntimero marcado em seu corpo, devemos escolher uma escala onde o valor da feitura ‘saja de pelo menos dois tercos da escala até a ‘esquerda, assim garantimos que a medida soja a ‘mais real possivel. Espelho 24 Figura 4.5 Para realizar 0 teste de continuidade ‘simplemente conecte as pontas de teste do multimetro com os terminais ou pontos a serem medidos observe a aguiha, esta deve marcar 0 ohms ou um valor muito baixo, dependendo de cada caso. Muitas vezes, 0 teste de continuidade dos elementos ‘mencionados @ muitos outros, podem nos ajudar a perceber uma parte muito boa dos danos nos aparelhos elétricos e eletrénicos. Na figura mostra-so a forma de revisar o estado de um fusivel. Figura 4.6 Para medir a voltagem de uma bateria ‘comum de 9 Volts, devemos colocar 0 botdo seletor ‘na escala de 10 DCV (Volts CC). Para medira saida de uma fonte de voltagem que deve distribuir 12 Volts, colocamos 0 botio na préxima escala maior, por exemplo 50 CCV. Se se escolhe uma escala menor, a aguiha sobrepassaré a banda, @ se a escala for muito grande, a agulha quase ndo se deslocard ea leitura ‘sera dic 22 Medida de continuidade Chama-se “continuidade” nos componentes ou circuitos eletronicos a uma medida de resisténcia muito baixa, geralmente da ordem de 0 (zero) ‘ohms, 0 que indica condugao ou unio entre dois elementos. O caso contririo é um cireuito aberto ou de resisténcia infinita (inseriro sfmbolo de infi- nito). Casos comuis de continuidade poderiam ser um fusivel em bom estado, um cabo de entrada em um aparelho, uma pista ou linha de um circui- to impresso, uma limpada, a unido de dois pontos de um circuito, © cabo de um microfone, de um alto-falante, etc. Em alguns modelos de multfme- tro analégico, a medida de continuidade pode ser indicada com um buzzer ou buzina, a qual emite um som quando a resisténcia do elemento sendo testado tem um valor inferior a 100 ohms. Este teste deve ser realizado com 0 circuito que esté sendo testado desligado ou desenergizado. Medida de voltagem em corrente continua ou voltagem CC ‘Sao fontes comuns de voltagem em corrente con- tinua as pilhas ou baterias, as fontes de alimenta- io, € 08 circuitos intemnos de todo o tipo de apare- Ihos eletrénicos, jd que estes, ainda que se alimen- tem de corrente alternada, trabalham com corren- te continua. Para medir voltagem em corrente continua, ‘0s multimetros analégicos tém varias escalas das quais deve-se escolher uma de acordo com o valor ser medido, de tal forma que se consiga uma boa deflexaio de stia agulha, ou seja, que se desloque o maior espago possivel. Desta forma consegue-se ‘uma boa preciso, As escalas mais comuns sao 2.5 YV, 10, 50, 100, 250, 500 e 1000 Volts ainda que também possam se apresentar as de 1.2, 12, 30, 120, 300 e 1200 Volts. Como a corrente continua tem polaridade ne- gativa (-) e positiva (+), as pontas de teste devem ser conectadas corretamente: a preta a0 negativoe a vermelha ao positivo. Caso contrério, a agulha se deslocard abruptamente até o lado contrério da ©BKET + Curso Prético de Eletronica Moderna eee ade) Figura 4.7 Sao fontes comuns de corrente alternada as tomadas, os transformadores de alimentacao dos PN ed BE ‘aparelhos eletronicos e os sinais de duaio de baixa trequéncia. Para realizar a medida deve-se sequir as mesmas indicacdes anteriores, com a diferenca de que nao importa a posicao das pontas de teste. escala e se a voltagem for muito alta, pode-se danificar 0 mecanismo que a ma- neja. Medida de voltagem em corrente alter- nada ou voltagem CA Um dos erros mais comuns e que causam maiores danos na utilizacio dos multime- tros, é quando tratamos de medir a volta- gem da rede publica de alimentagao, seja de 110 Volts seja de 220 Volts e deixamos Figura 4.8 Se quisermos saber quanta corrente consome uma pequena lémpada, devemos alimenta-la com uma bateria ou com uma fonte de forga e conectamos 4s pontas de teste em série entre a fonte a carga Curso Pritico de Eletrénica Moderna * CHWChT botio seletor na posicao errada, por exem- plo, na posicio de medir resisténcia ou cor- rente CC. Ao conectar as pontas de teste, oinstrumento se danificard na maioria dos casos, a menos que possua um circuito de protecio, algo que nao é muito comum nos multimetros analégicos. Medida de corrente em CC A medida de corrente em circuitos eletrénicos € utilizada para estabelecer 0 consumo, geral- mente em miliampéres (mA), de alguma parte ou de todo o circuito. Para medir corrente deve- se conectar 0 multimetro em sé ga ou circuito a ser medido. com a car- Da mesma forma que para a medigao de vol- tagem CC, a medigaio de corrente deve conservar apolaridade, neste caso coloca-se a ponta positi- va vermelha) no pélo positive da bateria ea ponta negativa (preta) em um terminal da lampada. Em relagdo ’ escala ou faixa, se esta for conhecida de forma aproximada, é selecionada de acordo com © mesmo critério anterior ou, caso esta nao seja conhecida, coloca-se escala mais alta e se 0 va- Jor for muito baixo e a agulha quase nao se mo- ver, passamos para a prdxima escala mais baixa até conseguir uma medida ficil de ser lida. 23 Figura 4.9 Para testar um diodo, ajusta-se o botao seletor na escala RX1 @ conectam-se as pontas de teste rimeiro em um sentido, ponta negativa (preta) no anodo ¢ ponta positiva (vermelha) no catodo. Neste caso, a aguiha deve marcar um valor de poucos ohms indicando que existe condugéo de corrente. Em seguida inverte- se a posicdo das pontas de teste e a aguiha ndo deve marcar nenhum valor ou um muito alto (a aguiha se ‘move muito pouco). Isto indica que 0 diodo estd em bom estado. Medida de corrente em CA Quando um componente ou circuito é alimen- tado por corrente alternada (CA) utiliza-se 0 mesmo procedimento anterior para corrente continua, com a diferenga de que as pontas de teste podem ir em qualquer posigio ja que a polaridade, neste caso, nao tem importancia. Para realizar a medigao, deve-se ter 0 cuida- do de colocar 0 botio seletor do multimetro na posicAo correta. 4.3 Outras fungdes dos multime- tros analégicos Além da resisténcia, da voltagem e da corrente em CC e CA, podemos ter multimetros analé- gicos com outras fungdes como teste de dio- dos e transistores, medigao de decibéis, teste audivel de continuidade (buzina), teste de pi- 24 Ihas e baterias, medigdo de voltagem pico a pico, temperatura, capacidade, ete.,.0 que acres- centa uma maior versatilidade a estes instru- mentos. E muito comum utilizar, por exemplo, ‘© multimetro na escala de resisténcia, para me- diro bom estado de um diodo ou de um transis tor bipolar, Teste de diodos Os dados corretos que se obtem quando se realiza esta medida sio mostrados na figura 4.9. Se nas duas posig6es a agulha indica um valor de muitos poucos ohms, o diodo esté em “curto”, ou seja, seus terminais esto unidos internamente, 0 que faz com que se torne im- prestdvel. Se em nenhuma das duas posicdes a agulha indica valor algum, 0 diodo esté “aber- to” 0 que € outra condigao defeituosa ©BUCET + Curso Pritico de Eletrinica Moderna Eletrénica Pratica Pe ed Teste de transistores Como um transistor é formado por dois diodos, pode-se utilizar o teste anterior para determinar 0 bom estado de um transistor bipolar NPN ou PNP. Com este teste, também é possivel identificar os terminais do transistor (base, emissor e coletor) quando no se conhece a sua posigao, algo muito titi quando estamos montando algum circuito. ‘Também pode-se determinar se o transistor é NPN ou PNP. E muito importante antes de se fazer os tes- tes deste tipo, determinar a polaridade das pontas de teste do multimetro. Isto quer dizer que ainda que o instrumento tenha sua ponta de testes ne- gativa ou positiva, em alguns modelos ¢ diferen- te o sentido no qual circula a corrente. Para esta- belecer esta polaridade, deve-se pegar um tran- sistor com referéncia conhecida, por exemplo um 2N3904, que é NPN e determinar em quais po- igBes as pontas de teste produzem as medidas que vamos mencionar. Coloque agora a ponta vermelha na base e mega a condugio com 0 emissor e o coletor. Nenhum valor deve ser marcado. Por tiltimo, meca a condugao entre 0 emissor e 0 coletor, primeiro com as pontas de teste em uma posicdo e em seguida invertendo- as, Nesta ocasido elas ndio devem marcar nenhum valor. teste de um transistor PNP, um 2N3906 por exemplo, é realizado da mesma forma mas com a polaridade invertida, ou seja, no primeiro passo conecta-se & base a ponta de testes positi- va (vermelha) e com a ponta preta tocam-se 0 emissor € 0 coletor. Como no NPN, a agulha deve marcar um valor baixo de ohms nos dois casos. Em seguida, invertendo-se as pontas de Figura 4.10 Teste de um transistor NPN. Com 0 botéo seletor colocado na posicdo Rx1, ou a mais baixa disponivel, coloque a ponta de teste negativa (preta) na base do transistor (terminal central visto de frente) e a ponta positiva (vermetha) no emissor (terminal da esquerda); neste momento a aguiha deve mostrar uma resisténcia baixa. Passe agora a ponta vermelha ao coletor (terminal dire); a agulha deve mostrar uma medida similar, Curso Pritico de Eletrénica Moderna» CianciT 25 Figura 4.11 Para realizar a medi¢ao do estado de uma pilha deve-se colocar a ponta de testes preta 1no terminal negativo e @ ponta vermelha no terminal positive. O deslocamento da aguiha sobre uma das reas sombreadas indica o estado da bateria teste e repetindo-se a operagio, nao deve marcar valoralgum, Neste caso, 0 teste de conducaio entre emissor e coletoré o mesmo que no transistor NPN. Se nunea tiver realizado este tipo de teste ¢ tiver um multimetro anal6gico e os dois tipos de transistor em maos (qualquer NPN e PNP conhe- cidos), pratique lentamente cada um dos passos descritos até que os possa fazer rapidamente e de ‘memoria. Isto Ihe servird sempre no trabalho em eletronica, seja na montagem de projetos seja na reparagio de todos os tipos de aparelhos Teste de baterias Alguns multimetros incluem uma fungao que per- mite conhecer 0 estado de uma pilha ou bateria; para isso contam com uma escala no painel prin- cipal sobre o qual se encontram marcadas duas reas, uma de cor vermelha que indica que a ba- teria est gasta e uma de cor verde que significa a bateria esta em bom estado. Deve-se tomar cui- dado de colocar o botao seletor no local indicado para medir baterias, Em alguns modelos de mul- timetro existem duas posigGes, uma para pilhas de 1,5 volts e outra para as de 9 volts. 26 ama marie 4.4 Cuidados especiais com os multimetros analégicos Como se tem mencionado, existem casos nos quais deve-se tomar certas precauges para evi- tar que 0 multimetro se danifique porque seus circuitos so muito delicados. Os multimetros anal6gicos so mais propensos a este tipo de situagio pois, na maioria dos casos, nao pos- suem circuitos de protegao como os que tém sido incorporados aos multimetros digitais, os quais utilizam uma tecnologia mais moderna, O caso mais comum é 0 de medir-se a vol- tagem de CA da linha de alimentagao (110 ou 220 V) utilizando a escala de ohms ou qual- quer (outra) de voltagem ou corrente em CC ou CA, mas com um valor muito menor, por exemplo 10 VCA ou 10 VCC. Para evitar este problema, devemos sempre nos certificar, an- tes de realizar qualquer medicao, sobre qual escala esta posicionado o botiio seletor e se nio est4 no ponto adequado, colocé-lo na posicao correta de acordo com a mediciio que se vii re- alizar. Outra situagdo de medida onde podem ocorrer danos 6 quando deixamos 0 multime- tro na posigdo para medir corrente, seja/em CC ou em CA ¢ o utilizamos para medir voltagem em qualquer de suas escalas. Neste caso, 0 multimetro adota uma resisténcia muito baixa entre suas pontas de teste e produz um curto ou alto consumo de corrente no cireuito que esteja sendo medido. Outra precaugiio que se deve ter quando nao conhecemos a voltagem que se ira medir, € utilizar sempre a escala mais alta seja em CC ouem CA e ir baixando a faixa até que a agu- Iha se desloque dentro da tela mostrando uma leitura normal. Os multimetros funcionam com baterias, portanto estas devem ser revisadas pe- riodicamente para determinar se estao em bom estado ¢ dessa forma garantir que as leituras estejam corretas.<} ©RCAT © Curso Pratico de Eletronica Moderna 5. El mutimetro digital PRATICA N° 5 O multimetro digital Conhecimento e manuseio p on.) © muttimetro digital tem de indicagao um dis digitos numéricos seja de de cristal liquido. Ne inclusive com cifras deci facilita sua leitura e aum Um dos principais avangos que se con seguiu na eletrOnica tem sido 0 projeto e fa- bricagdo de uma grande quantidade de ins- trumentos de tipo digital, entre eles o multi- metro, ao qual se tem acrescentado uma boa quantidade de fungdes em relagdo ao anal6- gico. Apesar de atualmente se encontrarem muitos modelos de multimetros analégicos, os modelos digitais t@m-se multiplicado am- plamente e sua grande variedade supera aos anteriores. Curso Pratico de Eletrénica Modernas CRKET Os primeiros multimetros digitais utili- zavam telas de LED (cor vermelha) porque nesta época nio se havia desenvolvido co- mercialmente 0 cristal liquide LCD (como 0 das calculadoras modernas), Atualmente, a grande maioria dos multimetros digitais utilizam esta dltima tecnologia devido ao seu baixo consumo de corrente, 0 que re- presenta uma vantagem j4 que estes so ins- trumentos de tipo portitil alimentados por baterias. 27 Tela de cristal liquido —E Botio seletor de fung6es e faixas Socket para testar transistores inal positivo medigao de oltagem, Terminal p resisténcia © para medicao de corrente até 200 corrente até 12. A A Terminal negativo Figura 6.1 Partes de um muttimetro digital. Tal qual como os analégicos, os multimetros digitais tém um botdo seletor para estabelecer que tipo de medida iré ser realizada. Tal seletor pode variar de um modelo @ outro, por exemplo, existe uma modalidade chamada auto-posicao, na qual somente se deve escolher a fungdo desejada @ a escala é ajustada automaticamento no multimetro. Obviamente, os muttimetros digitais também tém os terminais de entrada para conectar as pontas de teste. 5.1 Fungées do multimetro digital Antes de ver as fungdes de um multimetro digital devemos levar em conta o fato de que estas podem variar ligeiramente de um modelo a outro mas que nao mudam em sua esséncia basica, A primeira coi- sa que devemos fazer antes de executar qualquer medicfo, é ler atentamente o manual do aparelho ¢ familiarizarmo-nos com suas partes principais. 28 Medida de resisténcias. Por meio desta fung%io pode-se conhecer o valor em ohms de uma resisténcia, de uma bobina ou de um semicondutor, por exemplo. Sendo as resis- 0s elementos mais comuns na mai- oria dos aparelhos eletronicos, especialmen- te nos de tipo analégico, esta fung: das mais utilizadas. ©@ICIT © Curso Pritico de Eletrinica Moderna Ee Ma ne Figura 5.2 Multimetros digitais com auto-selegao e ; ‘selecao manual. a) Nos modelos com auto-selegao, $0 existe uma posi¢go para cada uma das fungdes, raz4o pela qual sua operacao é mais facil. Neste caso, 0 ‘muttimetro ajusta automaticamente a faixa de medicao, fomecendo uma leitura mais precisa, 'b) Nos modelos de sele¢ao manual, cada faixa, seja de resisténcia, voltagem ou corrente, tem uma posicao ‘especitica do botao igual ao dos multimetros analégicos e seu funcionamento 6 similar. Multimetro de 3 412 digitos etro de 4 V2 digitos Figura 5.3 Configuragao do display. Uma das ‘caracteristicas dos multimetros digitais 6 a preciso em relacdo a quantidade de digitos de que dispde para mostrar as medicées. Esta caracteristica é indicada como 3 1/2, 4 1/2, 5 1/2, ete. O 1/2 indica 0 primeiro numero que 6 utilizado para indicar a polaridade ou para mostrar ou nao 0 ndmero 1. Como sabemos, a resisténcia € medida ; em ohms ou em seus miltiplos como os ki- loohms (kQ ou milhares de ohms) e os me- gaohms (MQ ou milhdes de ohms). A continuidade ideal é expressa pelo valor de 0 Curso Pritico de Eletrénica Moderna» @lenci'r Figura 5.4 Para medir resisténcias as pontas de testes séo instaladas nos terminals marcados "COM" e “Vin, com 0 bot seletor na fungao de "2". Neste tipo de muitimetro ndo é necessario fazer 0 juste de zero” que se requer nos multimetros analdgicos, jd que estes vém ajustados de fabrica. Para fazer a medio, simplesmente conecte a resisténcia as pontas e observe a medicao na tela (zero) ohms. E importante notar que a resistencia deve ser medida sempre com 0 aparelho ou circuito que est sendo testado desligado, caso 0 contririo corre-se 0 risco de se danificar o multimetro. 29 Figura 5.5 Quase todos os multimetros digitals tm uma fungéo sonora para teste de continuidade. Esta funcao aparece marcada ao lado do botéo com um simbolo de som ()))). Ao realizar o teste, 0 instrumento emite um som produzido por uma buzina piezoelétrica, 0 que libera o usudrio de ter que olhar para o display, faciltando as taretas de reparagao de aparelhos ao permitr que nos concentremos na posigao das pontas de teste. De qualquer modo, podemas veriticar a medida em ohms, que é visualizada na tela. Na figura mostra-se a maneira de comprovar o estado do tusivel Medida de continuidade. Chama-se “conti- nuidade” nos componentes ou circuitos ele- trnicos a uma medida de resisténcia muito baixa, geralmente da ordem de 0 (zero) ohms e que indica a condugao ou unidio direta entre dois elementos. Ao oposto disso chama-se de circuito aberto ou de resisténcia infinita. Casos comuns de continuidade poderiam ser um fusivel em bom estado, um cabo de entrada de um aparelho, uma pista ou linha de um impresso, uma limpada, a jungao de dois pontos de um circuito, cabo de um microfone, o de um alto-falante, etc, Medida de yoltagem em CC se faz a revisio de um aparelho eletronico, de suma importancia ver se os diversos com- jempre que 30 Figura 5.6 Medida de voltage em CC. E obtida colocando-se 0 botdo seletor na posiedo marcada VCC ou com um sinal similar a V— e sua escala pode ser ‘manual ou automética, dependendo do modelo de ‘multimetro. Esta medi¢ao 6 feita da mesma forma que no multimetro analégico, com a vantagem de que se as pontas de teste forem conectadas invertidas, ‘apareceré o sinal de menos (-) antes do primeiro digito do display. Isto também significa que a voltagem que esta sendo medida 6 negativa em relagdo a referénoia, que na maioria dos casos é 0 fio-terra. wmncii + Curso Préctico de Electronica Moderna Eee ponentes como os transistores e circuitos in- tegrados, entre outros, esto corretamente polarizados ou energizados. Para isso, reco- re-se 4 medigdo de voltagem em corrente continua, O mesmo acontece quando se de- seja checar uma fonte de alimentagio, pilhas ou baterias. Na figura 5.6 mostra-se a manei- ra de realizar este tipo de mediciio e dio-se algumas indicagdes que devem ser levadas em conta. Medida de voltagem em CA. Esta medida é de grande importancia quando se trabalha com transformadores, fontes de alimentagio ¢€ instalagées elétricas residenciais. Para rea- lizdi-la deve-se seguir as mesmas indicagdes que foram dadas para a medida de voltagem em corrente direta. A diferenga 6 que a pre- cisdio das pontas de teste nao é importante. Medida de corrente em CC e CA. A medi- da de corrente em circuitos eletronicos é uti- lizada para estabelecer 0 consumo, geralmen- te em miliampéres (mA), de alguma parte ou de todo 0 circuito, Para medir corrente deve- se conectar 0 multimetro em série com a car- ga ou circuito a ser medido, Por exemplo, se quisermos saber quanta corrente uma limp: da pequena consome, alimentamo-na com Curso Pratico de Eletrénica Moderna + @isnCiT Figura 5.7 Medida de voltagem em CA. € feita colocando-se 0 botdo seletor na posigao marcada VCA ou com um sinal similar a V~ @ ‘sua posicéo pode ser ‘manual ou automatica dependendo do modelo de ‘multimetro. Existem alguns muttimetros digitais que térm a possibilidade de medir a voltagem “True RMS" ou RIMS verdadeiro, um tipo de ‘medida muito importante em certos tipos de aplicagdes eletrénicas. uma bateria ou com uma fonte de forca e co- nectamos as pontas de teste em série entre a fonte ¢ a carga. O procedimento é similar a0 que se seguiu com o multimetro analégico Cada uma destas fungdes tem sua posigaio no botio seletor e tal como no multimetro analégico, as pontas de teste devem ser co- nectadas em série com a carga do circuito a ser medido. Em geral, a ponta de testes deve ser passada a outro terminal independente. Em alguns casos o terminal para mA (miliam- péres) é diferente do para Ampéres, que é uti- lizado para correntes altas, que podem ir de 2A até 20A. Teste de diodos. Os multimetros digitais sto muito titeis para se medir 0 bom estado dos diodos e transistores. Para tanto, tém na esca- la de resisténcia (ohms) uma posigo especial para este teste, marcada com 0 simbolo (>). Nesta posigdo e com as pontas de teste conectadas como se mostra na figura 5.8, deve aparecer no display uma leitura proxima de 0.7 se 0 diodo for de silfcio e de 0.5 se 0 dio- do for de germanio. Se as pontas de teste forem invertidas, a leitura deve ser maior que | 31 rear Baked Figura 5.8 O teste de diodos 6 feito colocando-se 0 botio seletor no local marcado com 0 simbolo de um diodo. a) Neste caso conecta-se a ponta positiva (vermelha) no anodo e a ponta negativa (preta) no catodo. A leitura 6 préxima de 0.7. b) Conecta-se a ponta preta no anodo e a vermetha no catodo. A leitura 6 superior a 1. ‘Teste de transistores. Os transistores podem ser testados utilizando-se © mesmo procedimento que se descreveu para os diodos, medindo-se as unides base-coletor e base-emissor. Se o tran- sistor for um NPN (por exemplo um 2N3904), coloca-se a ponta vermelha na base e com a ponta preta tocam-se o coletor e o emissor, observando a medig3o mostrada em cada caso, Esta deve ser, como nos diodos, de 0.7 aproxi- madamente se a unio estiver boa. Se for mar- cado um valor baixo, igual ou proximo a 0, existe um “curto” ou se ndo marear nada, 0 transistor est4 “aberto”. Também se deve realizar o teste entre 0 cole- tore o emissor no qual nao se deve visualizar nenhuma leitura. Este teste deve ser feito com as pontas de teste colocadas em ambos os sen- tidos. Para os transistores PNP inverte-se a ponta que se conecta a base. Neste caso colo- ca-se a ponta preta nele e se realizam os mes- mos testes descritos no pardgrafo anterior. Este 32 procedimento € similar ao que se descreveu no multimetro analégico. Alguns multimetros digitais possuem um teste direto de transisto- res para os quais contam com uma base ou socket aonde so inseridos os trés terminais do transistor, dependendo de seu tipo NPN ou PNP, e indicando na tela o valor de seu ganho (beta ou hfe). O botio seletor é colocado no local mareado hfe figura 5.9. 5.2 Fungées especi: metro digital Alguns modelos de multimetros digitais também apresentam a possibilidade de medir capacitores (capacitiincia) e freqtiéncia (Hz ou kHz) para o que se deve consultarno respectivo manual quais as faixas disponiveis. Estes testes sio muito sim- ples. No caso da medigio de capacitores, basta apenas conectar o capacitor (por fora do circui- to) s pontas de testes e ler 0 valor comesponden- te em microfarads, dependendo da e: i ver varias para esta fungiio. do multi- BHAT + Curso Pritico de Eletronica Moderna botio seletor deve estar situado no espaco adequado, conforme a medida que esté sendo realizada; neste caso deve-se ir ao ponto mar- cado com o simbolo do capacitor: Para medir a frequéncia, coloca-se 0 botao seletor na posigdo correspondente e na tela deve aparecer seu valor em hertz ou kilohertz. Al- guns modelos também incluem uma fungio para medir temperatura, para isso também deve estar disponivel um conector aonde se conecta ‘© sensor, o qual geralmente é um par térmico. Outra caracterfstica especial muito titil é a comunicagio com um computador, pois permite que se possam criar bases de dados com 0s va- lores medidos durante um perfodo de tempo determinado. Curso Pritico de Eletrénica Moderna + CHKCIT Medida 4 Figura 5.9 Prova de transistores em um multimetro digital que possui uma base especial para tal fim. Neste caso se mede um transistor NPN 2N3904, Na tela do display se mostra o ganho do mesmo, sendo que tal grandeza 6 conhecida como beta ou hfe, Para obter uma leitura correta deve-se colocar os pinos do transistor no local adequado. Figura 5.10 Multimetro com funcdes especiais 33 Muttimetro portatil. E 0 tipo mais utilizado; a precisdo e qualidade estao diretamente relacionados com 0 prego. O ideal para © praticante & comprar 0 melhor que seu orgamento Ihe permitr. ‘Multimetro com tela grafica. Sa0 muito Uiteis quando se precisa anatisar a forma de onda do sinal que se esté medindo. Neste caso 6 mostrada uma onda de corrente alternada. er 3SaS 25> ‘Multimetro de escritério 34 Multimetro de bolso. S40 muito praticos j4 que podem serem levados a qualquer lado, ‘embora sua precisdo néo soja a melhor. ‘Multimetro com interface para conexéo a um computador Figura 5.11 Diferentes tipos de muttimetro digital. Existe uma grande variedade de multimetros digitais. Aqui podemos apreciar os elementos comuns a todos eles, como a tela ou o display, 0 bot seletor e as extremidades para as pontas de teste. Deve-se notar que existem modelos portateis e de mesa, dos quais 08 primeiros sao os mais usados. {> ©ENCIT + Curso Pratico de Eletronica Moderna Te Mae eed Er LE Lk sre oced ad da CEKIT PRATICA N° 6 Manuseio do modulo de ensaio basico EB-1 da CEKIT Este pratico médulo de ensaio permite realizar a montagem das experiéncias de forma rdpida e simples. Possui todos os componentes necessdrios, como a fonte de alimentacao CC varidvel, saidas de tensdo CA, alto- falante, multimetro e protoboard, razdes pelas quais é considerado um elemento indispensavel para todo principiante em eletrénica. iéncias elet cas sio necessdrias uma série de elementos o Quando se realizam exp mo fontes de alimentago, multimetro, pro- toboard, ete, além dos componentes. Isto im- plica que © praticante deva adquirir ou cons- truir os aparelhos mencionados, exereicio que pode resultar um pouco caro quando niio se possui o tempo, as ferramentas ou os conhec mentos necessrios. Para veniente, for solver este incon- m criados os médulos de ensaio Curso Prético de Eletronica Modernas Cl=ACiT ‘ou “trainers” como sio chamados em inglés Esses aparelhos incluem os recursos mencio- nados anteriormente dentro de um s6 chassis e com todas as conexdes prontas, simplesmente esperando para serem utilizados O médulo de ensaio basico EB-1 da CEKIT foi projetado pensando em facilitar a montagem e as provas das diferentes expe- rigncias estabelecidas no volume de Eletré- 35 Conexéio do Saidas altofalante cA one Votimetro Interruptor liga i desiiga Botio para aluste Alto da fonte falarte—_ Saidas da fonte Protoboard com 850 pontos Muitimetro de conextio analégico Figura 6.1. Partes do médulo de ensaio. O EB-1 precisa ser conectado somente na linha de alimentagéo de 110 ou 220 VAC para que possa entrar em operagao. Nele existe um interruptor geral que, ao ser acionado, ativa a fonte CC varidvel e as saidas de voltagem CA. O alto-falante é independente do resto do circuito, portanto seus dois cabos devem serem conectados ao projeto que esta sendo utiizado. O multimetro, por sua vez, pode ser separado do treinador para realizar medicdes em outros circultos, nica Basica e no volume de Projetos do Cur- so Pratico de Eletrénica Moderna. Embo- ra, obviamente, seja uma ferramenta de uso geral para qualquer praticante, colégio, ins- o ou universidade. 6.1 Componentes do médulo de ensaio basico Os elementos que ajustam 0 médulo de en: saio sdo independentes entre si; portanto, fa remos separadamente a descrigdo de cada médulo. E muito importante, para a correta realizagao das praticas, que o experimentador conhega e aprenda a manusear cada um des- tes blocos. 36 Fonte C.C. varidvel Esta é uma fonte cuja tensio de saida pode ser facil- mente ajustada a um valor entre 1,5. 25 volts, com umacorrente maximade 1 Ampére. Essa fonte éem- pregada para alimentar as experiéncias que sdo reali zadas sobre o protoboard as que sejam montadas em circuitos impressos extemos. Para selecionar a tensio, utiliza-se um potenciémetro que possua um botio seletor para facilitar sua manipulagdo. Afinal, para indicar qual é o valor do mesmo em cada mo- ‘mento, se dispde de um voltimetro anall6gico. Adi onalmente, a saida possui um conector de pressfo, 0 abos que ali serdo instalados, possam ser implantados e retirados facilmente, Na figura qual permite que os mostrada a fonte de tensao. ©BKET + Curso Pritico de Eletronica Moderna 4 Te deed 6. Manuseio do médulo de ensaio basico EB-1 da CEKIT pee ce Saida de tensao CA Esta fonte de tensio alternad: faz parte do mesmo transformador que alimenta a fonte CC, consiste de 4 safdas nas quais o praticante pode tomar uma tensio de 6, 9 ou 12 VCA. Estas saidas podem ser utilizadas para as priticas de retificagao de sinais, transformadores, constru- do de fontes de alimentagio e em geral para qualquer experimento que seja requerido. Figura 6.3 As saidas CA possuem conector de pressao igual aos outros médulos, isto facilita o trabalho do praticante jé que permite uma conexo répida e segura. As tensdes que entregam cada saida estdo marcadas no respectivo conector . Se se deseja obter 6 volts por exemplo, deve-se utilizar os conectores marcados 0 e 6. Se se deseja obter 3 volts deve-se utilizar os conectores marcados 6 @ 9. Isto devido as tensdes que se subtraem entre si. A melhor forma para verificar que os niveis de tensao esto num valor adequado é utilizar o multimetro do ‘médulo de ensaio para fazer as medicdes correspondentes. Quando as saidas ndo possuem carga conectada, o valor da tensao pode ser um pouco maior ao especificado. No ‘momento de conectar uma carga, estas devem tomar o valor nominal. Curso Prético de Eletrénica Modernas CNC Figura 6.2 Nesta fonte de alimentacao o usuario sé tem acesso aos conectores de saida, jé que o circuito impresso e 0 transformador encontram-se dentro do cchassi. Para colocar um cabo nestes conectores s6 se deve pressionar para baixo 0 botao para tal fim. A tensao que est presente na saida é exibida por meio de um voltimetro analogico, Para ajusta-io ao valor desejado, deve-se somente girar o potenciémetro. La ENTRENA| BASICO 37 Figura 6.5 0 painel posterior inclui uma saida de CA ‘com a mesma tensao com que esta sendo alimentado ‘2 méduilo de ensaio, esta serve para alimentar outros aispositivos. Além de conterem os fusiveis de protegao, para ter acesso a eles deve-se somente Girar a tampa do porta-fusiveis. ee ee Made leed Figura 6.4 Uma forma de saber se o alto-talante ‘encontra-se em bom estado consiste em medira resisténcia da bobina do mesmo, para isso pode-se utilzar ‘omultimetro que esta incorporado ao médulo de ensaio, O alto-falante ste é um elemento utilizado nas pr eas que necessitam de sinal sonoro, como é 0 caso dos eradores de sinal e tam- bém os amplificadores de atidio. Possuem uma alarmes, os osciladores, impedancia caracteristica de 8 ohms ¢ uma po- téncia de 0,25W. Para utiliza-lo, dev te se somen: conectar seus dois cabos ao circuito em teste, O painel posterior O médulo de ensaio EB-1 possui dois fusiveis, um de0 madoreum de 1A que esté conectado na entrada da fonte CC varidvel. Também se dispde de uma saida de 10VCA, a qual & de grande utilidade qu nao dispormos de outra tomada de corrente e ne- cessitamos conectar outro aparato, por exemplo um A que vai conectado ao primeiro do transfor indo ferro de solda ou algum elemento para prticas, di- ‘gamos, uma limpada, ou um motor CA. Se osiste- ma se alimenta com 220VCA, esta mesma tensio (220VCA) é a que se entrega na saida. Uma vez que foram revisados todos os ele- Mentos que sio solicitados para a montagem do experimento, pode-se comegar a conectar a fonte de alimentagdo e todos os recursos do a eh 2 médulo de ensaio que serao utilizados. Figura 6.6 Uso do médulo de ensalo. Quando formos realizar um experimento, podemos fazer toda a montagem no protoboard que esta incluido no médulo de ensalo. Antes de conectar a fonte de alimentacao, esta se deve ajustar ao valor adequado, para isso conta-se com 0 multimetro que também faz parte do EB-1 38 ©BKET + Curso Pritico de Eletrénica Moderna 7. Como organizar a area de trabalho PRATICA N° 7 Coémo organizar a area de trabalho Todo hobista ou praticante da eletrénica sonha em ter na sua propria casa uma oficina ou um laborat6rio, no qual possa- dar vazao a todas suas inquietudes e desejos de aventura com a ciéncia eletronica. Nesta pratica veremos a forma de adequar um pequeno espaco para montar uma oficina de eletrénica, tendo um resultado muito econémico e suficiente para satistazer nossas necessidades. A comodidade que se obtém ao trabalhar 7.1 O que é necessario numa rea adequada especialmente para as pri- Se revisamos a lista dos elementos basicos que ticas permite conseguir uma maior produtivi- so requeridos para trabalhar na eletronica, dade, melhor aproveitamento do tempo e so- _chegamos.a conclusio de que nao é um mimero bretudo, trabalha-se de forma mais agraddvel muito grande, Vejamos; uma mesa ou bancada € segura. Além de ter um local especial para o de trabalho aonde realizam-se as tarefas, 0 ins- desenvolvimento destas atividades pode-se tra-_trumento para medidas na eletronica por exce- balhar sem causar moléstias as outras pessoas léncia, que é o multimetro (andlogico ou digi- que convivem no mesmo local. tal), embora, se o orgamento Ihe permite, seria Curso Pritico de Eletrénica Moderna C&RCIT 39 EE ee Bema dard muito bom contar com um oscilosc6pio. Tam- bem um ferro para soldar, bem como as ferra- mentas manuais como um alicate de bico, um alicate de corte e uma chave de fenda, que sio elementos muito importantes. No momento de desenhar o local de traba- Tho também € necessirio pensar aonde se vai guardar os componentes eletrdnicos como re- sistores, transistores, capacitores, etc., como toda uma série de acess6rios que vaio acumu- lando através do tempo e da realizagiio dos ex- perimentos. Por tiltimo e como elemento in- dispensdvel, necessita-se de uma boa instala- cao elétrica para conectar o ferro de solda, a fonte de alimentago, algum aparelho que es- teja em teste, um osciloscépio, ete. Antes de instalar a oficina deve-se escolher 0 local mais adequado da casa, seja na garagem, no esttidio, na sala, etc. Para isso deve-se levar em conta alguns aspectos como a boa iluminagiio, que € um fator importante em quase qualquer ativida- de humana; a seguranga, tendo toda quando exis- tem criangas em casa. Por tiltimo, a ventila aspecto fundamental quando se trabalha com sol- dagem ja que si liberadas algumas sustincias t6- xicas que poderiam resultar numa intoxicagao se aspiradas em grandes quantidades. O mesmo acon- tece quando so manipulados os quit fabricar circuitos impres Outros aspectos um pouco menos J determinantes, mas que se devem ana lisar sao: se escolher um local dentro da casa © este possuii um tapete, devemos por no piso algum tapete ou material que o proteja para que niio se queime em caso de queda do ferro de solda no piso; se o local destinado para traba- Ihar é a garagem por exemplo, deve-se ter espe- cial cuidado de ver que nao exista umidade nas paredes e nem no piso, isto pode ser perigoso quando se esté fazendo experimentos que sio manuseados altos nfveis de tenso (por exem- plo 110 ou 220VCA da rede piblica). 40 7.2 Desenho do local de trabalho A bancada de trabalho Para comegar, deve-se procurar a bancada de trabalho m nais adequada. Se se dispde de uma mesa ou escrivaninha de madeira é suficien- te, mas se no, deve-se construir uma que cumpra com umas condigées minimas con- forme as dimensGes. Uma mesa que tenha 1 metro de largura por 70 cm de profundidade pode ser suficiente, embora se 0 orgamento e © espago zer maior. Deve- da mesma. disponivel permitirem, pode-se fa- € ter especial cuidado com a altura jd que normalmente se trabalha sen- tado e portanto precisa-se garantir que a posi- gio da pes: figura 7.1 soa seja a mais cOmoda possivel. Na € demonstrado o plano de uma ban- cada de trabalho simples. Se se deseja construir uma bancada de tra- balho com todos os servigos e facilidades pos- siveis, deve-s anexar um armério ou gaveta para guardar-as‘ferramentas de mio como cha- ves de fenda, alicates de bico, desencapador de fios, ete. icos para ae =e cuir 4.00m Figura 7.1 Uma mesa ou uma simples bancada de trabalho é suficiente para comegar a desenvolver 0s experimentos e praticas eletronicas; para Ser possivel, deve-se conservar umas medidas minimas que permitam realizar todas as atividades de forma ‘mais cémoda possivel. ‘* Curso Prético de Eletronica Moderna ‘ ‘ ‘ Carr aed : Também deve-se considerar a in- corporagao de uma superficie plana ele- vada alguns centimetros a partir da parte superior da mesa, com a finalida- : de de colocar ali os instrumentos de medida e obter, assim, uma leitura mais, répida. Este espaco dedicado & instru- mentagdo, pode ser construido como se fosse uma pequena bancada de tra- balho, com uma altura de 20 a 30 cm e uma largura igual a uma mesa. Na fi- gura 7.26 mostrado o desenho de uma bancada de trabalho com algumas racteristicas especiais. ca- } : ) ) Adicionalmente, para acomodar , de uma forma ordenada os cabos, clipes e pon- ; tas de teste dos diferentes instrumentos, pode- mos utilizar ganchos ou algum elemento simi- lar que possa ser fixado em um dos lados da bancada de trabalho ou na parede. Outra op¢ao ; ndo menos interessante é procurar no merca- ) ) ) ) ) ) do uma baneada de trabalho que cumpra os requisitos exigidos para os trabalhos de ele- Area para aparethos Figura 7.2 Uma bancada de trabalho com mais servicos inclui uma gaveta para guardar ferramentas e uma area para instrumentos que se localiza um pouco mais elevada do resto da ‘mesa. Is80 com o fim de faciitar a leitura das medidas. caKir Curso Prético de Bletronica Moderna * Figura 7.3 O trabatho do hobista ou do estudante de eletronica fica muito mais agradavel quando se dispde de um lugar préprio especialmente para estes trabalhos. Da mesma forma, 0 ambiente que rodeia o local aonde esta instalada a bancada de trabalho deve cumprir os requisitos minimos de higiene e seguranga. intre essas existem diferentes mo- delos que devem ser escolhidas de acordo com 0 espago disponivel e com os servigos especiais que sejam necessdrios. Como carac- teristica especial, a maioria delas vém re- cobertas por uma lamina plastica para facili- tar sua limpeza e para tomné-las muito mais apresentaveis. tronica. Ainstalacao elétrica A instalagio elétrica € parte muito importante da bancada de trabalho. Para sua implementa- do temos varias opgdes. A primeira 6 utilizar os chamados tomadas miltiplas ou multitoma- das (extensGes elétricas); apresentam-se com diferente mimero de saidas e com diferentes formas fisicas. Contam com um interruptor ge Fal’ nos modelos mai especializados se inclui uitos, jé que possuem um interruptor tipo breaker. A vantagem apre- sentada pelo uso desses aparelhos € que sao muito simples de utilizar e nao requerem insta- lagGes elétricas complicadas. a == = Figura 7.4 As tomadas miltiplas sao uma solucéo répida para a instalagao elétrica da bancada de trabalho. Elas incorporam um bom numero de saidas e, em alguns casos, contam com protecao contra picos de tensdo e curto-circuitos, A segunda opgio ¢ fazer a instalacao elé- trica totalmente. Para isso deve-se instalar as tomadas na bancada de trabalho, de tal forma que seja facil 0 acesso a elas para co- nectar os aparelhos ou instrumentos que vamos utilizar. O cabeamento deve ser feito © mais oculto possivel, primeiro por segu- ranga e segundo por estética. Além disso, se deve esquecer que a instalagao do aterra- mento é muito importante; se nao estiver dispontvel, deve ser realizado da melhor for- As gavetas para componentes Para nao causar desordem na dea de trabalho e de passagem e assegurar que as coisas sem- pre estarao em um local onde possam ser en- contradas facilmente, deve-se destinar algum compartimento especial para guardar os com- ponentes eletrénicos, Para isso podemos utili- Zar as gavetas ou armérios especiais encontra- dos nas lojas de ferragem e armazéns de arti- 205 domésticos. Cada gavetinha deve ser mar- cada com uma etiqueta, indicando que materi- ais contém. No caso de nio se dispor delas, pode-se recorrer ao uso de bolsas plasticas das que possuem fecho hermético. O plastico des- ses artigos 6 de boa espessura, jd que sio feitas para trabalho pesado. 42 Se o local de trabalho esté em uma drea com muito transito ou em um local onde nao é possivel ver toda a desordem prépria das ofici- as, pode-se utilizar um biombo ou uma corti- na para ocultar a bancada de trabalho e os de- mais elementos que esto sendo utilizados. A forma corho se organizam todos os elementos na sala ou rea de trabalho de- pende de cada caso em particular; a coloca- Ho da mesa, as gavetas, as estantes e qual- quer outro elemento deve ser feita da forma mais adequada, buscando as condigdes mais, favoraveis de iluminagao, ventilagao e co- modidade para 0 usuario Figura 7.5 As gavetas ou armérios para guardar ‘componentes sao uma excelente opao para ‘armazenar os materiais de trabalho de forma ordenada. A vantagem que apresentam é que podem ser colocadas sobre a mesa de trabalho, sobre estantes ou podem er fixadas na parede. ceKir * Curso Pratico de Eletronica Moderna Eerie) 8. Planejamento e desenvolvimento de projetos PRATICA N° 8 Planejamento. e desenvolvimento Quando se empreende o desenvolvimento de um projeto eletrénico deve-se ter em conta varios fatores; por exemplo, qual 6 seu propésito ou finalidade, que ferramentas e componentes sdo necessérios para sua elaboracao, a disponibilidade dos mesmos, como sera embalado ou qual a sua apresentagao final, etc. Todos esses aspectos devem ser levados em conta antes de se iniciar, jé que de seu bom planejamento depende, em grande parte, o sucesso ou 0 fracasso do projeto. Terminar um projeto que era apenas uma idéia ou um esbogo sobre um papel é uma das atividades mais gratificantes para os pra- ticantes da eletronica. Porém, para consegui- lo, € necessario que se cumpram certas con- digdes as quais devem ser estabelecidas pre- viamente, como a facilidade para conseguir os componentes, possuir o instrumental ne- cessrio tanto para a construgio do projeto como para seu teste e calibragdo; segundo a complexidade do projeto deve-se ter os co- nhecimentos necessérios e 0 maior volume de documentagao possfvel, etc. Curso Pritico de Eletronica Moderna» tankeir de projetos Consideracées iniciais A elaboragao de um projeto eletrOnico é uma tarefa relativamente simples. Apenas exige-se ter alguns conhecimentos basicos na érea, como a identificagdo dos componentes, tanto em sua forma fisica como em sua representago em um diagrama, e o conhecimento das unidades de medida com que se trabalha; também se deve conhecer um pouco sobre a interpretagio de planos ou diagramas eletrOnicos e, por tiltimo, ter algumas habilidades manuais para realizar corretamente os processos de montagem e sol- dagem. Outros aspectos que devem ser leva- 43 Figura 8.1 Existe grande quantidade de projetos que podem ser realizados pelo hobista. O mais importante é ‘escolher um de acordo com o nivel de conhecimentos que se tenha adquiriao. dos em conta so os que foram mencionados em paginas anteriores e que tem a ver com 0 local de trabalho e as ferramentas e instrumen- tos necessérios para levar a cabo o trabalho proposto. Tendo em conta 0 citado, podemos identi- ficar todos as etapas envolvidas no desenvol- vimento de um projeto, as quais so quase as mesmas em todos os casos: + Escolha do projeto * Obtengdo dos materiais + Elaborago do protétipo * Teste do circuito * Projeto e elaboraco do circuito impresso + Montagem do circuito * Projeto e elaboragio do chassi + Montagem final e teste * Corregio de erros, se houver Escotha do projeto, O projeto que se escolha deve satisfazer alguma necessidade especifi- ca, como a comprovagao de alguma teoria es- tudada em uma aula, solucionar algum proble- 44 Ce ma em casa ou no escrit6rio, servir como ins- trumento de trabalho na oficina ou laboraté- rio, etc. Visto que existem uma infinidade de projetos diferentes que podem ser realizados pelos praticantes, 0 mais légico seria iniciar pelos mais simples e, & medida em que vamos adquirindo conhecimentos e destreza, podemos ir aumentando o'grau de dificuldade dos mes- mos. Na figura 8.1 mostramos alguns dos pro- jetos que se realizam com maior frequéncia. Os projetos ideais para iniciar sfio aqueles que permitem comprovar as teorias estudad: nos cursos, tais como fontes de alimentagio, pequenos amplificadores, temporizadores, jo- g0s de luzes, etc. Depois destes, os instrumen- tos que so titeis para o trabalho em eletrénica so uma boa opg’o como por exemplo os ge- radores de sinal, os provadores de componen- tes, provadores de estados I6gicos, etc, Assim, com o passar do tempo, os projetos yao mu- dando de nivel até chegar aos mais avancados entre os quais pode-se incluir dispositivos para comunicagées, projetos de automatizagao in- dustrial ou aparelhos para ser conectados a computadores que possam desempenhar traba- Ihos de controle. Figura 8.2 No ‘mercado existe uma boa quantidade de Publicagées especializadas ‘onde podemos encontrar muitos projetos féceis de construir. ©ENCIT Curso Pritico de Eletrinica Moderna Nace) As fontes para selecionar os projetos siio muito variadas, anteriormente era necessé- rio recorrer as revistas estrangeiras que sio publicadas em inglés ou as poucas publica- gGes que se conseguia em portugués. Hoje em dia existe uma boa quantidade de publi- cages especializadas que circulam em qua- se todas as cidades. Dentro desse grupo de publi Ses destacam-se as da CEKIT, as quais se caracterizam por ter projetos faceis de construir, guiados com a metodologia de aprender fazendo, estas incluem os fascfcu- los e enciclopedias de Seu Futuro é a Eletré- nica jé em circulagao e os futuros langamen- tos de Eletrénica Digital, Microprpocessa- dores, etc. Na figura 8.2 mostramos algumas dessas fontes. Em resumo, selecione projetos ficeis de montar, que estejam de acordo com seus conhe- cimentos, que possam ser realizados sem maio- res dificuldades e o mais importante, nio se de- sanime quando algum deles nao funcione, isso € muito normal sendo além disso a melhor ma- neira de aprender e por a prova nossas capaci- dades, A obtencao dos componentes Uma das tarefas fundamentais e que se deve desenvolver antes de qualquer outra coisa é a reuniao dos materiais nece: s para montar 0 projeto. Para este trabalho, exige- se que 0 experimentador adquira uma certa habilidade, a qual se consegue através do tempo ¢ do desenvolvimento de praticas e experimentos. Para encontrar os materiais que sio exigidos existem varias possibili- dades. Se seguimos uma ordem l6gica, o primei- ro local para procurar é em nossa propria ofi- cina ou laboratério, ja que normalmente de- pois de realizar algum projeto sobram alguns elementos como transistores, diodos, resis- téncias, etc., além de uma série de acess6ri- Curso Pritico de Eletronica Modernae @uancitr EO FA Figura 8.3 Um kit eletrénico 6 um conjunto de com: Ponentes que inclui o circuito impresso e em algum- has ocasides 0 chassi, para montar um determinado Projeto 08 que vio se acumulando. O préximo local para procurar é nos fornecedores locais: eles podem ser encontrados na lista telefonica, na seco de eletrOnica e de artigos elétricos. O mais importante é encontrar aqueles que pos- sam oferecer os componentes necessirios a um baixo custo, de forma répida e que, além disso, garantam boa qualidade. Se nas lojas locais no se conseguirem 0s componentes de um projeto, deve-se re- correr aos fornecedores nacionais, os qui geralmente possuem grande variedade de ma- teriais e, além disso, prestam o servigo de venda por correio. Nesses casos apenas exi- ge-se averiguar por telefone ou via fax a dis- ponibilidade e os precos dos elementos pro- curados, para em seguida, simplesmente fa- zer 0 pedido, ‘A melhor forma de conhecer esses for- necedores é através das revistas especializa- das, nas quais aparecem avisos publicitérios dos principais distribuidores; outra forma é averiguando com os colegas ou aficionados da mesma cidade. Se os componentes neces- dirios so muito especiais e ndo sido conse- guidos em nivel nacional, podemos procura: los através de fornecedores internacionais, localizados geralmente nos Estados Unidos 45 ‘A forma para conhecer es- ses fornecedores é a mesma dos fornecedores nacionais, ainda que também se possa fazer uma busca através da Internet. Uma das formas mais f4- ceis e rapidas de conseguir os componentes para montar um projeto é adquirindo-os em for- ma de kit. Um kit eletronico, figura 8.3, é um conjunto de componentes que inclui circui- to impresso, o manual e muitas vezes o chas- si, o qual facilita enormemente a tarefa de ar- mar um aparelho completamente. A monta- gem de kits foi por muitos anos uma das ati- vidades favoritas dos aficionados e pratican- tes da eletron Outras etapas requeridas no desenvolvimento de projetos Uma vez que estejam preparados todos os ele- mentos para iniciar o projeto, a etapa seguin- te € armar 0 circuito em um protoboard, tal como foi descrito na pratica N°2 do Curso Basico de Eletrénica Aplicada CEKIT. Des- ta forma, se podem ser feitos todos os testes até que estejamos seguros de que 0 projeto funciona corretamente, Em seguida a isso de- vemos realizar o circuit impresso, figura 8.4, © qual permite situar todos os componentes e igura 8.4 Os circuitos impressos permitem localizar e sokdar os com: onentes que formam um Circuito eletrénico. 46 eee eee) Figura 8.5 Chassis ‘ou caixas para projetos soldé-los para que as conexdes sejam seguras € a montagem final seja o mais cOmoda pos- sivel. Para o projeto do circuito impresso exi tem varios métodos, cada um dos quais inclui diferentes etapas. Na pritica seguinte dedica- remos um bom niimero de paginas a este tema. Quando tivermos 0 circuito impresso terminado e conhecermos todos os elemen- tos e acessérios que devem acompanhar 0 projeto, prosseguiremos ao projeto do chassi ou caixa onde se guardam todos os compo- nentes, figura 8.5. Esta parte do desenvol- vimento do projeto é de grande importincia ja que ao final, o chassi € a parte visfvel para o usuario. As caixas para projetos podem ser metilicas, plasticas ou de acrilico; a esco- tha do material a utilizar depende de cada caso em particular, jé que se deve levar em conta a aplicagao, 0 local onde se vai insta- lar o aparelho, o orcamento disponivel, ete Adicionalmente, pode-se escolher entre pro- jetar um chassi especial para 0 projeto ou conseguir no mercado um que jé esteja ter- minado e acomodar todos os componentes dentro do mesmo, Em uma pratica posterior veremos alguns aspectos relacionados com 0 desenho das caixas para projetos. cexir '* Curso Pratico de Eletronica Moderna PRATICA N° 9 Projeto e fabricacao O projeto de circuitos impressos 6 um trabalho que combina paciéncia, ciéncia e arte. Quem a realiza deve ter, além dos conhecimentos sobre materiais técnicas, muita criatividade habilidade para conseguir acomodar de forma ordenada menor espaco possivel, todo: componentes do circuito. Quando estamos desenvolvendo um pro- jjeto, a primeira prova de funcionamento deve ser feita sobre o protoboard ou mesa de provas sem soldagens. Depois disto, deve-se construir © circuito impresso, 0 qual permitir colocar facilmente todos os componentes de forma se- gura. Este tiltimo é um elo essencial para levar a feliz termo a construco do aparelho. Adicio- nalmente, existem diferentes classes de circui- tos impressos e diferentes métodos para proje- té-los. No desenvolvimento desta pratica vere- mos algums aspectos importantes envolvidos neste tema. Curso Pritico de Eletrinica Modernas ©umacitr de circuitos impressos i Age | y O que é um circuito impresso Um circuito impresso é uma placa ou lamina isolante que tem aderidas linhas condutoras muito finas por um ou ambos os lados e sobre © qual so montados os componentes eletroni- cos que formam um circuito. As linhas condu- toras ou tragos, so utilizados para estabele- cer as diferentes conexdes entre os elemen- tos do circuito e em seus extremos tem oriff- cios nos quais so colocados e soldados os ter- minais dos componentes. Popularmente, os s impressos recebem o nome de pla- a7 zie Figura 9.1 Diferentes tipos de circuitos impressos a) De uma face, b) Flexivel, c) De dupla face Anteriormente, os aparelhos eletrdnicos deviam levar cabos entre todos seus compo- nentes jé que nao se dispumha de nenhuma téc- nica para facilitar o encaixe. Com o de- senvolvimento da tecnologia e a invengio de novas técnicas, obteve-se o aperfeigoamento dos circuitos impressos, os quais representam um papel muito importante no de- senvolvimento da eletronica moderna, eles apresentam muitas vantagens na hora de armar um projeto tais como: io dimi- + Facilitam as conexées ¢ portanto nuidos os erros + Seu uso permite conseguir a miniaturizagio de muitos aparelhos + Permitem realizar facilmente trabalhos de montagem ¢ reparagaio. + Servem como suporte fisico para os com- ponentes * Proporcionam umiformidade nas séries de produgiio Tipos de circuitos impressos Os circuitos impressos podem ser rigidos ou flexiveis ¢ se classificam conforme 0 niimero de capas condutoras que possuem. Por exem- plo, os de uma capa, os de duas capas ou dupla face e os multicapas, os quais deve-se especifi- car o mimero de ondas, Na figura 9.1 sio mos- trados os circuitos impressos de diferentes ti- pos. Os de tipo rigido e uma s6 face, so os mais utilizados nos circuitos simples e sobre eles cen- traremos nossa atengdo. Em aparelhos com muitos circuitos integrados como memérias, microprocessadores, portas légicas, etc., so uti- 48 lizados os de dupla face e em circuitos muito complexos como os computadores, so empre- gados circuitos multicapa. Passos para a elaboracdo de um circuito impresso O projeto ou desenho de um circuito impresso parte do plano ou diagrama esquemitico do cir- cuito, figura 9.2a. Com esta informagaio devemos, chegar a elaboragiio de uma placa aonde sio montados e soldados os componentes, fig Figura 9.2 Equivaléncia entre o diagrama esquematico e ocircuito impress ceKiT © Curso Prético de Eletronica Moderna O diagrama deve ser 0 mais claro pos- sivel e conter o valor exato de seus compo- nentes quer estejam escritos em forma dire- ta, por exemplo, 100 ohms a 1/2W para um resistor, ou indicados com as referéncias Rl, R2, Cl, C2, etc., ou que exista uma lista de materiais com os dados necessdrios. Desta informagao depende a configuragao do cir- cuito impresso ja que a forma e tamanho dos diferentes componentes dependem do seu valor (unidades de medida e especificagdes). Do mesmo modo que um aparelho eletroni- co completo, um circuito impresso também é fa- bricado em forma de protétipo experimental, ¢ a0 utiliz4-1o, montando um circuito de teste, pode ser melhorado ou reprojetado até que cumpra todos os requisitos técnicos e de estética espera- dos. Para a fabricagdio de um protétipo de circui- toimpresso de uma sé face, que € 0 tema que nos interessa por enquanto, devem ser seguidos os seguintes passos: 1. Desenho dos tragos do circuito para que to- dos os componentes sejam conectados como indica o diagrama esquematico, Pode serem uma folha de papel ou na tela do computa- dor. Figura 9.3 Lamina de cobre sem Processar. Sobre a ‘mesma deve-se desenhar 0 circuito impresso. ina se oe ESS Laming asianto {aavobia Hora de vcio) Figura 9.4 Circuito ‘impresso terminado. 0 ercloreto férrico se encarrega de rebaixar 0 cobre em excesso. cuir Curso Pratico de Eletrénica Moderna * PDE ene eee 2. Traslado ou cépia do desenho para a super- ficie da lamina de cobre. 3. Eliminagao ou diminuigao do cobre em ex- ccesso para que fiquem somente as linhas do circuito 4. Perfuragio dos orificios para os terminais, dos componentes, Na figura 9.3 temos 0 aspecto e aconfi- guragdo da lamina especial fabricada para esta finalidade, antes do processo de dimi- nuigéo. Como ja mencionamos, é formada por uma lamina isolante, geralmente baque- lite ou fibra de vidro, com um dos seus lados recoberto totalmente por uma lamina muito fina de cobre, Na figura 9.4 temos o circui- to impresso terminado apés a eliminacdo do cobre em excesso. A parte mais critica deste processo é 0 desenho dos tragos ou trilhas do circuit im- Presso, ou seja, a localizagao dos compo- nentes € a unio dos seus terminais até com- pletar o diagrama esquematico. O traslado deste desenho para a lamina de cobre pode ser realizado por diferentes métodos, tais como: 9 marcador ou caneta de tinta resi tente ao Acido, por screen, com o sistema fotogréfico (photoresist) e com laminas de transferéncia de toner para impresoras a laser ou fotocopiadoras. A eliminagao do excesso de cobre é realizada submergindo a lamina com o desenho em um composto corrosivo como o percloreto férrico, o qual ataca aquele metal ¢ o dissolve. Por tiltimo, as perfuragées para os ter- minais dos componentes em um circuito impresso, permitem a montagem dos com- ponentes sobre a superficie que nao possui cobre © cujos terminais sio soldados nos condutores do lado oposto. Todos estes pro- cessos serio explicados detalhadamente medida que formos desenvolvendo esta pra- tica, 49 Figura 9.5 Projeto manual de circultos impressos. Este trabalho exige ‘muita imaginago e paciéncia por parte do praticante. 9.1 Técnicas para o projeto de circuitos impressos Existem diferentes formas de projetar os cir cuitos impressos. De acordo com as ferramen- tas e os conhecimentos que tenhamos, podem ser utilizados meios manuais ou computadori- zados para faz6-lo. A seguir faremos uma bre- ve descrigio. Projeto manual E 0 método mais utilizado pelas pessoas mais experientes e sobre 0 qual desenvolveremos inicialmente o tema, j4 que o seu conhecimen- to € necessdrio para avangar para os métodos mais modemos. Consiste na elaboragdo de um desenho correspondente as trilhas definitivas do circuito impresso, usando os elementos co- muns do desenho técnico tais como lapis, bor- racha, papel, réguas, esquadros, gabaritos de circulos, gabaritos de componentes, etc., (fi- gura 9.5). Inicialmente, se faz um rascunho a lépis com medidas aproximadas, partindo da locali- zaco dos componentes e do diagrama esque- mitico ou plano. Logo, vao sendo completa- das e corrigidas as linhas até atingir um dese- 50 nho aceitdvel, Este deve ser pas- sado a limpo, ou seja, finaliza- Jo com tinta nanquim: e uma vez terminado, recebe 0 nome de arte final, com o qual se faz um negativo ou um positivo foto- grafico. Se 0 desenho for feito com tinta nanquim, em um pa- pel semi-transparente, pode ser utilizado diretamente como base para 0 processo de fabricacio, tal como ser explicado mais adiante. Projeto manual com dese- nho por computador Este processo é intermediario entre o desenho manual e 0 de- senho com auxilio do computador. Neste caso, as ferramentas manuais so substituidas pelas ferramentas de um programa de desenho como €0.caso do Free-Hand nos computadores Ma- cintosh, figura 9.6, ¢ do Corel Draw, Power Point ou AutoCAD nos computadores tipo PC. Partindo do mesmo processo do desenho manual a lépis descrito anteriormente, ¢ a se~ guir, utilizando 0 computador, desenhamos na tela os diferentes elementos do circuito como so os cfrculos para os terminais, as perfura- oes e as linhas. A seguir elabora-se a arte fi- nal com uma impresora de jato de tinta (inkjet) ou laser . Disto depende em grande parte a qua- lidade do circuito impresso j4 que estes geral- mente possuem linhas muito finas e circulos pequenos que so dificeis de desenhar manu- almente. Com este método, as linhas podem ser apagadas e repetidas quantas vezes for ne- cessdrio, pode-se variar a posigdo dos compo- nentes ¢ em geral, fazer modificages, algo muito comum neste proceso. Projeto por computador ou CAD Nos dois métodos anteriores, a localizagdo dos componentes e 0 tragado das linhas é feito ceKir Curso Pritico de Eletronica Moderna Twa) rene ee) manualmente, o que toma a maior parte do tem- po. O desenvolvimento de equipamentos mais poderosos e de programas especializados para este trabalho, foi um fator muito importante no avango da eletrOnica jé que, nos circuitos com- plexos, com uma grande quantidade de compo- nentes, como € 0 caso dos cartes para compu- tador, € indispensdvel a utilizagao de circuitos impressos de varias camadas, que sfo pratica- mente impossiveis de desenhar manualmente. Para este processo, tém surgido no mer- cado muitos programas que trabalham de for- ma similar: capta-se ou leva-se a tela do com- putador o diagrama esquematico do circuito. A seguir, 0 programa gera a lista de materiais € uma lista de ligagdes denominada netlist. Com esta lista, os componentes vio sendo lo- calizados um a um, de forma manual, em uma rea definida para o circuito, Depois d-se uma ordem ao computador para que faga os tragos, € de acordo com 0 modelo, capacidade e ve- locidade da maquina, este proceso é realiza- do de forma automatica, economizando mui- to tempo no projeto. Este € 0 processo ideal ¢ sua tinica con- dicionante € 0 custo, j4 que 0 equipamento Figura 9.6 Projeto de circuitos impressos em um programa de desenho. ‘Aqui se combinam elementos do desenho manual e do desenho por Curso Prético de Eletronica Modernas CENT necessario e os programas tm um valor um pouco alto para a maioria dos orcamentos. Para as universidades, laboratérios, centros de investigacao e induistrias, é 0 método que deve ser empregado por sua agilidade e ve- locidade no desenho. Em uma pratica poste- rior vamos dedicar um bom ntimero de pagi- nas ao desenho de circuitos impressos com um programa especializado. Vamos agora explicar detalhadamente cada um desses pro- cessos, comecando pelo método manual, que como jé foi dito, é a base para todos e sem conhecé-lo, ndo podem ser utilizados os ou- tros sistemas; além do mais, porque é a me- Ihor alternativa para os principiantes. 9.2 Projeto manual de circuitos impressos O projeto manual dos circuitos impressos é uma combinagio de técnica e arte que requer talen- toe acima de tudo, paciéncia. Trata-se de loca- lizar ordenadamente, € com estética, os com- ponentes de um circuito no menor espago pos- sivel e depois unir, por meio de tragos ou li- nhas que nao se tocam entre si, os diferentes pontos de conexiio dese circuito. Cada circuito eletronico possui um dese- ho de circuito impresso dife- rente e cada pessoa o faz de diferente maneira, Portanto, a localizagao dos componentes © 0 tragado das linhas deve obedecer a certas regras. En- tretanto, no existe um proce- dimento definido e tudo de- pende em grande parte da he bilidade pessoal de cada indi- viduo para resolver o proble- ma. Na figura 9.7 temos o exemplo de um circuito eletrd- nico simples; nele podemos observar 0s diferentes compo- nentes montados sobre o cir- cuito impresso e as trilhas de 51 Potenciémetro we Trihas de cobre ‘no ereuito impresso Circuito integrado Figura 9.7 Componentes montados sobre 0 circuito impresso. cobre que esto abaixo da lamina. Na figura 9.8 podem ser observados os prin- cipais elementos que devem ser tidos em conta para o projeto de qualquer circuito impresso: + Na grande maioria dos casos, 0s circuitos impressos tem formato retangular. + Asmedidas dependem da quantidade de com- ponentes do circuito e da densidade que se possa atingir. (Agrupagdio dos componentes). * Todo circuito impresso deve possuir perfu- rages para sua fixacio no chassi, a menos que seja desenhado um tipo de montagem especial, por exemplo, um cartiio de compu- tador que é inserido em uma ranhura ou slot. * Cada terminal de componente deve possuit uma perfuragao com o fim de inseri-lo e soldé-lo. Ao redor dessa perfuragio sao es- tabelecidos os cfrculos ou ithas onde é apli- cada a solda. * As ilhas ou pontos de solda sao unidos por tragos, linhas ou trilhas de cobre para for- mar 0 circuito, de acordo com o diagrama. * Os componentes devem ocupar o espago necessério para que possam ser instalados sem encostar nos demais, mas sem deixar muitos espagos vazios. Projeto do circuito impresso Como ja vimos, o primeiro passo para 0 proje- to, apés fazer os testes do circuito em um pro- 52 toboard, é ter o diagrama definitivo com todos 08 valores dos componentes. Logo, devemos ter todos os componentes & mio, pois das me- didas e da configuragao dos terminais depende em grande parte o projeto do circuito impres- so. De alguns componentes, por experiéncia, conhecem-se as medidas, mas outros mudam de acordo com amarca e as vezes devem ser substituidos para que possamos assegurar-nos de té-los & mao. A seguir, deve-se estabelecer a forma fisi- ca geral do aparelho, Isto inclui um projeto pre- Jiminar ou tentativo do chassi para determinar como s%io montados e distribuidos os diferen- tes elementos externos, como controles, poten- ciémetros, conectores, cabos de alimentagao, interruptores, alto falantes, terminais, medido- res, indicadores (LED, pilotos ou displays), motores, sensores, etc. Isto determina as cone- xdes destes elementos com os componentes eletrénicos do circuito. Os terminais ou conec- tores devem estar préximos a essas conexées, com os condutores que vao desde 0 circuito impresso até os elementos externos. 7 Perfuragao para inserir 0s Perturagao para a se me terminais dos componenies \ | & ° oo T \ Tas de cobre que Espago ocupado fommam creuto pelos componentes Figura 9.8 Elementos envolvidos no projeto de um circuito impresso. ceKir '* Curso Pratico de Eletrénica Moderna E Paes e ae) ; } ; | ; ; ; ) j ; : ) ; i j : Até agora temos visto em linhas gerais os passos envolvidos no desenho manual dos circui- tos impressos. A partir deste ponto os trataremos de forma detalhada. Deve-se lembrar que estes ;passos so fundamentais no somente para o de- senho manual mas também para o desenho por computador que trataremos em uma pritica pos- terior. Os pontos de solda Estes pontos, chamados popularmente “donuts” ou ithas, e que em inglés recebem 0 nome de pads, so os que estio destinados a receber as perfurages por onde sto inseridos os terminais dos componentes, permitindo realizar sua pos- terior solda nos circuitos impressos. Na figura 9.9 so mostradas as formas mais utilizadas: cfr- culos, quadrados, elipses e outras formas com- postas. O tamanho destes pontos depende do tipo de terminal que se vai inserir e soldar no mes- mo. Umailha com diametro muito pequeno pode desaparecer quando for feita a perfuragio, ou com um didimetro muito grande, desperdiga 0 espago na placa, figura 9.10. Conhecimento dos componentes eletrénicos primeiro passo para a elaboragio de um cir- cuito impresso é 0 conhecimento, do ponto de vista de seu aspecto fisico, dos componentes ele- trénicos mais comuns que se encontram em to- dos 0s circuitos eletrOnicos: resisténcias ou re- sistores, capacitores, bobinas, transformadores, diodos, transistores, circuitos integrados, inter- ruptores, indicadores luminosos, conectores, etc. Este conhecimento inclui sua forma, tama- nho ou medidas, tipo de terminais ou cabos de conexio, polaridades, possiveis substituigdes, etc, Destes fatores depende em grande parte 0 desenho do circuit impresso, j4 que o funcio- namento da parte eletrOnica é estudado e cor- rigido no processo de montagem do protétipo €m um protoboard ou em um programa de s mulagao por computador. Curso Pritico de Eletronica Modernas @0CiT °e@0@ Circulos 0 “donas” © cccooe Ovalos an s LJ s o a Conjunto de donas Cuacrados para transitores, © 8 0 ED ibs noyetn, + conectores te Figura 9.9 Formas mais utilizadas para as ilhas Para o desenho do circuito impresso, deve- mos conhecer também as tenses e correntes que circulam pelas diferentes trilhas ou tragos de um circuito. Isto determina sua separagdo e espessu- ra, jd que um cireuito de baixa poténcia que fun- ciona com 6 ou 12 volts de corrente continua e uns poucos miliampéres, apresenta diferengas significativas com relagdo a um circuito que tra- balha com 110 ou 220 volts de corrente alterna- da com varios ampéres. Hi alguns casos onde também influi a freqtiéncia de trabalho. Os cir- ccuitos impressos para aparelhos de rédio freqiién- cia ou RF, por exemplo, dio a exatidao de um desenho especial. Medidas dos componentes O primeiro elemento com 0 qual devemos nos familiarizar e do qual depende o tamanho dos circuitos impressos € 0 das medidas dos com- ponentes. Isto implica determinar sua forma e tamanho e quanto a seus terminais, a quantida- de, disposigao ¢ separagdio. Vejamos agora as medidas dos componentes mais comuns nos cir- Broca para perforacion. Muy poco cobre ‘Mucho ‘cobre Diametro del treminal (0) Figura 9.10 Didmetro externo das iihas 53 9 Resistencias, i diodos, i condensadores . de tipo axial, etc. Condensadores de tipo radial Transistores Circuitos integrados Figura 9.11 Tamanho real de alguns componentes cuitos eletrOnicos. Na figura 9.11, olhando abaixo do circui- to impresso, temos varios tipos de resistores, capacitores, diodos, transistores, circuitos in- tegrados e conectores; a trilha pontilhada indi- ca 0 corpo do componente que vai acima, e como se pode ver, em cada terminal deve ir uma ilha. A disposigao dos terminais pode ter for- ma linear, triangular, retangular, em duas fi- Jas, etc. Em alguns componentes, deve exis- tir uma separacao entre este e as ilhas, com a finalidade de permitir a instalagao fécil dos terminais no momento de sua montagem. Nos resistores, diodos e capacitores de tipo axial, Figura 9.12 Forma adequada para calcular o espaco ‘ocupade por um resistor 54 ee Nee) por exemplo, deve ser deixado aproximada- mente um milimetro entre o componente ¢ 0 ponto onde o terminal ¢ dobrado, figura 9.12. Nos transistores, onde a separagao entre 0 componente e os terminais é muito pequena, as ilhas po- dem ser separadastaté permi- tir que estes tenham 0 tamanho adequado para admitira perfu- racdo sem perder 0 cobre para a solda, figura 9.13. Nos cireuitos in- tegrados, as medidas das ilhas sfo fixas jé que os terminais sfio muito rigidos e cur- tos e no podem se deslocar da medida original, figura9.14. Como é posstvel notar, 0s pontos para 95 terminais dos circuitos integrados tém uma forma diferente. Isto com a finalidade de facili tar, em alguns casos, a passagem de trilhas entre 608 terminais e para evitar curto-circuitos, com a solda, de dois pontos adjacentes. Lembre que 0 desenho deve ser feito sempre pensando no pro- cesso de montagem; um bom circuito impresso 0 facilita e um mau dificulta o mesmo. Figura 9.13 llhas para transistores As medidas dos componentes eletronicos Jo expressas geralmente em décimos de po- legada, de acordo com os pa- droes estabelecidos hé mui- to pelo sistema americano. Em nosso 80, como trabalhamos = Figura 9.14 lihas para circuitos integrados KET + Curso Pritico de Eletrinica Moderna PAC 0.3" (7.6mm) oot & (2.54mm)- 33 Dip-8 06" Dip-a4 (1.2mm) Figura 9.15 Separacao das ilhas em circuitos integrados com 0 sistema decimal, estas medidas sio convertidas em milimetros e centimetros. En- tretanto, para os circuitos integrados € neces- sdrio conservar as medidas em décimos de polegadas, pois é muito dificil desenhar as ilhas com separag6es de 2,54 mms entre eles, figura 9.15. Se vocé trabalha ou pensa em tra- balhar com freqiiéncia no desenho de circui- tos impressos, recomendamos que vocé te- nha uma régua com divisdes marcadas em décimos de polegadas (0,1”). Tragado das trilhas As trilhas que unem as ilhas nos circuitos im- pressos, devem obedecer certos requisitos me- cfinicos, elétricos ¢ estéticos, Do ponto de vi tamecanico, deve- se ter a medida exata, Se forem muito finas, po- dem se quebrar no processo de dimi- nuig&o quimica e se forem muito grossas, nao dei- xam espago para outras trilhas ¢ ithas aumentando Figura 9.16 Capacidade de sem necessidade 0 corrente permitida nas trilhas tamanho do circui- 4¢ 4m circuito impresso Curso Pritico de Eletrinica Modernas CRRCET to impresso. Eletricamente, sua largura deter- mina a capacidade da correnteem amperes que podem manusear. Para circuitos de baixa po- téncia, uma trilha de 0,5 mm é suficiente na maioria dos casos. Se houver espaco disponi- vel, pode ser utilizado 1 mm como espessura para todas as trilhas. : Se houver partes do circuito que conduzam correntes altas, como nas trilhas da fonte de ali- mentagdo, ou em circuitos de corrente alternada tais como cabos de entrada, relés, triacs, etc. de- vem ser utilizadas trilhas mais grossas. Na figu- 129.16 sio especificadas as espessuras recomen- dadas de acordo com a corrente a ser conduzida por uma trilha do circuito. Primeiros passos para o desenho Embora nao existam regras ou pardimetros exa- tos para este procedimento, vamos dar algu- mas sugestdes para facilité-lo. a) Trabalhe sempre com ldpis, j4 que com cer- teza o desenho vai ser corrigido muitas ve- zes antes de ficar pronto. b) Disponha de bastante tempo para analizar mi- nuciosamente o diagrama esquemitico: cer- tamente Ihe surgirio varias idéias sobre a me- Ihor maneira de distribuir os componentes. ©) Um circuito impresso deve ter menor tamanho possfvel sem que isto dificulte sua montagem e conexiio aos outros elementos do aparetho. d) Os componentes devem ser colocados de forma paralela ou perpendicular aos termi- nais da placa, nunca inclinados, reservan- do uma frea para seu corpo e marcando os pontos para os terminais. e) Procure, dentro do possivel, distribuir os com- ponentes em toda a superficie deixando um ou dois milimetros de separacaio entre eles para que estes possam ser montados facilmente. Se no deixar este espago, correrd o risco de que tum fique montado sobre 0 outro. ) Os elementos que produzem calor, tais como transformadores, resistores, diodos, transis- raed Figura 9.17 Os componentes ajustaveis devem ser localizados préximo aos terminals do circuito megt88° circuitos integrados de poténcia, com seus dissipadores, devem ter uma direa livre para que nao afetem o funcionamento dos outros componentes. Do mesmo modo, suas partes metdlicas devem ficar separadas entre si jf que poderiam produzir curto-circuitos. g) Alguns componentes que produzem campos magnéticos como os transformadores € os alto-falantes, devem ficar distantes de on- tros que possam ser afetados por esses cam- pos, como por exemplo as bobinas. h) Tenha em conta a orientagio dos pinos 6u terminais nos componentes que so polari- zados (diodos e capacitores electroliticos) ou que tém uma distribuigio tinica (transistores € circuitos integrados) para que no desenho nao sejam trocados. i) Se houver algum componente que necessite de ajuste mecanico, como potenciémetros tipo trimmer, bobinas e condensadores va- ridveis, deve-se deixar 0 espago e a forma b) out oe adequada para realiz4-lo sem dificuldade. Na maioria dos casos estes so deixados proximo a um terminal do circuito impres- so, figura 9.17, j) Se houver componentes que tém um peso maior que 0 normal, estes devem ter algum suporte mecinico para fixé-los do circuito impresso, ou nfonté-los fora deste. Como comegar Tomemos como exemplo um circuito sim- ples. Neste caso, uma etapa amplificadora com um transistor, figura 9.18a. Inicialmen- te, é realizada uma distribuigao rapida dos componentes no rascunho, figura 9.18b. Este é talvezo ponto mais importante no desenho de um circuito impresso. Deste passo depen- de em grande parte que o desenho fique facil € correto. Este procedimento deve ser reali- zado tanto para o desenho manual, como para aquele executado por computador e daf a grande importancia, Desenhe de maneira aproximada a forma € tamanho dos componentes, j4 que se os me- dir um por um, levard muito tempo; utilize li- nhas pontilhadas para evitar confusio com as trilhas do circuito. Desemhe circulos pequenos para as ilhas e linhas finas para as trilhas. Quan- do o desenho inicial corresponder ao diagra- ma, so desenhados os componentes, as ilhas e as trilhas, com as medidas reais. Figura 9.18 O primeiro passo para desenhar o circuito impresso é desenhar um rascunho a Iépis sobre uma folha de papel 56 ]BKCET + Curso Pritico de Eletronica Moderna 9. Projeto e fabricagao de circuitos impressos ) ; Quando considerar que o projeto esta pron- to, revise-o novamente para achar a melhor for- ma de acomodar os componentes ou mudar 0 tragado das trilhas. Este processo deve ser rea- lizado varias vezes até se chegar ao projeto fi- nal. Como ja mencionamos antes, um circuito impresso sempre permitira miltiplas formas de distribuir os componentes e as trilhas; finalmen- te, 0 que importa, é que cumpra a fungdo de co- nectar todas as partes do circuito de acordo com 0 diagrama. Antes de distribuir os componen- tes, deve-se levar em conta dois fatores: primei- ro, a determinagiio sobre, quais sero montados por fora do circuito impresso e segundo, a pro- ximidade entre eles no diagrama esquemitico. Componentes externos ideal em um circuito eletronico é que todos os seus componentes sejam montados sobre 0 circuito impresso. Isto facilita sua montagem e garante um melhor funcionamento. Contudo, na maioria dos casos, isto nao € possivel jé que existem alguns com- Ponentes que por sua forma e tamanho devem ser montados sobre os painéis (frontal e traseiro) ou no chassi dos aparelhos. Eo caso dos transformadores, interruptores, potenciémetros, indicadores (LED, voltimetros, ctc.), conectores, porta-fusiveis e cabos de alimentacao, entre outros. Para conectar os elementos externos com os. outros componentes que estZio montados sobre 0 circuito impresso, deve-se deixar uma ilha (pad) para ali colocar um terminal ou para inserir 0 cabo ‘que vai até tal elemento, Muitas vezes agrupam- se varios pontos de conexao externos por meio de conectores, dos quais existe uma grande vari- edade € com os quais vocé deve ir se familiari- zando. A utilizagio destes elementos € bastante recomendavel, j4 que facilitam a montagem e 0 conserto dos circuitos e aparelhos. 9.3 Exemplos de projeto manual de circuitos impressos O projeto de um circuito impresso consiste em partir de um diagrama e chegar a um desenho Curso Pritico de Eletrinica Moderna» GENET de ilhas unidas pelas trilhas. O primeiro exem- plo € o projeto do circuito impresso para um Circuito gerador de sinais ou multivibrador es- tivel, formado por dois transistores PNP, vari- 08 resistores e capacitores, cujo diagrama é mostrado na figura 9.19 Tendo os componentes & mao, conhe- cendo seu tamanho e a separagio entre seus terminais, devemos distribui-los de tal maneira que seja facil sua interconexao. Observando detidamente o diagrama deve- mos chegar & localizagdo dos componentes tal como é mostrado na figura 9.19b. Esta é, talvez, a etapa eo momento mais importante no projeto, jé que desta distribuigao depen- de em grande parte que os tragados sejam realizados facilmente. Aqui é onde entra em jogo a imaginagao e a estética. Deve-se es- tabelecer um agrupamento ordenado e l6gi- co dos componentes de acordo com suas conexées entre si ou a pontos comuns no diagrama, como a alimentagio positiva e a negativa ou dreas de entrada e de sada. Esta distribuigdo nao tém regras fixas e cada pes- soa a fard de um modo diferente, porém, ao final, o resultado deve ser 0 mesmo. O ta- manho dos componentes € projetado de for- ma aproximada e o desenho final ajusta-se a medida real Neste caso podemos ver, por exemplo, que foram alinhadas todos os resistores em um s6 lado e do outro, os dois transistores e dois ca- pacitores. Os transistores so os elementos centrais do circuito, ao redor dos quais sao conectados os demais componentes. Note que foram deixados quatro pontos de conexio ex- ternos, dois para a alimentaco (+e -) e dois para a saida do sinal, Neste caso, sero utili dos terminais para circuito impresso, chama- dos terminais faston. Quando forem necess rios outros tipos de conectores, deve-se dese- nhar a forma como so distribuidos seus ter- minais. 57 ee dee oe Exemplo 1 Iniciamos com a unizio do ter minal de alimentago negativo com um dos terminais dos re- sistores RI, R3, R4e R6, figura 9.194, cuja parte equivalente no diagramaé mostrada em verme- Tho na figura9.19c. Como se vé, as linhas unem os circulose pas- sam por debaixo dos componen- tes; lembre-se que 0 que vocé esta desenhando so linhas de cobre que esto por debaixo da baquelite ou lamina de circuito impresso. Na pritica, pata faci- litar © desenho, pode-se ressal- tarcom um marcador vermelho, em uma e6pia do diagrama, as Jinhas conectadas. Continuando com o desenho, conectam-se 0 terminal positivo, uma das sai- das de sinal e os resistores R2.¢ R5, figuras 9.19¢ e 9.19%. Nas figuras 9.19g e 9.19h, ‘mostramos a conexao entre C1, © coletor de Q2, um terminal de R6e um de C3, Finalmente, nas figuras 9.191 e 9.19} temos aco- nexao dos terminais restantes dos componentes do circuito. Como perceberio, foram utili zadas linhas retas e Angulos a 45°, 0 que agiliza o desenho Ihe dé uma boa apresentagao. Figura 9.20 Projeto final do Figura 9.19 Etapas para 0 projeto do circuito impressodoexemplo 1 exemplo 1 58 EBIET + Curso Prictico de Electrénica Moderna PACE cee ee ee Uma vez terminadas as co- nexdes de todo o circuito, deve- mos revisar virias vezes se 0 desenho corresponde ao diagra- ‘ma para evitara perda de tempo valioso quando se fabrica o prototipo. Com o desenho defi- nitive em rascunho, deve-se executar o projeto final & mao u no computador, figura 9.20, = — tema do qual trataremos logo / mais. Exemplo 2 Neste caso temos um circuito de luz intermitente, que faz acender e apagar um LED por meio de um circuito integrado 555. Na figura 9.21a temos a distribuigao inicial dos compo- nentes, a qual foi realizada em uma nica linha, levando-se emcontaoseguinte: Comoele- mento principal temos 0 circui- to integrado 555, no qual mar- camos o terminal ou pino N° 1. Sempre devemos marcar os pi- ‘nos dos integrados, os terminais positivos dos capacitores ele- troliticos, o anodo e 0 céitodo dos diodos, a base, o emissor e © coletor dos transistores, etc. Isso ajudard a evitar erros. Neier oe Figura 9.22 Projeto final do exemplo 2 Figura 9.21 Etapas para o projeto do circuito impresso do exemplo 2 Curso Prtico de Eletrénica Moderna + CERCET 59 EEE eT Mad Yoltando a distribuigdo dos componentes, observamos como R2 e RI foram colocados & direita para facilitar sua conexo aos pinos 6 ¢ 7 do circuito integrado. A esquerda, foram coloca- dos C1, R3e 0 LED que so conectados aos pinos 1, 2e 3, sihrados nesse lado do integrado. Na figu- ra 9.21c, temos a unido de todos os pontos corres- pondentes ao terminal positivo do circuito. Na fi- ‘gura 9.21e esto as conexdes do terminal negati- oe nas outras figuras temos as conexdes dos de- mais componentes, até completar 0 desenho no rascunho, figura 9.21i. Na figura 9,22 temos 0 desenho definitivo. Perceba 0 ajuste das medidas dos componentes ao tamanho real e seu agrupamento, sem remon- tar uns sobre os outros, para reduzir 0 circuito impresso até um tamanho minimo. Exemplo 3 Neste caso, temos um circuito de sirene poli- cial, formado por um circuito integrado 55 um transistor, varios resistores e capacitores, cujo diagrama esquemstico é mostrado na fi- gura 9.23a. Na figura 9.23b temos a dis inicial dos componentes que foi realiza- da, colocando-os ao redor do circuito in- tegrado, uns a direita, outros a esquerda e outros na parte superior. Na figura 9.23d temos os primeiros tragos corresponden- tes as alimentagdes positiva e negativa. Perceba a volta que se faz com a trilha do positivo até unir os pinos 4 e 8 do inte- grado. Na figura 9.23f pode- Figura 9.23 Etapas para o projeto do circuito impress: mos observar a inclusio de duas pontes de fio nos pinos 5.€7do 555, que sio execu- tadas diante da dificuldade de uni por baixo certos pon- tos do circuito. Este recurso € utilizado com frequiéncia, porém no se pode abusar dele, j4 que a montagem do circuito seria dificil. Na fi- gura 9.24 temos 0 desenho definitivo do circuito im- presso com as medidas reais. Figura 9.24 Projeto final do odoexemplo2 —_exemplo 3 ©@IKET + Curso Pritico de Eletrinica Moderna Como vimos nos exemplos anteriores, deve-se obter um desenho ou arte final com as medidas reais para que, a partir deste, seja fabricado 0 prototipo do circuito impresso. Jé haviamos falado também da necessidade de fazer protétipos dos projetos com o fim de corrigir possiveis erros ou melhorar seu desenho a partir das provas com um modelo real. Para a elaboracio de um protétipo, 0 desenho nio requer muita qualidade nem pre- cisiio; contudo, devemos nos acostumar a fa- zer o desenho da melhor maneira possivel para que nos sirva em uma pr6xima ocasio. Esse desenho final pode ser feito com 0 mé- todo tradicional de desenho manual com moldes de circulos, réguas, tinta nanquim, ete, ou utilizando moldes especiais desenha- dos para tal fim, figura 9.25. Quando se desenham circuitos impre: sos de nivel profissional ou industrial, re- comenda-se fazé-los em escala de 2 para 1 com 0 fim de facilitar 0 trabalho e obter uma melhor qualidade. Isso quer dizer que to- das as medidas dos componentes sao dese- nhadas com o dobro do seu tamanho real e depois, por métodos de fotomecénica, re- duz-se 0 desenho a seu tamanho normal. Os moldes especiais vém em escala 1 por 1 ou 2 por 1. 9.4 Fabricagao de prototipos de circuitos impressos Este processo pode ser feito utilizando-se diferentes métodos, dependendo do tama- nho e do tipo de componentes que formam © circuito. Se este possui trilhas simples ¢ poucos componentes, entre eles nio mais de 1 ou 2 circuitos integrados, recomen- da-se © método do marcador especial de tinta antiécida, por ser uma forma répida e direta. Se 0 circuito é complexo e de ta- manho médio ou grande, recomenda-se 0 método da serigrafia ou silk-screen e se 0 circuito tem muitos circuitos integrados ¢ Curso Pritico de Eletrnica Moderna» CiuciT PE ee Figura 9.25 O projeto definitivo do circulto impresso pode ser feito com réguas © moldes especiais. trilhas muito delgadas, deve-se utilizar 0 método fotografico ou de fotossensibiliza- gio. A seguir, explicaremos passo a passo © primeiro método ja que, por sua simpli- cidade e eficiéncia, é o mais recomendado para os que se iniciam neste ramo da ele- trénica prética. Com uns poucos materiais de baixo custo, e seguindo as instrugdes com cuidado, pode-se obter 0 prot6tipo de um circuito impresso, a partir de um dese- nho, em menos de 30 minutos. Dos outros métodos falaremos mais adiante. 9.5 Fabricagao de circuitos impressos com marcador de tinta especial Em poucas palavras, 0 método consiste em desenhar sobre 0 lado do cobre, o desenho do circuito impresso utilizando um mar- cador de tinta que n&o borre com liquidos, em seguida este é submergido em uma so- lugdo corrosiva que elimina o cobre que nao esté pintado. Os elementos basicos que so utilizados para este procedimento sio uma lapiseira ou mareador de tinta espe- cial, uma esponjinha ou tela abrasiva lim- padora, a placa de baquelite e cobre ¢ 0 composto corrosivo, figura 9.26. Em se- guida, explicaremos detalhadamente o pro- cedimento mencionado, para 0 qual se deve ter o desenho pronto de um circuito impresso simples 61 ele Mekal Etapa 1. Corte da lamina para ocircuito —_baquelite, tal como indicado nas figuras De acordo com o desenho definitivo, mar- 9.29a e 9.29b. que com um lapis 0 tamanho do circuito im- Com uma pungao ou uma agulha gros- presso sobre a baquelite e com uma serra de mio de dentes suaves, efetue o corte com cuida do para nao danificar a pla ca j4 que este material é muito frdgil, figura 9.27 ‘ambém pode-se cortar a lamina fazendo varias pas- sadas (umas cinco vezes) por ambos os lados com 0 lado oposto ao fio de um estilete ou bisturi, até que se possa quebrar sem pro- blema, figura 9.28. Com o tiltimo método, o corte fica mais reto. Depois, com uma lima plana, elimine as asperezas que ficaram na: bordas da placa depois do Sa, marque os pontos que correspondem a cada ilha do desenho do circuito impresso, figura 9.30. Esses pontos servem como guias para desenhar 9s circulos e para as per furagdes onde se inseririo os componentes. Quando tiver se certificado de que Figura 926 Materais para fabricar 0 t0d0S OS pontos ficaram protétipo do circuito impresso marcados, retire a folha com 0 desenho que serviu como modelo. b) Pegue a lamina para o circuito impresso e limpe- a bem com uma esponja de ago das que se utilizam para limpar os utensilios corte. de cozinha, até que ela fi- Figura 9.27 A placa de cobre deve ser aus cortada no tamanho indicado pelo desenno que brilhante, figura 9.31. Etapa 2. Traslado do fina Tenha cuidado para nao desenho do circuito para a lamina de cobre a) Obtenha uma cépia do desenho original e cor- te o papel deixando uns engordurar a superficie com os dedos depois de limpé-la. E obrigatério re- alizar esta limpeza, devi- do ao fato do cobre se oxi- dar facilmente ao entrar dois centimetros por em contato com 0 oxigé- fora de cada borda do nio do ar e formar uma desenho. Coloque este Figura 9.28 Parao corte daplaca também capa protetora que nao papel sobre a pla- pode-se utilizar urn bisturt permite que 0 Ifquido cor- ca pelo lado do @ rosivo ou 4cido atue, da- cobre e dobre as nificando 0 processo de P bordas em dire- fabricagao do circuito im- c ‘Jo ao outro lado Tesso. ¢ para que 0 dese- nho nfo se mova; soe ¢) Com a lapiseira se for NeCessario, Fs 29 6 desenho " especial de tinta an- s igura ssenho em s : fixe a folha A pla- Shei deve aderr sobre a tiécida, desenhe cfr- ca com fita adesi- placa de cobre para marcar 4, culos pequenos de 3 va pelo lado da 4s peruracées = mm, aproximada- P P 62 ‘0 de Electronica Moderna Eee ee mente, ao redor de cada marca que a pun- gio tenha deixado na lamina de cobre, figu- ra 9.32. Deixe a tinta secar por um momento e repinte varias vezes os circulos até que fi- vezes o desenho para quem perfeitamente Figu’a830Comumapunedo ouagulba cometer eros ou deixar desenhados; tenha cui- fan as pertuagdes pee nserh oe pres tilhas sem marcar. Se dado para nao apoiar a dos componentes vocé encontrar um erro, mio sobre o cobre para pode apagar a trilha com nao engorduré-lo. Para um estilete e voltar a de- este procedimento, senhar a trilha correta. pode-se utilizar um molde de circulos que pode ser conseguido em uma papelaria; as- sim as ilhas ficario bem redondas Quando finalizar esta etapa, repinte as trilhas no- vamente para que fiquem bem marcadas jé que dis- so, depende em grande parte, o bom resultado des- te método. Revise varias Etapa 3. Eliminagao do cobre excedente Para que as trilhas do cir- cuito impresso fiquem em formato definitivo, deve- se remover da lamina o cobre restante, ou seja aquele que nao est cober- to pela tinta especial. Este pidamente; portan- procedimento recebe 0 to nao a deixe des- nome de redugao ou tampada muito etching e pode-se realizé- tempo, j4 que sua lo em uma bacia de ponta se secae im- plistico com o tama pede a passagem Figura9.32Nos lugares nho adequado de da tinta, tembeia acordo com 0 circui- aguiha, deve-se desenhar to impresso. d) Depois de com- asithas do circuito pletar os cfreu- Press Figura 9.31 A placa de cobre deve ser ‘muito bem limpa, jé que se oxida rapidamente ao entrar em contato com o gr Importante: A tinta des- ta lapiseira € mui- to volatile seca ra- Para remover 0 los, e passando suave- cobre, utiliza-se um produ- mente 0 marcador, de- to liquido corrosivo de fa- senhe as trilhas do cir- cil preparagao. Seus com- cuito impresso, toman- ponentes sdo dgua e per- do o desenho original cloreto férrico, que se con- como amostra, figura 9.33. Essas trilhas po- dem ser feitas & mao ou segue em forma de pé nas lojas de produtos quimi- — cos. A proporgao do per- utilizando-se uma r€8U2 pioirg 9.398 thas do-cireuto podem ‘l0Feto deve ser de 50% Para que as linhas fi- serteitasamao ou comumardgime em relagio quantidade de quem bem retas. devem ser repintadas varias vezes, Agua. Curso Prético de Eletronica Moderna» CRKKET 63 Dependendo de seu tamanho, verta na bacia uns 250 a 500 c.c (1/42 1/2 litro) de égua preferivelmente pura ou destilada: a agua encanada contém cloro © outros elementos que neutralizam 0 perclo- reto férrico, Utilizando sempre luvas de borra- cha ou de plistico, adi- cione lentamente umas 150 gramas de percloreto de fer- ro em pé até dissolvé-lo comple- tamente na 4gua. Enquanto faz isso, notard que a temperatura da solugdio aumenta, soltando gases t6xicos que nao devem ser aspi- rados; portanto, esta mistura deve zada em um lugar sufic entemente ventilado, Figura 9.340. circuito com as trilhas desenhadas 6 ‘submerso no cido para Cuidado: 0 percloreto férrico é um dcido muito corrosivo, que ata- caniio apenas os metais como tam- bém a roupa e a pele. Evite 0 con- Figura 9.35 As perturagées para inserir tato direto tomando todas as pre- os componentes podem ser eae dared ta de que o cobre vai se eliminando até ficar apenas o tragado do circuito impres- __ so. Se deixarmos a lamina no dcido por muito tempo, o cobre comegaré a deteri- zado. Uma vez que 0 cir- cuito esteja pronto, re- tire a Himina e a enxa- gile muito bem com gua. Lave muito bem suas mos e o recipien- te quando terminar este rocesso e deixe secar a plaqueta por evaporagiio, colocan- do-ana vertical. A tinta especial no deve ser eliminada, jé que protege o circuito contra a oxidago e sobre ela as soldagens podem ser execu- tadas sem nenhum problema, Nota: o desenho e a redugio de cobre devem ser feitos no mes- mo dia porque uma vez que 0 co- bre seja polido, sua oxidagao ocorre em curto tempo. Paso 4. Perfuracao dos caugdes necessirias e utilize luvas feitas com uma broca ou um furos para os terminais Moto-tool, de borracha durante todo o proces- so. Se em algum momento o Acido entrar em contato com alguma parte de seu corpo, lave-a com agua abundante e se houver queimaduras ou mal-estar, dirija-se a um médico. Quando estiver pronta a solugio, e depois de mexé-la suavemente, coloca-se a lamina do circuito impresso na bacia com 0 lado do cobre voltado para cima e mexa periodicamente de forma suave e em um tinico sentido para evitar © derramamento do fcido, figura 9.34. Em uns 10 ou 12 minutos, cobre restante ser removi- do, E conveniente tirar com uma pinga plistica placa para inspeciond-la a cada 3 a5 minutos. Enquanto inspeciona a placa, vocé se dard con- 64 Proceda fazendo as perfuragées em todas as ilhas utilizando uma broca pe- quena ou Moto-Tool, figura 9.35, que é uma ferramenta muito apropriada para esse fim. Utilize uma broca de 1/32" (0,8 mm) para todos os furos dos componentes e, se ne- cessario, amplie com uma broca de 3/64" (1,2 mm) as perfuragdes onde serao solda- dos os componentes com terminais mais gr0ssos ou conectores. Também deve-se perfurar os furos por onde passam os para- fusos de fixagao dos circuitos no chassi com uma broca de 9/64” (3,5 mm). Com essas perfuragdes, fica pronto o circuit impres- So para a etapa seguinte na elaboragdo do projeto: inserir e soldar os componentes. ©EKET + Curso Pritico de Eletrnica Moderna Pee eee ie 9.6 Fabricagdo de circuitos impressos pelo método de serigrafia ou silk-screen Com esta explicagao pretendemos que vocé possa montar sua prépria oficina de estam- pados para a fabricacao de circuitos impres- sos, placas indicativas ou painéis de con- trole para equipamentos eletrénicos. Nas paginas anteriores foi explicado 0 método para trasladar o desenho de um circuito im- presso a lamina de cobre utilizando uma caneta ou marcador especial de tinta anti- fcida, Este método, embora seja muito fé- cil, tem suas limitagdes no que diz respeito A quantidade e tipo de componentes, espes- sura das linhas ¢ qualidade do desenho. Quando existem vérios circuitos integrados, por exemplo, sio requeridas linhas muito finas ¢ é muito dificil desenhé-las com este tipo de marcador. Para melhorar 0 processo, e fazé-lo poss. vellem muitos casos, descreveremos a seguir 0 método por serigrafia ou silk-screen. Este re- fere-se & forma de passar o desenho & placa de cobre; os demais passos do procedimento, con- servam-se iguais. A tinica vantagem, mais apa- rente, € devido aos materiais e ao tempo em- pregados. Como € 6bvio, um protétipo ou amos- tra, sempre € mais custoso que a produgio em série de varias unidades e como ji o menciona- ‘mos anteriormente, sua elaboragdo € um passo necessario e incontestivel para o projeto de um aparelho eletrOnico. Entretanto, como a fabri- cagao de circuitos impressos é algo permanente dentro do estudo e'da experimentagio eletréni- ca, a montagem inicial pode ser utilizada mui- tas vezes, o que varia com 0 tempo ¢ o mimero de circuitos impressos fabricados. Aserigrafia Define-se como sendo a técnica por meio da qual podemos imprimir quaisquer tipos de desenhos, figuras, letras, ete. sobre um objeto, utilizando uma malha tratada espe- cialmente para que deixe passar por ela uma tinta em algumas partes de sua trama. A malha pode ser de ago inoxidavel, seda ou fios muito finos de nylon. A serigrafia € amplamente utilizada no campo das ar- tes grificas ha muitos anos, apresentando como principal vantagem a facilidade do proceso € 0 baixo custo dos acessérios e materiais. Em nosso caso, utilizaremos esta técnica para a fabricagao de protétipos e pequenas séries de circuitos impressos. Figura 9.36 Passos para estampar em uma fotha de papel Curso Pratico de Eletrinica Modernas C@NCIT 65 O desenho que se deseja estampar é fixa- do na seda ou malha mediante um proceso fotoquimico, Na seda ficario cobertos os ori- ficios pelos quais nao deverd passar a tinta, enquanto 0s outros, que em conjunto formam © desenho em si, darao passagem a tinta de es- tampar quando esta é distribuida sobre a ma- Tha com uma espatula de silk screen. A figura 9.36 mostra uma série de desenhos com os pas- sos necessdrios para estampar uma placa de circuito impresso utilizando este método. An- tes de explicar minuciosamente cada um dos passos, faremos um resumo do processo base- ado na figura anterior, com o fim de dar uma idéia geral sobre o mesmo. Como primeiro passo, é desenhada a arte ou 0 desenho do circuito impresso em papel pergaminho, manteiga ou filme fotografico. A seguir, fabrica-se uma moldura de madeira (também existem a venda nas lojas de artigos para serigrafia) ao qual é fixada uma seda e pecial. Esta é sensibilizada com uma emulsio que pode ser de dois tipos: PVC ou Poli. Ap6s a secagem da emulsao, eem um quar- to escuro, € feita a revelaco da tela com 0 au- xilio de uma cdmara para revelar, durante um tempo determinado; a seguir lava-se a matriz do circuito com Agua sob presso, seca-se com ar quente e so instaladas dobradigas em uma base que possui as guias para colocagio das placas de baquelite. O processo termina com a aplicagio da tinta sobre a placa, passando-a através da malha da matriz com 0 auxilio da spatula. Oficina basica de serigrafia Erecomendavel dispor de um lugar permanente para a instalagao da mesa de trabalho e da ci- mara de revelagao, além de uma pequena es- tante para armazenar os materiais de trabalho. Outra caracteristica que deve possuir a oficina €a possibilidade de bloquear a luz no momen- to de sensibilizar as matrizes, do contririo de- area yerd ser construfda uma céimara escura ou tra: balhar em hordrios noturnos (se 0 quarto tiver entrada de luz natural). A seguir, damos como sugestiio uma lista de materiais para a construgao da cémara de revelago, dos estredidores e de alguns elemen- tos de trabalho préprios desta técnica. * Uma lamina de vidro de 50 em por 35 cme ‘Smm de espessura Sarrafos de madeira seca (procure usar uma madeira de boa qualidade) Ferramentas de carpintaria (martelo, serro- te, esquadro, puntillas) Duas lmpadas fluorescentes de 20 W Pedagos de pano para limpar (preferencialmen- te de algodao ja que so mais absorventes) Solventes como: thinner, varsol, aguarrés Limpadores como hipoclorito de sédio ou limpido Cola a base de acetato de polivinila (colb6n madeira, Ega, etc.) Sedas de diferentes graus, normalmente utilizada a de ntimero 90 (90 fios por centi- metro quadrado) * Grampeador, preferencialmente do tipo in- dustrial Pincéis Papel de jornal Secador para cabelo Tintas Espatula Fita transparente adesiva Mangueira com boca pequena de 2 ou 3mm de abertura para aplicar égua a pressao Pesos (blocos de chumbo ou ferro de Ikg cada) * Sedas As sedas que so utilizadas para estampar vem diferenciadas por graus, dependendo do ntime- ro de fios por centimetro quadrado. As que tém maior densidade de fios dio como resultado furos menores, portanto a definigdo que pode ser conseguida nos contornos (ou linhas) do desenho que se vai estampar ¢ muito maior. ©MKCET + Curso Pritico de Eletronica Moderna Para 0 estampado de circuitos impressos, re- comenda-se 0 uso de seda niimero T100, pois esta oferece uma definigzio muito boa, com li- nhas de até 0,2 mm. Emulsées As emulsdes para a sensibilizagiio das possuem propriedades fotossensfveis; api secagem, endurecem por efeito da luz (especi almente a ultravioleta) e sdo insoliveis em cer- tos liquidos tais como os solventes organicos (thinner, aguarrés, varsol, etc.). As partes que no foram expostas so lavadas facilmente, per- mitindo que os orificios da seda fiquem livres e permitam a passagem da tinta ou pintura. Existem dos tipos principais de emulsdes: a primeira denomina-se “Emulsio fotogrifica téx- til” ¢ € utilizada principalmente para o estampa- do com pinturas téxteis, tintas e sprays. A outra denomina-se “Emulsio Fotogrifica PVC” que € empregada especialmente com pinturas PVC € Poli, as quais so aplicadas sobre materiais como 0 vidro, a ceramica, os acrilicos, os me- tais, 0s plisticos, etc. Esta é a mais recomenda- da para os cireuitos impressos. O mais aconselhivel € adquirir as emul- Ses jd preparadas nas lojas ou depésitos espe- cializados no ramo. Entretanto, se vocé é das pessoas que gosta de fi processos, informamos que estas sio fiiceis de se preparar e para isso, damos a seguir as ins- trugdes correspondentes. zer tudo e conhecer os Emulsao fotografica téxtil Para a preparago de um quilo misturam-se 850 g de Colbén madeira (Acetato de Polivi- nila), 20 g de pigmento azul e 150 g de bi- cromato de aménia ou de potassio. Uma vez. preparada, deve ser colocada em um frasco Ambar ou preferencialmente preto que deverd ser guardado em um lugar fresco, seco e a0 abrigo da luz para que nio sejam afetadas suas propriedades fotossensiveis. Curso Pritico de EletrOnica Modernas CENCET Pee ee) Emulsao fotografica PVC Sua preparacio € feita tomando como base 0 Aleool polivinilico; inicialmente dissolvem-se 100 g de dlcool_em 1000 g de agua quente, agitando lentamente até que a mistura adquira uma consisténcia espessa, parecida a do Col- b6n. Esta preparagao deverd ser guardada em um frasco de cor ambar com tampa, para evi tar que perca suas propriedades fotossensiveis. Somente no momento de emulsionar ou sensibilizar o estredidor é que 0 bicromato é adicionado. Para preparar um quilo de emul- So, as proporgdes siio as seguintes: - 850 g de alcool (preparado) - 43 g de pigmento (qualquer cor) - 20 g de bicromato A preparagdo do bicromato é feita da se- guinte forma: em 100 g de dgua morna di solve-se 10 g de bicromato de aménia ou de potassio; ao trabalhar com o bicromato deve-se evitar o contato continuo com o mesmo, porque a longo prazo pode causar dermatite De acordo com as proporcdes dadas ante- riormente, vocé deve fazer 0 ajuste das quan- tidades para conservar as relagdes dos com- ponentes quimicos; isto é, se a quantidade da emulsdo necesséria for pequena. Existem ou- tras formulas, mas finalmente todas so base- adas nas duas principais, ou seja, a téxtil e a PVC. A diferenga com respeito as basicas tem como propésito adapté-las a casos particula- res. Tintas Em serigrafia existem muitos tipos de tintas € pinturas, mas somente duas delas sio adequa- das para trabalhar com circuits impressos: a pintura poligrdfica e a pintura de serigrafia PVC. Antes de usar qualquer uma delas, deve-se di- uit um pouco com o solvente adequado, ja que 67 se for aplicada muito esp: ard rapidamen- te © 08 poros da seda ficardo cobertos. Além disso, quando esto sendo realizados virios es- tampados, sua consisténcia deverd ser contro- Jada continuamente, adicionando a quantidade adequada de dissolvente. Se a quantidade de dissolvente for maior do que o normal, a pintu- ra ficaré muito dilufda, ¢ ao aplicdé-la tenderé a escorrer por baixo do estredidor, ocasionando manchas no objeto a ser estampado. Artes ou desenhos para o processo No processo da serigrafia, o ponto de partida € um desenho original denominado qual deve-se passar ou “queimar” a malha do estredidor. Um dos aspectos fundamentais para a impressao sobre a lamina de cobre ou sobre qualquer superficie que se va imprimir ‘ou estampar, tem a ver com a obscuridade dos tragos da arte ou desenho original. Em outras palavras, as linhas do desenho do circuito im- presso, vistas contra a luz, n&io devem permi- tir a passagem desta, j4 que do contrario, a seda nao ficara uniformemente exposta e, como resultado, se perderao a definigfo ea semelhanga entre 0 modelo original ¢ o es- tampado. Existem duas formas de realizar as artes ou desenhos: pelo método tradicional dese- nhando a mao com rapidégrafo e tinta nan- quim sobre papel pergaminho ou manteiga (do mesmo que € utilizado em desenhos de fe 3) Po Figura 9. 37 Ferramentas basicas para a construgao das moiduras 68 Brace arquitetura ou desenho mecanico) ou por computador, imprimindo com a tecnologia de jato de tinta ou pelo método laser. Quando é feito o desenho a mio, recomenda-se repas- sar pelo menos duas vezes nas partes do tra- ado que aparecem mais claras para que fi- quem bem definidas e escuras. Se for dese- nhado por computador, a tinta deve estar nova ou 0 toner da impressora laser com boa qua lidade. O papel deve deixar passar a luz para que haja contraste entre o preto ¢ 0 transpa- rente no momento de sensibilizar. A melhor qualidade se alcanga com um po- ivo fotografico em filme tipo Kodalith ou Polychrome PLH4 (filme ortocromatico de alto contraste). Assim podem ser conseguidas boas reprodugdes, jé que este material garante que as partes escuras bloqueiem totalmente a luz e as outras fiquem totalmente transparentes. Para conseguir um positivo deste material, leve seu desenho ou desenho final elaborado & mao ou por computador, a uma oficina ou laboratério. de fotomecfinica (so muito comuns no mundo das artes grificas) e solicite a elaboragao de um “positivo em filme” e eles farao o resto. Com este método também € possivel levar o original do desenho ao dobro da escala normal (2:1) 0 que facilita o desenho, e a0 pedir 0 positivo, pega que o fagam em tima escala de 50% ficando no tamanho real do circuito impresso. Isto é 0 mais, normal dentro deste processo e com o positivo em filme passa-se a sensibilizar a malha Figura 9. 38 Detalhe da uniao dos sarratos CENT» Curso Pratico de Eletrénica Moderna Pee a ee Montagem dos estampadores Quando desejamos fabricar nossos pré- prios estampadores nao. precisamos ser especialistas em marcenaria, basta um pouco de experiéncia e ter muito cuida- do para realizar com exatidao e qualida- de os cortes das ripas com os quais se armam as molduras para fixar a seda. Nas figuras 9.37 e 9.38 mostramos, de um lado, as ferramentas necessarias ¢ do outro, um detalhe do corte e a ut reta da madeira. cor- ‘A moldura deve ser maior que o dese- ho que se quer estampar (uns 6 cm de lar- gurae 12 cm de comprimento). No espaco que se reserva ao comprimento é importan- te dar lugar para o deslocamento do peque- no rodo no momento de aplicar a pintura. Nao é muito recomendavel acumular mui- tos estampadores, pelo espago que estes ‘ocupam; o melhor é construir um tinico es- tampador grande, de uso geral; este pode ser, para eletrénica, de uns 20 cm por 30 em, € modificar 0 desenho medida que se necessite. Como fixar a seda na moldura A operagio de fixar a seda na moldura é algo delicado, j4 que se a tensio nao for devid: mente controlada, esta pode romper-se ou car muito frouxa, Normalmente so necessé- rias duas pessoas; uma delas segura a moldu- ra firmemente, enquanto a outra estira e pre- ga a seda usando um costurador ou grampea- dor industrial. Se néio contar com alguém que Ihe ajude, consiga uma prensa para fixar a moldura, Na figura 9.39 mostramos algumas etapas desse processo. A seda, depois de firmada, deve apresen- tar uma tensdo uniforme em toda sua drea, sem ondulagées © consistente em qualquer lugar quando se faga pressio nela; além disso, fibras do tecido devem ficar paralelas as ri- Curso Pratico de Eletrénica Moderna» @m=acir Figura 9.39 Aqui mostramos de que forma se comega a pregar a seda sobre a moidura e, posteriormente, a forma pela qual se deve tensionar para continuar fixando a seda na moloura. pas. E conveniente colocar uma boa quanti- dade de grampos nas bordas da moldura, exageros. Com isto nos asseguramos de que esta nao perca tensdio com 0 uso e a lavagem continuos. Camara de revelagao Como se pode observar na figura 9.40, a ca- mara de revelagdio é uma caixa retangular de madeira (28 x 38 x 50 cm), em cujo interior se alojam dois tubos fluorescentes de 20 W cada um (dependendo do tamanho dos estam- padores, para revelar determina-se a quanti- dade ¢ o tamanho das lémpadas) e os demais elementos que amoldam 0 circuito das lam- padas, Na parte superior, a cimara esta co- berta por uma lamina de vidro de 5 mm de espessura, a qual serve de apoio para a arte eer Mad Pires Cee ta eR eet aed ou desenho, o estampador e os demais ele- mentos proprios da revelacao Como sensibilizar processo da sensibilizagiio consiste em cobrir ‘aseda com uma camada fina e uniforme de emul- so. Antes de fazé-lo, limpe a seda com thinner Figura 9. 41 Aplicacdo da emulsao sobre a seda 70 ou um solvente similar para eliminar qualquer resfduo de gordura que possa haver e, aps isso, seca-se com ar quen- te a uma distdncia prudente. Durante esse processo, deve- se trabalhar em um lugar ilu- minado apenas por luz verme- ha de seguranga (das que utilizam nos laborat6rios de fo- tografia) para nfo afetar as ca- racteristicas da emulsfo. (Al- gumas emulsdes permitem tra- balhar em lugares com luz ar- tificial sem que apresentem problemas). Tenha pronta a emulsiio de PVC ou poliéster, varios pedagos de tela, um secador de cabelos e um emulsionador, ou na sua falta, uma spatula, Catal Cot) Antes de emulsionar leve em conta que a pelicula que vocé aplicar deve ser uniforme em toda sua extensio, ou seja, igual e sem concen- tragdes isoladas. Segure o estampador com a seda para cima e em ngulo de 45 graus. Apli- que a emulsdo na forma que se indica na figura 9.41. Com a espatula ou emulsionador, distri- bua-a uniformemente no comprimento do est pador; apés isso, re m= olha 0 excesso e envase-o de novo. Seque agora a seda com ar momo ¢ lembre-se que uma vez seca, volta a ser sensi- vel A luz. Revelacao A revelagao consiste em interpor entre a fonte de luz. da cdmara e o estampador ja sensibilizado, um desenho, projeto ou texto que estejam impres- sos em papel ou pelicula transparente, Como a luz fica bloqueada pelos tragos em negro, a parte da emulsio que nao a recebe nao se endurece , portanto, se desprenderd com facilidade quando for lavada com agua, o que permite a passagem da tinta nessa parte da seda. Na figura 9.42 mos- tramos a ordem em que se colocam os elementos sobre a cdimara de revela mnie * Curso Pritico de Eletronica Moderna Os pesos montados sobre o estam- pador so necessérios para proporcionar 0 melhor contato possivel entre o desenho e aseda, Quando todos os elementos estive- rem dispostos, acendem-se as kimpadas du- rante 0 tempo suficiente para impressionar arede. Normalmente, sfio necessarios en- tre 5 e 8 minutos para a emulsio PVC e entre 5a 15 minutos para a emulsao Poli. A experiéncia mostra que ainda que se prepa- rem as mesmas emulsdes, podem ser ne- cessérios diferentes tempos de revelaciio. Isso ocorre devido as diferengas na com- posigzio quimica dos elementos que inter- vém no proceso e a variagao na intensida- de luminosa das lampadas nas cAmaras de revelaco. Portanto, cada pessoa deve es- tabelecer seus tempos de exposic’o pelo método de tentativa e erro até obter os re- sultados esperados. Lavagem da tela Terminado o tempo de revelagiio procede-se & lavagem da prancha. Utilize uma mangueira com as caracteristicas descritas na lista de materiais, Aplique a pressiio de gua adequada sobre a seda, especialmente naquelas partes onde a emulsiio & mais suave (distingue-se pela cor mais clara). Sabe-se que a prancha esti lavada quando as par- tes que correspondem ao desenho estio livres de emulsao; assim pode-se ver que os poros da seda ficam totalmente livres. Como estampar o circuito impresso A placa de fenolite e cobre que sera estampada deve ter as bordas livres de fios € pontas para que a seda nao se rompa; além disso, a superficie deve estar completamente limpa Quando se vai estampar as placas iguais, deve- se instalar uma guia em Pree Curso Pritico de Eletrénica Modernas C@NCHT Cee see == ROE ed ae Cacti Cen ete torr Cea — SS < — Tee ay ey de vidro Leer ue Ce eee forma de «U» sobre a mesa e 0 estampador 6 fixado com dobradigas, conforme mostrado na figura 9.43, Prepare a tinta segundo a recomendagdio do fabricante ou do revendedor, coloque um pouco sobre a prancha e com a espatula espa- Ihe-a sobre o desenho, mantendo a pressao e © Angulo de inclinagdo constantes. A figura 9.44 mostra em detalhes esse procedimento. Ge a eee 7” era acd Sempre que terminar de estampar, deve-se limpar completamente o estampador com varsol ou aguarrés (nunca com thinner porque poderia adulterd-lo), Também pode-se remover toda emulsio para uso posterior da seda com outro desenho; se este € 0 caso, lave durante uns dez minutos com lfmpido ou hipoclorito de s6dio sem diluir (use luvas de borracha). As placas para cuito impresso ja estampadas, devem ser deixadas secando ao sol (secagem ripida) antes do ataque ou redugiio com o percloreto de ferro, Finalmente remove-se a tinta com thinner e, assim, 0 circuito impresso ficard pronto para perfurago e a monta- gem dos componentes. Recobrimento da superificie de cobre Para dar um acabamento profissional ao cir- Figura 9.44, Aplicagao da tinta 72 cuito impresso e, além disso, evitar que 0 cobre se oxide ao reagir com 0 oxigénio do ar, deve-se cobrir com uma pelicula de co- lofénio. Em uma loja de materiais quimi- cos pode-se consegui-lo em forma sdlida ¢ empacotado por peso. Para prepard-lo, pe- gue um frasco de vidro de boca larga e com tampa metélica?introduza nele uns 50 g de colofénio e 300 ce de thinner. Tampe o fras- coe agite algumas vezes até obter uma dis- solugdo completa. Com esta preparagio e um pincel ou escova de cerdas suaves, cu- bra o circuito impresso como se estivesse pintando ou envernizando uma superficie qualquer; apés isso, seque-o com ar quente para que nao fique pegajoso e se possa tr balhar bem com ele Concluséo A fabricagdo de um protétipo de um circuito impresso é um processo sim- ples, que pode ser realizado em casa sem nenhum problema; 0 método a ser utilizado para isso depende do projeto em particular, do orgamento e da dis- ponibilidade dos elementos. Para as pessoas que querem fazer circuitos im- pressos com certa freqiiéncia e/ou de certa complexidade, recomenda-se que obtenham suas peliculas por meios de fotomecanic € que fabriquem seus circuitos ou mandem fazé-los pelo mé- todo de screen Os que tém essa atividade como parte importante do seu trabalho, de- vem recorrer ao projeto de circuitos mpressos por computador, ja que tal método permite realizar trabalhos de excelente qualidade e em tempos mui- to menores que o processo manual Além disso, as mudangas necessarias podem ser feitas facilmente. Explica- remos esse método em uma pratica posterior . ©HKIT + Curso Pritico de Eletrinica Moderna Meee eed PRATICA N° 10 Circuitos i unive Os circuitos impressos universais ou mesas de testes com solda,—— como sdo chamados em certé ocasi6es, permitem a montag de projetos eletrénicos de ut maneira répida e simples. Economizam, assim, o temp se investe em desenvolver 0 prot6tipo de um circuito impres Basicamente, um circuito impresso univer- sal € um componente que serve para montar prot6tipos de circuitos ou projetos eletronicos. Sua estrutura é similar 4 do protoboard. Na fi- gura 10.1 mostramos a forma em que estio Unidos os pontos onde se inserem os pinos dos componentes. Os circuitos impressos universais tém di- ferentes tamanhos e configuragdes, porém, em geral, possem colunas com 3 ou mais perfu- rages, separadas por uma distancia de 0.1” Curso Pritico de Eletronica Moderna + ©@ucir mpressos (2,54 mm) o que permite inserir circuitos inte- grados normais, transistores, resistores e capa- citores facilmente, Do mesmo modo que os protoboards, também tém-se linhas de circui- to impresso ao longo da placa, as quais servem como condutores gerais ou linhas para conec- tar as tensdes de alimentacao. Na figura 10.2 mostramos alguns tipos de circuitos impressos universais que podem ser obtidos no mercado. Ao desenvolver um experimento ou um projeto eletrOnico, a primeira ago que se deve 73 componentes Lado dos Barramentos Figura 10.1 Estrutura de um circuito impresso universal. Estes elementos estdo distribuidos de forma similar aos protoboard, inciuem colunas com varias perturagdes separadas a uma distancia de 0.1” (2,54 mm), ® linhas ou condutores gerais para conectar a allmentagao. tomar € montar o circuito em um proto- board. Desta forma, podemos fazer facil- mente as mudangas necessarias até obter um desenho definitivo. Se 0 projeto levar a uma montagem final, uma boa opgao € utilizar um circuito impresso universal. Assim, pode-se obter uma montagem permanente em muito pouco tempo. Assim que o dese- nho tiver sido testado em um circuito im- presso universal e se deseje produzir o pro- eto em maior quantidade, pode-se passar a fazer o desenho de um circuito impresso es- pecifico para a aplicagao. Eletrénica Pratica Pontos de uniao Montagem de componentes no cir- ito impresso universal. Os compo- nentes que vio unidos devem ser inse- ridos nas perfuragdes de uma mesma coluna. Quando isto é impossivel, dada a disposigao dos pinos ou porque os elementos estéio muito separados, pode- se utilizar fio telefénico de calibre 20 ou do mesmo que se utiliza para fazer cabeamentos no protoboard. Desta forma, deve-se apenas fa- zer uma boa distribuigao dos componentes, ¢ em seguida, soldam-se todos os terminais. Se 0 circnito eletrdnico a ser montado ocupa apenas uma parte da placa, pode-se cortar 0 resto com uma serra de dentes finos ou com um bisturi, mas néio esquega de deixar espago suficiente nos cantos para fazer as perfuragdes dos parafusos que fixam a placa na caixa ou chassi do projeto. Nota: Dado que esses circuitos impressos possuem uma grande quantidade de cobre exposto 0 ar, 08 pontos onde se faz a solda podem oxi- dar-se facilmente. Por essa raziio, recomenda-se limpar com uma esponja os pontos onde se vaio inserir os pinos dos componentes antes de proce- der i montagem e posterior solda dos mesmos. Figura 10.2 No mercado conseguem-se circuitos impressos universais de diferentes configuracées e tamanhos. A diferenca reside no numero de pontos que possuem na forma em que estado distribuidos. Também alguns deles possuem um screen ou serigrafia na face superior (onde encontram-se os components), o qual indica a forma em que estao tragadas as linhas de cobre no lado onde se farao os pontos de solda, 4 WET + Curso Pratico de Eletrinica Moderna s impressos universal a ce Figura 10.3 Na figura mostram-se as etapas a ser seguidas para a montagem de um experimento em um irculto universal. As linhas de cor vermelha no diagrama esquemético correspondem aos elementos que jé foram ‘montados na placa, Além disso, nas fotografias do circuito visto pelo lado da solda podemos notar algumas pontes. de fio, @ esse dado constitui uma opedo adicional para se fazer as unides requeridas pelo projeto. Curso Pritico de Eletronica Moderna» CBNCiT 75 ne Ges Oi PRY ae ae es PRATICA N° 11 Caixas para a montagem de projetos O desenho adequado do chassi de um aparelho eletrénico é fundamental, tanto para a boa apresentagao do mesmo, como para garantir seu correto funcionamento e durabilidade. Nesta pratica veremos algumas recomendagées que podem nos auxilial na elaboracao de nossos proprios desenhos. Uma vez terminada a montagem do cire to impresso de um projeto ou protétipo, deve- se fabricar um chassi, carcaga ou mével com 0 fim de completar 0 respectivo aparelho eletr6- nico. Muitas vezes, esse aspecto nao é consi- derado importante e os projetos ficam inaca- bados, estragando-se em caixas ou pasando a0 esquecimento. Também, freqiientemente por falta de al- gumas ferramentas ou materiais simples ou por falta de iniciativa, conhecimentos ou ha- 76 eletrénicos bilidades, deixam-se os circuitos armados em um protoboard ou apenas em circuitos impres- sos com fios que saem por todas as partes e per- de-se todo o trabalho anterior, Em um dado momento, um bom chassi ou embalagem pode significar, para um aparelho eletronico, a dife- renga entre ser um simples prot6tipo ou projeto, ou um produto de fabricagao e venda maciga, Nesta pritica, veremos algumas recomendagdes simples que nos permitirao terminar 0 proceso de fabricaco dos prot6tipos, dos quais falamos nas préticas anteriores. CHIKET + Curso Pratico de Eletronica Moderna O que é um chassi em eletrénica Entre as principais fungdes que um chassi de- sempenha em um aparelho eletronico, estao a seguintes * Suporta e retine em uma s6 emba gem todos os elementos do projeto. + E dado um aspecto fisico agradével para que o aparelho possa fazer parte do conjunto de elementos utilizados pelo homem como os méveis, os apa- relhos elétricos, os livros, etc. + Permite a fixagiio dos controles, indi- cadores e visualizadores externos com a fi- nalidade de manipuld-los e observi-los fa- cilmente. Tipos de chassi Existem muitas classes de caixas ou méveis para os aparelhos eletronicos e ainda que, em principio, quase todos eles tenham uma forma retangular, atualmente o projeto industrial e as técnicas de fabricagdo em escala tém incorpo- rado formas € materiais muito inovadores de acordo com a presenga muiltipla e permanente de todo tipo de aparelhos na vida do homem. E assim que temos aparelhos de televisio, sistemas de som, telefones fixos e méveis, re- ceptores de radio, computadores, calculadoras, equipamentos de escritério, instrumentos de medigao e muitos outros sistemas eletrOnicos com um desenho realmente agradavel aos olhos € funcional do ponto de vista ergonémico. Contudo, este tipo de chassi s6 pode ser produzido em grandes séries ou quantidades devido & ne- ccessidade de modes de injego para plisticos e outros materiais simila- res, que so elementos comuns nas grandes faibricas de aparelhos ele- tronicos e que nao esto ao alcance do hobist Para a elaboragdo dos chassis Circuito impress Curso Pritico de Eletrinica Moderna iakciT Separadores de plastica DML ee Luk Circuito impresso ‘montado sobre aisladores de plastico Figura 11.1 Chassi retangular simples dos projetos de nivel experimental, devemos, entdo, recorrer a formas simples e materiais acessiveis que com um pouco de imaginacao e criatividade, proporcionem um aspecto agradé- vel ¢ funcional. Os chassis siio fabricados de diversos materiais, sendo os principais as Imi- nas metilicas de ferro ou aluminio, o plstico, 0 actilico, a madeira ou a combinagao destes. Para os protétipos é recomendivel, princi- palmente, a limina de aluminio ou de ferro, as laminas de acrilico e a madeira. A lamina de aluminio e o acrilico tém a vantagem de per- mitir uma fécil perfuragdo e manipulago, o que qualquer hobista pode fazer com ferramentas caseiras. Formas basicas dos chassis O chassi eletrnico mais simples pode ser uma lamina metélica ou de acrilico em forma retan- gular. Se o aparelho é simples e estamos tra- balhando em forma experimental, podemos Elementos externos Circuito impresso G chassi Painel frontal Figura 11.2 Chassi em forma de ‘L” Lamina delgada de ‘luminio 0 acrilico Painel traseiro Paine! delantero Figura 11.3 Chassi em forma de ‘U" acomodar os elementos em uma superficie pla- natal como é mostrado na figura 11.1. Isso evita que 0s circuitos impressos e alguns componen- tes fiquem soltos € se produzam curto-circui- tos e mal funcionamento. Para seu projeto basta distribuir com um bom. alinhamento e disposicao os diferentes elemen- tos e estabelecer as medidas da Kamina. Em se- guida recorta-se, perfura-se de acordo com os furos dos circuitos impressos e dos outros ele- mentos como transformadores e, finalmente, & aplicada a pintura, no caso de mina e, assim, ficara pronto para montar-se nele os elementos do aparelho. Outra forma muito simples para um chassi de um protétipo é 0 tipo em “L”. Neste mode- lo, deve-se instalar na base o circuito impres- Figura 11.4 Tampa para fixagao nas bordas laterals da base 78 S0 € Outros Componentes como o transfor mador, se existirem, e instalar os contro- les ¢ conectores de entrada e saida, na par- te frontal, figura 11.2. Os procedimentos bisicos de fabrica- do para este tipo sio: projeto do modelo com as medidas e posigdes dos furos, re- corte e perfuragdio da lamina, dobra em € por tiltimo, pintura e elaboragiio das indica- Ges escritas. Outro tipo muito comum é 0 chassi em forma de “U”, no qual jé se utilizam duas pe- as: a base e a tampa. Isso proporciona um as- pecto mais profissional ao aparelho e, assim, podemos deixé-lo para sua utilizagdo perma- nente ou sua fabricagdo em série. Neste mode- lo, a base tem trés superficies: a base propria mente dita, a parte dianteira chamada painel frontal e a parte de tras chamada painel trasei- ro, figura 11.3. Na base so montados ou instalados 0 ci cuito impresso, o transformador, se houver, ou uma pilha ou bateria se a alimentagao for in- terna; no painel dianteiro localizam-se geral- mente interruptores, indicadores luminosos como LED ou displays, conectores para entra- da ou saida de sinal e potenciémetros para 0 controle das fungGes do aparelho, entre outros. No painel traseiro geralmente vao cone tores de entrada ou safda de sinais, perfuracdes para o cabo de alimentagao do aparelho e por- ta-fusiveis. Como se pode deduzir facilmente, a localizagiio dos terminais de saida ou conec- tores localizados no circuito impresso devem ser nas bordas, apropriadas para uma fécil co- nexdo aos elementos do chassi. A tampa pode ser fabricada em madeira, acrilico ou Lamina e deve ter a forma de “U” invertido, levando-se em conta ao projetd-a uma facil unio com a base, para facilitar 0 BNI + Curso Pritico de Eletrinica Moderna encaixe do aparelho. Se for em limina, exis- tem duas maneiras de se realizar esta uniao: deixando uma pequena aba ou uma pequena dobra duplo Z. nos lados da base para fixar a tampa com parafusos, figura 11.4, ou dobrar a tampa na parte inferior de seus lados e co- locar os parafusos por baixo, figura 11.5. O primeiro método dificulta um pouco a fabricagio da base e o segundo da tampa. Com a primeira forma pode-se utilizar tampas de madeira ou acrilico, jf que estas podem ser fi- xadas pelas pequenas abas laterais. Outra forma de chassi cuja fabricagdo pode ser facilitada tanto para o hobista, como para produgio industrial, é a de um chassi em quatro pegas (base, tampa, painel frontal e painel tra- seiro) cuja estrutura basica e componentes so mostrados na figura 11.6. As pecas dianteira e traseira, a base e a tampa sio iguais entre si Essa mesma forma pode ser melhorada quanto a robustez fisica e apresentagao, reali- zando-se dobras nos quatro lados dos paingis frontal e traseiro, figura 11.7. Essas tarefas mecanicas podem ser dificeis de se realizar para um hobista ou aprendiz, e devem ser repassa- das para oficinas especializadas. Podemos ter outras formas menos tradici- onais para fabricar os chassis dos protétipos ou experimentos utilizando elementos como tubos de PVC, perfis de aluminio, daqueles utilizados em construgao, acrilico, fibra de vi- dro, plasticos termoformados, etc.; tudo depen- de da imaginagdo, da criatividade e da decisiio de fazer algo por parte da pessoa que tenha que resolver o problema. O mais importante é nio deixar os proje- tos em forma de “esqueleto”, sem uma forma ou corpo definidos; isso Ihes di um mau as- pecto e poderia significar a diferenca entre uma experiéncia que fica sem terminar em uma mesa Curso Pritico de Eletronica Moderna + CRIT Ue ern cake ee Figura 11.5 Tampa para'Yixagao com abas laterals de trabalho ou um produto de sucesso, que pro- porcione um rendimento econmico importante para seu projetista ou fabricante. Projeto do chassi Assim como no circuito eletrénico e no cir- cuito impresso, parte-se de um projeto, no qual 0 chassi deve seguir o mesmo procedi- mento. O projeto do circuito impresso tam- bém deve ser feito tendo-se em conta uma idéia basica da conformagio do chassi para que, ao levar as conexdes do impresso até os diferentes elementos dos painéis, estas fi- quem organizadas em uma forma légica e bem apresentada Uma vez determinada a forma bisica, deve- ‘mos realizar 0 projeto do chassi, que consiste em elaborar um desenho completo do mesmo, seja para uso pessoal ou para fabricd-lo em uma ofici- nna, quando se trata de apenas um, ou em uma fébrica quando se necessitem vérias unidades. Paine trasoro frontal Figura 11.6 Chassi de quatro pegas 79 Eletrénica Pratica Figura 11.7 Painel frontal e traseiro com paquenas abas nos quatro lados Entre as consideragdes ¢ critérios mais importantes que devemos ter em conta ao pro- jetar um chassi estdo as seguintes: + Otamanho do chassi deve ser o mais com- pacto possivel; nem muito grande nem mui- to pequeno, de tal forma que a montagem do aparelho, ou seja, a montagem e a cone- xii dos diferentes elementos que 0 com- pOem, possa ser realizada facilmente. Um chassi pequeno dificulta a manipulagao e um. chassi grande desperdica material ou pode dar um aspecto desagradavel. * O projeto do chassi quanto & forma e tama- nho deve permitir facil conserto ou manu- tengiio do aparelho quando isso for necessé- rio. Todas as partes internas devem ficar aces- sfveis para realizar medigdes ou permitir uma fécil desmontagem do equipamento. * Os controles, como interruptores e potenci- metros, devem permitir uma fécil manipu- Jago por parte do usuario, * Os indicadores como LED, displays e os voltfmetros ou similares devem permitir uma facil e clara visualizagio. * Os elementos sonoros como alto-falantes ¢ buzzers devem ter uma safda livre para emi- tir seu som. * Os conectores, tanto de entrada como de saida, devem permitir facil conexdo e des- conexio com os elementos externos, como terminais, bananas, plugues, cabos, etc. + Nao devem sobrar bordas ou fios cortantes quando 0 chassi é fabricado com laminas metilicas. * As conexées ou circuitos de alta tensao de- vem ficar isolados para evitar choques elé- tricos nos usuarios + Oaspecto fisico deve ser agradavel para a vista quanto & forma, acabamento, cor ¢ demais aspectos concernentes a estética. Para o projeto, o primeiro ponto que deve- mos ter em conta sio os elementos que vao montados nas diferentes partes do chassi. To- memos por exemplo um chassi simples em for- ma de “L” para uma fonte regulada de 5 volts, cujo diagrama € mostrado na figura 11.8, Os elementos principais sao: um circuito impresso, um transformador e os componentes extemos ( interruptor, terminais de safda e 0 indicador pi- oto de apareho ligado) os quais sao mostrados dentro das linhas pontilhadas do diagrama. Elementos que van en el painel frontal D1 er Figura 11.8 Diagrama esquematico de uma fonte regulada para a qual seré projetado 0 chassi em Led indicador ge saida cmucir © Curso Pratico de Eletrinica Moderna 11. Caixas para a montagem de projetos eletrénic. Depois de fazer as con- |_ sideragées de alinhamentoe distribuigao e a facilidade de uma conexio ordenada com os diferentes pontos do circuito impresso, realiza- mos 0 desenho final no qual podemos agregar alguns comentarios sobre a forma de dobrar as partes, 0 tipo ao de material, a cor, etc. Na figura 11.9 podemos apre- ciar o resultado para este projeto. Fabricagao do chassi : Para a fabricagao do chassi ha trés opgées: comprar uma caixa metélica do tipo genérico e adapté-la a nos _ sas necessidades, projetar 0 Figura 11.9 Projeto definitive para o chassi da fonte chassi e encomendar sua fa- bricago em uma oficina De acordo com aestrutura do aparelho,de- especializada ou fabricé cidimos montar o transformador e 0 cir jo completamente. vito Também pode-se combinar a segunda e a ter- impresso na base do chassie os elementos ex-_ceira opgdes, encomendando algumas partes ternos no painel frontal. Colocando os elemen- do trabalho a outras pessoas ou empresas. tos na mesa de trabalho, os agrupa- mos e distribuimos de uma forma : légica e organizada e, entio, toma- mos as medidas aproximadas. Com essas medidas definimos um reta gulo que contém a base ¢ 0 painel frontal sem dobrar (14 x 14,5 cm), Em seguida, tracamos as perfu- : ragGes e sua localizagao exata ten- ’ do em conta primeiro as da base (transformador e circuito impresso) ; € depois os elementos externos, me- dindo os diferentes didmetros dos componentes, utilizando um calibre, se possivel, ou se nao temos dispo- nivel esta ferramenta de medida, 0 Figura 11.10 No mercado sao encontrados diferentes modelos de fazemos com uma régua. cchassi, 0s quals podem ser adaptados para muitos de nossos projetos Curso Pratico de Eletrénica Moderna + MCI 81 Figura 11.11 Distribuigao preliminar dos componentes Para a primeira alternativa, que € a mais facil, pode-se optar por uma caixa com medi- das aproximadas as nossas exigéncias e fazer- Ihe as perfuragGes correspondentes aos elemen- tos do projeto. Na figura 11.10 mostramos al- guns modelos encontrados no mercado. Se vocé niio é um hobista desse tipo de ati- vidades, ou nfo tem a experiéncia para fabricar objetos manualmente, esta pode ser uma boa oportunidade para iniciar-se nessa pritica ou pelo menos entender como se faz. Deve-se ter em conta que a fabricagio do chassi requer cer- tas ferramentas especializadas e de algumas ha- bilidades manuais, além de muito cuidado, jé que algumas operagées so perigosas se niio realizadas adequadamente. Se a quantidade de chassis que vamos fa- bricar é baixa, no se justifica ter uma oficina 86 para essa atividade, Entretanto, essas ferra- 82 Tue Meld mentas podem servir para muitas outras tarefas casei- ras, 0 que justificaria sua aquisigao se voce jé nao as tem em sua casa. Por outro lado, muitos dos hobistas ou praticantes de eletréni- ca tém acesso a oficinas onde se trabalha com cha- pas, e onde se permite que eles fagam seu chassi ou 0 fabricam seguindo seu pro- jeto e instrugdes. No caso das empresas, quase sempre ha uma segdio de metalurgia e mecanica onde se pode construir os chassi dos pro- jetos. Fabricacao do chassi Os passos que devem ser seguidos no proceso de bricagio de um chassi so ‘os seguintes: 1. Projeto preliminar no rascunho 2. Projeto definitivo ou desenho final 3. Selecio e obtengao dos materiais 4, Operagdes mecanicas de corte, perfuracao e dobra 5, Envernizamento ou pintura do chassi 6, Execucao das indicagGes escritas 1. Projeto preliminar no rascunho ‘Como vimos na primeira parte deste tema, faz- se uma distribuigao experimental dos compo- nentes do circuito (circuitos impressos, trans- formador, etc) e dos controles, indicadores e conectores, figura 11.11. Entao, com as medi- das desses componentes ¢ os espagos que 0s separam, determinamos as medidas aproxima- das do chassi e fazemos um desenho a mio in- dicando nele as medidas, figura 11.12. 2. Projeto definitivo ou desenho final ‘Tomando as medidas exatas de cada compo- ceKir * Curso Prtico de Eletronica Moderna 11. Caixas para a montagem de projetos eletrénicos hor, um plotter ou tragador de grificos. Voltando.ao nos- so tema, vemos na figura 11.14 0 desenho definitivo do chassi com todas as suas medidas indicadas. A partir dele, iniciamos a construgdio do prot6tipo de nosso exem- plo. 3. Selegao e obtengao dos materiais Na fabricagio de chassi para aparelhos eletrénicos, em nivel de protétipo, uti- liza-se preferivelmente chapa de aluminio, de fer- ro ou de acrilico, ou ainda H I uma combinagio destes. ; Fag Em algumas ocasiées, pode-se utilizar madeira para complementar 0 pro- Figura 11.12 Desenho do chassi no rascunho Jeto nente, fazemos um desenho definitivo do chas- _Dos anteriores, o mais recomendado pela si, seja com os instrumentos convencionais de facilidade com que se pode realizar as opera- : desenho (régua, esquadro, compasso, etc) ou ¢Ges mec@nicas como corte, limagem, perfu- por meio de algum programa de desenho por _ragdo e dobra, a chapa de aluminio. Quando computador, figura 11.13, Na tecnologia dos _ aparelho requer uma estrutura mais forte, PC ou compativeis podemos uti- lizar os programas AutoCad ou Corel Draw, entre outros, e na tec- nologia Macintosh, o programa FreeHand. Se temos disponivel um com- putador, ou fécil acesso a ele, é preferivel utilizar o tltimo método, 4 que este nos permite fazer varia- ‘ges ou mudancas rapidamente sem terque repetir todo o desenho. Esse ‘método nos permite também impri- mir com grande qualidade o dese- S : nho final utilizando impressoras de eS {ato de tinta ou laser ou ainda me- Figura 17.13 Desenho sendo executado em um computador b F ) Curso Pritico de Eletrénica Moderna» ©@RCT 83 Cara eels) 175: — oI 175 a Figura 11.14 Desenho definitive do chassis utilizamos chapa de ferro. O acrilico, pela dificuldade em dobré-lo e a facilidade com que se quebra, é utilizado para projetos simples montados sobre uma pega retangular. 4, Operagdes mecanicas de corte, perfuracao e dobragem Uma vez estabelecido no projeto o tamanho definitivo do chassi, devemos cortar 0 pe- dago de chapa correspondente para em se- guida perfurd-lo e dobré-lo. Hé varias for- mas de cortar chapas metdlicas. A mais in- dicada é uma guilhotina ou maquina corts dora, seja manual ou de pedal, e se esta no 84 estiver disponivel, uma tesoura especial. O corte com guilhotina, figura 11.15, assegu- ra que as bordas fiquem retas ¢ alinhadas enquanto que 0 corte com tesoura fica um pouco irregular. Como as guilhotinas nao sdo elementos disponiveis facilmente, 0 mais indicado é levar a chapa a uma oficina especializada e indicar as medidas para corte apropriado. No caso do exemplo, o chassi é de 17,5 x 17,5 cm. Se utilizarmos acrilico, o corte pode ser feito com uma ser- ra de dentes finos, figura 11.16, fazendo-se previamente uma marca das linhas de corte com um riscador ou bisturi. ©BIKET + Curso Pratico de Eletronica Moderna Roce clue Cue Lene Para a perfuragiio do chassi devemos mar- car, segundo o desenho, os locais para os furos, (08 quais podem ser circulares, quadrados, retan- gulares ou com formas especiais, se alguns com- ponentes assim o exigirem, Na figura 11.17 so mostrados alguns componentes comuns em ele- trdnica eo seu furo para montagem. Para os pro- t6tipos, o mais recomendado ¢ utilizar somente perfuragdes circulares, j4 que estas sfio as mais ficeis de executar empregando uma broca. Por- tanto, no projeto do aparelho ou na selecaio dos componentes, deve-se escolher, dentro do pos- sivel, aqueles que tenham essa forma Na figura 11.18, por exemplo, temos virios tipos de interruptores com diferentes formas de ‘montagem, circular ou retangular; para facilida- de de montagem, neste caso, devemos utilizar 0 de tipo circular. Mesmo assim, temos conectores que utilizam parafusos para fixago & chapa, por- tanto, devemos ter em conta estas perfuragdes no ‘momento de projetar o painel do chassi Para marcar 0 local dos furos existem dois meétoclos: medir cada um deles segundo o desenho € tomar como referéncia as bordas da chapa e os demais pontos, figura 11.19, ou mais facilmente, colocaro desenho em cima da chapae marcarcom ‘uma ponta ou pungio cada um dos centros para as perfuragGes. Para utilizar este tiltimo método, deve- se tirar uma c6pia do desenho, seja pelo computa- dor se assim o tivermos realizado, ou utilizando uma fotoe6pia normal, e colocé-lo sobre a chapa, dobrando suas bordas sobre ela, figura 11.20. Se utilizar a fotocépia, fixar bem antes de colocé-la e cuidar para que tenha as mesmas medidas que 0 desenho original, jé que algumas vezes neste pro- cesso, amplia-se ou reduz-se ligeiramente o tama- nho, 0 que poderia afetar as medidas do chassi Uma vez. j4 marcado 0 ponto para cada furo, co- mece a realizar as perfuragdes segundo as medi- das do desenho. Precauco importante. O processo de perfura- fo de chapas metilicas implica em seguir certas normas ou regras de seguranga, j4 que ao nao faze. Curso Pratico de Eletrénica Modernae C@NCiT Figura 11.16 Corte manual do acrilico ¢ e. Figura 11.17 Perturacées para alguns componentes usados comumente @ fal Figura 11.18 Perfuragées retangulares e circulares O 85 Figura 11.19 Medindo a posicao das perfuragées para faciltar 0 posterior trabalho com a broca Figura 11.20 Desenho com fotocdpia para marcar as perturacées Figura 11.21 Para perturar a chapa com uma broca deve-se ter em conta algumas normas de seguranca primeira delas é segurar frmemente a chapa para que ‘no gire no momento de introduzir a broca 86 ee Maden lo, corre-se 0 risco de sofrer ferimentos graves nas mos, o que poderia deixé-las seriamente afe- tadas. O principal aspecto que se deve ter em con- ta € segurar firmemente a chapa durante sua per furago, preferivelmente com um grampo sobre asuperficie de trabalho, figura 11.21, para que esta nao gire enquanto a broca penetra, Isso pode ocor- rer com perfu dem de 1/4” e maiores. Se for segurarcom a mio, deve-se faz6-lo firmemente, e dentro do possivel utilizando uma luva de couro ou algum elemento similar. Também pode-se firmar a chapa com um alicate ou um alicate de presso, conforme mos- trado na figura 11.22, para evitar que esta se mova, ‘Ges relativamente grandes, da or- Realize primeito todas as perfuragdes do chas si utilizando a broca menor indicada no projeto, em seguida v4 ampliando os demais orificios com as medidas seguintes até chegar ao tamanho mai- or, Essas perfuragdes feitas de forma gradual faci- Jitam o trabalho e ajudam a reduzir o risco de aci- dentes, j4 que a broca requer menos esforgo para executar a perfura Em geral, as brocas deixam no lado poste- rior da perfuracdio uma “rebarba” ou lascas da chapa que nao ficaram bem cortadas. Essa re barba deve ser eliminada utilizando-se uma broca maior que a empregada na perfuragio inicial. Isso pode ser feito com a mio, se voce estiver trabalhando com aluminio, ou com uma Bee Figura 11.2250 no se dispée de um grampo, pode-se utilizar um alicate de pressao para firmara chapa caKiT © Curso Pritico de Eletronica Moderna PACE ed Cake ee ne) Figura 11.23 Para tazer os furos retangulares pode- @ utilizar uma broca pequena e fazer muitas Perera _ iil i = ligeira passada na broca, sem ampliar 0 furo, quando a chapa for de ferro. Para perfuragées quadradas ou retangula- res, deve-se realizar v lares pequenas, seguindo a forma do orificio as perfuragGes circu- até que se obtenha a forma aproximada, reti- rando o pedago central de chapa e, em segui- da, com uma lima polir as bordas até obter a forma desejada. Na figura 11.23, pode-se ver este procedimento. Uma vez terminadas as perfuragdes deve- mos realizar a dobra gem da chapa conforme o projeto inicial. A operagaio de dobra ser feita preferivelmente em uma dobradora pe- quena para chapa, figura 11.24. Sendo tiveraces- so a esse tipo de ferramenta, pode-se levar 0 gem deve chassi e mandé-lo dobrar em uma oficina espe- cializada ou recorrer a algum truque, utilizando 68 meios que temos disponiveis. Pa pode-se fazer a dobra com uma morsa, tendo 0 cuidado de proteger a chapa com dois pedagos de madeira fina e dobrar a chapa com outro pedago de madeira para que a linha fique forme, figura 11.25. Para dobrar 0 chassi em forma de “U madeira e grampos de carpintaria conforme a um chassi simples em forma de “ ni- podem-se utilizar pedacos de mostrado na figura 11.26, Essas operagées fi- cam mais faceis quando a chapa é de aluminio € por isso é que recomendamos esse material como 0 mais adequado para os prot6tipos Curso Prético de Eletronica Moderna s C@CiET Figura 11.24 As grandes oficinas possuem maquindrio especializado para a dobragem de chapas Figura 11.25 Um grampo também pode serde utiidade para dobrar a chapa do chass/ Figura 11.26 A dobragem em U pode ser feita com 0 auxilio de pedagos de madeira 87 Figura 11.27 A pintura em aerossol 6 uma solugao répida para o acabamento do chassi aD Figura 11.28 Os rétulos permitem identificar facilmente os componentes que compdem 0 chassi Figura 11.29 Aspecto do chassi totalmente finalizado 5. Envernizamento ou pintura do chassi Uma vez perfurado e dobrado, deve-se reco- brir o chassi com alguma pintura para evitar sua oxidagao, se for de ferro, ou para dar-Ihe uma melhor apresentagio, seja ele de ferro ou aluminio. Uma maneira facil e pratica de fazé-lo € utilizar pintura em aerosol, figura 11.27, e recomendam-se cores claras se va- mos usar letreiros indicativos, como 88 plicard mais adiante, para marcar as diferen- tes partes do chassi com os nomes dos nais, controles, etc i. 6. Marcagao dos letreiros indicativos E muito importante, ao terminar o chassi do prototipo, que sejam marcados os diferentes conectores ¢ controles do mesmo, assim como, © nome do aparelho, e sua referéncia, se de- sejarmos. Isso Ihe dar um aspecto mais pro- fissional e facilitara sua utilizagdo por parte do usudrio. Se yocé observar os aparelhos instrumentos eletronicos que tem ao seu re- dor, notaré que todos tem sua marca, nome, modelo ¢ uma indicacao escrita com a fungo dos conectores de entrada e safda, assim como ‘0 nome e valores para os controles. E possivel realizar essas marcacdes de duas maneiras. O primeiro método é com screen ou serigrafia, utilizado também para fabricar circuitos impressos e cujo procedi- mento vimos em uma pritica anterior. O se- gundo método é mais facil, rapido e econd- mico, € 0 das letras transfertveis por contato ou pressio, mais conhecidas como “Letra- set”, e das quais se consegue uma grande variedade no mercado. Com elas formam-se os diferentes letreiros ou rétulos, tal como mostrado na figura 11.28. Uma vez que foram colocados sobre a superficie pintada da chapa, cobre-se nova- mente com yerniz ou esmalte transparente para evitar que as letras se desprendam do chassi. Na figura 11.29, temos 0 aspecto do chassi finalizado, No caso dos chassi em alu- minio, estes podem ficar sem pintar, marcan- do-se os letreiros sobre sua superficie e en- vernizando-se ao final para protegé-los. As- sim, uma vez marcado e pintado, o aparelho estard pronto para montagem, a qual deve ser feita, uma vez que estejam testados e apro- vados as placas ou os diferentes circuitos do aparelho. ©BKET + Curso Pritico de Eletronica Moderna (Ee ue PRATICA N° 12 Montagem final e teste de projetos Com esta pratica, terminamos a descri¢ao dos passos envolvidos na elaboragao de projetos eletrénicos. Por sero ultimo, é talvez o passo mais importante jé que dele dependem a boa apresentagao e a qualidade do aparelho_ construido. Apés ter construfdo o circuito impres- $0 € 0 chassi de um projeto eletrnico, o passo seguinte é a montagem de todas as pegas € a realizacao dos testes necessérios para estabelecer 0 correto funcionamento do aparelho. Este passo 6 fundamental, jé que se no for realizado adequadamente, teremos perdido todo o trabalho anterior. A seguir, descreveremos os passos envol- vidos nesta tiltima fase do desenvolvimen- to de projetos. Curso Pratico de Eletronica Modernae @NCHT Testes das placas e do circuito em geral Antes de iniciar a montagem final do projeto, devemos estar seguros de que todos os seus ele- mentos esto funcionando corretamente, espe- cialmente os circuitos impressos e seus compo- nentes, j4 que ao surgir uma falha apés a mon- tagem, deveremos desmontar 0 aparelho, per- dendo tempo e esforgo. Estes testes devem ser feitos da forma mais rigorosa possivel e por um bom tempo, em condigdes reais de opera Para fazer os testes, vocé precisa efetuar a montagem provis6ria dos elementos externos do circuito impresso e colocar todo 0 conjunto so- bre a mesa de trabalho. Certifique-se muito bem de que nao haja na mesma elementos metilicos, tais como pedagos de cabo, terminais, parafu- S05, efc., que possam causar curto no lado das soldas do circuito impresso, Um bom costume que se deve adquirir é limpar a mesa antes de realizar este procedimento, Na medida do possfvel, tenha A mao os instrumentos e outros elementos necessari- s para fazer as medigées ou testes corres- pondentes ou para injetar algum sinal de tra- balho do circuito. Os mais comuns sao os multimetros analégicos ou digitais, um osci- loseépio, os geradores de sinal; um alto-fa- lante com sua caixa actistica ou tela, se o teste for de um amplificador ou algum aparelho de dudio, ou um telefone, se 0 projeto for referente a telefonia, etc. Se for detectado um mal funcionamento de todo 0 circuito ou de uma parte dele, de- vemos iniciar um procedimento de andlise da falha seguindo o diagrama esquemitico, tendo em conta os diferentes médulos do apa- relho, testando aqueles que siio mais conhe- cidos e descartando um por um até encon- Cortes com faca ‘Conexao ‘com cabo Figura 12.1 Reparo de um circuito impresso 90 ee ere eed trar o problema, quer por um componente mal instalado, uma solda defeituosa, uma cone- xiio externa errada, etc. Se existe um sinal que deve transportar um determinado fluxo, pas- sando de uma etapa para outra, deve-se fazer um acompanhamento até encontrar onde esta bloqueado. Também pode ocorrer que a falha se apresente por um erro no desenho do cir- cuito impresso ou por terem sido ligadas uma ou varias linhas de forma incorreta. Quan- do isso for detectado, podemos cortar as li nhas de cobre defeituosas com uma nava- Iha ou um bisturi e fazer novas conexées utilizando cabos muito finos. Na figura 12.1 podemos observar um modo de fazer este reparo. Se surgir este problema, 0 mais in- dicado € redesenhar e refazer imediatamen- te 0 circuito impresso e voltar a montar 0 protétipo utilizando os materiais que pos- am ser retirados com facilidade da placa an- terior. Outros componentes para a montagem final Apés testar a placa, devemos ter prontos os demais materiais para a montagem final. Tal é © caso dos elementos externos que iro ser montados no chassi junto com os conectores, interruptores, indicadores, o transformador, se ele existir, € os cabos que unem os mesmos ‘com 0 circuito impresso ou com as entradas e saidas de sinais. Devem-se utilizar os cabos apropriados em relag’io ao seu modelo, bitola e cor. Uma das consideragdes mais importantes é a bitola ou espessura do cabo, que depende da quantida- de de corrente em ampéres que circula por ele, especialmente em circuitos ou trajet6rias que utilizam cargas de poténcia maiores do que um (1) ampére. Na tabela 12.1 temos as bitolas AWG mais adequadas para diferentes valores de corrente caKir * Curso Pratico de Eletronica Moderna 12. Montagem final e teste de projetos Tabela 12.1 Nesta tabela 6 relacionada a quantidade de Corrente em amperes que podem conduzir 8 cabos utiizados em eletrénica Em relago aos cabos de conexdo, 0s mais utilizados em eletrénica so aqueles de cobre com isolamento de PVC, disponiveis em di- ferentes configuragdes. Para fazer conexdes entre os elementos externos e as placas, util za-se 0 cabo denominado “tipo veiculo” que possui em seu interior um conjunto de arames finos que oferecem boa flexibilidade e so fabricados em diferentes bitolas e cores. Em eletronica, utiliza-se desde a bitola N° 24, que € fina, até o N° 12 ou 14 que é mais grossa. As diferentes cores permitem diferenciar os cit- cuitos ou tipos de sinal que passam por eles, facilitando a montagem e o reparo dos apare- Ihos. Um tipo comum deste € fornecido com dois arames unidos entre si e que é denomi- nado cabo “diiplex” ou duplo. Também € utilizado o cabo que contém em seu interior um s6 arame sélido, que permite, caso seja necessério, dar uma for- ma fixa a trajetoria da conexao, Uma for- ma econdmica de obter este tipo de cabo, de calibre fino, € desmontar o cabo telef- nico de varios “pares” que sobram de ins- talagées ¢ utilizar seus cabos internos, que apresentam uma boa variedade de cores. Também € muito popular 0 cabo denomi- nado “ribbon” ou cabo plano com vérios condutores unidos entre si e que facilitam a unio de varias linhas simultaneamente através de conectores ou de conexdes em terminais da placa. Curso Pratico de Eletrénica Moderna+ Cui oe Cabo tipo veiculo i Cabo sdlido Cabo blindado monofénico = Cabo blindado estéreo Cabo ribbon SSS. Cabo duplex Figura 12.2 Tips de cabo de conexéo Por tiltimo, mencionaremos cabo blinda- do utilizado para realizar conexdes que envol- vem sinais de dudio de baixo nivel provenientes de microfones e outras fontes, os quais deve ser isolados da influéncia de outros sinais mais fortes que podem provocar interferéncia no apa- relho. Na figura 12.2 temos o aspecto dos dife- rentes tipos de cabos mencionados. Montagem dos elementos externos Antes de montar as placas, devemos instalar 0s componentes ou elementos da parte dian- teira e traseira do chassi, tais como interrup- Figura 12.3 Montagem dos componentes externos 1 Figura 12. 4 Botdes para projetos tores, conectores, indicadores, potenciéme- tros, etc. Para tal, devemos ter certas precau- des com 0 intuito de nao danificar o chassi ou o elemento em si. Por exemplo, as porcas dos potenciémetros ¢ alguns interruptores devem ser ajustados com uma chave apro- priada ou, em dltimo caso, com um alicate, ja que se utilizarmos uma pinga de extremi- dades planas, como muitas vezes € feito, esta pode no segurar bem a porca e soltar-se de forma sdbita, riscando 0 chassi. Além disso, se este tiltimo foi enverniza- do, devemos evitar que a porca danifique a superficie instalando uma arruela entre a por- ca e o chassi para proteger os rotulos. Na fi- gura 12.3 este procedimento é mostrado em detalhe. A maioria dos potenciémetros e ou- tros componentes, tais como os interruptores girat6rios, possuem uma pequena aba que é utilizada para evitar que os mesmos girem ao aciond-los com o botdo correspondente. Para uma tima montagem, deve-se fazer uma pe- quena perfuracao para alojar esta aba, como é mostrado na figura 12.3. Um dos pontos mais importantes para dar um bom aspecto a um protétipo ¢ utilizar ele- mentos externos com uma boa apresentagao. Tal € 0 caso dos botdes, que devem ter a for- ma o tamanho adequados segundo sua fun- cdo. Na figura 12.4 so mostrados varios ti- pos de botdes que podem ser utilizados em 92 eae aparelhos eletronicos. Outro ponto funda- mental € 0 tipo de parafuso que devemos empregar para fixar componentes externos que sejam manipulados. Preferivelmente, uti- lizar parafusos pequenos com cabega tipo Philips ou ranhurada, Montagem das placas no chassi Este procedimento exige certos requisitos minimos para que os diferentes circuitos do aparelho fiquem bem firmes; existem varios istemas para fazé-lo. O mais facil e utiliza- do, € 0 dos separadores de plistico e parafu- sos mostrados na figura 12.5. Os separado- res podem ser obtidos cortando-se pedacos pequenos, de uns 5 a 8 mm de comprimento, de tubo ou mangueira fina de plastico ou do revestimento de arame grosso. O diametro interior deve ser tal que permita a passagem de parafusos de 1/8” ou de 3 mm. Os parafusos sao fixados da parte externa do chassi para a parte interna ea porca é colo- cada acima do circuito impresso. Quando este tiltimo € desenhado, deve-se ter a precaucio de deixar o espaco apropriado para este siste- ma de montagem, ja que muitas vezes nao se faz desta forma e os parafusos e as porcas en- tram em contacto com as pistas do circuito ocasionando mau funcionamento. Porca. —~. ‘Separador plastica. ae Parafuso Detalhe Figura 12. 5 Separadores para placas cexir ‘* Curso Pratico de Eletronica Moderna Placa Figura 12. 6 Pinos para montagens Existe outro sistema um pouco mais sofis- ticado que utiliza pinos ou suportes de nylon fa- bricados especialmente para este propésito; es- tes sfio encontrados geralmente nos computa- dores ¢ sfio fornecidos em varias apresentagoes: com uma base adesiva, com dois suportes, com porea em uma extremidade, etc. Na figura 12.6 pode-se ver estes tipos de elementos e sua utili- zagao na montagem da placa. Figura 12. 7 interconexéo ordenada de um projeto Curso Prético de Eletrénica Moderna» @tsnCitT 12. Montagem final e teste de projetos Fiagao do aparelho Ap6s montar todos os elementos no chassi, de- vemos dar seqiiéncia a sua interconexiio, Du- rante este procedimento, devemos seguir aten- tamente 0 diagrama esquematico e o diagrama de conexées, se 0 tivermos. Como ja foi dito, devemos utilizar os cabos apropriados de acor- do com a conexao a'realizar. Por exemplo, para © cabo de alimentagéio ou entrada, é utilizado geralmente um cabo tipo “diiplex” ou duplo de Cor preta com bitola de 22 a 18 na maioria dos casos. Se 0 aparelho fornece boa poténcia na entrada, deve ser utilizado 0 cabo 16 ou 14. Se a fonte de energia est separada dos demais circuitos, deve-se utilizar para sua conexao um cabo flexivel de cor vermelha para o positivo e preta para 0 negativo, com a bitola adequada de acordo com a maxima demanda de corrente que circula por eles. Para conexdes miiltiplas recomenda-se 0 cabo plano ou “ribbon”, preferivelmente de varias cores com o intuito de identificar fa- cilmente os diferentes pontos da conexio e na medida do possfvel, com conectores em de poténcia CO Régua de conexdes ere Circuito ou byte OOOO 93 suas extremidades; isto permite uma facil desmontagem do aparelho em caso de repa- ro. Existem dois aspectos muito importantes no proceso de fiagdo que deve-se ter sempre em vista, Primeiro, a realizado de boas sol- das, j4 que esta é uma das principais causas do mau funcionamento inicial dos aparelhos ele- trénicos. Como na interconexao sio soldados cabos um pouco grossos em terminais metali- cos, aqui devem ser realizadas boas soldas com uma maior temperatura, j4 que este tipo de ter~ minal apresenta alguma dificuldade neste pro- cesso. A melhor forma de superd-la é limpar muito bem tanto o terminal quanto 0 cabo, se possivel, raspando com uma faca ¢ aplicando a ponta durante um periodo de tempo ligeira- mente superior do que para as soldas normais em um circuito impresso. O outro aspecto é sobre a estética ou dis- tribuigdo dos cabos de interconexao dentro do aparelho. Como foi dito oportunamente quan- do falamos do desenho do circuito impresso, este deve ser feito de acordo com a disposi¢ao dos elementos externos do aparelho que yao montados no chassi, estabelecendo um pre~ desenho do mesmo. Se isto foi feito assim, a distribuigao e o percurso interno dos cabos nao apresentariio nenhum problema e a montagem serd efetua- da seguindo um roteiro natural, deixando um pouco de folga no comprimento dos cabos para dar-Ihes uma boa forma sem que isto seja exagerado e nem fiquem sobras que danifi- quem a estética do aparelho, Tampouco de- vem ser feitas conexdes muito curtas, j4 que desse modo ficardo muito esticadas, Existem muitas possibilidades de se soltarem de seus pontos de conexiio. Na figura 12.7 temos um exemplo de uma interconexao ordenada dos diferentes elementos de um aparelho eletr6- nico simples. 94 bee ed Revisao final Apés terminar a interconexio, e antes de ener- gizar 0 circuito, devemos revisar visualmente todo o aparelho, conferindo com o desenho cada uma das conexdes principaise realizando algumas medidas de continuidade entre os di- ferentes pontos. Isto pode evitar danos nos cir- cuitos, caso tenhamh sido feitas conexdes exa- das, mas que podem ser corrigidas a tempo, Quando tivermos certeza de que tudo est bem, realizaremos o teste final Uma vez ligado, devemos repetir os testes de funcionamento tal como foi feito no proto- board e nos testes preliminares até determinar que 0 protstipo est4 cumprindo com todas as fungdes para as quais foi desenhado e cons- trufdo. Corregoes Se existirem falhas, e como se trata disso, deve ser feito um novo protétipo corrigindo-as até que tenhamos um modelo que funcione bem, Isto € muito importante, sobretudo, se o pro- posito final for levar o produto a uma fabri- cago em série. Documentacgao Uma ver terminado o protétipo, deve ser reunida e guardada uma documentagao or- ganizada que deve incluir o desenho, tanto em rascunho como ja passado a limpo, inclu- sive com anotagdes sobre as corregdes e mudangas feitas durante 0 processo; desen- hos finais do circuito impresso, lista com- pleta e detalhada dos materiais, desenho do chassi, fotografias, etc. Muitas vezes este ltimo procedimento ndio se realiza e perdemos uma grande quanti- dade de tempo quando devemos repetir a fa- bricagdio do mesmo aparelho e nao temos dis ponivel a informagao para fazé-lo. E muito mais quando se planeja fazer produgao em série. ©BKET + Curso Pritico de Eletrinica Moderna PRATICA N° 13 O gerador de sinais O gerador de sinais é um dos instrumentos de laboratorio mais Uteis. Sua fungao é produzir sinais elétricos, os quais podem ser modificados em alguns parametros tais como amplitude, frequéncia, ciclo util, etc. 0 que permite fazer testes de equipamentos, anélise de circuitos em geral, uma grande quantidade de experiéncias e testes tanto em nivel académico, como de manutengao de aparethos eletrénicos. Em préticas anteriores estudamos os multf- metros, tanto andlogicos como digitais, chegan- do & conchustio de que sio instrumentos bésicos € de uso obrigat6rio para qualquer aprendiz. de eletrOnica. Mas além deles, existem também muitos outros instrumentos que so de grande utilidade e que cumprem tarefas especializadas. Podemos dizer que todo estudante, experimen tador, técnico ou profissional em eletronica deve ter um ou varios instrumentos para poder reali- zat efetivamente seu trabalho, A quantidade ¢ qualidade dos mesmos depende, légicamente, do tipo de trabalho a realizar. Curso Pritico de Eletrénica Moderna» CRKCAT Depois do multimetro, o segundo instru- mento em importincia poderia ser um gerador de sinais e depois um oscilosc6pio. Outros ins- trumentos como um freqiiencimetro, medido- res de capacitores e bobinas, testadores de tran- sistores, medidores de espectro, etc. podem ser requeridos & medida que se trabalhe em proje- tos mais complexos, Na figura 13.1 temos um gerador de sinais, no qual sio indicadas suas partes mais importantes. Este instrumento é um dos mais comuns que podem ser encontrados na bancada de trabalho de um experimentador eletrénico, 95 Eee Controle de freqaéncia de varredura Seletores Controle de ‘amplitude Ajuste de simetria Saida de sinal Ajuste de offset Figura 13.1 Partes principais de um gerador de sinais. Outros modelos podem incluir um display digital onde 6 indicada, com bastante preciso, a freqdéncia do sinal de saida. Aspectos gerais Os geradores sao instrumentos que produ- zem sinais de teste para ser aplicados aos circuitos que montamos com o fim de de- terminar seu bom funcionamento. Também podem ser muito titeis no reparo de apare- Ihos de dudio tais como amplificadores, gra- vadores e equipamentos de som em geral. Os mais comuns sao os geradores na escala de sinais denominados “de dudio” ou seja entre 0 ¢ 100 kHz. Geralmente, produzem sinais com forma de onda senoidal, triangu- lar, quadrada e algumas vezes em forma de dente de serra. Estes instrumentos sio utilizados para entregar ou injetar diferentes tipos de sinal as circuitos eletronicos, sejam protétipos, de produgio industrial, ou aos circuitos que necessitem repa- ros. Este sinal deve ser entao escutado, observado, medido ou analizado por algum outro meio para determinar se 0 aparelho sob teste ou andlise esta funcionando bem. Em Gerador de sinais outras palavras, os geradores de sinal per- mitem simular, de uma maneira facil e pre- cisa, os sinais reais que so processados nos diferentes aparelhos eletronicos. Este pro- cesso, de forma geral, é representado na fi- gura 13.2. Tal € 0 caso, por exemplo, dos geradores de éudio que nos permitem analizar o funci- onamento de um amplificador de som subs- tituindo o sinal de entrada de um microfone ou de um reprodutor de compact disc e ana- liz4-lo por meio de um osciloscépio (Instru- mento que estudaremos na pratica seguinte). Circuito ou |aparelho em} teste Figura 13.2 Procedimento utilizado para testar aparelhos eletrénicos com um gerador de sinais BNET» Curso Pritico de Eletrénica Moderna ER ea Figura 13.3 No mercado existem geradores de sinal de diferentes tipos, que sao classificados de acordo ‘com seu espectro de frequén Tipos de geradores de sinal Os geradores de sinal sao clasificados de acordo com os sinais que produzem, a fre- qiiéncia dos mesmos, sua construgo € por algumas caracteristicas especiais incorpora- das pelos fabricantes. E tao amplo 0 espectro que podemos encontrar desde um gerador de onda quadrada que nés mesmos podemos fa- bricar usando dois transistores, alguns resis- tores e capacitores; até sofisticados gerado- es programaveis com microprocessador, in- terface para computador, teclado e monitor, ntre outros. Na figura 13.3 apresentamos uma amostr de alguns destes modelos de gerado- res. 13.1 Parametros dos geradores E importante, ao tratar deste tema, conhecer ou repassar alguns conceitos basicos, assim como a terminologia utilizada para descrever as fun- ges e caracteristicas dos geradores de sinal. Diz~ se que so geradores de sinal porque produzem uma corrente elét ica ou eletrOnica que possui uma forma de onda varidvel ou corrente alter nada com caracteristicas definidas. Este f (Curso Priticode Elewinica Moderna cuir as, tipos de onda, caracteristicas especiais etc. nal, como jé foi mencionado, deve simular ou reproduzir um tipo de onda similar aquela en- contrada nas aplicagdes reais. Tal é 0 caso dos geradores de sinal de dudio que cobrem o espectro da audigao humana, que vai desde os 20 Hz até os 20 KHz. Neste caso, dey m ser produzidos sinais com caractetisti cas similares aquelas produzidas pelos diferen- tes elementos de um sistema de som tais como um microfone, um toca-discos, ete. Em outros casos, por exemplo, é necessirio gerar os sinais produzidos por uma emissora de rédio FM ou de televisio, ¢ para isto existem geradores de sinal especializados nestes tipos de sinais. As principais caracterfsticas que um sinal possui sfo a forma da onda, a freqiién: cia e a amplitude. A forma da onda, como seu nome indica, tem a ver com a forma geométrica do sinal e as mais comuns em eletrOnica sdo a forma sendide, a onda qua- drada, os pulsos, a onda triangular, a onda dente de serra e as ondas de forma com- plexa que resultam da combinagao de 97 Figura 13.4 Os geradores de sinais podem fornecer diferentes tipos de onda, na figura sto mostradas as mais comuns. Figura 13.6 Amplitude de uma onda senoidal. Neste tipo de sinal podem ser obtidas varias medidas de tensdo: a tensao pico (Vp), a tensdo pico a pico (Vp) a tenséo efetiva ou RMS (VRMS). 98 Pee Reed varios sinais ou de algum processo interno de um circuito. Na figura 13.4 temos arepresentagiio des- tas formas de onda. Diz-se que a freqiiéncia é o mimero de vezes que uma onda € produzida durante um segundo, figura 13.5. Estas unidades (ciclos por segundo ou eps), também sao conhecidas como Hertz (Hz). A freqiiéncia é expressa, além de Hertz, em KHz (Kilohertz ou milhares de Hertz), MHz (Milhdes de Hertz) e GHz (Gigahertz ou seja 1,000 MHz). De acordo com a freqtiéncia, as diferentes ca- tegorias de sinais so estabelecidas, tais como os de baixa freqiiéncia (Audio), radiofreqiiéncia (RF), altas freqiiéncias (HP), freqiiéncias muito altas (VHP) e freqiiéncias ultra-altas (UHE), entre ou- tras, Nestes espectros temos entio geradores que produzem desde 2 ou 3 Hertz. até geradores que produzem sinais de varios GHz. Assim, os gera- dores de sinal sdo fabricados para cada um destes tipos de freqiiéncia, ja que o manuseio dos sinais é diferente para cada espectro. amplitude de um sinal refere-se ao seu ta- manho, sendo que em termos elétricos, é0 mesmo que tenso, Foram estabelecidas basicamente trés, formas de medi a amplitude ou tensio nos tensiio pico ou Vp, tensio pico a pico ou Vpp ¢ tensio RMS (Root Mean Square), também deno- minada tensio efetiva. As duas primeiras so medi- das diretamente sobre a onda, ea terceira é calculada de acordo com as anteriores, figura 13.6, A tensfio RMS ¢ aquela para a qual estio calibra- das ou estabelecidas as escalas dos multimetros. A tensio pico e a tensio pico a pico podem ser estabelecidas matematicamente por meio da e: pressdo mostrada na figura 13.6 ou por meio de um oscilosc6pio, tal como o explicaremos quan- do se fala deste importante instrumento. inais: Quanto a amplitude do sinal, os ge- radores sio fornecidos com diferentes espectros, de acordo com sua aplicagao, Um gerador de audio, por exemplo, caxir Curso Prticode Bletrinica Moderna pode ser adquirido com amplitudes que vio desde 0 até 10 Vpp e os geradores de RF pos- suem amplitudes menores, j4 que este tipo de sinal é manipulado geralmente em niveis bai- xos de tensio. Os geradores de sinal incluem outras caracteristicas tais como a possibilida- de de modulagao, sinais simétricos, mudanga de tangéncia, sinais alcatérios, faixa de freqiién- cia, sinais programaveis quanto & forma de onda e freqiiéncia, etc. 13.2 Geradores de sinal de audio O tipo mais simples de gerador que encontra- mos nas bancadas de trabalho é 0 gerador de 4udio ou de baixa freqiiéncia. Este tipo de ins- trumento geralmente possui uma banda de fre- qiiéncias que vai desde 1 HZ até 100 KHz, com formas de onda sendide, quadrada, pul- sos e algumas vezes triangular. Sua tensao de saida encontra-se geralmente na faixa de 0a 10 Vpp. Este gerador tem aplicagao no dese- nho, teste, calibragio e reparagao de circuitos € aparelhos de dudio ou som, tais como am- plificadores, gravadores, misturadores, equa- lizadores, etc. Selegao de geradores de dudio Os principais fatores que devemos ter em conta sfio a banda de freqiiéncia e sua preciso (%e), as formas de onda com seu nivel de distorgdio (%), a tensiio de safda, as fungdes especiais, a marca e 0 prego. Se o trabalho é para dudio comum, a mai- ria dos geradores fornece uma banda de freqiién- cias suficientemente ampla para este tipo de apli- cago que vai com espectros desde 10 Hz até 150 KHz no minimo, sendo que este fator deve ser comprovado para cada modelo oferecido. Quanto a freqiiéncia, deve-se ter em con- taa preciso, que quanto menor for em mar- gem de erro, melhor ser o instrumento. A margem de erro é medida em porcentagem (%) € 05 valores normais podem estar entre 0,01% nos modelos de precisio, a 5% nos aparelhos (Curso Priticode Elerinica Moderna caxir EAC eee mais econdmicos, As formas de onda produzi- das pela maioria destes geradores so: a senoi- dal, a quadrada e a triangular. Elas so incor- poradas em quase todos os modelos comuns e alguns mais sofisticados incluem pulsos modu- lados e dente de serra. Com as trés primeiras, sio realizados todos os testes necessérios neste campo. Sobre este fulor, deve-se ter em conta a distorgdo, que nao deve ser muito grande, per- manecendo entre .05% até 1%, como maximo. Quanto & tensio de safda, um nivel de 5 a 10 Vpp é suficiente para os testes normais dos circuitos e aparelhos. E importante que 0 con- trole de nivel de safda atenue completamente sinal e possa ser controlado de forma lenta e suave para evitar as mudangas bruscas na ten- silo de saida, que podem produzir danos nos equipamentos sob teste; ser muito melhor se 0 gerador tiver um ajuste fino para esta fungio. Quanto as fungdes especiais, existe uma grande variedade delas, sendo as mais titeis a de faixa (sweep), possibilidade de tensio Offset (CC), indicador digital de freqiiéncia, mudanca de tangéncia no sinal, possibilidade de progra- magio, interface para computador, etc., ¢ I6gi- camente, com cada uma delas, o prego iré au- mentando. Dentre as mais recomendadas, de acordo com nossa experiéncia, esto as de faixa e indicag’o digital de freqiiéncia, e sobretudo esta tiltima, jé que nos evitaria um segundo ins- trumento. Utilizagao dos geradores de audio ‘Como sabemos, um circuito ou aparelho eletr6- nico de audio processa um sinal ou um conjun- to de sinais como uma pega musical, por exem- plo, modificando suas caracteristicas, Existem diferentes tipos de processos nestes aparelhos, sendo os mais comuns a amplificagao ou au- mento de amplitude eo filtrado, ou seja, as mo- dificagdes do contetido harménico ou banda de frequiénci 99 No primeiro caso, temos os amplificadores no segundo os controles de tom, os equalizadores,, 0s filtro passa-baixa, passa-banda, passa-alta, ete. Existe outros processos tais como a mistura real zada de varios sinais nos misturadores (mixers) ou consoles, a reverberagaio, 0 eco, 0 surround, etc. O procedimento geral para a utilizagao destes tipos de geradores € similar ao que é mostrado na figura 13.2 e consiste basicamente na injegdo ou apli diode um sinal, geralmente do tipo de onda sendi- de, com uma freqiiéncia e tensdo determinadas na entrada do circuito ou aparelho a ser testado. Na safda deste deve existir uma forma de detectar se 0 sinal foi processado corretamente de acordo com 0 tipo de circuito ou aparelho, A melhor forma e a mais utilizada para estabele- cer se 0 sinal est bem 6 utilizando um oscilos- cpio, j4 que ele nos permite ndo somente me- dir a tensdo ou amplitude, mas também obser- var a forma de onda para determinar se possui ou nao distorgao, um dos fatores que podem afe- tar negativamente os sinais sonoros. Muitas ve- zes, esta distorgdo nao pode ser detectada pela audigio, mas por meio do gerador de audio ¢ 0 osciloseépio isto pode ser feito com precisio. Se estivermos construindo ou reparando um) amplificador, podemos aplicarum sinal individual ‘mente em cada uma de suas etapas e determinar seu correto funcionamento. Este mesmo procedimen- to € utilizado em diferentes tipos de aparelhos Figura 13.7 Teste de um amplificador de dudio utilizando um gerador de sinais ‘eum osciloscépio 100 de Audio tais como gravadores ou decks de cas- sette, nos quais pode ser aplicado um sinal na entrada, usando o gerador de dudio, gravé-lo em uma fita cassette e a seguir reproduzir a grava- do para determinar a qualidade dos processos realizados, por meio do osciloscépio. Os geradores de audio nas reparagées Vamos agora explicar como se utiliza um gera- dor de dudio para ajudar e agilizar a reparagao de um amplificador de som estéreo. Os casos mais comuns de danos apresentados neste tipo de aparelho + Nenhum canal produz som + Um dois canais nao produz som (esquerdo ou direito) + Existe distorgo ou volume baixo em geral + Existe distorgo ou volume baixo em um canal dio produzidos rufdos no sistema Primeiro, devemos ligar o aparelho em con- digdes normais de funcionamento, ou seja, com a tensio apropriada de alimentagao e os alto- falantes adequados na safda, ou 0 que é mais recomendavel, com resisténcias ou cargas fan- tasmas substituindo os alto-falantes, jetivo de que os testes niio sejam escutados, j4 que 0s sons produzidos podem ser muito desa- gradaveis para o técnico e para as pessoas que esto préximas do local dos testes. Isto, no caso de se dispor de um osciloscépio, ou caso con- trario, devemos realizar os testes de forma audi- vel, preferivelmente com o volume baixo. om 0 ob- Antes de ligar 0 amplificador, seu volume deve ser ajustado no minimo (totalmente a es- querda) e 0s controles de tons baixos e altos (bass ¢ treble) em uma posigao média. Tam- bém, antes de ligar o gerador ao amplificador, deve-se ajustar sua tensdo, primeiro dentro de um nivel minimo, da ordem de 100 mV (mili- volts) e dentro de uma freqiiéncia de 1.000 Hz. ou | KHz. BNET +Curs0Priticode Pletrinica Moderna ee Neer) Uma vez estabelecido este sinal, ligue o gerador & entrada do canal defeituoso caso seja um s6, ou para cada entrada alternada- mente, se 0 dano for geral. Ligue o amplifi- cador, e se o teste estiver sendo feito de for- ma audivel, aumente lentamente o volume € ouga os resultados no canal correspondente. Se nao ouvir nada, retorne o botio de sinto- nia do controle de volume ao minimo e con- tinue com o teste seguinte, Se estiver utili- zando um osciloscépio de duplo canal, ligue o canal A na entrada ¢ o canal B na saida, figura 13.7, e observe os resultados na tela. Agora, devemos determinar se 0 dano est na etapa amplificadora ou no pré-am- plificador. Para fazé-lo, determine por meio do diagrama esquemitico ou por observagao, se no tiver o ponto de unido entre o pré- amplificador e a etapa de poténcia. Aplique agora, por meio do gerador, um sinal de 100 mVpp na entrada da etapa de poténcia e ouga no alto-falante de safda, ou observe os resul- tados no osciloscépio. Se houver sinal na safda com a tensdo e a forma adequados, 0 problema esta no pré-amplificador. Se nao houyer som ou sinal, verifique novamente o pré-amplificador aplicando o sinal na entra- da do aparelho e detectando a tensio e a for- ma de onda na safda desta etapa. Quando nos certificarmos de que est tudo bem, dedica- remo-nos novamente A etapa de poténcia As etapas de poténcia e os pré-amplifi- cadores, por outro lado, sao subdivididos em etapas menores, e se 0 problema estiver em qualquer uma das duas etapas principais, aplicaremos 0 mesmo procedimento para cada uma das etapas internas, até detectar aquela que tem o problema. Resumindo, apli- ca-se um sinal por meio do gerador de audio ao aparelho, etapa, sub-etapa ou circuito que funciona mal até verificar 0 que nao esté operando corretamente. A seguir, determin: se por outros meios, qual ou quais dos com- Curso Pratico de Eletronica Moderna * i 500 100 OS i 10,000 _ 100° i aa Figura 13.8 Dados obtidos ao testar a resposta de freqdéncia de um amplificador de audio ee Tacjeataay TT soo |] { wf 7 TN iB i ” aia of fH L a38 2) restguegge™ Figura 13.9 Representacao gréfica da resposta de freqiiénoia ponentes esti defeituoso, realizando a subs- tituigdo depois . Se o problema for de dis- torgo, a avaliagdo sera executada da mes- ma forma, utilizando um oscilose6pio como, complemento do gerador de audio até encon- trar a etapa e/ou os componentes que ocasi- onam a falha. Utilizagao do gerador de audio para medir a resposta de fre- qiiéncia Uma das aplicagdes mais titeis e simples de se realizar é a determinagao da resposta de freqiiéncia de um aparelho ou circuito de 4u- dio. A resposta de freqiiéncia € uma curva que indica a qualidade ou fidelidade do am- plificador ou de qualquer outro elemento de um sistema de dudio. Os amplificadores de som devem responder com um volume uni- forme na faixa de 20 Hz até 20 kHz que sao as freqiiéncias que teoricamente podem ser captadas pelo ouvido humano. Na pritica, os cexit 101 amplificadores sio fabricados com respos- tas de freqtiéncia que podem ir facilmente desde 10 Hz até 50 kHz ¢ esta caracteristica € a que determina a boa qualidade de um aparelho. Para realizar o teste, aplicaremos primeiro um sinal na entrada de dudio com uma freqiiéncia de 1 KHz e forma de onda senvidal que ndo produza distorgao (100 mY), € mediremos o ganho de tensio ou fa- tor de amplificago que € a divisio entre a tensiio de saida e a tensio de entrada, (Av: Vs/Ve). Supondo, por exemplo, que na saida te- mos uma medida de 10 V, 0 ganho sera de 100 vezes. Aplicaremos entio, sinais desde 10 Hz até 40 KHz assim: 10 Hz, 20 Hz, 50 Hz, 100 Hz, 200 Hz, 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz, 5.000 Hz, 10.000 Hz, 15.000 Hz, 20.000 Hz. ¢ 40.000 Hz certificando-nos que a am- plitude de entrada conserva-se nos mesmos 100 mV, e 0 sinal de safda seja lido em cada caso, elaborando uma tabela como a que é mostrada na figura 13.8, Analisando as leituras ¢ colocando seus valores em grafico, figura 13.9, veremos como nos extremos da faixa, 10 Hze 40 kHz, a amplificagao € reduzida mostrando uma linha plana entre 20 Hz e 20 kHz, se 0 am- Plificador for de boa qualidade, como neste caso. Se a curva for reduzida em outros va- Sinal Gerador ‘com varredura Osciloscopio. ‘Amplticador Figura 13.10 Medi¢ao da resposta em frequéncia de um ampiiicador de udio utiizando um gerador com varredura, 102 a ee ey ores fora do normal, o amplificador tem um problema, quer seja nas baixas freqiléncias, nas altas ou em algum valor espeeifico. Isto determina a necessidade de uma revisdo do circuito e sua posterior reparagao. Utilizagao do gerador de Audio para medir a poténcia de um amplificador Conhecer a poténcia verdadeira de saida de um amplificador € um exercicio util e in- teressante que pode nos ajudar a determi- nar sua qualidade ou seu bom funciona- mento. Para fazé-lo, efetue o seguinte pro- cedimento: Instale uma carga fantasma de 8 ohm com a poténcia adequada, de acor- do com as especificagdes do amplificador (20W, SOW, 100W, 200W, etc.), nas safdas para os alto-falantes de cada canal, de for- ma similar 4 montagem mostrada na figu- ra 13.7. Antes de ligar o amplificador, leve 0 contro- le de volume para o minimo e os controles de tom para a posigdo média. Ajuste o gera- dor de dudio com o sinal de uma freqiiéncia de I kHz como minimo, com forma de onda senoidal e ligue sua safda a entrada auxiliar (AUX) de um dos canais. Ligue um dos canais do osciloscépio na carga fantasma do canal onde vai ser re- alizado 0 teste. Ligue o amplificador e © gerador de dudio e ajuste 0 volume do primeiro em sua posig&o média; a seguir aumente levemente o nivel de saida do gerador € observe o sinal na tela do os- cilosedpio até que apareca uma indicagao vi- sual do mesmo. Aumente lentamente 0 volu- me do amplificador até 0 maximo, sempre e quando nao aparega distorgdo na forma de onda. Se houver distorgao, diminua o nivel na saida do gerador de éudio até que a forma de onda seja normal ©MUCAT + Curso Pratico de Eletrénica Moderna ERP Quando o controle de volume esté no mé ximo € no existe distorgdio, o amplificador estd entregando sua poténcia maxima e po- demos estabelecé-la medindo a tensio pico a pico (Vpp) na tela do osciloseépio. Com este valor (Vpp), ajustamos a tensio RMS com a seguinte formula: Caso nao tenha um osciloscépio dispo- nivel, mega a tensfo por meio de um multi- metro digital. Assim, a tensio medida sera diretamente um valor RMS. Com o valor da tensio encontramos a poténcia assim: Por exemplo, se medirmos uma tensiio de 50 Vpp, a poténcia sera ajustada da se- guinte maneira: 13.3 Geradores de audio com varredura de freqiiéncia (sweep function generator) Existe um tipo especial de gerador de audio que incorpora uma fungao chamada faixa de freqiiéncia ou “sweep” que permite forne- cer um sinal que muda automaticamente a freqiiéncia de safda em um periodo determi- nado de tempo. A faixa possui duas freqtién- cias limite, a inferior e a superior, entre as quais realiza sua fungdo. Esta variag’o pode ser linear ou logaritmica e o tempo no qual faz a faixa também é ajustavel. Os limites inferior e superior da freqiién- cia podem ser estabelecidos por meio dos bo- Curso Pratico de Eletronica Moderna es Resposta de frequéncia (48) | | TO TATE OK RK Ka Freqiéncia (Hz) Figura 13.11 Grafico que é obtido na tela de um ‘esciloscépio ao medi a resposta em frequéncia de um amplficador utilizando um gerador com varredura toes de ajuste. Devido a esta funcio, este tipo de gerador é utilizado principalmente para © teste rapido de componentes e aparelhos de Audio em referéncia a resposta de fre- qiiéncia. Este teste produz uma safda grafi- ca na tela de um oscilosc6pio, evitando a tediosa tarefa de elaborar uma tabela e gra- ficar cada uma das medidas, ajustando cada valor de freqiiéncia como explicado anteri- ormente. (O osciloscépio sera objeto da pratica seguinte). Para realizar o teste sio necessdrios os seguintes passos: primeiro, uma calibragao entre 0 gerador e 0 osciloscépio e logo a seguir, € ligado o aparelho sob teste. A co- nexao final é exibida na figura 13.10. Para comegar, selecione 0 modo X-E no botao de sintonia (TIME/DIV) da base de tempo do oscilosespio, ligue temporariamente o sinal do gerador de dudio na entrada verti- cal, eixo E (geralmente o canal 2); ligue a tensao de controle do gerador de faixa (GCV ou Generator Controle Voltage) a entrada horizontal, eixo X do osciloseépio (geral- mente o canal 1); selecione 0 modo de aco- plamento CC nos dois canais e ative somen- te o canal | Com a fungao de varrido desativada no gerador, ajuste-o na freqiiéncia mais eleva- cexir 103 da que deseja aplicar e nesse momento deve aparecer uma barra vertical na tela do osci- loscépio, Ajuste os controles de tensio e po- sigdo no canal 1 de tal maneira que a linha fique centrada verticalmente e localizada na extremidade direita da tela, Ajuste também 0 controle de amplitude de tal forma que a linha preencha quase toda a tela vertical- mente Agora, leve o gerador de sinal & freqtién- cia mais baixa ou limite inferior da faixa de freqiiéncia; a linha vertical deve ser desloca- da para o lado esquerdo da tela. Este ponto deve ser marcado sobre um pequeno papel so- breposto na reticula do osciloscépio para té- lo como guia posterior. Leve novamente o ge- rador de sinal a freqiiéncia mais alta e ajuste a largura da faixa de freqiiéncia ao seu valor maximo, Tendo em conta a marca deixada an- teriormente, ajuste os controles da largura e freqtiéncia do gerador até obter as freqliénci- as inicial e final do teste entre as quais traba- Ihard constantemente 0 gerador. Ligue agora definitivamente 0 aparelho sob teste, que pode ser um amplificador, um filtro passivo ou ativo, ou um alto-falante, por exemplo, e ajuste novamente os contro- les de tal forma que aparega na tela do osci- losc6pio uma imagem similar Aquela mos- trada na figura 13.11 13.4 Os Geradores de Radio Freqiéncia ou RF Este é outro tipo de gerador muito comum nos laboratérios ou oficinas de eletrénica € sua fungdio principal é a de gerar uma onda de radio igual ou similar 4 produzi- da por uma emissora ou um transmissor. Portanto, sao utilizados para a calibragdo, reparagdo e teste de receptores de radio tanto em AM (Amplitude Modulada) como em FM (Freqiiéncia Modulada) 104 ada) Dependendo da faixa ou gama de fre- qliéncias, existem diferentes grupos de ge- radores de RF, sendo o mais simples 0 que € utilizado para trabalhar na faixa de AM, cuja freqiiéncia de trabalho se inicia em 100 KHz e chega até 30 MHz, com uma safda de onda senoidal. Existe a possibili- dade de se modular o sinal internamente por meio de um sinal de baixa freqiiéncia, geralmente de 1 KHz, ou por meio de um gerador de dudio externo com freqiiéncia varidvel. A modulacao do sinal permite obter um sinal aud{vel no aparelho sob tes- te. Nestes aparelhos o sinal esta dividido em faixas ¢ existe um dial ou escala mar- cada onde esté localizado o botio de radio de freqiéncia para obter o sinal desejado. Utilizagaéo do gerador de RF Como ja 0 mencionamos, este tipo de ins- trumento é utilizado para testar, reparar ou ca- librar receptores de radio ou equipamentos de comunicagées. A calibragdo consiste em ajus- tar as diferentes etapas sintonizadas que exis- tem dentro destes aparelhos, para que as emis- ses sejam captadas da melhor maneira poss{- vel. Para realizar os testes, injeta-se ou aplica- se o sinal de RF com ou sem modulagio para as diferentes etapas do aparelho sob teste. Para estabelecer se o sinal de safda ¢ 0 correto, podemos utilizar preferivelmente um osciloscépio, ou caso haja defeito, ou- vir os sinais por meio do alto-falante do aparelho. Neste tiltimo caso, devemos apli- car o sinal com modulagdo para que este seja audivel Outros geradores de sinal No mercado existem circuitos integrados es- pecializados, com os quais podem ser cons- truidos geradores de sinais de diferentes ca- racteristicas. Entre eles estio 0 XR-2206, 0 8038 ¢ o MAX038. ©BKET + Curso Pritico de Eletronica Moderna aed PRATICA N° 14 O osciloscépio O osciloscépio é um dos instrumentos que oferece maior informagao sobre o comportamento de um circuito eletr6nico, e por isso talvez seja a ferramenta preferida pelos especialistas no ramo. Na atualidade, existe grande quantidade de modelos, os quais se diferenciam por sua freqiiéncia maxima, caracteristicas especiais e, tecnologie logicamente, pelo preco. 0 osciloseépio é um dos instrumentos mais importantes e necessarios para o traba- Iho em eletrénica, seja para estudo, investi- gacio, experiéncias ou para o controle de qua- lidade em uma linha de produgio. Entre suas principais aplicagdes esto a comprovagao do correto funcionamento de todo tipo de apare- Ihos de ridio e de éudio, como amplificado- res, gravadores, reprodutores de CD e micr: fones, entre outros. Também tem grande u lizago na andlise dos aparelhos de comuni- cagdes ¢ telefonia; nos sistemas de gravagai edigao e transmissio de video, assim como Curso Pritico de Eletrénica Moderna + ©mRCAT no conserto ¢ ajuste de receptores de televi- sto e em circuitos digitais ou com micropro- cessadores. Além de ser muito empregado em eletrénica, 0 osciloscépio é utilizado em ou- tros campos da ciéncia como a fisica, a qui- mica e a medicina, entre outros, sendo um dos aparelhos de medida preferidos em todo tipo de trabalhos cientificos. O que é um oscilosc6pio Umoscilosedpio é um instrumento eletrénico que tem como elemento principal uma tela na qual podem-se visualizar, com representagao no tem- 105 Osciloscépio digital Osciloscépio digital portatil Figura 14.1 Diterentes tipos de osciloscépios po, os sinais elétricos presentes nos diferen- tes aparelhos e dispositivos elétricos e ele- tr6nicos, Além da tela, 0 osciloscépio pos- sui um painel frontal com uma série de con- troles que ajustam ou adaptam seu funciona- mento aos diferentes tipos de sinal que po- dem ser apresentados em um dado momen- to; nesse painel também se encontram os. conectores por meio dos quais se introduzem os sinais no instrumento. Atualmente, existe no mercado uma grande quantidade de marcas e modelos, com as mais variadas caracteristicas e pregos, que tornam possivel a qualquer hobista ou pro- fissional ter acesso a eles e selecionar 0 que mais Ihe convenha, de acordo com suas ne- cessidades. Em alguns oscilosc6pios moder- nos também sio mostradas as medidas dos sinais em forma numérica, convertendo-se ao mesmo tempo em osciloscépio e multime- tro. Na figura 14.1 podemos ver diferentes modelos. 106 Osciloscépio analégico ree dare) Osciloscépio digital com tela de cristal Hiquido Osciloscdpio digital portatit 14.1 Tipos de oscilosc6pios s oscilosc6pios sio classificados de varias manei- ris; quanto & tecnologia que utiliza a tela, ha dois tipos principais: osciloscépios de raios catédicos de tela de cristal iquido ou LCD. Os primeiros exis- tiram durante muitos anos e ainda dominam o mer- cado e os segundos ganharam popularidade & me- dida em que se atinge uma melhor resolugao nesse tipo de dispositivos. Vale a pena mencionar que a tela de cristal iquido tem a vantagem de seu baixo consumo de corrente e seu pouco peso. Dependendo da forma como processam internamente seus sinais, existem osciloscépi- 08 analégicos e osciloscépios digitais. Estes ltimos tém em seu interior um sistema micro- processador com seus periféricos por meio dos quais podem-se realizar diferentes fungies es- peciais como armazenar formas de onda na meméria, por exemplo. Além disso, apresen- tam outras facilidades como unidades de dis- co, impressora, etc., que os convertem em ver- dadeiros computadores de medida. ©BIKIT + Curso Priticn de Eletrinica Moderna Ha outro tipo de osciloseépios que estiio se popularizando na atualidade e que so forma- dos por placas ou médulos de interface que se conectam a computadores pessoais, sejam de mesa ou portéteis, e que por meio do software adequado, os convertem em instrumentos de medida muito poderosos e versiteis. 14.2 Como funciona um oscilosc6pio ‘Como hé diferentes tipos de osciloscépios, para esta explicagiio nos concentraremos no tipo mais comum, ou seja, 0 de tubo de raios catédicos. O coragio de um osciloseépio é um tubo de raios catédicos ou TRC similar ao de um televisor. Um TRC tipico consta de um canhao eletroni- co, uma tela recoberta de f6sforo e dois pares de placas de deflexio, Estas iltimas denominam- se placas de deflexiio horizontal e placas de de- flexdo vertical. Na figura 14.2 mostramos a es- trutura bésica de um osciloscépio. No canhao esto o filamento, 0 citodo e uma série de eletrodos especiais, os quais emitem um feixe ou jato muito estreito de elé- trons dirigido a grande yelocidade contra a tela, que por estar recoberta de fésforo, pro- duz um ponto luminoso nela quando é golpe- ada pelos elétrons. Quando 0 feixe se desvia horizontal ou verticalmente por meio das placas de deflexaio, pro- duz-se uma figura na tela correspon- dente & combinacao dos sinais apli- cados nelas. A tensao vertical, que se aplica as placas verticais € proporcional a0 sinal de entrada e provém de um am- plificador chamado amplificador ver- tical, e a tensao horizontal provém, através do amplificador horizontal, de um circuito chamado “a base de tempo” que é 0 que permite que 0 sinal na tela possa ser observado com respeito ao tempo. Painel de controle Curso Pritico de Eletrénica Moderna « CKCET Conectores de entrada a Se as tenses Iiquidas aplicadas As pla- cas de deflexao vertical e horizontal sio iguais a zero, o feixe no se desvia e o re- sultado é um ponto no centro da tela. Se a tensdo da placa direita é mais positiva que a da placa esquerda ou vice-versa, 0 feixe se desvia para a direita ou para a esquerda e © resultado € um ponto a direita ou a es- querda do centro. A deflexao vertical € realizada de ma- neira similar. O posicionamento do feixe em outros pontos da tela é obtido combinando- se deflexdes horizontais ¢ verticais. Se se aplicam as placas de deflexo tensdes vari- Aveis, 0 feixe explorara constantemente a tela ¢ 0 resultado sera uma imagem conti- nua. Geralmente, as placas de deflexao ho- rizontal aplica-se uma tensdo em forma de dente de serra. O sinal aplicado as placas de deflexao horizontal denomina-se sinal de varredura e seu objetivo é deslocar periodi- camente o feixe da esquerda para a direita da tela e produzir, na auséncia de sinal de entrada, um trago horizontal visivel chama- do varredura. Tubo de rales catédicos Figura 14.2 Estrutura basica de um osciloscépio 107 Figura 14.3 Diagrama de blocos de um osciloscépio O efeito do sinal aplicado as placas de de- flexao vertical é desviar o feixe para cima e para baixo A medida em que se realiza a varredura, A quantidade e diregao do desvio depen- dem do valor instantaneo e da polaridade da mesma. O resultado final de todo esse processo é a visualizagao na tela da forma de onda do sinal de entrada, Na figura 14.3 mostramos o diagrama de blocos simplifi- cado de um osciloscépio analégico genéri- co. O sistema consta basicamente de um am- plificador vertical, um circuito de sincro- nismo € um citcuito de deflexao horizontal O sinal de entrada aplica-se ao ampliti- cador vertical e a safda deste excita as pla- cas verticais. O amplificador vertical inclui um atenuador calibrado que permite-Ihe ma- nusear diferentes niveis de sinal. O usuério seleciona o nivel de atenuagao requerido mediante 0 controle «VOLTS/DIV» (volts por divisdo) do osciloscépio. Parte do sinal de entrada aplica-se também ao circuito de sincronismo, cuja fungao é sincronizar a ge- rago ou disparo do sinal de varredura in- terna com o sinal de entrada ou com um si- nal externo, fazendo com que ambos sinais, 0 de varredura e o de disparo, tenham a mesma freqiiéncia e a mesma fase. A fonte do sinal de disparo, interna ou externa, é se- lecionada mediante 0 interruptor « (segundos por divisio) no painel dianteiro do aparelho. A descri- ¢4o anterior corresponde a um osciloscépio de um tnico canal ou linha. Existem tam- bém osciloscépios de dupla linha ou duplo canal (os mais comuns) que permitem visu- alizar simultaneamente duas imagens dife- rentes na mesma tela. Utilizam dois pré- amplificadores verticais para receber os nais de entrada e um interruptor eletrénico (multiplexador) para conectar automatica- mente qualquer dos dois pré-amplificado- res ao amplificador vertical. 14.3 Elementos de um osciloscépio Controles Para aprender a manusear bem um osci- losc6pio, 0 que devemos fazer primeiro é reconhecer os nomes e a fungdo de cada um de seus controles ¢ conectores. Ainda que haja muitos modelos desses instru- mentos, a grande maioria tem os mesmos elementos, motivo pelo qual esta explica- go é valida para todos. De todo modo, cada oscilosc6pio traz seu respectivo ma- nual de instrugdes, 0 qual deve-se consul- tar ¢ utilizar com o fim de obter desse importante instrumento suas melhores ca- pacidades, i Na figura 14.4 temos o painel frontal de um osciloseépio tipico de dois canais, no qual mostram-se seus principais controles © explica-se a fungao que cada um deles cumpre, algo muito importante antes de uti- lizé-los para realizar medigdes. ©BNCET + Curso Pritico de Eletrinica Moderna Figura 14.4 Painel de controle do osciloscépio at MO alee 56 15 14 98 7 0911 12 16 1, POWER: € 0 controle de liga/desliga do instrumento. Geral- mente esta acompanhado de um piloto que indica ‘em que estado se encontra. ‘As fungGes dos ntimeros 2 a 4 correspondem a visuali- ago dos sinais na tela. 2. INTENSITY Serve para ajustar a intensidade do traco na tela de tal maneira que seja visivel. Se a intensidade for muito forte, a linha perde precisao e se or muito fraca, nao se pode visualizar bem os sinais. 3. TRACE ROTATION Este controle, em forma de parafuso, permite ali- Inhar 0 trago com o quadriculado que normalmente ‘vem ajustado de fébrica. Se com o passar do tem- po, 0 trago no coincide com as linhas horizontais, ‘move-se este parafuso lentamente e com cuidado até chegar ao alinhamento. 4. FOCUS Este controle permite o ajuste de foco da linha ou trago e ajusta-se de tal maneira que a imagem seja clara e bem definida. + SCALE ILLUM. Permite ajustar 0 nivel de iluminagao externa da tela ; que alguns osciloscépios possuem e por meio da qual pode-se observar melhor os sinais. F 5. PROBE ADJUST ou CAL Ao conectar uma ponta de prova neste terminal apa- tece na tela um sinal em forma de onda quadrada : muito precisa, a qual é utilizada para fazer uma pro- ; Curso Pratico de Eletrénica Moderna* exencir va répida do instrumento e para calibrar os diferen- tes controles do mesmo. POSITION ‘Com este controle pode-se variar a posigéo vertical dos sinais presentes em cada um dos canals (CH1 @ CH2). Isto é muito utilizado para feciltar as medi- das, alinhando os sinais com a reticula ou para aco- ‘modar os dois sinais na tela ao mesmo tempo. ‘As fungdes dos nimeros 7 a 10 correspondem as en- tradas verticais. CH1-VOLTS/DIV e CH2-VOLTS/DIV Estes 80 dois dos principals controles de todo osci- loscéplo e séo 08 que estabelecem o ganho dos ampliticadores verticais de tal forma que 0 sinal ou 08 sinais, quanto a seu tamanho ou amplitude, pos- sam acomodar-se tela para permitir uma visuali- ago ou uma medida adequada. Cada um desses controles tem dois botdes de ajuste concéntricos, 0 ‘maior seleciona uma determinada escala em volts ‘ou milvolts e o menor pode ser utlizado para variar ‘© ganho (varivel) mas levando em conta que para medidas de tensa, deve-se girar completamente para a direita, onde existe uma “certeza” que nos garante que a medida seja a correta, Nessa posigao. hé uma marca chamada *CAL" para confirmar esta fungao. 8. VERTICAL MODE Por meio deste seletor se estabelece 0 modo em que ‘serdo mostrados 0s sinais de cada canal na tela. As ‘opges mais comuns so CH1, CH2, DUAL e ADD. Se for selecionada CH1 ou CH2, 86 aparecerdé um sinal na vez que corresponde ao canal selecionado; 109 aces fa fungio DUAL sao mostrados 0s dois sinais ao mesmo tempo. Se for escolhida a funcéio ADD, sao somados os dois canais. Conforme o modelo, exis- tem outras opgdes como INV, geralmente no canal 2 0u CH2 e por meio da qual se inverte a polaridade do sinal presente nessa entrada; também, com a fungao ‘ALT, 6 mostrado cada um dos canais alternadamente durante cada ciclo da varredura horizontal; isto 6 ti para observar sinais de alla frequéncia, AC-GND-DC Com este seletor se estabelece que tipo de sinal se esta medindo, se é corrente altemada (CA) ou correnteconti- rua (CC). Se leva posigo GND (ground ou terra), conecta-se 0 sinal de entrada 20 terrae apareoeré uma linha horizontal na tea, © que indica que nao existe ne- nnhum sinal nesse momento; esta posicao também & ‘chamada tensao de referéncia. Isso 6 utilizado geral- mente para ajustar a posi¢to dos tragos de cada canal, Por meio do controle POSITION, na posigdo adequada 14 no centro da tela, para cima ou para baixo, sobre uma linha no quadriculado, ete. 10. CHI e CH2 ou Xe E Esses conectores so do tipo BNC fémea, Neles ‘so conectadas as pontas de prova que levam o sinal do circuito até a entrada de cada canal. Os nuimeros 11 ao 13 correspondem as fungdes da ‘etapa de varredura horizontal ou “Base de tempos”. 11. SEC/DIV ou TIME/DIV Este 6 geralmente o maior botao de ajuste ou con- trole encontrado no painel frontal do osciloscépio. Por meio dele ajusta-se o tempo de varredura ou a base de tempos do instrumento © sua posicaio depende da freqiiéncia dos sinais que estéio sen- do medidos, de tal maneira que possam ser obser- vados varios ciclos da mesma na tela. De acordo com sua posieao, pode-se estabelecer a freqién- cla do sinal tal como explicaremos mais adiante, 12, VARIABLE Este botdo de ajuste permite ajustar a base de tempos a niveis varidveis para observar melhor os sinais, Quando formos medir a freqiiéncia, devemos girar ‘completamente para a direita até encontrar a posieao “CAL” onde se confirma, para que o resultado seja preciso. Neste modelo, o botio de ajuste esta monta- do de forma concéntrica sobre o botdo de ajuste ante- fior (SEC/DIV ou TIME/DIV), em outros apresenta-se de forma separada, 13, POSITION Este controle manuseia a posi¢ao horizontal dos tra- {90s para posicionar bem o sinal na tela. Geralmente esse botao de ajuste também comanda um interrup- tor que se aciona levantando-a ligeiramente para fora © multiplica o tempo de varredura por 10. No modelo ‘mostrado, essa fungéio tem um controle separado. 14, TRIGGER LEVEL Esle controle comanda o sincronismo ou o acopla- mento entre os sinais vertical ou horizontal de tal ma- Nelra que a imagem da tela é mostrada de forma es- ‘vel ao fazer coincidir a rampa ou sinal de varredura com o sinal de entrada sempre no mesmo ponto. 15. SLOPE ‘Com este interruptor ou seletor pode-se mudara tan- gente da rampa a um modo positive ou a um modo Negativo. Assim pode-se inverter a fase do sinal, 0 que € conveniente em alguns casos «SWEEP MODE ou MODE Por meio deste controle sao selecionadas dife- rentes formas de sincronizar a varredura sendo as mais utilizadas AUTO, para automatico e NORMAL, para normal. © modo AUTO 6 0 mais recomendado, ja que permite o sincronismo ain- da.com sinais fracos de entrada e o modo normal 6 utilizado quando 0 sinal de entrada tem um ni- vel de amplitude ou tensao alta e estavel. Existe ‘outro modo chamado SINGLE, o qual é utllizado para sinais nao repetitivos, 16, EXT TRIG IN Este conector de entrada permite levar ao osciloscopio um sinal extemo de sincronismo e € utiizado para ‘manusear sinais pouco claros ou para sincronizar as medigbes com sinais de relégio de um determinado circuit. 17. SOURCE Este interruptor seleciona qual sinalé ullizado para © disparo e tem as funcdes EXT, para utilizar 0 co- ector mencionado no pardgrafo anterior, LINE para ulilizar 0 sinal de alimentagao (60 Hz ou 50 Hz) como sinal de sincronismo (itil quando se esta analisando ruido ou hum” produzido pela alimentagao da cor- rente alternada de um circuito VERT, que seleciona automaticamente um sinal no modo do eixo vertical) CHt © CH2 para utlizar os sinais de entrada dos dois canais e que sao as posigdes normalmente uti- adas. 18. COUPLING Este seletor também se refere a varredura e escolhe ‘alguns modos, conforme seja 0 sinal de entrada, e 6 Ut quando so observados sinais compostos. Por exemplo, se varios analisar um sinal de éudio de bai- xa frequléncia que contém alguns picos, a posigao mais adequada neste caso é HF REJ 0 que conecta um filtro passa-baixa evitando falsos disparos devido aos picos. Se ao contrario, nos interessam os picos, pas- amos esse controle para a posigao LF REJ onde se conecta um filtro passa-alta, 110 BUKIT + Curso Pritico de Eletrinica Moderna A tela do osciloscépio Outro dos elementos que devemos conhecer & attela, jé que sobre ela se realizam as medidas de tensio e freqtiéncia, que sao as mais util das. A tela é coberta por uma reticula ou arran- jo de linhas horizontais e verticais separadas um centimetro entre si, que formam dez di s6es horizontais e oito verticais ¢ que cstabcle- cem a 4rea para as medidas. As linhas centrais, tanto a horizontal como a vertical, possuem cinco divisdes marcadas com o fim de facilitar as medidas, Essas divisdes estao diretamente rela- cionadas e calibradas com as segdes verti- cal € horizontal do osciloscépio, de tal ma- neira que se tivermos selecionado, por exemplo, um ganho de 1 VOLT/DIV no ca- nal | (CH1) e se apresenta na tela um sinal que ocupa 4 divisGes em sua amplitude, esta tem uma tensio de 4 volts pico a pico. Se o botiio de ajuste VOLTS/DIV estiver na po- sig&o 5 © temos o mesmo sinal de 4 divi- ses, a tensdio medida sera de 20 volts pico a pico. As divisdes em sentido horizontal sao utilizadas para medir o tempo ou perio- do do sinal, o que por sua vez permite obter a freqiiéncia da mesma, tal como explicare- mos mais adiante Pontas de prova Antes de entrar na matéria sobre as medidas, devemos conhecer melhor as pontas de prova, um elemento muito importante que acompa- nha este instrumento. As pontas de prova, fi- gura 14.5, se conectam em um de seus extre- mos por meio de um conector BNC macho nas entradas do osciloscépio (CHI e CH2), se este for de dois canais. No outro extremo, possuem a ponta de contato propriamente dita, a qual apresenta um mecanismo de gancho com mola, que permite deixar a ponta fixa no terminal ou © ponto de medida para facilitar a operagio, de tal maneira que 0 usuério nao a tenha que sus- tentar durante este procedimento. Curso Pratico de Eletronica Moderna* exsncir O cabo com o qual se fabrica a ponta de prova € do tipo blindado ou coaxial, com o fim de evitar a indugdo de ruido eletromagnético, que possa afetara medida. Além da ponta, exis- te um cabo para a conexaio ao terra ou ao ponto de referéncia, 0 qual possui um conector do tipo jacaré para permitir um engate facil No corpo da ponta de prova existe um in- terruptor deslizante que tem uma marca X10 por meio do qual se atenua ou rebaixa o nivel do sinal medido em 10 vezes. Isto quer dizer que se for selecionada esta oped, a tensiio que chega & entrada do osciloscépio sera 10 vezes menor que a que estd sendo medida na ponta de prova. Esta funcao é muito util para as me- digdes de tensdes altas, ja que a sensibilidade maxima em condigdes normais & geralmente de 20 VOLTS/DIV e se temos na tela oito divi- s6es, isto nos daria uma medida de 160 volts pico a pico, o que em alguns casos limitaria a utilizagdo deste instrumento. Este interruptor pode encontrar-se em diferentes configuragées ou formas segundo o fabricante do instrumen- toe deve-se ter em conta a medida quando se esté utilizando esta opgdo, jd que se deve mul- tiplicar por 10 0 valor obtido na tela para obter 0 valor correto. Geralmente, pode-se retirar da ponta de prova a parte do gancho ficando uma ponta muito fina que é utilizada quando for medir terminais adjacentes muito proximos e peque- Figura 14.5 Pontas de prova para osciloscépio 11 nos como € 0 caso dos circuitos integrados com 0 fim de evitar curto-circuitos entre eles quan- do esto sendo realizadas as medidas. 14.4 Usos do oscilosc6, Nota: quando os instrumentos tém painel em inglés, considere as seguintes correlagdes: AC (inglés)=CA (portugués); DC (inglés}= CC (portugués) Medida de tensao CA Esta é uma das fungdes mais utilizadas, ja que permite ver a onda do sinal da corrente alter- nada. O primeiro exemplo que veremos, como pritica, seré medir a tensio e observar a forma de onda do sinal de calibragiio ou de prova que se encontra disponfvel no terminal chamado CAL, descrito anteriormente, Para realizar 0 procedimento siga os seguintes passos: 1. Conecte 0 oscilose6pio a rede publica de corrente ¢ aperte 0 botio de liga/desliga (POWER). O osciloscépio deve ser conec- tado & tensio especificada pelo fabricante no manual de operagio, 110 ou 220 VCA. Uma vez conectado & rede, 0 piloto asso- ciado ao botao de liga/desliga deve ilumi- nar-se. 2. Primeiro devemos obter um trago ou linha horizontal sobre a tela; para fazé-lo, colo- que o seletor de modo vertical (VERTI- Figura 14.6 Medida do sinal de calibragem 112 ere) CAL MODE) na posigdo CHI, 0 botio de ajuste de VOLTS/DIV em .5, 0 seletor de sinal (CA-CC-GND) em GND, o seletor de disparo (MODE) na posigao AUTO (automético), 0 da fonte (SOURCE) na posigao INT (interna) ou CHI ¢ 0 de base de tempo (TIME/DIV) na posigdo de .2 ms. Uma vez que aparega a linha na tela, ajus- te os controles de posi¢do vertical e horizon- tal de tal maneira que o trago fique situado exatamente sobre uma linha horizontal, pr6- ximo ou ao centro da reticula da tela e cen- tralizada horizontalmente, Mova ligeiramente os controles de intensidade (INTEN) ¢ foco (FOCUS) para melhorar a nitidez do trago € manter a intensidade to baixa quanto possi- vel, mas de tal forma que a linha possa ser observada claramente. Antes de continuar, mova para varias posigdes os controles de posigao e intensi- dade para que se familiarize com eles de tal maneira que sua fungiio seja totalmente en- tendida. 3. Passe agora o seletor do sinal de entrada (CA- CC-GND) a posigdo CA e conecte a ponta de prova ao terminal de medida CAL. Nes- se momento, deve aparecer na tela um sinal em forma de onda quadrada, figura 14.6. Se esta ndo aparecer, repita um a um os passos explicados até que se consiga a visualiza- ¢o do sinal, Passe agora o seletor de atenu- ago vertical (VOLTS/DIYV) & posigao .2 de modo que o sinal visualizado ocupe um maior espaco na tela e possa ser medido fa- cilmente. Mova os botdes de ajuste de VOLTS/DIV e TIME/DIV um ou dois pon- tos para a esquerda e para a direita para que observe as mudangas na figura; para fazer a medida de tensio, retorne o botiio de ajuste de VOLTS/DIV para a posigdo .2 . BNET + Curso Pritico de Eletrnica Moderna Agora, por meio do botao de ajuste da po- sig vertical, situe a parte baixa do sinal so- bre uma das linhas inferiores e conte quantos quadros para cima mede a parte alta do sinal. No osciloscépio utilizado para o teste, 0 sinal de calibragao marca 2,5 quadros, e como 0 bo- t€o esté na posigdo .2, a tensio serd de 0,2 x 2,5 = 0,5 ou scja 0,5 Vp-p (Volts pico a pico). Em resume, para medir a tensio CA, é me- dido ou contado o ntimero de quadros ou di- vis6es utilizados pelo sinal e multiplicados pelo fator ou mimero indicado no botio VOLTS/ DIV. Quando o trago nao coincide com uma linha da retfcula, note que cada quadro tem cin- 0 divisses, as quais indicam .2 unidades cada uma, Desta forma, pode se calcular de maneira precisa a quantidade de quadros que ocupa 0 sinal. Vamos agora medir um sinal de corrente alternada de baixa tensio entregada pelo secun- dario de um transformador daqueles normal- mente utilizados para alimentar os circuitos ele- trénicos, também mediremos a freqiiéncia do mesmo sinal. Os passos a seguir sfio os seguin- tes: 1. Ligue 0 osciloscépio. 2. Selecione na segdo de disparo ou trigger os controles, da seguinte maneira: MODE (AUTO), SLOPE (+), COUPLING (CA) e SOURCE (CH1). Isto quer dizer modo au- tomitico, tangéncia positiva, acoplamento CA e fonte interna. 3. Posicione o seletor de entrada momenta- neamente na posiciio GND e ajuste os con- troles de posigdo vertical e horizontal para que 0 trago fique centralizado na tela, as- sim como os controles de intensidade foco para que a linha possa ser observada com clareza. 4, Ajuste o atenuador vertical em 5 (VOLTS/ Curso Pritico de Eletrénica Moderna+s CERT Tensao de alimentagao Figura 14. 7 Medida da tenséo e freqliéncia na bobina secundéria de um transformador DIV) e certifique-se de que 0 botio de cali- bragdo esteja virado totalmente para a di- reita. 6. Calibre o seletor de base de tempo (TIME/ DIY) na posigao de 5 mS (mili-segundos). 7. Conecte os terminais da ponta de teste no se- cundario do transformador tal como indica- dona figura 14,7. Neste momento, deve apa- Tecer uma imagem na tela correspondente a uma onda senoidal entregada pelo transfor- mador, figura 14.8. 8. Para medir a tensio, observe quantos qua- dros hé entre os dois picos do sinal. Neste caso, temos 5,5 quadros ou seja 5 quadros e 2 listras e meia; portanto, como 0 botiio esté em 5 VOLTS/DIV, a tensao que temos é de 5,5 x 5 = 27,5 Volts pico a pico. Aplicando a formula Vp-p / 1,44 = Vrms, obtemos a tenso RMS utilizada normalmente. Medida de freqiiéncia Agora, para medir a freqiiéncia, vamos de- terminar 0 periodo de cada ciclo que é medi- do no eixo horizontal da tela. Primeiro, de- vemos centralizar o sinal verticalmente de tal forma que a parte superior seja igual a parte inferior da onda. Agora, posicionare- mos 0 inicio de um ciclo no ponto onde uma linha vertical corta ou encontra 0 eixo hori- zontal, figura 14.8, e depois mediremos os quadros e divisées a direita no local onde termina o ciclo. 113 er Nec) Figura 14. 8 Sinal de tenséo CA Este valor deve ser multiplicado pela quan- tidade em mS ou [1S onde esteja localizado 0 acoplamento CA, neste caso est em Sms, por- tanto, o valor medido é de 3,2 divisdes dando um perfodo de 16 ms. Dado que a freqiiéncia é o inverso do perfodo, obtemos um valor de 62,5, que é bastante aproximado ao valor de 60 Hz 0u 60 ciclos por segundo que é a freqiiéncia da rede de corrente alternada. Medicao de tens6es CC Um osciloscépio pode ser utilizado para medir tensdes CC fixas e varidveis, para isso situa-se 9 seletor do modo de acoplamento de entrada na posigaio «DC» e o seletor de sensibilidade vertical na escala apropriada. Como regra ge- 2Vidiv Figura 14. 9 Sinal de tens’o CC 114 ral, comece com a escala mais elevada possi- vel e increment a vertical depois de aplicar 0 sinal. Isto evita que 0 trago pule fora da tela a0 comegar a medigao. Inicialmente, consideraremos a medigao do nivel CC mostrado na figura 14.9. Assume-se de que o trago horizontal de referéncia tenha sido ajustado de modo tal que coincida com a linha inferior da telae o controle de sensibilidade este- ja na posigio «1V/div», Certifique-se de que os controles varidveis de volts por divisdo e segun- dos por divisio estejam em suas posigdes de ca- libragao (CAL). Se for necessério, ajuste o con- trole de posigo horizontal e os controles de in- tensidade, enfoque, rotagiio e velocidade de va- rredura do feixe de modo tal que o nivel CC aparega bem definido e alinhado com areticula. Também certifique-se de que os seletores do modo de disparo, modo de acoplamento e fonte de disparo estejam nas posigao «AUTO», «AC» e «INT», respectivamente. O seletor de tangéncia de disparo pode estar em «+» ou « ». Oseletor de atenuuacao da ponta de teste deve estar na posigdo “x1”, Com 0 controle de modo de operagao ver- tical na posigaio «CH-1» ou «CH-2» (depen- dendo do canal utilizado), ¢ o seletor de modo de acoplamento de entrada na posigo «DC», conte o nimero de quadros verticais que exis- tem desde 0 nivel CC até a linha de referéneia e multiplique este valor pela quantidade de volts por divisiio, Em nosso caso, estes valores so 4,5 divisdes e 2V/Aiv, respectivamente. Portan- to, a magnitude da tensio CC 6 4,5x2=9V. Como segundo exemplo, vamos considerar amedigao da amplitude, o perfodo e a freqiiéneia do trem de pulsos CC mostrado na figura 14.10. Novamente, assume-se que 0 traco de referéncia corresponde a linha inferior. Para medir a ampli- tude, conte o nimero de quadros verticais exis- tentes entre o topo da onda e a linha de referén- CEKET + Curso Pratico de Eletronica Moderna cia, e multiplique este valor pela quantidade de volts por divisdo correspondente. Em nosso caso, estes valores si0 6,6 divisdes e 0,5V/div, respec- tivamente. Portanto, a amplitude do sinal ¢ 6,6 x 0,5=33V. Para medir 0 perfodo, conte o ntimero de quadros horizontais ocupados por um ciclo multiplique este valor pela quantidade de segun- dos por divisdo. Em nosso caso, estes valores slo 4 divisdes e 0, 5is/div, respectivamente. Por- tanto, o perfodo do sinal é 4x0,5 = 2 jis ¢ sua freqtiéncia 1/(2,0x10*) = 500 kHz. Medicao de diferencas de fase Em uma forma de onda CA, a fase é o tempo, medido em graus, transcorrido desde o inicio do ciclo até qualquer ponto da onda. Deste modo, um ciclo ou perfodo comesponde a 360°, meio ciclo a 180+, um quarto de ciclo a 90°, e assim sucessivamente, figura 14.11. Também 6 possi- vel definir 0 deslocamento ou diferenga de fase entre dois sinais da mesma freqiiéncia medindo © tempo, em graus, que separa os mesmos pon- tos das duas formas de onda. Para ilustrar a forma de medir diferencas, de fase vamos considerar os sinais mostrados na figura 14.12, Assume-se que os controles de nivel de disparo e de velocidade de varredu- ra foram adequadamente ajustados para obter uma visualizagao estavel. Proceda da seguinte forma: 1, Mega o perfodo de qualquer um dos sinais (T) na forma usual, contando o niimero de divisoes horizontais ocupados por um ciclo e multipli- cando-o pela quantidade de segundos por di- visio, Em nosso caso, estes valores so 9 di- visdes e 50 jis/div. Portanto, o perfodo é T = 9 x 50 = 450 js = 450x10° s, 2. Mega a diferenca de tempo (AT) entre os pi- cos dos dois sinais contando o ntimero de divisdes horizontais entre os mesmos e mul- Curso Pritico de Eletronica Modernas Clancitr Cee Figura 14. 10 Medi¢ao de amplitude e frequiéncla em uma onda quadrada ou trem de pulsos tiplicando o resultado pela quantidade de se- gundos por diviso, Em nosso caso, estes valores so 1,4 divisdes e 50 j1s/div. Portan- to, a diferenca de tempo é de AT = 1,4 x 50 = 70 is = 70x10", 3.Calcule o deslocamento de fase (Ad) en- tre os dois sinais dividindo a diferenga de tempo (AT) entre 0 perfodo (T) e mul- tiplicando o resultado por 360°. Isto é, A@ = (70/450)x360 = 56°. Portanto, o sinal A est adiantado 56° com referén- cia a0 B ou, 0 que é 0 mesmo, o sinal B est atrasado 56° com referéncia ao si- nal A. Figura 14.11 Fase de um sinal senoidal 115 ee Bell Medicao de diferenca de fase no modo XY. Figuras de Lissajous Outra forma de determinar a diferenga de fase entre dois sinais CA € utilizando o modo XY do osciloscépio. Se vocé observar cuidado- samente o painel frontal, notaré que as entra~ das esto marcadas como X e E. Também ob- servard que a tiltima posigao do controle de yelocidade de varredura (TIME/DIV) esta marcada como X-E. Neste modo de funcio- namento, a base de tempo do osciloscépio fica anulada e, se for aplicado um sinal se- Vaal es a) pt tty [osc eit ae noidal em cada canal, a tela exibird o que é Ao conhecido como padrio de Lissajous. A for- Figura 14, 12 Medigao da diterenca de fase (ho) ma deste padrdo indica a diferenga de fase entre os dois sinais, assim como sua relago tes relagdes de freqiiéncia e de fase. As me- de freqiiéncias. digdes de fase obtidas por este método es- to limitadas pela largura de faixa do ampli- Na figura 14.13 so mostrados alguns _ ficador horizontal, que € geralmente inferior padrdes de Lissajous comuns para diferen- dos canais verticais. Pure = 1:4 D)ADEASEFFZ=1:1 oa e)30 fyao=0% FUR = 12 ) 40 45% Wao = OG FURR = 1:9 Nag= 18 FVF2=1:3 — m)Ao=90% FVEZ= 1: np se= 60% FIIF2= 18 ‘Ao: Deslocamento de fase; F1/F2: Relacdon de frequéncias Figura 14. 13 Padré (Fir2) 116 Lissajous para diferentes valores de aiferenca de fase (Ao) e relagao de freqléncias CEKIT + Curso Pritico de Eletronica Moderna ee Como selecionar um oscilosc6pio Para selecionar um osciloscépio é necessario com- preender suas especificagdes e a forma como estas podem ser utilizadas de forma vantajosa em uma aplicagio, De fato, a principal caracteristica que deve-se ter em conta éa largura de faixa, ou seja, afreqtiéncia maxima que o equipamento pode res- ponder adequadamente. A importancia deste pa ‘imetro depende basicamente do tipo de aplicagaio. Para a maioria dos casos, pode ser adequada uma Jargura de faixa de 5 a 10 MHz, embora a maioria dos osciloscépios de uso geral oferegam uma lar- gura de faixa da ordem de 20MHz. Para medigdes de tempo, o pardmetro-chave €0 tempo de subida (T), relacionado com a lar- gura de faixa (BW) mediante a expresso Tr=0.35/ BW. Assim, para um oscilosc6pio de 50 MHz pode ser esperado um tempo de subida da ordem de 7 ns, Para conseguir medidas precisas de tempo, a regra €selecionar um osciloscépio com um tempo de subida pelo menos 5 vezes mais rapido que 0 tempo a ser medido. Tipicamente, este parametro deve ser da ordem de 15 a 20 nano-segundos, ou menor. Outro fator & a sensibilidade vertical, rela- cionada com o nivel minimo de sinal que o instru- mento pode detectar. Para a maioria de medigdes de amplitude, um osciloseépio com uma sensibili- dade maxima da ordem de 10mVidiv é suficiente. Entretanto, os sinais de baixo nivel, como os en- contrados em cabegotes de gravagdo ou repro- dugio, transdutores, entradas de amplificadores, etc., podem causar problemas. Nestes casos, ne- cessita-se de maior sensibilidade. Atualmente, a maioria dos oscilose6pios de uso geral tém sensi- bilidades maximas da ordem de 1 a2 mV/div,em- bora também estejam disponiveis equipamentos que oferecem sensibilidades de SOOV/div ou mel- hores. Outra considerago importante sio as capa cidades de disparo. Atualmente, a maioria dos Curso Pratico de Eletronica Moderna+ Clsucir oscilosc6pios oferecem os modos automético € normal. Exceto para formas de onda altamente complexas ou muita ruidosas, o modo automético € 0 preferido, O modo normal é necesséio para os casos onde vocé necesita realizar o disparo em pontos especificos de uma forma de onda. ‘Também, devemos ter em conta a quantida- de de canais, a disponibilidade do modo XY ea impediincia de entrada. Embora a maioria de me- digdes possam ser realizadas com um osciloscé- pio de um s6 canal, a possibilidade de dispor de dois canais de entrada adiciona capacidade e con- veniéncia, Uma maior quantidade de canais so- mente & justificada quando vocé realmente neces- sita estar observando permanentemente mais de dois sinais a0 mesmo tempo. O modo XY, como vimos anteriormente, é itil para exibir figuras de Lissajous, realizar me- digdes de fase, testar componentes eletrénicos ¢ outras aplicagoes. Atualmente, quase todos os os- ciloscépios de uso geral oferecem esta oped. Al- ‘guns, inclusive, esto equipados com um compro- vador de componentes intemos que utilizam este modo de operagao. A impedancia de entrada, ou seja, 0 efeito de carga do instrumento sobre o circuito sob teste, deve ser 0 mais alto possfvel. Tipicamente, este parmetro é da ordem de 1 Mohm em paralelo ‘com uma capacitancia, Esta tiltima, geralmente da ordem de 20 pF, aumenta de forma notavel o efei- to de carga em altas frequiéncias. Isto deve-se ter em conta quando sao testados os circuitos de RF. A base de tempo deve cobrir uma ampla mar- gem de velocidades de varredura, preferivelmente desde 0.5 segundos por divisdo até 0.5 microse- gundos por divisdo, ou methor. Alguns equipamen- tos oferecem duas bases de tempo independentes, ou uma delas retardada com referéncia & outra. Infelizmente, estas caracteristicas, embora sejam titeis para medigdes de tempo de alta resolucao,nem. sempre sto faceis de compreender ou utilizar. 117 Selegéo de menus Apresentagéos dados na lela Botdes de alustes suaves Figura 14.14, Painel frontal de um osciloscépio moderno com funcées especiais Uma caracterfstica de conveniéncia mui- to ttil, presente na maioria dos osciloscépios de uso geral, é a disponibilidade de interrup- tores de magnificaciio de amplitude ¢ tem- po. Os primeiros, geralmente acoplados 20s controles de posico vertical, permitem am- pliar a forma de onda em um certo fator, usualmente 5 ou 10 vezes, atuando como uma janela mével ou “zoom”. Esta facilidade no possui grande valor quando sao observadas formas de onda repetitivas, naquelas onde um, ciclo € idéntico ao seguinte. Entretanto, isso acontece quando as formas de onda nao-pe- riddicas so examinadas permitindo obser- var em detalhe qualquer parte das mesmas. A magnificagio da varredura horizon- tal é uma caracterfstica mais simples ¢ facil de usar do que uma base de tempo duplo ou retardado, e pode servir 4 mesmas finalida- des, sem custo adicional. A maioria dos os- ciloseépios de uso geral oferecem um ou dois fatores de expansiio, tais como x5 ou x10. Alguns modelos proporcionam trés ou mais, por exemplo x5, x10, x50 e x100. As pontas de teste de um osciloscépio sao tao importantes para sua operagao ade- 118 quada como qualquer um dos seus circuitos internos. Para maior versatilidade, estas de- vem ter, no minimo, fatores de atenuagao de x1 e x10, Este tiltimo, além de permitir visualizar na tela tensdes mais altas que as normais, aumenta a impedancia de entrada em um fator de 10. Esta caracteristica é muito importante quando so testados cuitos de alta freqiiéncia. Finalmente, é importante levar em con- sideragdo o tamanho da tela e 0 tipo de fésforo utilizado pela mesma, Em geral, quanto maior for a tela, melhor serd a qua- lidade da apresentacao e maior a precisao com que podem ser realizadas as medidas. Atualmente, a maioria dos osciloscépios de uso geral oferecem uma area de tela de 100x80 mm®, Também, esto disponiveis equipamentos com telas de 150x120 mm? ou maiores. Embora, normalmente nao existe a possibilidade de escolher o tipo de fosforo, a variedade verde-azulado 6 a es- colha mais segura para a maioria de apli- cagdes. Um osciloseépio com uma tela de alta persisténcia somente é vidvel para quem geralmente trabalha com sinais de baixa freqliéncia. EMIT» Curso Pritico de Eletrinica Moderna Caracteristicas dos novos osci- loscépios Atualmente, a maioria dos osciloscépios, desde os equipamentos mais sofisticados até os modelos mais econémicos, utilizam algum tipo de circui- tos digitais para simplificar suas fungdes internas de controle e facilitar a comunicago com o usué- rio. Assim, certas caracteristicas consideradas exé- ticas até pouco tempo estiio atualmente converti- das na norma, mais que na excego, Os osciloscé- pios modemos dependem tanto das técnicas digi- tais que, em muitos casos, 0s tinicos elementos to- talmente anal6gicos sio as pontas de teste e os am- plificadores. Pelas mesmas razdes anteriores, 0 painel fron- tal dos osciloscépios analdgicos convenciona mudou drésticamente de aspecto, redefinindo a fungdo dos controles usuais de operaco e incor- porando outros elementos novos tais como menus de tela, botdes de ajustes suaves, botdes de cali- brago automatica, cursores, teclas de armazena- ‘mento € reinstalagao de parimetros, leitura direta, de medigées sobre a tela, etc. Algumas destas ca- racteristicas inovadoras, sintetizadas no painel fron- tal da figura 14.14, sdo as seguintes: + Disponibilidade de cursores de tensio, tempoe freqiiéncia para permitir a leitura répida e dire- ta destes parimetros sobre a tela ¢ auxiliar a0 usudrio na andlise de formas de onda, Estes cursores so geralmente linhas horizontais ou verticais (ou outro tipo de elementos de marca) que podem ser localizadas em qualquer lugar da tela, Um microcomputador associado aos circuitos légicos calcula automaticamente a dis- tincia entre os cursores e multiplica essa dis- tancia pela sensibilidade vertical (volv/div) ou horizontal (sec/div) para produzir a leitura de tensdo ou tempo (freqiiéncia) e apresenté-la em. forma numérica sobre a tela, * Ajuste dos fatores de escala vertical e hori- zontal, 0 nfvel eo modo de disparo, a posiglio vertical ou horizontal da imagem, a posigiio Curso Pratico de Eletrénica Moderna CRMC eee dos cursores de medida e outros pardimetros mediante botdes de ajustes suaves. A selecao propriamente dita é efetuada girando um bo- Go suave, sem nenhum tipo de niimeros ou marcas sobre ela. Se voc®, por exemplo, dese- jar ajustar a sensibilidade vertical, simplesmen- te gire 0 botio até obter o fator de escala des- ejado, por exemplo 1V/div. Este tiltimo dado € lido diretamente na tela. * Configuragio (setup) totalmente automatica, que faz com que a utilizaco do equipamento seja relativamente ficil,eficiente e conveniente. ‘Yocé simplesmente tem que pressionar 0 botdio “AUTO SETUP” para que 0 osciloscépio faga amonitoragdo automitica dos pardimetros-cha- ves do sinal injetado na ponta de teste e sejam calibrados por si préprios com o objetivo de exibir inicialmente uma imagem padriio na for- ma de onda, Naturalmente, também dispée-se dos controles usuais para mudar os pardimetros de setup ou para programar fungGes especiais, tais como varredura retardada ou disparo mo- noestavel., + Disponibilidade de controles para armaze- nar e refazer as configurages de setup. Vocé simplesmente visualiza uma determinada forma de onda da maneira desejada, pres- Figura 14.15. Osciloscépio digital com tela de cristal liquido 119 siona 0 botio de armazenamento (STOR! e seleciona a posicao de meméria onde des- eja guardar a configuragiio de setup corres- pondente. Para refazer esta tiltima, deve sim- plesmente pressionar RECALL” e procu- rar a posig&io de meméria respectiva. As caracteristi te sfo, na realidade, melhoras do osciloscépio anal6gico tradicional. Sua implementago nao significa, de nenhuma maneira, a alteracdo da forma de onda do sinal analégico que esta sen- do testado, apresentado e medido. Em outras palavras, a forma de onda analégica é visuali- zada em tempo real sobre a tela. Por outro lado, 0 sinal deve permanecer na tela 0 tempo sufi- ciente para ser medido enquanto sio contadas as divisdes, colocados os cursores e realizadas outras tarefas de controle. Assim, estes tipos de instrumentos ndo medem eficientemente si- nais de freqiéncia muito baixa e nem captu- ram pulsos que ocorrem esporadicamente. Os osciloscépios digitais de armazenamento ou DSOs (Digital Storage Oscilloscopes) superam estas outras limitagdes dos osciloscépios con- vencionais. s discutidas anteriormen- O que 6 um DSO? Um oscilose6pio digital de armazenamento ou DSO, como seu nome indica, é basicamente um osciloscépio que converte a forma de onda analégica de entrada em uma versio digital da mesma ea armazena em uma mem@ria donde pode ser chamada em qualquer instante para finalidades de processamento, visualizagao ¢ medigiio. Todas estas fungdes sio realizadas au- tomaticamente por um ou mais microcompu- tadores e seus circuitos associados. A digitali- zagiio de formas de onda oferece virias vanta- gens significativas com referéncia ao enfoque tradicional de observar e medir sinais. A se- guir so mostradas algumas delas: + Em termos de projeto e manufatura, os re- quisitos de velocidade da tela so simplifi- 120 pe elie Meee cados por nao serem apresentados em tem- po real, as formas de onda podem ser facil- mente reconstruidas desde a meméria. Por esta razdo, muitos DSO utilizam telas de cristal liquide (LCD), monocromiticas ou policromaticas, que eliminam os volumosos tubos de raios catédicos (TRC) e suas fon- tes de alimentagdo-associadas, figura 14.15. * Podem ser congeladas na tela, para sua pos- terior observagiio e andlise, certos sinais es- peciais tais como pulsos monoestaveis, pul- sos de taxa de repetigao muito pequena e sinais de freqiiéncia muito baixos, que apa- receriam em um osciloseépio tradicional como um breve piscar ou como um ponto sendo movido lentamente de um extremo a outro. * As formas de onda podem ser capturadas em diferentes tempos ¢ posigdes, e a seguir ser visualizadas juntamente para finalidades de comparagao. * Qualquer porgdo da forma de onda, tanto antes como depois do ponto de disparo, pode ser capturada e visualizada, permitindo a andlise completa e detalhada dos tempos de subida e outros dados do sinal durante os intervalos de pré-disparo ¢ pés-disparo. Conclusaéo Oosciloscépio é, sem diivida, 0 instrumento mais itil na mesa de trabalho. Embora os osciloscépios anal6gicos convencionais sejam versateis 0 suficien- te para a maioria das apli- cages tipicas de medicao, a incorporagio de técnicas digitais nos modelos mais recentes os convertem em instrumentos mais flexi- veis, convenientes, fortes e confiaveis. CBI + Curso Pritico de Eletrinica Moderna DAT PRATICA N° 15 Os dissipadores sao elementos-chaves quando sao conduzidos niveis de poténcia relativamente altos, Eles permitem que o calor gerado pelos semi-condutores seja evacuado de forma rdpida e eficiente, evitando possiveis danos por alta temperatura. A temperatura é uma considera importante no projeto ou andlise dos sistemas cletrOnicos. Esta afetard virtualmente todas as caracteristicas de um dispositivo semi-condu- tor. Um componente semi-condutor de qualquer tipo (diodos, transistores, tiristores, etc.) em que circula uma determinada corrente elétrica, ne- cessita entregar ao ambiente uma quantidade de poténcia, sob a forma de calor. Quando se trata de dispositivos que mani- pulam pequenos sinais, a quantidade de calor produzido nfo é muito elevada e pode ser fa- cilmente evacuada do dispositivo através de seu Curso Pritico de Eletronica Modernas ClKiT nvolt6rio. Entretanto, quando os dispositivos semi-condutores manipulam grandes poténcias, como nos transistores de saida dos aparelhos amplificadores, a poténcia dissipada eleva-se de forma considerdvel e com ela o calor gera- do pelo dispositivo. Quando a dissipagio de poténcia de um componente chega a ser to elevada que pode produzir danos internos & sua estrutura, é ne- cessério que este seja montado sobre um dissi- pador de calor adequado para facilitar 0 esfria- mento, evitando que seja atingida uma tempe- ratura perigosa, figura 15.1. O radiador ou dis- 121 ara dae) Figura 15.1. Semi-condutor montado sobre um dissipador de calor sipador de calor é um complemento impres- cindivel para a montagem e utilizagao de dis- positives semi-condutores nos circuitos que conduzem altas poténcias, Na figura 15.2 sio mostrados alguns tipos de dissipadores utili- zados em equipamentos eletronico: Além dos danos que podem ser ocasiona- dos pelo superaquecimento de um dispositivo, io apresentados outros problemas que fazem Figura 15.2. Diferentes tipos de dissipadores utilizados em eletrénica 122 do excesso de temperatura um fendmeno a ser evitado dentro de um aparelho eletrénico. O principal deles é a perda da capacidade para conduzir toda a poténcia para a qual foi proje- tado um elemento, Antes de analisar este tipo de problema e a forma de solucioné-los, é con- veniente estudar a forma como é produzido o calor em um dispositivo semi-condutor ¢ os meios pelos quais sao transmitidos. Os diodos, transistores e outros dispositi- tém em seu interior certas unides ou Ses entre diferentes materiais semi-condu- tores. Ao estarem submetidas a determinados s de tensao e corrente, seri produzido em tais jungdes uma dissipagao de energia propor- cional aos niveis anteriores, que aumentard sua temperatura. O calor resultante é transferido ao envolt6rio do dispositivo e, eventualmente, ao ar. Existem trés formas de transmissio da energia calorifica: condugiio, convecgao ¢ ra- diagiio. A primeira é o processo de transmis- so natural do calor pelo interior do corpo que o gera, para todos os pontos do mes- mo. E realizada pela transferéncia de gia cinética entre moléculas con- tfguas ener A habilidade de um material para conduzir 0 calor, ou seja, sua condutividade térmica, de- pende das caracteristicas fisicas do material e de suas dimensdes geométricas. A maxima quanti- dade de calor que pode ser trans- mitida é aquela para a qual se ob- nm uma estabilizago de tempera tura em todos seus pontos. Em relagao inversa com a condutividade da resistén- cia térmica estd uma medida de quanto 0 meio se opde ao fluxo de calor. A resisténcia térmica é medida em graus centigrados por watts (°C/W). ceKiT * Curso Pratico de A cconvecgao € a transferéncia de calor pela circulagdo de um fluido que absorve o calore o transporta para outro lugar, Na transmissio de calor por convecgio, o corpo quente entrega a0 fluido que Ihe rodeia (ar, gas, etc.) uma deter- minada quantidade de poténcia que faz com que em tal fluido seja produzida uma elevagio da temperatura reduzindo sua densidade, e por con seqiiéncia seu peso, com o que este se elevari fazendo aparecer uma nova quantidade de flui- do frio que seguird esfriando 0 corpo. Este proceso denomina-se convecgaio na- al, para diferencié-lo do sistema de conve- e¢do forgada provocada por algum meio exte- rior que obrigue a circulagdo do ar, tal como um ventilador, A quantidade de poténcia calo- rifica que pode ser evacuada desde o dissipa- dor ao ambiente depende da diferenca de tem- peratura que existe entre ambos, sendo tanto maior quanto mais elevada for esta diferenga. A radiagao de calor é uma forma de trans- zadas para efetuar as emissdes de ridio-freqiién- cia ou da luz visivel. Esta radiagao € produzida em uma freqiiéncia inferior a da cor vermelha vi- sivel e é denominada radiacao infravermelha. Emissividade é 0 termo utilizado para des- crever a eficiéncia com a qual uma dada super- ficie irradia energia. A maior ou menor capaci- dade de radiagao esté afetada pela cor do corpo, obtendo-se o melhor comportamento nas cores escuras, sendo 0 corpo preto ideal e 0 de maior poder de radiago. A radiagio € além disso, um fendmeno superficial afetado pelo acabamento mecainico das superficies. As superficies foscas irradiam melhor do que as brilhantes. Um dissi- pador utiliza normalmente as trés formas de transmissio simultaneamente, produzindo uma condugdio desde 0 semi-condutor até o radiador © uma convec¢ao e radiagdo deste ao ar que ro- deia-the Curso Pritico de Eletrénica Modernas CEMCiT PAT ete w i : Dr © 25 75 100 125 150 175 200°C ‘Temperatura do invélucro Figura 15.3. Dissipagao de poténcia em um semi- condutor de acordo com a temperatura Vejamos agora como o excesso de tempe- ratura afeta as caracteristicas de um dispositivo semi-condutor, neste caso, um transistor de si licio, Para isto podemos observar a curva da fi gura 15.3 onde é representada a maxima dissi- pagao de poténcia de um dispositive semi-con- dutor em fungaio de sua temperatura. Para es- clarecer, aqui o termo dissipagaio refere-se a po- téncia que pode manipular o elemento e nao Aquela que é convertida em calor. Na primeira parte da curva mencionada (de até 75 °C) o transistor pode conduzir sem pro- blemas o maximo valor de poténcia para o qual foi projetado (100 W), Quando a temperatura da unido ultrapassa certo limite (neste caso, os 75°C), a capacidade para conduzir poténcia diminui de forma linear. O fator de degradagao (DF) é uma medida que faz.a curva cair rapido, ¢ € medida em watts por grau centigrado (W/ 8) Com freqtiéncia, a méxima temperatura permitida pela unio é ultrapassada antes de atingit 0 maximo nivel de dissipagdo de po- téncia. A temperatura A que chegard depen- de de se 0 calor encontra um caminho de cir- culagao para o exterior. Se somente for per- mitida a passagem de pouca quantidade de calor, a temperatura do elemento aumentard até sua destruigao. 123 Se 0 caminho de evacuagao de calor for suficiente, a temperatura aumentard até estabi- lizar-se em um ponto em que 0 calor que & eva- cuado para o exterior é igual ao gerado inter- namente. Isto significa que é necessdrio utili- zar algum sistema que permita a maxima eva- cuagdio possivel de calor para manter a tempe- ratura do dispositivo dentro de limites ra- zoaveis. Os transistores de poténcia sio montados em envolt6rios grandes de metal para propor- cionar uma grande superficie a partir da qual 0 calor gerado pelo dispositivo possa ser irradi do, Ainda assim, operar um transistor direta- mente aberto limita severamente as especifi- cagdes de poténcia do dispositivo. Se, em lugar disso, o dispositive for mon- tado em alguma forma de dissipador, 0 calor resultante passard do envolt6rio ao dissipador antes de ser emitido ao meio externo. O calor produzido pelo transistor que esta dissipando. poténcia possui entdo uma érea muito grande a partir da qual pode radiar calor ao ar. Devido a isto, a temperatura do envolt6rio mantém-se mais baixa do que seria se no tivesse dissipa- dor. Transistor Isolador de ‘-— paratuso Isolador do“ ees Porcas Figura 15.4, Montagem de um transistor de poténcia ‘sobre um dissipador, utizando arruelas de isolamento 124 Dissipador Quando o dissipador de calor 6 utilizado, a capacidade de condugio de poténcia pode ser aproximada da forma mais adequada & especifi- cago maxima, Entretanto, um bom dissipador de calor ndo pode manter a temperatura do transistor na temperatura ambiente, que, a propésito, pode ser superior a 25 graus centigrados se 0 circuito do transistor estiver tonfinado em uma drea onde outras fontes também esto radiando uma grande quantidade de calor, Entdo, é necessdrio levar em conta a curva de degradagao quando se trabalha com dispositivos de poténcia. Vejamos agora quais sto as condig&es que deve cumprir um dissipador para obter uma 6tima transferéneia desde o dispositive para 0 meio ambiente: + Otamanho do dissipador depende da quan- tidade de calor que deve ser radiada, da tem- peratura ambiente e da corrente média atra- vés do elemento. Mas a superficie de ra- diagdo nao € o tinico ponto a ser considera- do quando so projetados dissipadores de calor. Além disso, deve-se ter em conta,o material utilizado para sua construgao, 0 aca- bamento da superficie e a maneira como elemento que produz o calor se encontra aco- plado ao dissipador. + Para uma étima condugao do calor, o mate- rial deve possuir uma alta condutividade tér- mica e uma grande sega transversal. A tem- peratura ambiente deve ser mantida to baixa quanto possivel. * Os dois materiais mais comuns para a cons- trugio de dissipadores so 0 cobre ¢ 0 alu- minio. O cobre tem uma condutividade tér- mica quatro vezes superior & do aluminio mas, devido ao seu alto custo, utiliza-se 0 alum{nio com maior freqtiéncia, Em certas ocasides, si utilizados outros materiais es- peciais, tais como 0 magnésio ou o 6xido de berilio. cexir * Curso Pratico de Eletronica Moderna * Para aumentar a transferéncia de calor por convecgao, o radiador é dotado de aletas em seu contorno, de tal maneira que a sua su- perficie externa é aumentada A completa efetividade do dissipador de calor depende da maior extensio do contato entre o elemento a scr esfriado ¢ a superficie do dissipador, A qualidade do contato depen- de do grau de conformidade entre ambas a: superficies e a quantidade de pressio com a qual so mantidas unidas. Em nivel microsc6pico, 0 contato en- tre ambas as superficies é realizado somen- te por uns poucos pontos de contato per- manecendo os vazios cheios de ar, pelo que a transmissao de calor através desta super- ficie seré muito pobre. Por outro lado, se 08 vazios sio preenchidos com uma pasta condutora do calor, a transmissio do calor é melhorada em 30%. As pastas de dleos de silicone com carga de particulas de zin- co ou de 6xidos metélicos, cumprem per- Figura 15.5 Dissipador de calor com ventilador caniT Curso Prético de Eletronica Moderna Aree O dispositivo semi-condutor a ser protegi- do nao pode ser colocado diretamente sobre 0 dissipador de calor jé que este, por ter sido fa- bricado em um material conductor, pode pro- vocar um curto-circuito entre os terminais do primeiro ¢ o aterramento do sistema. Para dri- blar este problema, é utilizada geralmente uma pega de algum material com alta condutivida- de térmica e alta resisténcia elétrica, de tal modo que impede a condugiio de corrente elétrica mas que permite a passagem do calor desde o dis- positivo para o dissipador. Na figura 15.4 pode- se apreciar a forma de montagem de um tran- sistor de poténcia sobre um dissipador de lor, incluindo a pega de isolamento e os outros acess6rios tais como, os isolantes para os para- fusos. Existem trés materiais geralmente usados para construir as pegas referidas: mica, alumé- nio anodizado e 6xido de berilio. A mica é a mais utilizada, seguida pelo aluminio anodiza- do, embora com este tiltimo possa ocorrer um curto-circuito, caso a sua superficie apresente algum risco, devido a nao se tratar de uma arruela em si mas de um revestimento da su- perficie do dissipador. O éxido de berilio com- porta-se melhor do que a mica ou o aluminio anodizado mas, infelizmente, este produto é 16xico e possui tendéncia a evaporar. Para obter os melhores resultados, 0 dissi- pador de calor deve possuir uma adequada ven- tilagdo e localizagao. Deve ser colocado de tal forma que 0 elemento de menor poténcia este- ja sempre abaixo do dispositive de poténcia maior, e todos os elementos devem estar tio abaixo quanto possivel do dissipador de ca- lor. Uma solucao utilizada nos novos circuitos eletrénicos € colocar um ventilador bem aci- ma do dissipador de calor, ¢ isto contribui enor- memente para baixar a temperatura ambiente vista pelo dispositivo, figura 15.5. 125 Brae eee) PRATICA N2 16 Quando realizamos pequenos projetos ou experimentos em nosso laboratério, ge- ralmente ficamos satisfeitos quando 0 cir- cuito trabalha corretamente e cumpre a ta- refa para a qual foi construfdo. Mas, quan- do se trata de realizar um projeto que deve ser encaminhado & produgdo e posterior- mente ao mercado, ou quando é construido um equipamento para solucionar algum pro- blema em uma fabrica ou em um processo especifico, deve-se ter em conta que 0 apa- relho vai trabalhar em condigdes adversas e 126 icos daqueles elementos que podem apresentar- sperada, tais como Itinas de tensao, as, ruido ou que deve possuir a suficiente robustez para suportar as mesmas. Os equipamentos eletrénicos esto sujei- tos a cometer falhas em seu funcionamento ou apresentar danos permanentes em seus com- ponentes, causados por diferentes tipos de fené- menos. Diz-se que as alteragdes referidas so causadas por rufdos ou interferéncias elétricas e por um fendmeno denominado Interferéncia Eletromagnética. Dentre os possfveis proble- mas que podem surgir e EKG + Curso Pritico de Eletrénica Moderna * Perda total do equipamento por uma ele- vagio de tensdo na linha de alimentacao. * Danificagdio de alguma parte do circuito cau- sada por um raio, * Mau funcionamento do sistema por falhas na fonte de alimentago como conseqiiéncia de um mau projeto. + Mau funcionamento dos componentes por alta temperatura no interior do equipamen- to. + Alteragdes no funcionamento do aparelho causadas por uma fonte de rédio-freqiiéncia préxima como uma emissora de radio, uma central de pager (beeper), uma es rrestre de satélite, etc. Estes problemas so, em alguns casos, de origem desconhecida e podem ocorrer no mo- ‘mento menos esperado, Para evité-los, 0 proje- tista deve ter em conta muitos aspectos quando criaro circuito impresso do aparelho, distribuir 08 elementos no interior do chassi e selecionar 5 components a serem utilizados. Para tal fim, foram criadas uma série de técnicas e truques que se originaram do estudo e da experiéncia de muitas pessoas. Cada uma é destinada a ba- rraralgumas das manifestagdes que podem sur- gir das interferéncias ou dos rudos elétricos. A seguir, vamos mencionar as mais comuns e apre- sentar a forma como sao utilizadas. Blindagem em nivel de circuito impresso Esta ferramenta € muito utilizada j4 que o pro- jetista do circuito pode levé-la em consideragiio desde 0 infcio, dando assim um grande passo para a obtengao de um produto robusto e de qua- lidade. Para tal finalidade, esto dispostas va- rias opgdes diferentes que deve-se ter em conta: * A rea do circuito impresso que nfo seja uti- lizada com pistas ou linhas de conexiio pré- prias do projeto pode ser preenchida com a pista correspondente ao sinal de aterramen- to do circuito, figura 16.1. Curso Pratico de Eletrénica Modernas EMIT Pe ol Figura 16. 1 Circuito impresso projetado levando em consideracao a expansao do sinal de aterramento. * Se forem utilizados circuitos impressos de dupla face, um deles pode ter a maior quan- tidade de drea possivel dedicada ao aterra- mento do circuito. + Aspistas que levam sinais devem ser as mais curtas possiveis * A localizacao dos componentes no circuito impresso também é muito importante. Por exemplo, se tivermos um circuito impresso de um alarme para vefculo, o receptor de rddio-freqiiéncia do controle remoto nao pode estar localizado ao lado do relé que manipula as luzes ou a sirene do veiculo, jé que 0 campo magnético da bobina do mes- mo afetard indubitévelmente o oscilador de RF ¢ portanto, a distincia do controle re- moto serd muito menor. Consideragées da fonte de ali- mentagao Grande parte dos problemas de rufdo ou inter- feréncia em equipamentos eletronicos entram através da linha de alimentacao, Por exemplo, quando é ligado um motor de corrente alterna- da sao introduzidos na linha certos componen- tes de alta freqiiéncia que podem afetar nossos equipamentos; 0 exemplo classico € a inter feréncia que apresenta a tela de um televisor 127 Figura 16.2 Capacitores de filtro em uma fonte de alimentacao quando ¢ ligado um liquidificador ou uma fura- deira que esteja conectada na mesma rede. Neste caso, a primeira solugio consiste em ‘comprar no mercado um adaptador ou plug que incorpore um filtro para este tipo de sinais indes- ejados, os quais sA0 muito comuns nas fabricas ou indéstrias que possuem motores, turbinas € algum tipo de carga indutiva que produza estes tipos de alteragdes. No interior dos aparelhos, geralmente exis- te uma fonte de alimentago que se encarrega de converter a tenso CA da linha para a ten- slo CC requerida pelo circuito eletrénico. Como € sabido, neste processo se faz. uma reti- ficagio do sinal alternado para obter somente um componente CC. O problema consiste em que um componente de freqiiéncia (60 6 50 Hz segundo a linha) pode permanecer no circuito 4V Capacitor de bypass Vv Figura 16.3 Os capacitores de bypass sdo muito utllizados em circuitos digitais 128 eas vezes pode alterar de alguma forma o fun- cionamento do sistema. Este problema é notério em todos os equipa- mentos que manipulan sinais muito pequenos, tais como por exemplo os equipamentos de instru- mentagio, pré-amplificadores, etc. Neste caso, a solugo consiste enf posicionar um filtro de re- Jeigzio de banda (centrado em 60 ou 50 Hz con- forme 0 caso) para eliminar do sinal tratado 0 componente de freqtiéncia referido. Outro elemento a ser levado em conta, é a utili- zagio de capacitores de filtrado na fonte de alimen- tagio, Eles permitem que a fonte permanegaestavel eevitam as alteragGes bruscas de tensdio que se apre- sentam ocasionalmente na linha de corrente alter- nada, Na figura 16.2 € mostrado um exemplo da conexao dos capacitores referidos, os quais possuem valores de até varios milhares de microfarads. Quando se trata de circuitos digitais, € muito comum encontrar um condensador cerimico de 0,1 uF ou de 0,01 uF junto com cada um dos circuitos integrados do circuito, Estes capacitores, conheci- dos como capacitores de bypass, servem como fil- {ros para evitar que pequenos pulsos de ruido que entram ao circuito possam alterar 0 normal funcio- namento do sistema. Eles devem conectar-se na mesma linha de alimentagao do circuito integrado. Na figura 16.3 mostra-se a localizagdo normal deste tipo de componentes. Transientes ou elevacdes repenti- nas de tenséo Os transientes so eventos que sfio caracterizados por pulsos de grande quantidade de energia e de curta duracdo; so imprevistveis, répidos ecomtem- pos de elevago e queda do sinal muito curtos. A solugiio para este tipo de problema ¢ filtrar ou levar para fora a interferéncia, para longe do equipamen- to eletronico. O filtro de transientes requer um cir- cuito que seja ativado rapidamente e absorva uma grande quantidade de energia em um lapso de tem- po muito pequeno, BUCH + Curso Pritico de Eletronica Moderna Figura 16.4 Os varistores uitilizados em equipamentos eletrénicos As fontes mais comuns de transientes so os raios, descargas eletrostaticas ou ESD (electrostatic discharges) e a comutagio de cargas indutivas. O dano mais freqiiente se originam quando os raios aringem os arredo- res dos equipamentos, j4 que eles podem in- duzir grandes niveis de energia nos cabos de uma rede, nas linhas de alimentago etc. Por exemplo, um raio que cai a I quilémetro de distancia pode induzir uma tensio de 100 volts em um fio desencapado de 1 metro de comprimento, E isso ocorre porque a propa- gagio ocorre através do ar, Os transientes pro- duzidos por raios sio administrados normal- mente utilizando-se dispositivos de descarga de gi is ou cen- telhador gasoso de ar ou de carvio (spark gaps) Uma descarga eletrosté- tica ou ESD é produzida quando dois objetos que nao sio condutores elétricos se juntam e, em seguida, se se- param, um deles ganha e 0 outro perde elétrons. A cau- Curso Pratico de Eletrénica Moderna» CBNCET ‘S40 um dos elementos de protegao mais re er sa mais comum de transientes por ESD € quando as pessoas entram em contato com os equi- pamentos eletronicos. Neste caso, os niveis de energia que se administram sio muito me- nores que os produzidos por um raio, porém os tempos sao muito menores (da ordem de nanossegundos). Para prevenir os danos por este tipo de tran- sientes, utilizam-se os varisto- res ou MOV (Metal Oxide Va- ristor) junto com os supresso- res de transientes de tensao ou TVS (Transient Voltage Su- ppressor). Esses dispositivos conectam-se em paralelo com 08 cabos de alimentagaio de co- nte alternada que entram no circuito, so muito comuns e podem ser encontrados em quase todo aparelho eletrénico, figura 16.4 rr A comutacio de cargas indutivas é um 0 especial onde o transiente é um evento nico. Origina-se quando a corrente que flui através de uma bobina ou indutancia € in- terrompida; nesse momento um transiente ci Figura 16.5 Chassi a pr ova de interf eréncia eletroma gnética 129 _Blindagem Cabo de sinal Figura 16.6 0 cabo blindado protege os sinais das indugdes externas de tenso & produzido pelo colapso do cam- po magnético. As cargas estiio por toda par- te, nos refrigeradores, nos aparelhos de ar condicionado, nos motores, etc. © método normal de protecdo consiste em utilizar MOV ec o TVS. O chassi do projeto Os produtos eletrdnicos requerem uma caixa ou chassi que os proteja de possiveis danos por golpes, quedas ou outros fatores exter- nos. Além disso, tal embalagem também pode ser aproveitada para dar um melhor aspecto a0 produto acabado. Os materiais utilizados geralmente para este propésito so o plasti- co, 0 acrilico, ¢ as laminas de ferro ou alu- minio. Um fator muito importante desenvolvido dentro deste tema, é a protecdo que o chassi pode oferecer ao circuito eletronico do ponto de vista da interferéncia eletromagnética. Isso € de grande importancia, j4 que alguns mate- riais podem oferecer uma maior protegao que outros, gracas & caracteristica de permeabili- dade ao campo magnético que apresentam os mesmos e que Ihes permite atenuar, em maior ‘ou menor quantidade, as interferéncias de tais campos que se propagam através do ar e que podem chegar a nosso circuito, afetando seu correto funcionamento. No mercado existem materiais especiali- zados para esta tarefa, porém, talvez um dos melhores ¢ mais faceis de conseguir sio as caixas de ago inoxidavel. Estas, ainda que sejam um pouco dificeis de trabalhar ou ma- nusear por parte do condutor da experién 130 podem ser feitas sob encomenda em oficinas especializadas. Na figura 16.5 mostramos esse tipo de caixas. Outra op¢ao, empregada por alguns praticantes do hobby ou pratican- tes com alguma experiéncia, ¢ colocar lémi- nas de baquelite para circuito impresso (com uma ou ambas as faces cobertas por cobre) nas paredes da caixa do projeto, o que tam- bém oferece um certo nivel de blindagem ou isolamento. Cabos blindados Um meio através do qual pode-se introduzir interferéncia em um circuito eletronico so os cabos ¢ condutores jé que neles se podem in- duzir correntes parasitas por parte de campos magnéticos externos, Neste caso, podemos recorrer A utilizacao de cabos especialmente construidos para a condugao de sinais de baixo nivel ou que requerem um tratamento especial. O mais conhecido € 0 cabo blinds do. Este cabo é formado por um condu- tor central de varios fios de cobre, en- volto por uma capa de polietileno, sobre a qual se encontra um segundo condutor também de varios fios. Todo 0 conjunto estd recoberto por uma segunda cobertu- ra plastica que 0 isola do exterior. Nor- malmente, no condutor central se conec- tao sinal positivo e no condutor exterior o sinal do terra, Desta forma, o sinal do terra envolve e protege contra indugdes externas 0 sinal positivo de que estamos tratando. Na figura 16.6 mostramos a aparéncia desse tipo de cabo Conclusao O rufdo ou interferéncia pode manifes- tar-se de muitas formas diferentes, cada uma das quais tendo uma forma especial de ser combatida. Por tal motivo, depen- de do projetista do circuito qual ou quais meios de protegao serao implementados. ©EKET + Curso Pritico de Eletrinica Moderna praticante da eletrénica em contato com sinais d corrente suficientem causar-lhe danos fisil exemplo disso é q trabalha com foni nas quais sempré linha de correni A seguranga é um aspecto fundamen- tal em qualquer atividade humana. No campo da eletronica, por exemplo, deve- se ter em conta alguns fatores de risco, como a tensdo da linha de corrente alter- nada, as fontes de alimentagao CC e bate- rias, e os equipamentos que administram altas tensOes internamente como € 0 caso dos televisores e monitores de computa- dor etc. Essas consideragdes sao bastante importantes j4 que, tradicionalmente, tem- se a crenga de que a eletronica tem a ver unicamente com baixos niveis de tensao © corrente e que, por conseguinte, nao re- presenta nenhum perigo para nossa inte- gridade fisica. Curso Prético de Eletrinica Moderna s Cini PRATICA N& 1 AS eee A primeira consideragao importante tema ver com os niveis de tensiio ou corrente que sao pre- judiciais para o corpo humano, Algumas pessoas dizem que a tensdo da rede de alimentacao piibli- ca (110 ou 220 VCA) nao € perigosa, afirmam que nao é a tensfo, mas a corrente que é prejudi- cial. Porém, essas pessoas conhecem alei de Ohm? Lembre-se que a corrente é diretamente propor- cional a tensio (I = V/R). Além disso, segundo as estatisticas, a principal causa de eletrocugiio ou cho- ques elétricos com vitimas graves so as instalagdes caseiras (110 ou 220 VCA). Segundo os especialistas, o aspecto mais deli- cado em um choque elétrico é a densidade de co- rrente através do trio direito do coragdo, jé que 131 Figura 17.1 um valor suficientemente alto pode causar 0 que se conhece como fibrilago ventricular, trazendo como consequéneia a morte da vitima. Por exem- plo, niveis de corrente de até 10 mA dificilmente poxiem ser percebidas, até de 100 mA podem cau- sar contragiio muscular e na faixa de 100 a 300 mA ocorreatletrocugiio, Esses valores so aproxi- mados, no devendo ser tomados emnenhum caso como um guia para calcular fatores de risco, Além disso, ha situagdes em que a morte pode ocorrer com niveis de comente muito mais baixos, como quando uma pessoa esté transpirando, ou quan- do esti em contato com Agua salgada; aqui as possi- bilidades de sobreviver sfio muito menores. Fatores de risco Em primeiro lugar, devemos considerar como ele- mentos de risco aqueles que podem afetar os que habitam a casa. Nesta ordem, as tomadas elétri- cas so 0 elemento de maior risco, ja que qualquer pessoa pode ter acesso a elas. Nesse caso, deve- ‘mos nos assegurar de que tenham suas respecti- vas coberturas isolantes e que as conexdes sejam as corretas, ou seja, que a fase e 0 neutro ou o neutro € 0 terra, por exemplo, nao vio estar cru- zadas. As caixas de fusiveis ou de breakers devem ter uma instalago adequada; se possfvel, feita por um profissional, j4 que um mau contato ou um pequeno erro pode cauisar choques elétricos na pessoa que os manuseie ou que toque a caixa metilica que os contém, Nesses casos, 0 proble- ‘ma mais freqilente é que, por uma m4 instalaco, 132 © corpo humano pode atuar como condutor de corrente em alguns casos a caixa metdllica esteja em contato com uma lin- ha ativa de energia e a pessoa que a toca serve como condutor para aterrar tal corrente ao terra. Para evitar essas situagdes, recomenda-se que a pessoa que manuseie tais instalages utilize sa- patos que o isolem do piso, também podem ser empregados pequenos tapetes de borracha ou tapetes maiores como isolantes. No nivel do laboratério do aficionado ou praticante de eletrnica, devemos ter em conta outros fatores adicionais. O primeiro deles ilustramos na figura 17.1. Nesse caso, a ex- periéncia trata-se simplesmente de medir a tensfio de uma fonte de alimentagio. O pro- blema surge quando o aficionado toma a pon- ta de prova metilica, a qual esté aterrada atra- vés do chassi e do cabo de alimentacao do instrumento (um osciloseépio, neste caso), € acidentalmente toca com a mao 0 positivo da fonte de alimentagao a testar; aqui, 0 cor- po se encarrega de fechar o circuito, sofren- do de passagem as consegiiéncias. Na figura 17.2 mostramos outro ambiente propicio para sofrer choques elétricos. Nes- te caso, construiu-se uma fonte de alimen- taco simples para um equipamento eletr6- nico. O terra do circuito se conecta a uma das linhas CA, na qual unem-se 0 neutro e 0 terra, Por sua vez, o terra da ponta de prova do osciloscépio foi conectado ao mesmo te- rra geral através do cabo de alimentagao do instrumento. wach + Curso Pritico de Eletrénica Moderna FA st o1 RI Terra Toda essa montagem funciona perfeita- mente sempre e quando a tomada elétrica tiver seus trés pinos bem conectados, porém, se a fase e o neutro estivessem invertidos, por exem- plo, 0 choque seria sofrido pelo operirio que tivesse as pontas de prova em suas mios. Outra atividade que poe em perigo a vida das pessoas é instalar uma antena de rédio ou televistio proxima das linhas de energia e, in- clusive, passar um eabo por cima destas. Nes- ses casos, 0 problema mais freqiiente é a ele- trocussio do operirio, causada porque o tubo da antena ou 0 cabo o habilitam como meio para aterrar a corrente das linhas de energia. No nivel dos técnicos que fa- zem manutengio e reparos de equi- pamentos eletrOnicos apresentam- se ainda mais riscos que para 0 simples aficionado. Os principais provém daqueles elementos que administram altos niveis de ener- gia, como ocorre nos televisores & monitores de computador, figura 17.3. Nesse caso, 0 perigo consi te em que um elemento que pro- duz uma tensio muito elevada, chamado flyback, pode causar uma descarga de alta tensfo no operi- rio. Isso pode ocorrer mesmo se o cenit Curso Prético de Eletrénica Moderna * A eed Figura 17.2 Esta conexao pode causar um choque eléirico, caso a tomada elétrica apresente uma ma conexéo televisor ja estiver desligado, pois o elemento pode deixar carregado 0 tubo de raios catédi- cos, que € o principal componente do televi- sor Todos os aspectos citados anteriormente constituem perigos potenciais para qualquer pes- soa, especialmente para os hobistas e profissio- nais desse ramo, Para preveni-los, as pessoas po- dem seguir algumas regras bisicas, que pode- riamos dizer que sio Obvias. A primeira e mais importante, é assegurar-se de que qualquer equi- pamento que vamos reparar, armar ou manusear de alguma forma, esteja desconectado da linha de alimentagao, Nao basta simplesmente desli- gélo. No nivel das instalagdes elétricas para as bancadas de trabalho e demais elementos que 0 requeiram, recomenda-se utilizar fusfveis na lin- ha de fase e no neutro, Também, o breaker ou interruptor geral do sistema elétrico do banco de trabalho deve ser duplo para desconectar as duas linhas ao mesmo tempo. Figura 17.3 Os televisores 6 os monitores dos computadores representam um risco considerdvel para 0 operirio, devido a alta tenséo que algumas de suas partes contém. 133 dee) PRATICA N° 18 Tecnologia de montagem ou SMT A tecnologia SMT utiliza componentes eletronicos superficial miniaturizados, 0 que permite reduzir notavelmente o tamanho dos circuitos impressos e dos produtos finais, ao mesmo tempo em que facilita a montagem de Desenvolvida para que a montagem au- tomatica de produtos eletrdnicos seja mais f- cil, répida e confidvel, a tecnologia de mon- tagem superficial ou SMT (Surface-Mount Te- chnology) representa uma revolugdo na apre- sentagao de componentes eletrénicos de todo tipo. Os dispositivos dessa classe si extre- madamente pequenos, nao possuem terminais de insergo, aderem a superficie de um car- to de circuito impresso e so soldados dire- tamente aos pads ou pistas, eliminando a ne- cessidade de perfuragées. 134 eletiénicos que sao produzidos em grandes jeio de maquinas especializadas. O método de montagem superficial con- trasta com a tradicional técnica de monta- gem por inserg’o ou IMT (Insertion-Mount Technology), baseada na wtilizagao de com- ponentes cujos terminais devem insertar-se através do cartilo de circuito impresso para sua instalagao, figura 18.1. O método SMT. origina placas menores, mais finas, compac- tas, leves, econdmicas e confidveis, simpli- fica os processos de fabricacdo e permite 0 desenvolvimento de produtos inteiramente novos como as calculadoras do tamanho de ©@NCIT + Curso Pritico de Eletronica Moderna um cartdo de crédito, tele- fones celulares, computado- res portiteis e outros que se- riam imposs{veis de produzir com as técnicas de fabri- cagaio convencionais Nesta pratica, veremos os aspectos mais relevantes dessa tecnologia, tais como os tipos de componentes mais comuns ¢ as ferramen- tas, tanto automiaticas como manuais, para a montagem e conserto de circuitos SMT. O conhecimen- to deste tema é muito importante jé que, em nivel de consertos ou manutengao de equipa mentos eletrdnicos, é possfvel que um técni- co ou praticante se depare com cartées ou cir- cuitos implementados com este tipo de tec- nologia e por qué ndo, decida-se também a construir seus préprios projetos. Figura 18.4 Componentes SMT Ainda que, por limitagdes de tamanho, peso e outras consideragGes, nem todos os componen- tes convencionais tenham um SMT equivalen- te, atualmente existe uma grande variedade de- les, com os quais € possivel montar praticamen- te qualquer circuito eletrénico. Na figura 18.2 mostramos alguns componentes eletronicos em suas duas verses. Dependendo de sua apresentagdo, os com- ponentes SMT bipolares ou de dois terminais podem ser planos ou tubulares, figura 1 Na terminologia SMT, os primeiros sao co- nhecidos geralmente como chips e os segun- dos como MELF’s (Metal Electrode Leadless Face). Esses tiltimos possuem nos extremos tampas metélicas que soldadas as pistas e, devido sua tendéncia a girar, devem man- ter-se em sua posigdo durante o proceso de solda, utilizando-se técnicas especiais. Os re- sistores e capacitores chips sdo os componen- Curso Prético de Eletrinica Moderna CECT Diferenca entre a técnica de montagem superficial e 0 método tradicional de insergao tes de montagem superficial mais amplamen- te utilizados. Os MELF’s destinam-se prin- cipalmente a aplicagdes de precisao e de alta freqiiénci: Para facilitar seu manuseio em linhas de montagem automatizadas, esses componentes silo fornecidos geralmente em carretéis, fitas plasticas, sacos pdstico, e outros tipos de apre- sentagio, figura 18.4, Muitos equipamentos possuem alimentadores vibratérios que podem ser carregados com componentes tipo chip sol- tos, como resistores e capacitores. Na conti- nuagio realizamos uma breve descrigdo dos principais tipos de dispositivos disponiveis em versio SMT, comecando pelos elementos dis- cretos passivos mais comuns (resistores, capa- citores e bobinas). Resistores Os resistores para montagem superficial sio extremadamente pequenos, alcangando um ta- manho médio de 0,08” (2,032mm) de compri- mento, 0,05” (1,27mm) de largura e 0,05” (1,27mm) de espessura. Obtém-se em valores de 10 ohm a 10 Mohm, espectros de poténcia de 1/16W a 1/4W, tolerancias de +0,1% a +5% e apresentacdes tipo chip (comercial) ou MELF (preciso). Esses tiltimos sao identificados me- diante 0 c6digo de cores tradicional, enquanto que para os primeiros utiliza-se um sistema de 135 eer Maer) Figura 18.2 Componentes eletrénicos comuns em suas duas apresentagdes. trés ou quatro digitos. Também hé jumpers ou ponte SMT de resisténcia 0 Q. Os resistores chip vém geralmente em duas gamas de tolerdncias: +5% e +1%. Os primeiros sao identificados mediante um c6- digo de 3 digitos e os segundos mediante um cédigo de 4 digitos. No sistema de 3 digitos, os dois primeiros correspondem aos dois primeiros némeros do valor da resis- téncia e 0 terceiro ao multiplicador ou ni- mero de zeros que devem agregar-se. No sistema de 4 digitos, os trés primeiros indi- 136 cam os trés primeiros ntimeros do valor e 0 iltimo, o multiplicador. Em ambos caso: posigio do ponto decimal é indicada me- diante uma letra “R”. Os resistores MELF sao geralmente de pelicula fina e vém em tolerancias de 0,1% a 5%. Sio identifieados mediante um céd go de cores de 5 faixas, correspondendo as trés primeiras aos trés primeiros digitos do valor, a quarta ao multiplicador e a quinta a tolerancia. Por exemplo, a seqiiéncia de faixas amarelo-violeta-verde-laranja-verde identifica um resistor de 475 kQ, 0,5%. Dependendo de suas dimensdes fisicas, 08 resistores chip identificam-se geralmen- te mediante um cédigo numérico de quatro digitos, tal como 1206, 0805, 0603 e 1210, para citar os mais comuns. As duas prime’ ras cifras referem-se ao comprimento ¢ as duas tltimas a largura. A designagao 1206, por exemplo, corresponde a um resistor de aproximadamente 0,12"(3,2mm) de compri- mento por 0,06” (1,6mm) de largura Capacitores Os capacitores para montagem superficial podem ser cerdmicos multicapa, de tan- tlio, eletroliticos ou de pelicula, sendo 0s mais comuns os ceramicos tipo chip. Os capacitores ceramicos sao nao polari- zados. S40 obtidos em valores de 0,47pF a IF e espectros de tensio de 50V a 1000V. Externamente, so muito pareci- dos com as resisténcias chip e vém nos mesmos tamanhos ou maiores. Os capa- citores 0805 sao identificados, geralmen- te, mediante um cédigo de cor alfanumé- rico de um Gnico caracter (SCM), corres- pondendo a cor ao multiplicador e 0 ca- racter 4s duas primeiras cifras signifi tivas da capacitancia em pF. Por exemplo, a marca A (vermelho) designa um capaci- tor de 0,1F (= 10x10‘pF) BNET + Curso Pritico de Eletrénica Moderna Para os capacitores cerdmicos de tamanho 1206 ou maioré utilizado um sistema de identifi- cagiio de dois caracteres (TCM), corresponden- do ao primeiro (indicador literal) as duas cifras, significativas da capacitancia em pF e 0 segundo (indicador numérico) ao multiplicador. Por exem- plo, o cédigo W2 atribui a um capacitor de 680pF (©6,8x10'pF). Os capacitores menores (0603 ) niio tém cédigo de identificagdio impresso. O va- lordos mesmos vem gravado longitudinalmente sobre a faixa ou fita de empacotamento em inter- valos regulares, por exemplo cada polegada, Oscapacitores eletroliticos de aluminio so po- larizados. Sdo adquiridos em valores desde 0,22)tF até 220F e espectros de tensiio desde 6.3VCC até 1OOVCC. O terminal negativo vem geralmente mareado com um sinal de menos (-). A cdpsula de um capacitor eletrolitico traz além de informagao relacionada com a capacitincia nominal (HF), atten- so maxima de trabalho (V), o ntimero de série, 0 nome do fabricante e o cédigo da data de fabri- cago do dispositive. Indutores Os indutores ou bobinas SMT so adquiridos em valores desde umas poucas décimas de Na- nohenry (nH) até varios Milihenry (mH) e es- pectro de corrente de até 3A. Também dispoe- se de transformadores toroidais SMT. Os indu- tores SMT utilizam geralmente materiais de fe- rrite de alta satura ideais para fontes comutadas e filtros de interferéncia eletromag- nética (EMD. b) MELF Figura 18.3 Componentes SMT dedols terminals (Curso Priticode Eletnica Moderna ceKir 18. Tecnologia de montagem superficial ou SMT Diodos e LED's Os diodos para montagem superficial, figura 18.5, so fornecidos geralmente em capsula SOD (small outline diode) cilindrica (MELF) ou SOT (small outline transistor). Os LED's miniatura para montagem superficial, figura 18.2, possuem um alto brilho que nao diminui com o tamanho. Podem ser infrayermelhos ou emitir luz visivel de diferentes longitudes de onda, por exemplo 650nm (vermelha), S8Snm (amarela), 565nm (verde) e 610nm (Ambar). Além disso, oferecem Angulos de visio supe- riores a 100°. Transistores Os transistores para montagem superficial, fi- gura 18,6, sdo fornecidos principalmente em apresentagdes planas SOT 23, 89 e 223, adap- taveis para diferentes requisitos de poténcia e técnicas de montagem. A configuragao dos ter- minais em forma de asa de gaivota (guil-wing), tipica das capsulas SOT 23 e 223, assim como da maioria dos circuitos integrados SMT, faci- lita 0 processo de solda por métodos automit cos. No caso de um dispositive SOT-89, os terminais no sio pre-formados sendo que emergem em linha reta na parte inferior da cap- 137 sula. Em geral, o tipo de cépsula de um semi- condutor SMT determina sua capacidade de dissipagao de poténcia, Os dispositivos SOT- 23, por exemplo, podem dissipar até 250mW ao ar livre, os SOT-89 até 1W e os SOT-223 até 2W. Circuitos integrados Os circuitos integrados de montagem superf cial, figura 18.7, so fornecidos em uma gran- de variedade de apresentagdes, sendo as mais comuns as cépsulas SOIC (small outline inte- grated circuit), PLCC (plastic leaded chip ca- rrier), LCCC (leadless ceramic chip carrier) € PQEP (plastic quad flat pack). Os dispositi- vos SOIC e PQEP tém geralmente seus termi- nais configurados em forma de asa de gaivota (gull-wing) e 0s PLCC em forma de J dobrado para dentro (J lead). A figura 18.8 compara estes dois tipos de estruturas. Os dispositivos LCCC nao possuem terminais propriamente ditos, mas contatos metalicos moldados sobre seu corpo. Em geral, os componentes com terminais gull-wing sao mais faceis de soldar e substituir que 0s dispositivos com terminais J-lead. Entre- tanto, estes tiltimos ocupam menos espaco, pro- 9 © podem ser instala- dos nas bases ou sockets. A configuragdo de t minais gull-wing € utilizada também em LED's, transistores, interruptores, cristais e outros dispo- sitivos SMT. porcionam maior protega 138 As caipsulas PLCC, LCCC e PQEP sao caracterizadas por possuir terminais em todos seus quatro lados. Sao fornecidas em versdes padrdes de 18 a 256 ou mais pinos e alojam circuitos integrados de elevada e muito elevada escala de integragao tais como microprocessa- dores, microcontroladores, memérias, controla- dores LCD, chips de clock, ete, A cépsula SOIC possui somente duas filas de terminais e aloja chips como portas 16; mplificadores, d codificadores, contadores, temporizadores, con- yersores A/D e D/A, microcontroladores, etc. Os circuitos integrados SOIC ocupam tipica- mente a quarta parte do espaco dos dispositivos de insergiio equivalentes e podem ser manipu lados utilizando o mesmo equ icas, a pamento automé. tico de montagem utilizado para dispositivos DIP. Outros componentes Até agora vimos 0s tipos de componentes mais comuns que sao encontrados em versio SMT, mas, além disso, os fabricantes desenvolve- ram também outras fam{lias importantes de sor23 soTs9 ee Figura18.6 Transistores SMT canir * Curso Pritico de Eletrénica Moderna dispositivos de montagem su- perficial de ampla utilizagio como trimmers, termistores, interruptores, cristais, cone tores, optoacopladores, filtros ceramicos, relés, fusiveis, buzzers piezoelétricos, redes passivas, etc. Cada um deles possui um tipo de encapsula- do especial, adequado para cada aplicagdo. Métodos de montagem Os dispositivos SMT so talados e soldados diretamente na superficie condutora de uma placa de circuito impresso, sem nenhum tipo de suporte meca- nico adicional e com a solda como tinico vinculo entre a pla- cae o componente. Além dis- so, no possuem terminais de insergao. Portanto, € légico su- por que seja necessario possuir técnicas e ferramentas especiais para a manipu- Jaco, instalagao, solda e remogio deste tipo de elemento, De outro modo, as unides de solda ndo devem ser somente eletricamente confidveis, mas de grande resisténcia mecdnica. Dependendo dos requisitos de produgao, os componentes de montagem superficial podem ser instalados soldados sobre uma placa de circuito impresso por métodos manuais ou me- diante equipamentos automiticos de seleciio e colocagio de partes. Estes tiltimos, denomina- dos “Pick & Place Systems” ou “Sistemas de pegar e colocar”, pegam os componentes indi- viduais de fitas, carretéis, magazines ou bolsos por meio de um ou mais cabegotes de sucgo e 8 depositam no local adequa- do sobre 0 circuito impresso. Previamente, a placa deve ser tratada com uma camada de CY7B9911 ‘Fgura 187 Creutosintogrados SMT 18. Tecnologia de montagem superficial ou SMT serio posicionados os termi- nais dos componentes e com um pouco de cola no local onde é apoiado o corpo do mesmo. Além de dois equipa- meritos de selegiio e colo- cagdo de componentes, as linhas de montagem automa- tizadas de circuitos SMT in- cluem também estagdes de carga e descarga, unidades aplicadoras de adesivo ou pasta de soldar, sistemas de inspegao ética, fornos de re- fuso ou cura, analisadores de defeitos ¢ outros periféri- cos. Na figura 18.9 € mostra- da uma maquina especial para montagem automdtica Obviamente, existem mo- delos de diferentes taman- hos e pregos, e cada um destes possui as caracterfsticas adequadas para um determinado volume ou capaci- dade de trabalho. Solda manual Os métodos manuais de solda de componen- tes SMT cumprem um papel decisivo no des- envolvimento, teste e avaliagao de protétipos, a construgio de circuitos experimentais em acorrecdo de defeitos de solda re- sultantes de um processo automatico, a subs- tituigdo de componentes defeituosos ¢ outras tarefas simples, Além disso, € um método muito econémico para a pequena indiistria, os téenicos de manutengdo e os hobistas. Logicamente, existem ferramentas e mate- pasta de soldar nos locais onde Figura18.6 Configuragiodes terminals em circuits ntegrados SMT Curso Pratico de Eletrénica Moderna» CENCE 139 ‘Figura 18. 9Méquinaparamontagem autométicade placas SMT riai projetados especificamente para soldar de forma manual os componentes de mon- tagem superficial. Na figura 18.10 € mos- trada uma estagdo de solda especial para SMT. Note que o sistema possui um bom numero de pontas diferentes, adequadas cada uma para um determinado tipo de compo- nente, A solda manual pode também ser efe- tuada com sucesso utilizando elementos re- lativamente comuns tais como um soldador tipo lépis de 25W, pingas finas de ponta cur- . uma lupa portitil ou de mesa, solda outros materiais de facil consecugao. Para soldar componentes SMT nas placas de cir- cuito impresso deve-se primeiro procurar a forma de pegar 0 componente e fixé-lo em seu lugar. Este trabalho manual de pick-and- place (selecio e colocagio) pode ser reali zado facilmente utilizando, por exemplo, um pedago de fita adesiva para recolher 0 componente, posicioné-lo sobre as trilhas e ajus- té-lo temporariamente na placa. Apés ser posi- ionado em seu local, os terminais expostos do componente sio soldados nas trilhas na forma usual utilizando soldador e solda, retira-se a fita € so soldados os terminais restantes. 140 Te Madeley 4 Um segundo método para soldar ma- nualmente consiste em depositar uma pe- quena gota de adesivo de uso geral sobre a placa do circuito impresso, no local onde é apoiado 0 corpo do componente, evitando qualquer contato com as trilhas. A seguir, alinha-se 0 componente com as trilhas, pres- siona 0 mesmo €ontra a placa e deve-se aguardar 0 tempo necessirio para a secagem do adesivo, por exemplo 20 minutos. O mesmo procedimento é repetido para os demais componentes do circuito. Finalmen- te, uma vez que 0 adesivo estiver seco. soldados os terminais na forma usual Um terceiro método parte da aplicagio de solda na volta de um dos terminais do componente até formar um pequeno depé- sito, deixa-se esfriar este tiltimo, posicio- na-se 0 componente sobre as voltas e é pres- sionado contra a placa, A seguir, € aquec do 0 depésito com o soldador até a solda refluir ¢ solidificar o terminal a volta, deixando fixo 0 componente em seu local Os demais terminais so soldados na forma usual, utilizando pequenas quantidades de solda em cada ponto.& caxir * Curso Pritico de Eletronica Moderna 19. Projeto de circuitos impressos por computador PRATICA N° 19 | Projeto de circuitos ‘um comput Como vimos na pritica sobre “Projeto e fabri- cago de circuitos impressos”, qualquer pessoa pode projetar placas de prot6tipos simplesmente seguin- do um diagrama esquemitico e transformando as linhas em um padriio de tragos e pontos de interco- nexiio que transferem (a arte), diretamente ou por meio de processos fotoquimicos, para uma placa vingem de cobre de uma ou duas faces. Mas, atual- mente, com todas as vantagens que oferecem os constantes avangos da tecnologia, as placas de cir- Curso Pritico de Eletronica Moderna + C@KCHT 5 dor para projetar circuitos impressos simplifica bastante o , j& que reduz o tempo utilizado no desenvolvimento e nas corregdes do mesmo. Além disso, permite aumentar a complexidade dos projetos e pode ser alcangada uma alta qualidade na arte final. ccuito impresso so projetadas com a ajuda de po- tentes programas CAD (Computer-Aided Desi projeto assistido por computador) que criam artes exatas e precisas em pouco tempoe poupam ousus- rio datediosa tarefa de projetare desenhar manual- mente as trilhas e os pontos de conexao. software para projeto de circuitos impres- sos estd dispontvel em uma grande variedade de pregos e niveis de sofisticagao. Alguns pacotes 141 definem automaticamente a colocagdio dos com- ponentes e o desenho das trilhas. Outros trabal- ham juntamente com programas de captura de es- quemas, poupando ao usudrio a tarefa de inserir manualmente os componentes e as conexdes do circuito. Também dispde-se de uma grande varie- dade de opgdes de safda para transferir a infor- magdo para impresoras a laser ou de jato de tinta e plotters. Além disso, tem a possibilidade de ge- Tar arquivos especiais, denominados arquivos Ger- bere NCarill, que permitem passar o projeto dire- tamente do computador para méquinas automati- cas que se encarregam de fabricar 0 cireuito im- presso e de manusear furadeiras de controle nu- mérico (CNC) que realizam a perfuragdio das pla- cas de forma precisa, respectivamente, Metodologia de projeto projeto de circuitos impressos por computador podle ser realizado de duas formas. A primeira, con- siste em ir diretamente a um programa especializa- doem circuitos impressos e projetar manualmente asconexGes entre os diferentes componentes que 0 formam. Neste caso, 0 procedimento implica utili- zaras bibliotecas de componentes fomecidas com. © programa, ou criar componentes novos. Comeste metodo, o projetista deve certificar-se de que os tragos realizados estejam corretos, jé que nao dis- poe de nenhuma ajuda para realizar tal inspegdo. Este sistema ¢ bastante pritico em circuitos peque- nos ou naqueles que nao tém demasiados compo- 9.7 Diagrama esquemalico cnado emum programa de captura 142 nentes, portanto, é utlizado pela maioria dos hobis- tas ou usuarios da eletrénica. Posteriormente, vere- ‘mos este método com mais detalhe, aplicando-oem projetos reais com um programa especifico para este trabalho. A segunda forma de projetar circuitos im- pressos com um computador pode ser conside- rada muito mais profissional e pode ser utiliza- da em cireuitos que tenham um certo nivel de complexidade. Consiste em um processo siste- mitico de trés passos, os quais devem ser se- guidos nessa ordem especifica com 0 objetivo de conseguir com que processo do projeto ocorra de uma forma uniforme e ordenada. Es- tes passos siio: 1, Projeto e captura do diagrama esquematico do circuito em um programa especial 2. Posigdo dos componentes na érea onde es- pera-se que seja ocupada pelo circuito im- presso 3. Desenho das trilhas A seguir, vamos explicar de forma detalhada 05 pasos envolvidos neste método, embora, mais adiante, vamos nos concentrar especificamente na manipulagao do programa de projeto de circuitos impressos. Adicionalmente, devemos esclarecer que otratamento deste tema assume que o leitor conhe- ce os aspectos basicos relacionados com o projetoe a fabricagdo de circuitos impressos que foram ex- plicados na pritica N° 9. Projeto e captura do esquema O projeto de um circuito impresso por computa- dor comega normalmente com o projeto do diagrama esquemitico do circuito em um pro- grama de captura de esquemas. Este tiltimo, além de possibilitar o projeto do esquema, produz ar- quivos especiais (denominados netlist) que stio lidos por outros programas de projeto que permi- tem a realizagao fisica da placa de circuito im- presso correspondente. Na figura 19.1 é mostra doum exemplo de diagrama esquematico obtido EMIT + Curso Pritico de Eletrinica Moderna 19. Projeto de circuitos impressos por computador por meio do programa de cap- tura de circuitos denominados Circuit Board Designer. programa de captura de ‘esquemas pode ou nao estar to- talmente integrado com o pro- grama de projeto de circuitos impressos, Em outras palavras, alguns pacotes CAD podem manipular tanto esquemas como artes, enquanto que os outros estdo limitados a uma destas duas fungdes. Algumas ‘empresas oferecem produtos se- parados, mas compativeis, para oprojeto de esquemas e para 0 projeto de circuitos impressos Com um programa de captura de esquemas podem ser selecionados os simbolos dos componentes desde uma ou mais bibliotecas para posi- cion4-los sobre a tela. A se- guir, sio desenhadas as co- exes entre os componentes. Também podem ser importa- dos ou chamados trabalhos realizados com antecedéncia, intercambiar um componente por outro, copiar segGes, mo- ver, adicionar ou retirar com- ponentes, atribuir nomes a si- ternadamente, etc. A safda que entrega programa de cap- tura de esquemas consiste de uma série de desenhos e um arquivo de texto ASCII de- Foe ile HUGRATION THESDCAP\SRZL nu “Seg5250 CEDL.A a mt PILE Figura 19.2 Exemplo de arquivo netlist nais, referenciar componentes, numerar pinos indicar pontos de teste, realizar listas de pegas, efetuar alteragdes, carregar varios esquemas al- figura 18.2 6 mostrado um exemplo de arquivo netlist. A capacidade de extrair automaticamente a netlist de sua representagdio esquemitica um dos maiores atrativos dos sistemas CAD. Naturalmente, seo esquema for correto, tam- bém o ser a arte final. A net- list basicamente diz. ao progra- ma de desenho do circuito im- ptesso quais os componentes que contém 0 circuito e como 0s mesmos esto interconec- tados. Desta forma, voce no tem que reinserir manualmen- testa informagéio quando pro- jetaraarte, Com freqiiéncia, netlist também inclui infor- mago a respeito dos taman- hos dos componentes, a largu- ra dos tragos, ete. Sendo que niio existe um formato padrio, cada programa de captura de esquemas gera seus proprios formatos de netlist ea maioria dos programas de desenho de circuitos impressos podem ler Varios tipos de formatos. Nesta etapa do projeto, e antes de transferirainformagaio de safda do programa de cap- tura ao programa de desenho, deve-se dedicar todo © tempo que for necessario para analisar 0 esque- ma desenhado e certificar-se de que corresponde a0 que se deseja. Muitos sistemas CAD apoiam, 0 usteério nesta tarefa sinalizando erros dbvios, nominado netlist. Este ltimo, como seu nome indica, é simplesmente uma lista dos nds ou nets (pontos de conexio comuns de dois ou mais elementos) do diagrama. Na Curso Pratico de Eletronica Moderna * cancit porexemplo umas safda, Em alguns programas de captura, vocé pode inclusive simular o funcionamento do circuito. conectadaa terra ou a outra Uma vez que o esquema do circuito foi corri- gido e completado, tudo esté pronto para projetar aarte do circuito impresso, ou seja, a imagem que 143 serd gravada na placa de cobre, Entretanto, antes de passar ao pacote de projeto, e com 0 objetivo de aproveitar ao maximo as capacidades que este oferece, é conveniente ter bem definidos certos as- pectos chaves do projeto tais como tamanho da placa, a largura dos tragos que vao ser utilizados, as formas e tamanhos dos pontos, os tamanhos dos orificios, a separagdio minima entre conduto- res, ete. Colocagao dos componentes Apés a captura do esquema por parte do pacote de projeto, 0 passo seguinte ¢ o posicionamento dos componentes sobre a rea de trabalho. Os componentes necessirios para construir placas de circuito impresso por CAD sao basicamente co- legdes de circulos e ovais denominados pontos, contidos em uma biblioteca, que tém o mesmo padrao de pinos dos componentes que serio sol- dados aos mesmos, Estes padrdes so denomina- dos geralmente trilhas ou footprints, Uma mes- ma volta pode representar uma grande variedade de dispositivos, por exemplo circuitos integrados de 14 pinos podem corresponder a diferentes ti- pos de componentes, independentemente de suas propriedades elétricas, ‘A tarefa de posicionamento comega carregan- doa netlist no programa CAD e definindo na tela uma planilha de trabalho criada de acordo com as necessidades e especificagdes do projeto (tamanho da placa, tamanho da reticula, largura dos tracos, miimero de camadas, etc.). Alguns programas ana- lisam a informagdo da netlist posicionam automa. ticamente os componentes na configuraciio ofere- cida, geralmente, os tragos mais curtos, Isto pro- porciona um ponto de pautida para o desenho, Outros programas somente permitem realizar 0 posicio- namento de forma manual utilizando um mouse, um joystick ou outro dispositivo de entrada do computador. Além da caracteristica de posicionamento automitico, os pacotes CAD de projeto de circui- tosimpressos proporcionam outras facilidades para 144 assistir a0 usudrio na tarefa de posicionamento de componentes. Por exemplo, permitem mover e rotear partes individuais, proporcionam grades de varios tamanhos (até de 0.001” inclusive), su- portam tanto grades métricas como em polega- das, permitem orientar 0s componentes em qual- quer direcao desejada, ete. Roteamento dos tracgos Uma vez que as partes foram colocadas em seu lugar, 0 seguinte passo no processo de projeto de um circuito impresso por computador é 0 desenho dos tragos. Esta tarefa pode ser realiza- da de forma manual (desenho) ou automatica (autoroteamento), Embora os algarismos de des- enho variem de um programa para outro, todos eles fazem basicamente o mesmo que vocé fa- ria se estivesse realizando o circuito a mao, ou seja, tracam a distancia mais curta entre os pon- tos a serem unidos e vio dobrando o trago A medida que encontram obsticulos. O roteador bisico é 0 ponto a ponto. Sim- plesmente so indicados os pinos que se deseja unir e o programa tenta conecté-los. Trata-se, portanto, de um processo interativo, que permi- te a0 usuario controlar a ordem dos tragos e 0 poupa do tedioso trabalho de ensaio e erro de encontrar um roteiro. A maior limitagdo de um roteador consiste em somente unir pinos: nio tem a capacidade de tomar decisdes para otimi- zat trabalho ja feito, Isto somente pode ser feito por um programa de desenho automitico Com um autoroteador, o software encontra por si mesmo os caminhos de conexao, tendo 0 cuidado de nao violar as regras de projeto que especificam nao somente as dimensGes e sepa- ragdes dos tragos, mas também pardimetros tais, como a quantidade maxima de vias, a largura minima dos tragos, a minima separago entre trilhas, ete. Muitos sistemas CAD sio capazes de fazer 0 desenho em 100%, embora os resul- tados freqiientemente necessitem da elegiincia natural dos tragos posicionados manualmente. cuir * Curso Pritico de Eletronica Moderna Depois de finalizar o trabalho de desenho dos tragos, este deve ser cuidadosamente re- visado para detectar e corrigir qualquer vio- lagdo as regras e imposigdes do projeto, ¢ tam- bém para verificar sua equivaléncia exata com o esquema, Se tudo estiver bem, a tiltima eta- pa do processo consiste em produzir uma saf- da, quer seja uma impressdo em papel para retirar posteriormente uma pelicula que pos- sa ser utilizada para fabricagao do circuito im- presso pelos meios tradicionais, ou por meio da geraco de algum tipo de arquivo especial. Neste caso, a maioria dos sistemas CAD ge- ram dois tipos de arquivos: um denominado arquivo Gerber que descreve a localizacio e tamanho de todos os pontos de conexdo, tracos e demais elementos da arte, e outro denomi- nado Nedrill ou arquivo de furadeiras, que descreve a localizagiio, tamanho e profundi- dade de cada orificio a ser realizado na placa. Estes arquivos sio lidos por maquinas espe- cializadas que podem produzir o circuito im- presso automaticamente. Manipulagao de um programa tipico para projetar circuitos impressos Como foi mencionado anteriormente, a for- ma mais simples de projetar um circuito im- presso relativamente pequeno ou que nio possua demasiados componentes ¢ ir direta- mente ao programa de circuitos impressos fazer © trabalho manualmente; ou seja, es- colher os componentes a serem utilizados desde a biblioteca que traz.o programa, tragar as trilhas com 0 mouse do computador e em geral, realizar todos os passos envolvidos no processo de forma auténoma. Para explicar este procedimento, vamos utilizar como exemplo o programa denomi- nado Circuit Board Publisher, que trabalha em ambiente Windows 3.1 ou 95 e contém os elementos basicos necessarios para cla- borar circuitos impressos de alta qualidade. Curso Pritico de Eletrénica Modernas GRKCT Page ee ee ee eee Dentre suas principais caracteristicas encon- tram-se: * Resolugdo de 0,001” (1 milésimo de polega- da) + Permite criar circuitos de até 32” de lado + Suporta até 6 camadas de sinal, tela e anti- solda ? + A largura das trilhas, 0 tamanho dos pontos de conexao ¢ as vias podem ser ajustados in- dividualmente + Possui uma extensa biblioteca de componen- tes e permite criar outros novos facilmente + Tem miiltiplas opgdes de safda para impres- soras, plotters, etc. + Gera arquivos Gerber e NCdrill com uma s6 instrugaio Este programa trabalha de forma similar em qualquer programa de desenho do Windows, contém os menus tradicionais como File, Edit e ‘Setup entre outros, os quais possuem uma série de opges que permitem configurar a forma em que vai ser realizado o trabalho. Por exemplo, dentro do menu Setup, a opgio Grid permite ajustar as unidades em que se vai trabalhar (pole- gadas ou centfmetros) e as tolerncias para © movimento dos objetos (snap grid). Figura 19.3 Os menus que aparecem na barra superior contém varias op¢des que permitem contigurar 0 modo de trabalho. Para ter acesso aos mesmos, basta clicar com o mouse sobre a palavra correspondente, 145 2 4 8 8 1 42 44 16 18 20 22 24 1916 17 19 21 23 25 ‘New (Novo). Permite criar um novo arquivo de trabalho. ‘Open (Abrir). Abre um arquivo criado anteriormente, Save (Salvar). Permite salvar em disco as mudangas realizadas em um arquivo. Print (imprimir). Gera uma impressao em papel do cir- uito que fot projetado. ‘Cut (Cortar). Permite rear a parte que fol selecionada de um projto para posicona em cur local ou em outro arquivo, 6 Copy (Copiar). Serve para copiat a parte selecionada de um circuito e introduzi-lo em outro lugar do projeto ‘ou em outro arquivo. 7 Paste (Colar). Permite introduzir novamente os elemen- tos que foram obtidos com os comandos Cut e Copy. 8 Arrow Too! (Ponteiro de flecha).€ 0 quehabilta o mouse para selecionar objetos e realizar outras apdes. 9 Delete Too! (Ferramenta para apagar). Este elemen- to permite apagar os objetos que sao selecionados dan- do um sé clique com 0 botdo principal do mouse. 10 Zoom (Lupa de aumento). Permits aproximar um ob- jeto para uma melhor visualizagao (zoom in). Quando é ttlizado ao mesmo tempo com a tecia shitpermite afas- tar-se do objeto (zoom out). 11 Fit board to window (Ajustar placa ao tamanho da Janela). Faz com que o circuits impresso projetado ocu- pe toda a 12 Select area and zoom (Ampliar a érea selecionada). ‘Serve para aumentar uma parte especifica do projeto 0 {que permite observar pequenos deialnes. 13 Rotate (Rotar 909, Permite girar 0 objeto selecionado. "4 Miror(Eepelno). Ferme inverter um objeto seleciona 1 2 3 4 5 15 Place Text (Colocar texto). E utlizado para escrever tum bloco de texto em qualquer uma das eamadas do circu 16 Place Component (Colocar =). Permite obter ‘08 footprints ou trhas dos components eletronicos do ir- cauito para colocé-los no local que o projelisa necessiar. 146 Figura 19.4 Botées ou icones que geram acées imediatas 17 Place Arc (Colocar arco). Permite desenhar uma cir- ‘cunferéncia ou parte dela em qualquer uma das ca- madas do projeto, 18 Place Fill (Preencher). Permite selecionar uma area do projeto @ preenché-ia, Por exemplo, se estiver na camada de soida, pode ser utilizado para completar com sinal de aterramento as areas livres do circuito impres- £0. 18 Place External Plane (Colocar plano externo). Per- mite complotar uma atea dentro de uma camada Je ‘cobre com umas trilhas que possuem uma textura es- Decial(matha). 20 Place Pad (Colocar ponto de conexdo). Pernite post- Gionar um ponte de conexdo aditonal, Je forma e ta manho ajustados pelo usuario, em qualquer lugar do Circuito impresso, 21 Place Via (Colocar via). Uma via & um ponto de co- rnexdo especial que permite pasear o tragado de una tra de eobre de uma camada para outa. 22 Route pad-to-pad (Tracar uma trilha de um ponto de conexso para outro) raga automatcamente uma tra de creute impresso entre dois pontos de conexdo que foram selecionados anteriormente. (23 Place Track (Tragar tritha). Permite desenhar uma linha cutrha no cet, sja om uma camada de cobre ou no screen 24 Break Track (Quebrartritha). Permit intrromper uma tha tragada para fazer alguma coreg. 25 Re-Route Track (Tragar tra novamente). Pormite repel uma tha fragada anteriormente. 26 Selegao da camada ativa. Aqui, mostra-se que cama- da esta sendo trabalhada em um momento dado, ou S9)a,c0 08 4ragos esto sendo fetes no screen ou na ccamada de cobre do lado da solda, por exemplo. Para mudar de uma camada para outra pode ser também Uillzado o sinal = do teclado numérico, 27 Coordenadas. Neste ponto so mostradas as coorde- ‘ada 6m que se encontra posicionado 0 ponte. CEKET + Curso Pritico de Eletrnica Moderna eT Mae) 19. Projeto de circuitos impressos por computador Figura 19.5 Diagrama esquematico do circuito em que vai ser projetada a placa Cada um dos menus e suas respectivas opgdes podem ser obtidos clicando com 0 mouse sobre eles, figura 19.3. Além dos menus, também Set de bo- tes ou fcones de fungdes abreviadas que geram alguma agdo somente ao clicar com 0 mouse sobre eles, estes, co- rrespondem as fungdes mais utilizadas que permitem ace- lerar 0 processo do projeto. Na figura 19.4 € mostrado uma tela normal deste programa, no qual foram assinaladas suas partes. camadas que vao ser trabalhadas Projeto de um circuito impresso real Para compreender melhor os elementos envol- vidos no projeto de um circuito impresso por computador vamos apresentar um exemplo sim- ples, o qual permitira que nos familiarizemos com os comandos que devem ser utilizados com a ordem légica que deve ser seguida ao lon- ‘go do proceso. Na figura 19.5 é mostrado o dia- grama esquemitico de um circuito no qual vai ser projetada a placa de circuito impresso. 1. Apés entrar no programa, o que deve ser fei- Curso Pritico de Eletrénica Moderna» CNC Figura 19.6 Selecao do numero de to em primeiro lugar, obviamente, é definir com quantas camadas de cobre vai ser pro- jetado 0 circuito impresso. Em nosso caso, trabalhamos em quase todos os projetos com uma 56 camada, j4 que é muito mais econd- mico, Portanto, devemos ir ao menu Setup, escolher a opgao Layers, ¢ ali habilitar uni- camente as camadas correspondentes ao screen (Top overlay), as trilhas (Botton la~ yer) € aos pontos de conexiio (Multi-Layer), figura 19.6. n Se 0 projeto tiver uma caixa ou chassi pre- viamente estabelecido, deve ser definida a rea maxima que este pode ocupar. Caso contrério, podemos trabalhar livremente e a0 terminar, tragamos a linha exterior ou guia de corte da placa. Como exemplo, tomemos uma rea estabelecida para 0 circuito de 5 x 3,5 cm, Portanto, inicialmente, devemos se- lecionar as unidades de medi- da em centimetros no menu Se- tup, Grid. Depois, deve-se tragar a guia de corte ou drea maxima na camada do screen para o qual deve-se selecionar ‘ou ativar tal camada na parte in- ferior esquerda da tela ou com atecla + do teclado numérico. As linhas do screen podem ter uma largura de 0,3mm, este é selecionado através do menu Setup, Tracks, figura 19.7. 3. Apés efetuar o procedimento anterior, pode-se comegar a tragara guia de corte. Paraisso, dé-se un clique sobre o botio de tragartrilhas ou Pla- ce Track. Posiciona-se 0 ponteiro do mouse no da largura co da trilha 147 lace) Figura 19.8 Forma de tracar as trilhas como ponteiro do mouse local onde iré comegar 0 tragado, observando ‘com cuidado as coordenadas em que nos encon- ‘ramos jé que esta é a guia que permite que as distancias tragadas sejam as corretas. Uma vez no local onde comega a trilha, dé-se wn clique com 0 mouse e faz-se um deslocamento até 0 local onde deve ser terminada tal linha e ali dé- se outro clique, figura 19.8. Se desejar que o pro- cesso continue, faz-se outro deslocamento; caso contrario, libera-se o trago pressionando a tecla Escape ou clicando com © botio direito do mouse. ‘Um dado importante que deve ser levado em consideragdo é a largura das trilhas de cobre, que esti determinada pela quantidade de corrente que circula através das mesmas. Para circuitos que so- mente controlam niveis pequenos de corrente, uma Jargura de 0.5mm (0,020") € suficiente. Também Figura 19.9 Janela de selecdo de componentes 148 deve se ter em consideraco a separagio mini- maentre trilhas e entre trilhae ponto de conexiio; neste caso, uma separacZo minima de 0.5mm (0,020") é adequada. 4. Tendo sido definida a placa, pode-se entio dar inicio ao posicionamento dos componen- tes do circuito. Neste exercicio, vamos utili- zar a bibliotecd de componentes fornecida junto com o programa, os quais possuem me- didas padronizadas e cumprem com os te- quisitos mfnimos exigidos. Para trazé-los & tela e colocé-los em seu local, deve ser dado um clique com 0 mouse no icone de colocar componente ou Place Component, 0 qual tra- ré uma nova janela do programa como aque- la que € mostrada na figura 19.9. Na lista apresentada encontram-se todos os componentes disponiveis; ao mesmo tempo, na parte direita pode ser vista sua forma fisica. Neste momento, pode ser procurada em tal lista o com- Ponente que desejamos, por exemplo, o circuito integrado de 8 pinos que necessitamos aparece sob 0 nome de DIPS (Integrado DIP de 8 pi- nos). Para colocd-lo em seu local, basta somen- teclicar no bottio marcado Place, depois do qual o programa faz a pergunta referente & referéncia que 0 circuito tera na placa; como exemplo po- demos marcé-lo com a etiqueta IC. Neste momento, o componente aparece na tela com linhas quase transparentes e se desloca para o lugar onde é movido o ponteiro do mouse. Para posiciond-lo no local correto, basta levé-lo até 0 ponto desejado e clicar com o botao prin- cipal novamente, figura 19.10. Se quiser mudar aindicagao do componente enquanto estiver ven- do transparente, deverd pressionar a letra “R” (rotar). Além disso, se depois de posicionado 0 elemento em seu local, desejar mové-lo para outra parte, deve-se posicionar o ponteiro do ‘mouse sobre o mesmo elemento e clicar sem sol- tar © botio, Desta forma, 0 componente pode ser arrastado até a nova posigdo e pode inclusi- ve ser rotacionado. BIT + Curso Pritico de Eletrénica Moderna Pea eee Os outros componentes do circt ‘dio colo- cados utilizando 0 mesmo método, € claro que 0 projetista deve ter em mente a localizago destes para que o tragado das linhas seja o mais simples possivel e para que a montagem da placa ndio apre- sente problemas ocasionados pela excessiva proxi- midade dos componentes ou a incompatibilidade das dimensdes destas pegas com a area destinada aos mesmos, figura 19.11 Em alguns circuitos, & preciso soldar cabos ou terminais de um tinico pino, neste caso pode- ‘mos utilizar, no lugar de um componente, um pad dagueles trazidos pelo programa na sua bibliote- a, Para colocé-lo, deve-se clicar com 0 mouse no cone denominado Place Pad (colocar pad), nesse ‘momento abre-se una janela do programa que apre- senta uma ampla variedade de pads com diferen- tes formas e dimensdes, procede-se a selecionar aquele que for mais adequado e a seguir deve-se trazé-lo ao circuito com a instrugio Place (colo- car). 5. O passo seguinte & tragar as pistas correspon- dentes de acordo com as conexdes descritas no diagrama esquemstico. Inicialmente, devemos selecionar como camada ativa ou de trabalho a Botton Layer (camada inferior). Antes de co- megara tragar, deve-se ajustar a largura das pis- tas utlizando a janela que aparece ao iniciar os menus Setup e Tracks; assim como foi descrito anteriormente. A seguir, utilizamos o icone da instrugéo Place Track (desenhar trilha), que permite com que o ponteiro do mouse para des- enhar as linhas transforme-se em um lépis ou uma pena, Lembre-se de que para as pistas de Cobre com uma largura de 0.5mm ou 20 milé- simos de polegada é uma dimensdio adequada. Na figura 19.12 6 apresentado o circuito com suas pistas respectivas. 6. Apés posicionar todos os componentes € ter tragado as trlhas, deve-se continuar dando o acabamento final que consiste em colocar a referéncia do circuito impresso, 0 nome Curso Pratico de Eletrénica Moderna + CmnCiT Cee Figura 19.10 Localizacao dos componentes no circulto impresso Figura 19.11 Os componentes do circuito deverao ser distribuidos procurando facilitar a montagem e oferecendo uma boa apresentacao estética Figura 19.12 As trilhas permitem fazer as conexdes descritas no diagrama esquematico 149 Figura 19.13 Ferramenta para colocar texto no circulto impresso do fabricante (se assim for necessério), a data € todos os dados desejados pelo usudirio. Para tal, o primeiro que deve ser feito é ativar a ca- mada do screen (Top Overlay), a seguir deve- se utilizar a ferramenta de colocar texto da seguinte forma: Com 0 mouse clica-se no bo- ‘Ho da ferramenta Place Text, de imediato apa- rece uma janela que permite escrever os da- dos, modificar as dimensOes da letrae a largu- ra das linhas com a qual estas sao desenhadas, figura 19.13. O circuito acabado assemelha- se com o que & mostrado na figura 19.14. 7.Ap6s finalizar o desenho, o passo seguinte con- siste em fabricar a amostra fisica da placa para comprovar o seu correto funcionamento. Neste ponto existem vérias opcdes: a primeira, con- siste em fazer impresses em tamanho real para que 0 hobbista possa, pelos meios ma- nuais, fabricar sua propria placa como visto em uma pratica anterior. A segunda, consiste em fazer impressdes em papel com 0 dobro do tamanho, para em seguida obter filmes re- duzidos a0 50% (quer dizer ao tamanho real) € estes so enviados diretamente a uma fa- brica especializada em circuitos impressos. Figura 19.14 Projeto final do circuito impresso 150 Nestes casos, a opgfio de saida é obtida clicando com 0 mouse no botdo Print (impri- mir), apés 0 qual aparece uma janela como a que € mostrada na figura 19.15. Ali é possi- vel selecionar a escala em que vai ser efetua- daa impressio, o offset ou corrimento da im- pressdo e se esta é feita no meio da folha (Cen- tered) ou em um canto da parte superior (Nor- mal). Adicionalmente, quando ¢ clicado no botdo denominado Options (opcdes), apare- ce uma nova janela na qual deve-se escolher qual é a camada que se deseja imprimir, além de outras op- goes, figura 19.16. Por exemplo, para imprimir a camada das tilhas deve-se se- lecionar Botton Layer, para o screen deve-se selecionar Top overlay, e assim por diante, de acordo com a necessidade. Por tiltimo, deve- se clicar na opgao aceitar para passar 0 con- trole da impressio ao programa Windows. Figura 19.15 Janela que aparece ao dar 0 ‘comando Print A terceira opedo de saida consiste em ge- rar 0s assim denominados arquivos especiais que so aceitos por méquinas automaticas de fabricaco de circuitos impressos, estes corres- pondem aos arquivos Gerber e N/C Drill. Mui- tos programas modernos de projeto incluem este tipo de safda entre suas opgdes, para o Cir- cuit Board Publisher, que é mostrado em nos- so exemplo, estes comandos siio obtidos atra- Figura 19.16 Selegao de parametros de impressao caxir * Curso Pritico de Eletrénica Moderna vés do menu File, onde so encontradas as opgdes Create Gerber File e Create N/C Drill File. Nas figuras 19.17 e 19.18 sio mostradas suas janelas respectivas. No for- mato Gerber é gerado um arquivo diferente para cada camada do projeto (trilhas, Tela e anti-solda), por isso, ali existe outro sub- menu que permite selecionar aquelas que vao ser inclusas. Um dado importante que deve ser leva- do em considerago é que o programa Cir- cuit Board Publisher gera os arquivos Ger- ber de forma automatica, utilizando um pa- drio conhecido como RS274X, que contém todos os dados necessarios para que o ar- quivo seja compreendido pela maquina que Figura 19.18 Janela para criar os arquivos N/C Drill orecebe. Isto é de grande valor para o usué- rio, j4 que anteriormente era preciso trabal- har com um arquivo especial (arquivo de aber- turas) que continha a informagao referente A largura das tilhas e pads, entre outros, para que 0 fotoplotter que iria efetuar o trabalho final pudesse interpreté-lo, e isto, claro, era uma tarefa mais complicada. Curso Pritico de Eletrénica Moderna» CECT Projeto de circuitos impressos por computad Outros programas para projeto de circuitos impressos Existem no mercado uma grande variedade de op- des para que o usuario possa escolher, desde pro- gramas de uso livre e que estiio disponiveis na In- ternet, até programas profissionais com uma quan- tidade imensa de ferramentas que podem chegar a custar varios milhares de délares. Alguns dos mais __conhecidos sao os seguintes: Protel. Este programa opera a 32 bits, sendo por tanto excelente para Windows 95/NT, e as suas principais caracteristicas sao: + Possuii uma resolugdo de 0,001 milésimos de polegada * A rea de trabalho pode atingir até 100x100 polegadas: + Suporta miltiplas bibliotecas e permite criarfa- cilmente novos componentes + Rotagdo de componentes em até 0,001 graus * Geragiio automatica de arquivos Gerber e N/C Drill + Suporta até 16 camadas de sinal + Esté disponivel 0 pacote completo para simulagdo, captura e projeto de diagra- mas esquematicos 151 CS er Mae tg A tH | ACE Oread. Talvez este seja um dos progra- mas mais conhecidos pelos projetistas Sua tiltima yersdo, a 9.0, opera em com- putadores com sistema operacional Win- dows e inclui caracterfsticas aperfeigoa- das para facilitar o alinhamento de com- ponentes e de trilhas. Também esta dis- ponivel todo o pacote que inclui o projeto e simulagio de circuitos. Traxmaker Pro. Este programa foi projetado para trabalhar em Windo- ws 95/NT, possui uma biblioteca com mais de 5.000 footprints ou trilhas de componentes eletrénicos, permite importar arquivos netlist gerados pelos programas de proje- to mais comuns, possui autorotea- mento e checagem das regras do projeto. Além disso, pode criar arqui vos Gerber, N/C Drill e DXF. Do mesmo modo que os anteriores, est disponivel um pacote totalmente compativel que per- mite fazer o projeto, captura e simulagio de diagramas esquematicos denominado Circuit Maker Pro, 152 BIT + Curso Pritico de Eletrénica Moderna EO ee eee PRATICA N° 20 A Internet é, talvez, a maior fonte de informacao que existe, e através de la pode-se buscar circuitos praticos, folhas de dados e especificagées de componentes, linhas de produtos de diferentes fabricantes e inclusive, compras de materiais e equipame para que sejam enviados de A pesquisa 6, talvez, uma das tarefas mais importantes para nés que vivemos neste meio da letrénica, ¢ os surpreendentes avangos tec- nolégicos que se dio no cotidiano convertem essa atividade em uma tarefa de permanente execugdo. Porém, em muitas ocasides, o hobis- ta ou praticante da eletrénica limita-se a estudar o material que tem em mios, os livros que en- contra na biblioteca mais pr6xima ou as revistas Curso Prtico de Eletrénica Moderna» CmniT que consegue localmente, deixando de lado a grande quantidade de informagao que esté dis- pontvel na Internet. A Internet é a maior rede de computadores do mundo, e através dela um usudrio pode con- sultar 0 material disponivel nas bibliotecas das principais universidades, nas empresas que di- vulgam notas de aplicagio, e investigar novos 153 Figura 20.1 Programas para navegar na Internet. produtos nos sites colocados tanto por particu- lares como por hobistas, professores ou pesqui- sadores, Todo esse universo de informagao esta dispontvel totalmente gritis, e para ter acesso a ele apenas se exige um computador com um mo- dem que o permita comunicar-se através da lin- ha telefénica e uma conta com um provedor de Internet na mesma cidade. Para completaro sistema de pesquisa na In- ternet falta apenas um programa que permita navegar ou viajar entre os diferentes pontos da, rede. Os mais comuns sio 0 Netscape da empresa de mesmo nome e 0 Internet Explorer da Mi- 154 are lee crosoff, figura 20.1, Esses programas permitem que 0 usuario va aos sites da WEB ou paginas na Internet, cujo enderego esteja escrito na tela, permitindo ver todos os dados que ali se encon- tram. Adicionalmente, muitos sites na Internet permitem que 0 usuario possa baixar da rede (download), ou seja, guardar na memoria de seu computador a informagio que ali est publica- da, 0 que faz com que em uma ocasifio poste- rior 0 usuério possa consulté-la ou imprimi-la sem necessidade de voltar a conectar-se a rede. Opgoes para a pesquisa de informagao Uma das melhores alternativas para buscar informagao na Internet é utilizar os chamados Mecanismos de busca, que permitem que 0 usué- rio introduza uma ou varias palavras-chave re- lacionadas com o tema de interesse, e que ime- diatamente devolvem uma série de posstveis si- tes ou paginas que podem conter os dados pes- quisados. Esse procedimento é de grande aju- da, ja que reduz bastante as opgdes. Obviamen- te, alguns mecanismos de busca sio mais efica- zes que outros. Entre os sites de busca mais conhecidos es- tao: Metacrawler, Yahoo e Altavista, Para che- gar a eles apenas se exige escrever seu ende- Teco completo no programa navegador e uns segundos apés estamos neles. Os enderegos de tais sites so os seguintes: hup://www.metacrawler:com hutp://www.yahoo.com hep://wwwaltavista.com A outra forma de buscar a informagao ¢ ir diretamente aos sites de intetesse, neste caso devemos conhecer 0 endetego exato onde se localiza a pagina. As grandes empresas, por exemplo, possuem enderegos que tém a ver com seu nome, o que permite encontré-las facilmente. Por exemplo, 0 endereco do fabricante de semicondutores National Semiconductor € hitp:/ cexir * Curso Pritico de Eletronica Moderna Eee od ‘www.national.com; 0 da Motorola € http:// www.motorola.com, etc, Em outros casos, 0 enderego é muito diferente do nome de quem o coloca, mo- tivo pelo qual se deve ter uma fonte con- fidvel para consultar tal enderego. Uma boa opgiio é 0 diretério chamado as paginas amarelas da Internet, ainda que, em nosso ES caso especffico de buscar informagiio rela- ee cionada com 0 tema da eletrénica, a mel- ae hor forma de encontrar sites interessantes € buscando as paginas recomendadas nas revistas e livros especializados e, obvia- mente, através da pesquisa permanente na Internet, j4 que muitas das paginas de ele- trOnica possuem vinculos com outros sites relacionados com o tema. Continuando, pu- blicaremos algumas pAginas ou sites da WEB que podem ser de interesse para os hobistas de eletronica. A pagina da CEKIT Neste site encontra-se informagao sobre a empresa © ‘seus produtos, incluindo 0s cursos praticos, entre os quais inclul-se © Curso Pratico de Eletrénica Modema que es- ‘tudamos atualmente. Vale a pena destacar que nesta mo- dalidade a CEKIT expandiu-se para outras dreas do co- nhecimento, diferentes da eletrénica. Tem-se, também, uma descrigao dos kits que fabricamos e que so bastante cobigados pelos praticantes. http://www.cekit.com.co catrewimm HP OH ioeeceseeiia---- anal pa eet enna Ee thon eee iy be Ee i arenes me ©) Altavista Figura 20.2 Mecanismos de pesquisa. Curso Pritico de Eletrénica Moderna» Ctancitr 155 edule ake Bivtal 2) acta saul cejuapeeeeeeenZtG HObistas dacletronica = Esse 6 um fabuloso site na Internet para todos os ho- bistas, estudantes e praticantes da eletronica. Inclui di- ferentes temas entre os quais encontram-se artigos ou tutoriais, fohas de dados de componentes, circultos e projetos para armar (incluindo planos e listas de mate- rai) noticias e um centro de ajuda para resolver possi- veis dividas dos visitantes, http://www.hobby-electronics.com Diretério de chips Neste site podem ser encontrados quase todos os cit- cuitos integrados que existem no mercado, em listas ordenadas numericamente ou por sua {uncao. Também_ contém os diagramas de pinos, a lista de fabricantes, sistemas para treinamento, um guia sobre livros de eletronica, revistas e vinculos a outros pontos relacio- nados com o tema. http:/Avww.hitex.com/chipdir/ Eletrénica para principiantes Este € um site criado para auxiliar as pessoas que desejam aventurar-se no campo da eletrénica, seja em nivel de aficionado ou estudante. Inclui temas basicos, porém muito importantes, como o manuseio dos resis- tores @ 0 conhecimento e manuseio do protoboard, tra- tados com ilustragdes bastante didaticas. Além disso, inclui uma descrigao basica da lei de Ohm. hitp:/Awww.geocities.com/Athens/Academy/7535/ A tecnologia SMT Quase todos os equipamentos eletronicos modernos utilizam placas fabricadas com tecnologia de monta- gem superficial ou SMT. Nesta pagina existe um foro ou site de encontro e retne-se um boa quantidade de in- formagao sobre este tema proveniente de diferentes fontes. Também existe um diretério de fabricantes, cla- ‘ssificado alfabeticamente por produtos, lista de put cagées, provedores de servigos, etc. http://www.smtnet.com 156 ©ENIT + Curso Pritico de Eletrénica Moderna Circuitos simples para hobistas Esta é uma pequena colegio de circuitos eletrdnicos para o hobista ou estudante. Inclui os diagramas ‘esquematicos com sua correspondente explicacao € a lista de materiais, que podem ser baixados pelo usuario para gravé-los na meméria de seu computador. Os links ‘Com outros sites relacionados com o tema também sao ‘muito interessantes. Entre os temas tratados encontram- se fontes de alimentacdo, interfaces para computador, Cireuitos de telefonia, etc. http://ourworld.compuserve.com/ homepages/Bill_Bowden/ Circultos de audio Nessa pagina encontramos uma lista bastante interessante de projetos de audio que podem ser facilmente construidos, os quais incluem diagramas ‘esquematicos @, em alguns casos, a lista de materia. Entre os temas tratados estéo os pré-amplificadores, fitros, mixadores, geragao de efeitos sonoros especials, etc. http://www. hut. fi/Misc/Electronics/ audiocircuits.htm! Curso Pritico de Eletrénica Moderna» Ceci Arquivo de circuitos Este site, mantido pela Universidade de Washington, contém uma boa colegao de circuitos eletronicos, Clasificados por categorias, para que os hobistas, estudantes ou engenheiros possam instald-los facilmente. Muitos dos diagramas sao feitos com caracteres ASCII, 0 que permite que possam ser carregados rapidamente no computador. http://www.e6. washington. edu/eeca/ Bowden's Hobby Circuits certo hr ene Sooper oneness Mais circuitos eletrénicos Esta 6 uma colecao de projetos bastante boa, que esto divididos em diferentes categorias como luz e laser, Audio e radio, fontes de alimentagéo, circuitos para automével etc. Todos os projetos incluem o diagrama esquematico e alguns deles, 0 projeto do circuito impresso. http:/www.aaroncake.net/circuits/ 187 ‘Se-Electronics:Repair (S.E-R) FAQ - V2.9998 (4/10/99) Main Table of Contents Centro de consertos eletrénicos Esta pagina contém informacao muito valiosa sobre o tema dos consertos, especialmente de monitores e terminals de redes de computadores. Suas principais ‘segdes so: Respostas a perguntas comuns, Oficina de consertos, Artigos sobre consertos e Software para alinhamento e calibragao de monitores. http://www.anatekcorp.com/index.htm CCireuits forthe Hobbyist Catélogo de circuitos Esta pagina contém diagramas esquematicos de muitos. cirouitos eletronicos, que esto disponiveis em diferentes formatos para que o usuario possa vé-los facilmente na tela de seu computador. http://www. psyber.com/~dibsed/ dcircats.htm! 158 Conserto de aparelhos elétricos e eletrénicos Neste site encontra-se disponivel uma boa quantidade de informagao sobre 0 tema dos consertos. Inclui uma fungao de pesquisa, regras de seguranca, seo sobre Pequenos eletrodomésticos, equipamentos de audio, Computadores, etc., nas quais se dao guias ou normas sobre as possiveis solugdes a falhas comuns nessa Classe de equipamentos. http://www.repairfaq.org/REPAIR/ F_Repair.htm! Circuitos eletrénicos Esta ¢ outra colegao de circuitos que 0 hobista ou ‘estudante pode montar facilmente. Incluem o diagrama esquematico e uma breve explicagao sobre seu funcionamento. http://www. uoguelph.ca/~antoon/circ/ circuits.htm ceKir * Curso Pritico de Eletronica Moderna Indice de Praticas Tomo 4 para o trabalho eletrénico, a je das ferramentas adequadss eno ‘sueesso ou fracasso de um projeto. Este capitulo desereve ax pri iis feramentasuilizadas na prética eletrnicae suas aplicagdes, 2. Montagem de protétipos no protoboard. Dente ds coneirates basse acs so ir aaa de un ret stn, inc como ‘ero pao obtengdo de todos ox component qu faze prt {do mesmo e segundo, iniar a montager o poco. 3. Montagem e solda de componentes....n.~ ‘A correla instalagdo salda de'um componente cit ult impresso € um fator determinante, anto para o bom fancio- ‘namento do projeto, como para a qualidade © boa apreseniag0 do 4.0 multimetro analégico. a 19 O multimetro um satrieito que pete realizar aimee didas mais necessdriane frequentes como sdo resistencia, {ensko ecorrente em todo tiga de circuits eeticase ele: trdnieos. Eateo convert em ama ferramentaindispensivel finda para as pessoas que nfo trabalnam neste campo. 5.0 multimetro digital. 27 © multimetro digital tem como clemento de indicagio um display ou tela com digitos numéricos sejam do tipo de LED ov de cristal iquido, Nessa tela mostra-se diretamente 9 valor da medigdo, inclusive com cifras decimais, 0 que facilita sua leitura ¢ aumenta a precisto, 6. Manuseio do treinador basico EB-1 da CEKIT..25 Este pritico treinador permite realizar a montagem dos ex- perimentos de forma rapida e simples. Possui todos os com- onentes necessérios como sio a fonte de alimentagao CC Varidvel, safdas de tensio CA, alto-falante, multimetzo protoboird, razdes pela qual ¢ considerado um elemento Tndispensdvel para todo principiante em eletrdnica, 7. Como organizar a érea de trabalho. -38 ‘Todo hobista ou praticante da eletrOnics sonha em ter em sua propria casa uma oficina ou laboratdrio, no qual possa dar vazio 1 todas suas inquictudes e desejos de aventura com a ciéncia eletrOnica, Nessa prética veremos & forma de adequar um pequeno espago para monlar ume oficina de cletrOnica, que resulta muito econdmica e suficiente para satisfazer nossas necessidades, 8. Planejamento e desenvolvimento de projetos..43, Quando se empreende o desenvolvimento de um projeto letrOnico deve-se ter em conta virios fatores; por exem- plo, qual € seu propésito ou finalidade, que ferramentas © ‘Componentes sto necessérios para sua claboragio, a dis- ponibilidade dos mesmos, qual sera seu aparéneia ou apre- Sentagdo final, etc. Todos esses aspectos devem ser le dos em conta antes de iniciar, j4 que de seu bom planeja- mento depende em grande parie 0 sucesso ou fracasso do projeto. 8, Brojeto o fabricagio de circultos impr projeta de citcuitos Impressos-é um trabalho q bina puciéneia, ciencia e arte. Quem a realiza deve ter. além ddos conliecimentos sobre materiais e técnicas, muita ct tividade e hubilidade para conseguir acomodar de forma ‘ofdenada eno menor ebpaso possvc, (odo 0s componen tes do eitcuito, 10, Circultos impressos unis 73 ‘Os circuitos Impressos universais ou imesas de teste com solda, como ocasionalmente slo chamadas, permitem a montagem de projetos eletrOnicos de uma maneita ripida simples, Economiza-se assim, o tempo que se inverte em esenvolver o protétipo de um eircuito impresso. Curso Pritico de Eletrinica Moderna» Cinch 11, una morn pont 8 Spesena aera pov etna mie enn Sage aera pepe orcs — 12. Montagem finale teste de projetos. 89 ‘Com esta priica, temminamos a deserigao dos pasos deseavalvi- dos na elaboracao de projetos eletnicos, Por seo ulityo, éalvez ‘opasso mais importante, j¢ que dele dependem a boa apresenaio ‘ea qualidade do aparelho constr, 18, 0 gerador de sinais.... : 95 ero dia umd nas abs a Sua fang ¢ produri nas eltcas os gus pode mofcar alguns partes como amplitude, fegOlncia cco Ul et. 0 due permite fazer estes de eqiparcnto, ands Je iets ecm feral uma grande quanidade de experiments ¢ testes, tanto em nivel acadmico, como de manutengto de aparelhoseletonicos 14.0 osciloscépio. 105 ‘© seilosedpio & um dos instrumenios Que oferece maior infor- ‘mao sobre 0 comportamento de um crcuito eletnico: por is80, 6 talver a fecamenta preferida pelos especalistas no rao, Na stualidade, existe grande quantidade de modelos, os quais se ife- Feneiam por sua tecnologia, feqUneia maxima, caracerstcas cs pecias e,logicamente, pelo preg. 15, 0s dissipadores de cal eat sdisipafoes i cements che ind anise ives de potéacia relativamente altos. Eles permitem que o calor gerado pelos semicondutoresseja evacuado rapida eeficientemente, evi tendo, assim, possveis danos pela alta temperatura 16. Técnicas de bindagem. nt ‘atlindagem ¢ uma femamenis qc perm poise cauipame- tore eruiton cletrnicon daghles Cemensexeros ios que Dave spresetarae de fom ncnperad, as so pico eps fs omen i id msl fm ger odon agcles fenmenor que posam sftar de alguna fora st coneofuncionament, Adionsiment,o sod enicas ence cote eterna alta quali Pe 1 Sages a ik pode estar em contato com sinais de tensio ou corrente Suficientemente altos como para causar-Ihe danos fisicos Um claro exempio disso & quando se trabalha com fontes de alimentagio, nas quais sempre se esti dependendo da linba de corrente alternada 18, Tecnologia de superficial OU SMT. 1A ‘A tecnologia SMT utiliza components elettnicos miniatrizdos, 0 ‘que permite reduzirnotavelmenteo tama dos ctcitosimpressone {os produtos finns, ao mesmo tempo em que Facts « montage Je treitoseleudnicos que slo produzidos em grandes quantiades por ‘miquinasespecalizadas. 18, Projetodecrcuitosimpressos por computador. a1 ‘Ouzo de um computador para projet ccutos ipso n= Plifica bastame o processo, jf que se edu o tempo emprey fon desemlvimenoe nit conegpes do meu, Alm 0, permite aumentar a complexidade dos projets pode-se ftngir uma site qualidade na arte final 20, Pesquisa de informacao na interne! sreat88) ‘A Internet ‘maior fonte de informagio gue cxise te Atta dela pole buscar eireaton pico, foinas ‘litos de diferentes fabricantese- Inclusive, fazer compras {de materiais e equipamentos para que sejam enviados de ‘outro pals. 159 Te aed Indice analitico Tomo 4 Alicates, 2 Blindagem, 126 ‘no citcuito impresso, 127 CAD, 141 Caixas para projetos .76 Chassi,76 Projeto do, 79 Fabricagio do, 81 © queéum, 77 ‘Tipos de, 77 Cireuitos impressos, 47, 73, 141 Projetoe fabricacao de, 47 Projeto manual de, $1 Projeto por computador de, 141 Exemplos de projeto manual de, 57 Passos para elaborar, 48 Prot6tipos de, 61 O.que s0 08, 47 Tipos de, 48 Circuitos impressos universais, 73 Componentes, 11 Como dessoldar, 18 Consecusao dos, 45 Gavetas para, 42, ‘Montagem dos, 11 Soldagem dos, 15 Chaves de fenda, 3 Dissipadores de calor, 121 DSO, 120 Ferramentas, 1 Tipos de, 2 Furadeta, 4 Gerador de dudio, 99, 103 Usos do, 100 Gerador de RF, 104 Gerador de sinais, 95, Parimetros do, 97 Internet, 153 Pesquisa de informagiio na, 154 Sites de interesse na, 155 Lissajous, 116 Local de trabalho, 39 Projeto do, 40 ‘O que se necessita no, 39 Medida de, 19,27 ie, 22, 30, ‘corrente CA, 24, 31 ccorrente CC, 23, 31 diferencas de fase, 115 freqiiéncia, 113 poténcia em um amplificador, 102 resistencias, 21, 28 respostaem frequéncia, 101 tenso CA, 23, 31, 112 tensio CC, 22, 30, 114 Moitagem de componentes, 11 ‘Montagem de projetos, 89 Montage superticial, 134 ‘Componentes de, 135 Métodos de montagem para, 139 Moto-Tool, 4 Multimetro analégico, 19 ‘Cuidados especiais com 0, 26 Fungdes do, 20 ‘Outras fungdes do, 24 160 ‘Teste de baterias com 0,26 Teste de diodos com 0, 24 Teste de transistores com 0, 25, Multimetro digital, 27 Fungdes do, 28 Outras fungoes do., 32 ‘este de diodos como, 31 ‘Teste de transistores com 0, 32 Oscilosedpio, 105 ‘Como selecionar um, 117 Controles do, 109 Funcionamento do, 107 Media de diferengas de fase com um, 115 ‘Medida de freqiiéncia com um, 113, Media de tensa0 CA com um, 112 Medida de tensiio CC com um, 114 Modo XY do, 116 Pontas de teste do, 111 Tipos de, 106 Oscilosedpio digital, 120 Protoboard, 5 ‘Montagem de circuitos em um, 9 Precaugées para armar circuitos no, 8 Prot6tipos, 5 de citcuitos impressos, 61 Projetos, 43, 76, 89 Caixas para, 76, Montagem de, 89 Planejamento e desenvolvimento de, 43, Pontas de teste para oscilosc6pio, 111 Resposta em freqléncia, 101 Screen, 65 Fabricagdo de cirenitos impressos por, 65 ‘Sedas para fabricar circuitos impressos, 66 Seguranca parao aficionado, 131 Serigrafia, 65 Soldadores, 3 SMT, 134 ‘Componentes, 135 Soldagem manual em, 139 Soldagem, 15 ‘Técnicas de blindagem, 126 ‘Teste de projetos, 89 ‘Transientes, 128 ‘Treinador basico EB-1 da CEKIT, 35 ‘Componentes do, 36 Erratas * Pagina 59, Nas figuras 9.21a, 9.21¢, 9.21e, 9.21g e 9.21i, a polaridade do ca- Ppacitor Cl esta invertida. Na figura 9.22, correspondente ao circuito impresso final da luz intermitente, a polaridade da fonte de alimentagao esté invertida, e igualmen- te 0 capacitor eletrolitico Cl. ©ENCET + Curso Pritico de Eletronica Moderna

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