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MOYERS: Gostaria que me dissesse o que voc acha que a mitologia, as histrias que e les vo ouvir de voc, podem

fazer por eles. CAMPBELL: So histrias sobre a sabedoria de vida, realmente so. O que estamos aprendendo em nossas escolas no sabedoria de vida. Estamos aprendendo tecnologias , estamos acumulando informaes. H uma curiosa relutncia de parte da administrao universitria em indicar os valores de vida de seus assuntos. Nas nossas cincias, h oje e isso inclui antropologia, lingstica, o estudo de religies e assim por diante , verif ica se uma forte tendncia especializao. E voc s compreender essa tendncia quando tiver urna idia da quantidade de coisas que o pesquisador universitrio precisa saber par a se tornar um especialista competente. Para estudar o budismo, por exemplo, voc preci sa ser proficiente no apenas em todas as lnguas europias, nas quais se do os debates sobre orientalismo, particularmente o ingls, o francs, o alemo e o italiano, mas tambm em snscrito, chins, japons, tibetano e vrias outras lnguas. Ora, isso uma tarefa colossa l. Tal especialista no tem como dedicar parte do seu tempo s relaes entre os iroqueses e os algonquinos. A especializao tende a limitar o campo de problemas de que o especialista se ocupa . Ora, quem no um especialista mas um generalista, como eu, v aqui algo que aprendeu com um especialista, mais alm algo que aprendeu com outro especialista mas a nenhum d eles ocorreu perguntar por que isso ocorre aqui e tambm ali. Com isso, o generalista e ste, alis, um termo pejorativo, no mundo acadmico lida com uma escala de problemas que, voc poderia dizer, so mais genuinamente humanos do que especificamente cultur ais. MOYERS: A entra o jornalista, que tem permisso para explicar coisas que no entende. CAMPBELL: No apenas uma permisso, algo que lhe pesa nos ombros ele tem a obrigao de se educar em pblico. Bem, eu me lembro de quando era jovem, indo assisti r a uma conferncia de Heinrich Zimmer. Ele foi a primeira pessoa, de que tive conhecimento, a falar dos mitos em termos de mensagens vlidas para a vida, e no ap enas em termos de coisas interessantes, em que os investigadores gastam seu tempo. E isso confirmou, em mim, um sentimento que eu vinha experimentando desde a infncia.

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