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Boars divergencias Bh comunista i —_— Titulo do original francés LA GRANDE CONTROVERSE SINO-SOVIETIQUE Copyright by Editions Bernard Grasset ‘Tradugfo: A. Luis P. Leite Capa: ‘Walter Hiine tos para Lingua portuguésa da ‘ Editéra Senzala Ltda. R. Matia Paula, 62 — S$, Paulo Que se reserva’ a propriedade desta tradugio INDICE Tntrodugio .sessececsecssccesevsensceevteenenees PRIMEIRA PARTE Capftulo 1 DO COMECO DAS DESINTELIGENCIAS SINO.SO- VIETICAS ATE A CONFERENCIA DE 1957 .... Primeira andlise chinesa sdbre a questio Stalin, — A cise de 1956. — Complemento ao estudo da questo Stalin. — « solugio das contradigées dentro do povo» — Kruschev elimina seus adversétios, — A Con- feréncia de 1957. — Balango. Capftulo I DA DECLARACAO DE NOVEMBRO DE 1957 ATE ‘A DECLARACAO DE NOVEMBRO DE 1960, — A CHINA RESISTE A TODAS AS PRESSOES .. ‘A. cocxistEncia pacifca, — A Tugoslavia separa-se do campo socialista. — O grande salto para a frente © a6 comunas populares. — O XXI Congresso do P.CUS, — A viagem de Kruschev aos Estados Unidos. — Pri- meio conflito com a India, — « Leninismon. — A Conferéncia de Bucareste. — Os técnicos so chamados de volta, — A Conferéncia de bro de 1960. Capitulo DA DECLARAGAO DOS JULHO DE ‘1963... Conseqiiéncias ficagio da econ — O XXIII Congresso do PCUS. — O indiano. — Ataque geral contra o Partido Comunista Chinés. — A carta de 14 de junho de 1963, — A resposta soviética a carta de 14 de junho. Capitulo IV DE JULHO DE 1963 A QUEDA DE KRUSCHEV (13 de outubro de 1964) O Tratado de Moscou sébre — Os nove artigos. — O relat ‘A prepa ragio da roptura. — A questio das fronteiras. — Outras, questées importantes. Capitulo V DE 16 DE OUTUBRO DE 1964 A MEADOS DE 1966. O KRUSCHEVISMO SEM KRUSCHEV .... 4B 7 12k 7 todos os outros paises. Hoje, os dirigentes comunistas chineses reprovam aos dirigentes soviéticos terem abandonado as posi- goes marxistas ¢ leninistas — éles se defendem — e terem pro- duzido uma nova corrente revisionista mais perniciosa que a antiga. Este revisionismo moderno trax a discussio todos os problemas da edificacio de uma sociedade sociaista, do movi- ‘mento revolucionirio internacional, do futuro da Humanidade. As discussdes apresentam une aspecto tedrico ¢ um aspecto pritico, a saber, a descoberta dos caminhos, e dos meios com cretos, capazes de incrementar em téda a parte a revolugio (> socilista. Sem teoria, a atividade pritica anda as cegas, e sem 4 confirmacéo experimental da atividade pritica, a teoria nao pode se desenvolver. Estes dois aspectos inseparéveis devem ser observados atentamente, Na verdade, nada disso apresenta muita dificuldade, As partes do processo sto simples e qualquer um as pode com- preender, Mas elas sto muitas. E como a maioria delas foi dissimulada, ocultada ou deformada, a maior parte dos que se interestam por essas quest6es deve se contentar com julgamen- fos sumérios ou tendenciosos, fornecidos por aquéles que que- rem torcer a verdade, 'Nés tentamos colocar um pouco de ordem e de precisio nessa importante questao, reconstruindo, numa primeira parte, 0 desenvolvimento bistérico da controvérsia, desde as suas origens imediatas, em 1956, até 0 presente (junbo de 1966). Anali- samos os documentos mais importantes e citamos muitas pas- + sagens porque sto, em geral, ignorados ou.esquecidos e, tam bém, porque assim seré possivel um julgamento sobre éles. Numa segunda parte desenvolvemos as questoes mais gerais que ‘80s parecerann mais interessantes A controvérsia, ou melbor, 0 conflito — pois se trata mes- | mo de um conflito — entre as concepgoes dos dirigentes s0- vitticos e cbineses agravow-se progressivamente e, finalmente, a | polémica acabou por travarse com tal vigor, ow violencia, que ivex se tenba tornado muito desagradivel aos olbos dos que tavam que, desde @ Revolugio Russe, a unidade de pensa- to do movimento comunista estava assegurada nos seus pom- nciais, Contudo, nao é a forma da polémica que importa, ‘sencial & que essa controvérsia tem como objeto o futuro ou linginguo de thda a Humanidade, Reamente, é disso trata, Nés tomamos partido, porque julgamos impossivel nao fa- zélo diante de uma questio de tal importan Mas sé o fi- xemos depois de um exame atento e consciencioso de todo o material de que dispinbamos. Cada um julgaré. E se alguém tos demonsirar que wos enganamos, reonbectlo-emos de bos vontade, Uma esperanca perdida. — O conflito recomesa com mais vigor. — A reunio de margo de 1965. — Otigens da guetta do Vietname, — O auxilio militar a0 Vier name. — A atitude diante do imperi norte-ameri- cano. — A atitude da China diante das ameacas notte ameticanas. — Enfraquecimento da posigio soviética. — © XXIIT Congreso do P.CUS. SEGUNDA PARTE Capitulo VI ‘A QUESTAO STALIN Stalin e a Revolugio nalidade», — As. responsabil — Crftica e autocrftica, Capitulo VIT A QUESTAO DA DEGENERESCENCIA, . A revolugio permanente. — O exemplo A situagio na URSS. — As dificuldades econdmicas, Capitulo VII A SABEDORIA DA CHINA ....... A China entra no perfodo revolucionério (1841 — O Exército chinés. — A direcio econémica. — As finangas. — A vida do Partido, — A juventude. — A modéstia. — A criminalidade, — A tevolugio cultural, — A mulher. — Os chineses e o Terceiro Mundo. Capitulo IX © PARTIDO COMUNISTA FRANCES E O CONFLI- TO SINO-SOVIETICO ......., Primeiras escaramugas. — A «Resposta - tex. — O Partido Comunista. — O Partido Comunista Francés obstina-se. — Depois da queda de Kruschev. — ‘Um partido socialdemocrata, Capitulo X CONCLUSAO . Vitétia dos chineses s contra os chineses desmentidas pelos fatos. — Antigos ¢ modemnos revisionistas. — Os Estados Unidos. — O Povo norte-americano. — Johnson e Hitler. — A forga da China. — Mao Tsé-tung. — A grande batalha ideo- I6gica. — A nova Longa Marcha, CRONOLOGIA 6 223 247 285 328 365 397 INTRODUCAO Hé dez anos, divergéncias cada vez mais sérias vém opondo 05 dirigentes do Partido Comunista Chinés (P.C.C.) aos do Par. tido Comunista da Unido Soviética (P.CUS.). Ate 0 XXII Congresso do Partido sovittico, no més de outubro de 1961, os chogues baviam permanecido mais ou menos encobertos. A par- tir désse momento éles se tornaram piiblicos, e grande niimero de documentos boje fornece elementos suficientes para recon Por a historia dessa confrontacio e para medir sew alcance. Sob todos os aspectos, tratase do acontecimento mais im- portante do mundo atual.’ Domina a situagio internacional. , Principalmente, todos os problemas da guerra e da paz. Sob sua forma abstrata mais geral, essa desavenga se define como wma luta entre 0 marxismodeninismo e 0 revisionismo, Para a imensa maioria, ésses thrmos nada lembram de muito preciso; Parecem mesmo trazer & baila discussbes bicantinas, desligadas da vida real. Cer-se-é, no decorrer destas péginas, que nao & as- sim. Ao contrério, so todos os problemas concretos da exis. téncia quotidiana, presente e futura, que constituem a substéncia desta oposigao. Algumas explicagées preliminares serao talvez seis, Pelos fins do Século XIX, @ doutrina de Marx havia jé influenciado fortemente 0 movimento operério dos paises capita listas, Entretanto, a partir de 1895, certos dirigentes désse mo- vimento baviam declarado que, para se adaptar as novas com digdes econdmicas e politicas, 0 marxismo devia ser revisado. Travowse, entio, uma luta entre éstes «revisionistasy ¢ 08 de- fensores do marxismo, que tinbam Lénine como chele. O conflito seve por resultado dar um névo impulso aos estudos Hiloséficos, econémicos e politicos. A influéncia dos revisio. nnistas Joi marcante até 1917, tendo ocasionado efeitos desas. trosos na époce da guerra, 'A fidelidade de Lénine d dow trina marxista, ao contrério, foi um fato decisive na Revolucao de 1917 e, depois, na formacio dos Partidos Comunistas em PRIMEIRA PARTE - Yarkand SIN-KIANG tor WN DA MONGOLIA: NS REPUBLICA PO! Kalgan Pao-Teou oF Tai Yyany 8 Yenan st lan Tchéou CHEN SI Sian HONAN Wou Han. Hankeu OURAN } Tehang Cha! f KUANG SI ing re DNS NAS “ciinto ae ct g Tien Tei JAPAO. MAR ‘Changai TT EDA CHINA ‘ORIENTAL ae gHanTehan Fou Teheou, 00 m0} FILHAS FILIPINAS: TO CAPITULO 1 DO COMECO DAS DESINTELIGENCIAS SINO-SOVIETICAS ATE A CONFERENCIA DE NOVEMBRO DE 1957 Em fevereiro de 1956, quando Kruschev pronunciou no XX PRIMEIRA ANALISE CHINESA SOBRE A QUESTAO STALIN © XX Congresso realizou-se no més de fevereiro de 1956. Menos de dois meses e meio depois, em 5 de abril, 0 jornal ; do PGC, Didrio do Povo, publicava um estudo muito im- ( portante, «A experitncia bistbrica da ditadura do proletariado», i que expunha 0 ponto de vista da Secretaria Politica do P.C.C. Bsse documento merece a maior atencio. Af se encontram um| apoio mitito fraternal & diregio do ‘uma aprovacio da condenagio do «culto de personalida com julgamentos muito equilibrados sébre os ettos cor na edificagio do | 1) Veremos num outro capitulo que os chineses fo tinham motives pra éstar contents com a maneira com que Stalin os havia tratado. 1s te com vigor sdbre a necessidade da bre a dizegéo coletiva, sébre a obri- ite manter sempre um contato estreito | gagio de todo o di com es massas. Citemos algumas passagens: terd algum dia escrito que nés negado que possa existir um «set miraculoso» capaz de jamais cometer um autocritica dentro do nosso Partido? Poder-se-ia tum Estado socialista, que pela primeira: vez na histdria instau- rou a ditadura do proletariado, nfo cometa erros de nenhuma cespécie?» citas com as masses, con- roceder a pesquisas ¢ exames imo petiodo de sua vida, cer- tos erros graves nas suas fungdes de ditigente do Partido'e do Depois disso, o P.C.C. lembra que @ sociedade iio Jaz. desaparecer a. contradigbes favordveis, evitando que elas se degenerem em antagor desordens. ingouo cter que niio mais possam existir contradigées numa sociedade socialista, Negar a existénci € negar a dialética, Nas diversas sociedades, 16 , grande ou pequeno, que nés praticamos critica © a * de ditesgo, a linha de traballi5-ti diferem de natureza ¢, assim, diferém 0s meios para . Mas o desenvolvimento dessas sociedades prossegue em meio de contradigdes santes. A sociedade so- desenvolvese igualmente no seio da contradicio entre as fOrgas produtivas ¢ a relago da produgio. “Numa. socie., dade socialista ou comunista, inovagSes. teenolégicas e transfor- pode dizer quanto o “caminho que lhe testa petcorrer € maior que o jé vencido. ContradigSes entre o espitito inova- dor e o conservador, © que vai em frente ¢ 0 que se deixa ficar, entre o € © negativo aparecerio sempre, segundo as diferentes condigdes ¢ as diferentes situagdes. E tudo continuard a evoluir assim: avangarse-é de contradigio em. contradigio; e quando as, antiga conttadigSes Hverem sido re solvidas, veremos novas aparecerem». © documento do P.C.C. lembra, entéo, uma decisio de 1943 que lhe possibilitou evitar os etros graves na luta revo- luciondria: «Em tudo 0 que se referir a trabalho pritico de nosso Par- tido, s6 hé uma diretriz certs no prinefpio partir das ‘massas para retornar ds massas. i denar “sistematizar com est due no nowo Partido ease metodo de, ‘0 nome popular de"alitiha de: massa TS trabalho .n0s mgstra-que;~eada-vezque, te. massa, o trabalho é bom. ou, :ao; menos, relativamente’ b ator np nog, aba Bese Depois ‘observagées getais, 0 artigo do Diério do Povo fala d . inhar aqui que deveremos continuat es. como temos feito. até > histérica it ite, * A atitude do P.CC, em ce, depois, no momento da crise desencadeada sgress0, explica por que éle nao ficou abalad tos, pelas denincias de fevereiro de simos erros. No fundo, éste artigo representava um apoio real fs umna ditegéo que, desde a morte de Stalin, tentava com di- ficuldade encontrar sex equilfbrio, ‘A GRISE DE 1956 Com excesio do P.C.C., 0 movimento comunista mundial foi sacudido, depois do XX Congresso, por uma tempestade que comunista internacional, no lhes fornecesse_explicagdes térias sobre as condigées ‘nas quais o eculto de personalidade> 18 | | | ; rapdo que wn clonal excesiva houvera produaido Widede ‘de multos, partides, conan ‘uma organizacio . : 3) A terceira parte do artigo procura aclarar as nogies de dogmatismo © de revisionismo 26, «De outro lado, 0s partidos comunistas devem se consti- tuir nos intérpretes dos justos interésses e dos sentimentos na- ionais de seus povos. Os comunistas sempre foram € conti- nnuam sendo verdadeiros patriotas». ‘Mas isso nfo deve degenerar em chauvinismo que conduz ‘a menosprézo & hostilidade, résses ¢ 0s sentimentos nacionais, E isso ganha uma impor. ‘tincia maior nas relagies entre o Partido de um als ¢ ode um pequeno», Estes. sio precisamente os grandes principios do marxismo- Jeninistno que Stalin havia negligenciado completamente. ‘certamente um grande perigo, se ndo se tomarem medidas enés- sicas para evitélo». Em conclusio, 0 Diério do Povo lembra que sdmente 92 anos separam 1956 da constituicéo da Primeira Internacional. © nascimento do primeito Estado proletirio nio data senio. de tA Muestio € saber a quem pertenceré 6 futuro. Por fais tortuoso que. se apresente © camiaho na nossa frente, a Hmanidade acabaré por alcanger um fim Iuminoso — 0 co- snunismo —.e.nio existe {6rea-capaz-de o impedir». 27 ———— «DA SOLUGAO CORRETA DAS CONTRADIGOES DENTRO DO POVO» que, em 27 de fevereito de io. da Conferéncia. suprema do Mao ‘Tsétung pronunciou um discurso capital sobre = samees cometa das contradigdes dentro do povo. Rewomando ‘as idéias essenciais sbre as contradigdes, expostas DOs dois ar- vermantes aque cem fldzes desabrochem», . . Todos os partidos comu- ftios sio iguais ¢ independentes», pang igulncnte mest as Uberddes pe os fates. ‘mas suas esperangas ilusdrias esto votadas ao fracasso. Nés' estamos perfeitamente e em todos os pontos de acdrdo com o P.CC....» Enfim, & interessante assinalar também com que entusias- ido acordos com a Alemanha Ocidental, «Que éste primeiro metal fundido por esta usina sitva de simbolo A crescente amizade dos povos da Unio Soviética € da India! «Que_no fogo déste alto forno queimem tédas as intrigas dos impetialistas que p: vo da amizade ,, pelo triunfo 8 «Que 0 calor dois giandes povos ps «Que nossa amizade seja sélida como o metal forjado nesta using, criada gracas aos esforgos, comuns dos governos e dos povos da Unio Soviética e da India ~ _ «Saudamos 0 povo indiano e seu govérno, tendo a frente © Primeito-Ministro Nehru, no momento da grande vitéria desta forno acalente « amizade de nossos 56 realizago de particular importincia para a industrializagio consolidagio da independéncia econémica do pals Ainda aqui tetia sido preferivel ser prudente. Se era certo manter com a India relagdes amigéveis de coexisténcia pacifica na base dos cinco principios enunciados na Conferén- “Iatifundidtios it6ria total e definitiva & nice pela histé- tia da evolugéo social do mundo», Como dizem os chineses, as coisas nfo sio assim tio simples. A VIAGEM DE KRUSCHEV AOS ESTADOS UNIDOS Kruschev sabia perfeitamente que os chineses no aprova- ‘vam seus projetos de viagem aos Estados Unid como exam, com as posi internacional em relagio a0 imperialismo norte-americano. bia também que o movimento das comunas populares havia encontrado dificuldades, as quais 0 P.C.C. aplicava-se paciente- mente em suplan otivos suficientes para se pensat que, antes de partir para os Estados Unidos, éle tenha tentado tuma manobra diflcilmente escusével. Em sua viagem 2 Albiinia, no més de maio le nao tinha nesse momento nenhum agravo a baneses — encontrou-se com o Marechal Peng Te zo chinés da Defesa, que éle sabia contrétio as comut pulares ¢ a0 grande salto para a frente, Peng, membro da 57 Secretaria Politica do P.C.C., havia prepatado um memorando para expor seu ponto de vista, mas nfo o tinha ainda apre- sentado ao seu Partido, Ble o' deu a conhecer a Kruschev, éte pensou poder encontrar néle um apoio precioso contr sntes chineses. Para infelicidade de Kruschev, 0 Comité tistas ¢ retirou-the suas fungdes; sem, por isso, como pretenderam 08 inimigos da China Popular. peranga de divisio dentro do P.C.C. acabou, pois, por se es- vanecer, Viagem de Kruschev . Teve lugar de 15 rer essa visita expeta- elas econversagies de Camp linha politica constante dos choques e_das Desde os mo poténcia imperi pal de todos os povos do mundo; por outra da Declaragio que haviam aprovado em 195 morta. Um outro aspecto da viagem de Kruschey aos Estados merece atengio: Como se recorda, em 1957, a Unizo para a fabricagio da bomba 0, ésse compromisso foi rene junho de 1959, Foi um acontecimento de grande is Kruschey repudiado us ‘A’ resposta parece indis Camp David. Como explicar diferentemente ésse ato que nio pode ser qualificado de descontfianga mas de verdadeira hostli dade para com a China socialista? Kruschev conhecia m bem os chineses, a de sua revolucéo, para saber que Ales no eram de manei azes de amex- gar quem quer que fbs i + do governo bhomba constitucm as mais cabuis s armas mucleares se compromisso ¢ se a China pu: cedo um némero suficiente de evidente que todo 0 campo para impor respeito ao imperialis feamericanos hoje no escondem a tentagio de atacar a China , sem dtivida alguma, @ socialista do mundo, como, m: 08 interésses de todo 0 campo socialista, Colocado diante de uma op¢io decisiva entre os Estados Unidos e a China, Kryschev escolheu os Estados Unidos. De qualquer lado que se focalize a questio, rarem mais tarde que a China pois sua defesa estava gatantide plas armas de atgumento sem valor. Primeiro, nfo verdade que @ China podia contar sem reserva com o apoio soviético em caso de fataque norteamericano — os acontecimentos ulteriores prova- ram-no; depois, é certo que se 2 China tivesse hoje armas atd- ‘em quantidade suficiente, uma agressio norte-americana setia muito mais improvével. Se se quiser enfrentar os problemas ¢ nio se deixar enga- nar pelo sbpro das palavras, € preciso reconhecer que # partir de meados de 1959 a China’transformouse para Kruschev. mum inimigo, e © impetialismo Os dirigentes comunis dade para nada dizer durante ésses acontecimentos; quando 0 conflito com Kruschev tornowse pébl atacados aberta e violentamente, éles revelaram, em 15 de agés- 1963, aps assinatura do Tratado de Moscow sobre igio parcial dos ensaios nucleares, que 0 govémno sovié- tico havia prometido, num Acérdo secreto em 15 de outubro de 1957, fornecer & China «modelos de bomba atémica e do- ‘cumentagio técnica para produzir a bomba» e que éste Acérdo féra repudiado unilateralmente em 20 de junho de 1959. ados com essa re- que aquilo cons- (© que thes valew puderam negar, ma ivulgagio de documentos confidenci esta réplica: ‘ com os Estados Uni- sparece num discurso pronunciado por «Devernos pensar como realistas e compreender bem tuasio atual. O fato de sermos fortes no significa que deva- i a estabilidade do regime capitalista. : Os povos néo compreenderiam aquéles ia de agit dessa maneiray. (Publicado em de outubro de 1959.) que tivessem caractetes destacados no L’H? Talvex. se. possa_encont que se passava no Tibet. partida de um confli descer aos detalh iptas tentat ido que, conforme os tratados, o Tibet fa- via parte integrante da China, os chineses ocuparam-na com as tropas do Exército popular em 1950, isto é, apés a vitdria da revolusio chinesa. Levando em conte as tradigSes, a situagio 0 religiosa, as dificuldades de comunicagéo existentes & época, 0 govérno chins concedeu ao Tibet certe autonomia administra tiva que mantinha as estrutura: Bem depressa os rneses comecaram a ligar o Ti estradas carrorfveis, 0 que repre tum progresso considerével, Ao mesmo: tempo esforgavatn-se por Timitar os abusos do regime feudal que vigorava nessa provin. ipacio dos chefes religiosos. va um ingente trabalho Lé foi recebido com honras ¢ encorajado_ns seclas contra 0 govémno chinés, A India que temia a in- fluéncia da revolugio chinesa, esperava exercer pressio sbbre ‘também com 0 apoio certo de seus protetores not ¢ britanicos. O que nos interessa aqui é que, a Uniio Soviética tomou uma posigio de neutré ‘mente aceitdvel para a China, que estava no direito de ‘uma aprovacéo sem reservas na luta contra o regime feudal particularmente cruel do Tibet. Conquanto no passe ainda de prelidio de acontecimentos mais sétios, essa atitude da Uniéo Soviétiea em nada contti- bufa para melhorar as relagdes com Pequim. «VIVA O LENINISMO» conflito sino-soviético agravou-se no fim de 1959, quan- do Kruschev comegou a ofensiva aberta contra a China. Num dlscurso promunciado em 30 de outubro, uma critica @ ‘Trotsky significou claramente uma indireta 20s. chin s foi sobre- princfpio de dezembro, que, diante dos delega comunas populares e <0 grande salto para denou também os «lideres arrogantes» que ‘em piiblico, 0 mimeto daqueles que sabiam que um conflito sétio 0 opunha aos ditigentes chineses nao parava de aumentat. Os acontecimentos vio se precipi 1960, dos membros do tes dos paises so- Pacto de Varsévia, isto é, diante dos 61 ismo e o capitalismo estender-se-4 por toda ssrico, enquanto existirem Estados socialis Sem a ditedura sagio do povo trabalhador itas inevitéveis com tenaci- ir socialismo, nem vitéria para o socialismo». ’ Voltaremos questo da ditadura do pro: Ietariado no Capitulo VII. os ae © artigo lembta as mudancas decisis i fecal al Seger Gam Maas es eee «Novos paises s lo a frente a Uni para. sustenta dade perseveranga, nfo pode e apareceram. O campo socialista, ‘ocupa um quarto do tertité- uum térgo da populacéo mun- lonial_do_imperialismo desagreg essa_desagregagso continua, ite, a luta tem altos e oe s, considetando-se bem, © movimento de libertacéo re como uma tempestade a Asia, a Africa e a Amé je cada dia maior... “mundo ne decorrer dos iltimos ram que imperialismo_apodrece (© sociallsmo as coisas melhoram. “Frame grande e nova era que se abre diante de nds, ¢ que tem por caracteris © fato de que ag fércas do so. Cialismo ultrapassaram_as do imperialismo, e que as fércas dos repajam as da_reagio». As mudangas ocort quatenta © poucos anos mos cada dia_mais, enquanto p Depois de chamar a atengéo sébre a condenacio do revi- sionismo pela Declaragéo de novembro de 1957, 0 artigo de- senvolve a questio central da guerra e da paz. ‘Logo no coméso uima constatacio: 4A realidade & que, desde a Segunda Guerra Mundial, as guerras tém se sucedido sem interrupgio. Por acaso, nfo se deveria mais consi 10 guerras, aquelas que os imperialis- tas declaram para reprimir os movimentos de libertaéo, nacio- nal, eas intervengées armadas contra as revolugies de diversos paises?» # partindo da realidade € nfo de fant © cardter de uma época declarar ou deixar crer que a época ftual pode ser caracterizada por um apaziguamento geral_ dos conflitos, por uma colaboracéo com os Estados imperialistas na manutengio ¢ consolidacdo da per. guertas desencadeadas pelo ‘meio século, que se deverd ‘om «uma loguacidade despro- ja finalidade ¢ camu- ‘uma anélise concreta da situagio concrete em ‘gonismos de classes e Iutas de classe em todo o seu con) Ho que faz todo o marxista sérion. perialismo € sempre ¢ na mesma intensic sivo e que ndo se pode esperar por senio mobilizando tddas as f6rgas_ mat de vencer seus ataques. Isso nao significard jamais para os pale ses do campo socilista lancar-se em aventuras, mas examinar 68 friamente tddas as possibilidades de agressio, mesmo as mais mortiferas, a fim de responder vitoriosamente na ocasiio, Esse €00 tinico’ meio de impedir uma guerra mundial, sma tal importincia que ela reaparecerd seus desdobtamentos possiveis, no curso wérsia entre chineses ¢ soviéticos. © artigo que vimos analisando lembra que, de acérdo com @ que disse Mao Tsé-tung, «a fonte mais profunda ¢ abundante ‘Vem em seguida uma passagem famosa que daré lugar a ‘uma polémica desleal, e que por isso deve ser citada por ampliada e apro- patentearé a feroci- Mincia diante do petigo de uma nao nos esforarmos por mobilizar contra o imperialismo, mas os paralisarmos, entéo o imperialis- mo poderé preps da parte dos @ guerra como melhor lhe aprouver, ¢ o lmente aumentar 0 petigo de uma guetta «Na verdade, .nfo nos pertence stas declarario ou nao a guerta, pois, acima de tudo, nds néo somos o chefe de EstadoMaior déles. ‘Mas, que os povos de todos os paltes tomem consciéncia e se preparem, Como também o campo socalista dispde agora de armas modernas, nés podemos it norte-americanos ou outtos acétdo sébre a int ic © ousarem um dia «fazer pouco da vontade de téda a humani- dade» desencadeando uma guerra at6mica ¢ 1 niio poderd ser outro que a desttuicéo muito ré ‘mos monstros, sitiados pelos povos do mundo inteiro, nfo re- 64 5-GDMC. sultando, certamente, a pretendida destruigio da humanidade. 1Nés sempre nos temos oposto as guerras criminosas declaradas pelos imperialistas, pois elas impGem enormes sacri povos dos diferentes pafses (também aos povos dos Unidos © outros povos imperialistas). Mas se os imper impuserem ésses sactificios aos povos do m didos de que ésses sactificios terio seus benefic com clateza a experiéncia da tevolucéo russa e da revolugio chi- nesa. Sdbre as ruins do imperialismo, os povos vit ian Ripidamente uma civilizacéo mil vézes superior ao sistema ca- com um futuro verdadeiramente radioso». fetornando & questéo essencial da guerra e da paz, 0 ar- tigo declara ainda: tice externa dos pafses socialistas no pode ser se- se sua acio? Sem dhivida alguma, icdvel, absolutamente- necessétio e justo». Sébre o problema da passagem pacifica para o socialismo, depois de lembrar 0° que dizia Lénine: «Nenhuma classe domi. ante jamais TOMEI Combater, ¢ ainda os ensinamentos das revolugdes ‘no Ocidente “eo Papel dos straidores socialdemocratas, ésses vildes renega- dos», responséveis, por exemplo, pelo insucesso da revolucio na Alemanha, o artigo da Bandeira Vermelha acrescenta «Seria do mais alto interésse para 0 povo se 0 prola tiado pu: , «Os acontecimentos internacionais dos timo: ceram grande nimero de novas provas de que 0 norteamericano € o principal baluarte da reagéo m darme internacional, o inimigo dos povos do mundo inteiro». Elogios & Unio Soviética no faltam por téda a segunda parte da Declaragio: «A Unio Sovistica realiza com sucesso a edifice Sicledade comunista,.. O povd sovie ‘eo, que realizou ‘economia nacional, constréi com sucesso a base ma- tetial_e técnica do comunismo», Mas, pouco adiante: «A revo- “WuGIo popular da China desfechou um golpe ful do imperialism na Asia, ¢ contribui derdvel para mudar a relagio das fOreas ru socialismo, Imprimindo um névo ¢ poderoso impulso ao mo- vvimento de libertacio nacional, cla exerceu enorme influéncia sobre os povos, notadamente nos da Asia, da Aftica e da Amé pela primeica vez na histéria, tomou corpo ¢ consolidou-se na Unido (e) cresce igualmente nos suesa. Essa é uma luta de longo alcance, que se até 0 completo desaparecimento dos resquicios da ideologia bur- guesa da consciéncia dos homens». ‘A terceira parte, consagrada aos problemas da guerra e da considetam como uma lei acendrado 4s notmas Je- bre o principio do cen- am indispensével... desenvolver «Os partidos marzis imutdvel de seu trabalho 0 prego de uma lutz heréicay, tém sempre a obtigacio it lutar endrgicamente © movimento opers- ingoslavos». de denunciar 9s revisionist para preservar © movimento com tio das idéias antileninistas dos ™ Depois da condenacio intransigente do revis forma ingoslava, a Declaragio trata brevemente ora sua politica ps de seu pals ¢ inspirando-se nos p: ales _prestam- sse oper tiedade internacional de todos Cada partido € responsivel diante da classe ope trabalhadores de seu pafs, diante do movimento comunis ‘operétio internacional. «Em caso de necessidade, os partidos comunistas e operd- sios realizam conferéncias para examinar os problemas da atua- Jidade, ‘suas expetidncias e tomar conhecimento das inides e posigSes para chegar a um ponto de vista uninime pot meio de consultas e acertar ages conjuntas na uta pelos fins comuns, Entio, depois de um reconhecimento do papel eminente de- sempenhado pelo P.CUS., ¢ uma frase elogioss, mas muito vvaga, sdbre 0 XX Congresso, foram certamente os chineses que ‘conseguiram acrescentar o parigrafo seguinte que, ainda hoje, consotva todo o seu valor: e de suas boas rela. que 0s ditigentes albaneses estariam ligedos ao imperialismo € se venderiam a éles por trinta moedas... Respondemos a N. Kruschev que 0 povo albanés e seu Pattido do Trabalho vive- fOr necessério, mas nfo venderio jamais suas consciéncias por trinta moedas, porque éles preferitéo morrer com honra que viver vergonhosamente ajoelhados». exemplo negativo que pode proporcionarligbes muito © ataque de Kruschey ao P-T.A. € interessante por mais ee ee Peepecoraapts wo devia de um motivo. E claro, Kruschey no se preocupava mui- fer mostrado as claras para colocar de sobre fo como. que, realmente havia passado na Albania deede Faerie canecloal conta os perigen do revidoniamo, Fol sua independénc ante era que oF al ‘Fenuntiou a atividade da Essa dentincia significava: std livre de uina degeneres- uma linha politica compardvel & Liga Atencio! Neahum céncia progressiva se da Tugoslévia. Se o ataque contra a Albania, no XXII Congresso, éda maior importincia para o ass que nos ocupa, ésse Congtes- so apresenta também, sempre sob © mesino ponto de vista, tros aspectos de grande © quadro dos desenvol Kruschev até 1980 era sem experanga een of seus" pontos facos so graves ¢ aparece jéclaamen ia alguma ligados pelo com- tidos irmios em pé de igual- econémicos previ cometido etros que mere- objetiva, “A Liga dos slavos no é um partido comunista, mas um par- imp decisées administrativas para a val para a organizacio dos kolkoses e sovkos 1a produgio continuasse estagnada ¢ inst plenamente nfo sé a0 consumo popular, como ramos da indéstria leve, um momento em que éle podia af retomar seu lugar, Pre- 20 dk jufzos & prod senvolvimento econémico devem ser atualmente te- las «contradic do povor das qu res haviem falado de tmaneita tio. pertinente, plano de desenvolvimento aptesentado por Kru grama do P.C.US. adotado no Congreso pareciam ignorar to- talmente as leis do desenvolvimento dialético. Por exemplo, quando Kruschev declara: Tal que, a partir do dia em que o socialismo triun- E ainda: “Baseamo-nos em célculos rigorosamente cientificos. Ora, Tudo isso no era Essa concepeio simplista do. co- munismo conduziu Kruschey @ apresentar duas info ser objeto de uma critica severa da parte 2 ado de todo © povo», ea tese do «Partido de todo 0 2 sociedade tornarase «monolitica». Nao m priticamente, classes sociais nem, por conseguite contradigdes entre as classes; a concepeio marxista de Estado, 90 definido como instrupento de, coer nas, mos de clasts. dk a Significaria que a Unido © problema com frases déste género: «Em todos os momentos, fcja que o sol brilhe com esplendor ou ‘esteja encoberto, nos dias de vitria © nos dias de derrota, com 0 povo, e 0 povo esté sempre com o Partido». Nao é senio na fase ulterior do comunismo, quando 16d as classes tiverem definitivamente desaparecido ¢ a consc dos homens, desembaragada de todos os hibitos, de ddos os preconceitos legados pelo passado, que o Partido, en- terd terminado sua missio. Nessa hora, 0 prever. A f6rmola «l fna mente de Kruschev, que a construcio do s completamente terminada na Unio Sovittica, que a etapa si- petior do socialismo, isto , a sociedade comunista, esté proxima, devendo ser atingida, como éle diz ainda, no decurso de uma’ geracio. Esse otimismo, causa das piores ilu culdades de tda a sorte que seri mente no decurso de ume lute ai © XXII Congresso foi também ocasido para Kruschey rein troduzir no programa do P.CUS. os temas que Ihe etam tio caros como a passagem pacifica ao socialismo, a coexisténcia © competigfo pacificas. Sdbre a coexisténcia éle diz, por exemplo: a1 le uma a proviséria e precdria entre ia de mas socials opostos, baseada na recusa métua em empregar a guerra como meio de acertar as questées entre tados, «Ao adotar seu névo Programa, nosso grande Partido de- clara solenemente, diante de téda a humanidade, que considera como finalidade precipua de sua politica externa no sdmente conjurar a guerra mundial, mas banir para sempre as guerras da vida da sociedade, ainda em nossa getasio>. Quaisquer que sej declaragées, seu contetido as frases prudentes que cerquem essas é perfeitamente claro: € possivel , e com os Estados Unidos em ‘2 guerra do mundo atual. Di- ia pronunciada pelo Papa Paulo como 0 inimigo principal de todos os povos, como eta consi- derado nas Declaragées de 1957 e 1960, Kruschev declara: a5 gu capitalismo traz em ventre a guetra, assim como a nuvem negra gera a tempestade, O imperial. mente como a ma a guetras mais eae sem falar nas grandes guerras mut os produ- tes dirtos ¢ evidentes do sistema de explora capitlisa, exist © impetialismo, que repetir uma verdade parece ser possivel dis do éles lembra ad ine, entre as guett ‘ . Etguerse contra a guerra «em geral» pode satisfazer jum «pacifistay burgués que nio sabe fazer distingzo entre as 1s guerras justas ¢ injustas; mas € uma atitude indigna de um comunista ‘© que os chineses aptesentaram de névo foi a demonstta- do de que a guerra mundial, e mais particularmente a guetra nuclear, poderiam ser evitadas com a condigéo de se sustentarem em todo o lugar e sempre as guerras justas que enfraquecessem i amo, recusando capitular diante da chantagem da , caja forga néo deveria guerra do imperialismo norte-americ ser superestimada em nenhum dom: © que dizem os dirigentes soviéticos na sua catta de 14 de julho? . Mas, na realidade, ésse método nada mais revela que a falta de’ confianga nas’ préprias f6rcas, 0 temor do impetialismo>. A terceira parte da carta trata de Stalin, do Estado e da ditadura do proletatiado, da democracia, da instauragio do co- ‘munismo. Ai também encontramse acusagSes sem prova. $6. bre Stalin, por exemplo: «Os dirigentes do P.C.C. transformaram-se em defensores do culto da personalidade, em propagadores das idéias falsas de Stalin, Tentam impor aos outros Partidos a ordem das coisas, 2 ideologia, a moral, as formas © os métodos de diresio que floresciam dutante 0 perfodo do culto da personalidade. Res- pondemos decididamente: & uma tarefa pouco vidvel. Ela néo traré honra nem glérian. Nés jf 0 sabemos, e tomaremos a ver mais adiante quando uwatarmos num outro capttulo da questio de Stalin, que é con- tnétio a verdade apresentar nesses t8tmos a posigéo dos chineses. © que choca sobretudo ¢ a afirmacio repisada de que, desde a condenacio de Stalin, na forma como foi feita, tudo passou a correr melhor na Unito Soviética: i precisamente a pritica que prova claramente que a aplic cagéo da linha do XX, XXI, e XXII Congresso do P.C.U.S. Jevou nosso pais a admirdveis resultados, Nos dez anos decor- tidos desde que nosso Partido operou o restabelecimento dos prinefpios e das normas leninistas da vida do Partido, a so- ciedade sovitica tem conseguido resultados realmente grandio- ur s0s no desenvolvimento econémico, cultural, cientifico, no bem- estar do pove, no forlecimento da cepatiiade defensive, na féstria, na agriculture, na cultura, na ciéncia, nas em t6da a parte enfim assistimos a um progresso Todos podem ver que nos estamos vendo claramente as persp. Kruschev ¢ seus companheiro modéstia, ntaglo € certa © que de nossa evolucion. is souberam 0 que fésse Quando os chineses chamam a atengio para os perigos de «emburguesamenton © de «decedéncia» que ameagam todos os anda calgado com Japtis sados) ¢ toma sopa numa is lamentavel, quando o is materiais que tém beneficia- do 0 povo chinés, de tempo, sob a ditegio do P.CC,, apesar das condigdes de comégo excepcionalmente dificeis, ‘A. mesina autocomplacéncia encontra-se na carta quando tenta refutar as ctiticas chinesas sdbre 0 «Estado do povo todo» € 0 «Partido do povo todo». Os elementos parasitas — cuja existéncia & difcil negar — ngo formam uma ‘Assinalemos smente que essa autocomplactneia aparece sinda na conclusio da carta, onde se pode ler estas frases: us 4A experiéncia atesta que 20 se tomar uma otganizagio politica do povo todo, o P.CLUSS. intensificow seus contatos com Mose ne Lotlogas poe todo de aa elemento de an guarda, cgora que o socialism tiunfos complete ¢ definitive cart Nis acho que isso seja ttl, dela, mais trabalhado, encontra-se no relatétio de Suslov que vveremos logo mais; depois, porque as questes mais importan- tes serio retomadss adiante. Sob qualquer Angulo que se examine ésse documento, pa- traduz uma grande fraqueza. O Comité Cen- icou reduzido a uma atitude defensiva, Pe poder evitar a publicagio da carta do P.C.C. 6 foi comunicada aos, membros do, Comité, Central do uma difusto bastante extensa, o P.CUS. concluiu com esta de- . E por fim: «O que prova a conclusio do tratado ite? Simples- mente Tinha trilhada pelos ditigentes 5 téria de politica externa é uma linha de ca identemente, 0 imperialismo est4 muito com aguéles que se rendem a éle; mas, enti trata de coexisténcia pacifica, € uma co capitulasio. Foi nessa declarasio que 0 Govérno chinés tevelou, pela primeita vee, que 0 Govémo soviético havia rompido unitate almente, em 20 de junho de 1959, 0 acdrdo concluido em 15 de outubro de 1957, pelo qual se comprometia a fornecer 2 China os segredos de fabricacéo da bomba atdmica. «Isto cons tituiu um presente oferecido pelo dirigente soviético aos Esta. 14 dos Unidos, quando para la se ditigiu em setembro para con ferenciar com Eisenhowerp. 21 de agésto, uma nova declaragio do Govérno so- ‘viético seguiu-se 4 do Govérno chinés. Comega dizendo que © P.CG, lembra em seguida as palavras de Mao Tsétung: e que ela est nas vossas miios? Esse vosso costume de dar a vosso partido ares de patriarca é uma atitude das mais execréveis. Es ai alguma coisa que absolutamente néo esté direito. As Declaracies de 1957 _¢ 19% is em_térmos claros “e precisos_que os. ‘Partides comunistas_sfo_it “iguais entre si. FORIG com esse principio, néo deve existir entre éles relacdes de partido dirigente e partido dirigido, © muito menos relagdes dde pai de familia em face de scus filhos». © segundo artigo intitulase: «A questio Stalin», Aqui também 0 P.C.C, retoma e desenvolve os argumentos essenciais apresentados desde 1956, depois do XX Congresso, Retorna- remos a ésse assunto num capitulo especial consagrado a Stalin, © titulo do terceizo artigo €: «A Iugoslévia € pais socia- lista?» Trata-se aqui de uma questio de principio que se pres- ta ainda a muita confusio, A andlise da situacio social, das relagSes de classe e com os Estados imperialistas, repouse s6- bre ‘uma massa de fatos precisos. Em vista de ninguém os tet contestado, podese afirmar sem médo que éles sio exatos ¢ proporcionam uma base sdlida a afirmacio do P.CC. de que a Tugoslévia nao é pais socialists. Com efeito, ela apresenta tum fendmeno tipico de degeneracio progressiva, de liquidacéo continua das conquistas socialistas do povo iugoslavo pelos di- rigentes ignorantes, vaidosos, chauvinistas e intrigantes, que nun- ca foram verdadeitos marxiste-leninistas. O exemplo iugoslavo mostra que a degeneragio ameaca todo o pais socialista que se afasta dos ensinamentos cientificos da doutrina marzista © re- jeita orgulhosamente t6da critica. Adiante falaremos mais lon- gamente do problema da degeneracéo, tendo entio ocasiio para voltar sbbre essa questio. © quarto artigo, «Os defensores do neocolonialismon, ex- plana téda a questio da atitude em relagio aos paises subde- senvolvidos, do apoio quie o movimento comunista deve dar as, Ttas de libertagio: : A xevolucéo popular que acoita como uma_tempestade a sia, 7 tas colonialistas diante dessa grande tempestade revolucioné- tia, enguanto a aclamam os povos revol i Dizem os imperialistas ¢ os 0 & uma rebelifo, & prot revolugao, € um direito do constitui a principal linha os revisionistas moder- renegam © combatem o mo- tagio nacional por todos os meios. quest lia e do Congo. O O guiinto anigo intitulase: «Duas linbas diferentes 1 tao da‘ guerra e da paz». que jd conhecemos, & que a politica de con cessbes etialismo conduz inevitivelmente & guerra; nesse fe de tédas as ameacas var a paz. O pacifismo de palavras d velha manobra que Lénine hd mi igentes imperialistas € uma rempo jé desmascarara: «Em 136 Governos imperialistas) s6 fazem todos falar de ‘mas a realidade causam guerras de conquista igo cita teses © declaragées pacifi ais como Bernstein e Kautsky, de antes e d Primeita Guerra Mundial, © a comparagéo com as posigies de Kruschev sObre a paz, Segue uma comparagio impiedosa com 8 que representam hoje o imperialismo norte-americano ¢, na época, as declaragdes de Kennedy. uma confrontacio detalhada entre as teses sem descanso por Mao Tsé-tung, > sigdes de Kruschev. © artigo desenvolve longamente o que chama de «culto da arma nuclear ¢ a chantagem nuclear», poderio da bomba fnuclear virou a eabeca de Kruschev ¢ dos ditigentes revisionis- tas, Vejamos algumas passagens: 42m poucas palavras, para a direcio do P.C.US., depois do da arma nuclear... deixaram de cxistic tédas as ligGes de classe no mundo... resumindo-se tédas numa t expressa assim: o imperilismo, as classes e a5 ss continuario todos a existir lado a lado, ou perecetio todos junto», ialistas devem assegu- arse © conservar a superioridade nuclear. Sdmente dessa ma. neira seri possivel obi impetialismo a renunciar & guerra nuclear ¢ apoiat a interdigéo total das armas nucleate «Sempre 8 que, para os pafses socialistas, a arma nuclear no seja mais que uma arma defensiva que lhes deve tornar possivel resistir 4 ameaga nuclear do imperialismo. palses tas nto devem, em caso algum, ut meiro a arma nuclear e, ainda menos, jozer fazer chantagem ou prevalecerse de 137 «Com efeito, no somos nés, mas a dirego do P.CUS. ue freqiientemente se tem vangloriado de que se utili suclear para ajudar tal ou tal pafs na Iota antiimper ‘Que necessidade tem um pals socialista de apoiar as lutas revolucionétias dos povos com a arma nuclear? «, © artigo preci icagio_do_socalmo impedit a res serd_necessério levar até o fi )- So os fatos apontados pela prdptia imprensa sovittica de ‘monstram que existe ainda um grande mimero de explorado especuladores, trapaceiros, parasitas, € porque as classes © a ainda’ na Unido Soviética. Seu desenvol mento provém da presenga de uma larga camada privilegiada, uuma classe butguesa, cuja forniagéo foi favorecida pela grande diferenca dos s Ji antes da morte de Stalin, um certo tmimero de pessoas se beneficiava de altos salérios ¢... funcio. nfrios haviam-se degenerado em elementos burgueses», O at- tigo critica em seguida éssés famosos estimulos materiais» que de uma dos camponeses ¢ dos intelectuais larizagio das classes na sociedade ia € 05 dos op em geral», favorecendo «a Neste ponto 0 ataque € muito duro, como o veremos mais detalhadamente no capitulo VII. uz artigo desenvolve em seguida a critica da nova «teoria» sobre «0 Estado do povo todo». As proposigées de Kruschev fobre esta questio «mostram ¢e-sbmente que seu autor ignora totalmente a teoria marxista sdbre o Estado, ou que éle a de- forma com finalidade deson: Faz a mesma critica de principio na «teotian do «partido do povo todo». smentos que jé vimos veltem aqui ex- tensamente desenvolvidos. Nessas condigées, falar da construséo da sociedade comu- nista em vinte anos € «puro embuster. Faz, entiéo, um estudo tminucioso do que significa realmente a passagem so comunismo, lavra de ordem de Kruschev «construi ica, «6 tio hipécrita quanto anos» na Unio ‘Tendo a marcha para o comunismo se transformado na satisfagao das necessidades alimentares, na possiblidade para cada um de comer seu p1 de «gulash», o P.C.C, declara: se ope tuma Tuta por «um prato de gulash», No existe o menor ‘trago de comunismo cientifico no seu coragio, mas uma socie- dade de burgueses ignorantes e indi erigo de restauracio capitalista que se manifesta na Unio € um grito de alarma lancado a todos os palses so- incluindose a China, ¢ a todos os partidos comunistas entre os quais 0 PCC.» Notem-se as palavras «incluindo-se a China». O artigo de- dara que, com efeito, na China a sociedade no é . Bes, de, Line, que no dzem ne ,_Suslax-procasa prover que-os, representantes _do_espitito_revo- Fo acusagoes Trameate surpreendentes a respeito de partido que deu tantas provas de prudéncia, de coragem, de de engenho, em todo 0 curso da grande luta revolu- que 0 levou 20 poder. Suslov niio chega a acusar os ditigentes chineses de serem foi Maurice Thorez que descobriu um pouco mais tarde ésse «argumento») mas, em compensacio, se os ditigen- tes chineses so pequenos-burgueses ultra-revolucionéric isso mesmo trotskistas, © que é sem divida nenhuma’a ma injdria e condenagio. Algumas citagdes fazem-se necessdrias: 158 «Sim, camaredas, € preciso dizer francamente: 2_suma das iticas dos dirigentes do Partido Comutista Chines «A dirego chinesa tem bastante interésse em e: onder 05, campos onde ela tespiga suas idéias, mas nfo cont mular a coincidéncia de suas opinides com as dos de ontem e de hoje». da esta parte do relatério , ais, de uma extrema vio- alando_ interna_da China, Suslov declara és Bandeiras Vermelhasy que serve de diretiz geval a. (Essay ers Banderas ‘so: a linha geral em_direc& ialismo, o grande a frehte, af comunas populates). Suslov afiia sem irra “, Nao € de se duvidar que o P.C. Francés, em razéo de sua atitude nos tltimos anos, fsse 0 primeito a estar na mira dessa acusacio. fio désse artigo? Evidentemente lembrar aos no- ovigticos que o P.C.C. nada tinha esquecido; smovivel nas suas posigses dé se deveria esperar engané-lo praticando, tAcitamente, a politica do kruschevismo sem Kruschev. Emm fins de novembro e principios de dezembro, 0 P.CUS. enviava a0 PLCC. e a vinte e quatro outros Partidos comunis- tas que decidira convocar, um convite para se fazerem presen- tes a uma «reuniio de consultas» a se realizar em Moscou a 1? de margo de 1965 e que seria preliminar & conferéncia pre- paratéria que, ela mesma etc. Essa formulagio tortuosa no conseguia dissimular que se tratava de chegar a Conferéncia divisionista contra a qual o PLCC, havia entrgicamente se levantado. que 0 P.CUS. nao perdia a esperanga d nemente 0 P.C.C. pelo movimento comunista internacional. notivel que_sete dos partidos _convocado: i afeg rion “aia adante quando Tevarmor-dr-Confefenda de 1° de taro. ca, no titubeou em declarar que ése PC, indiano «era pat- cela eminente do movimento comunista internacional». 182 ‘outro, os que, 0b. ditegio de Dange, partido de Nehru, denominado Partido do presentava a burguesia indiana. Dange e seus amigos nfo ti- ‘nhom hesitado em declarar que, nos acontecimentos de 1962, ‘China devia ser considerada agressora, so em dois pattidos, ambos de imporIncia quase igual (© Partido que se tinha recusado a condenar a China reali- zara seu Congreso em Calcuté, de 31 de outubro a 7 de no. vembro de 1964; reunira 422 delegados representantes de mais de 100.000 membros, ou seja, 6096 dos membros do partido antes da cisio, De outro lado, de 13 a 23 de dezembro reuniuse o Par- tido de Dange em Congresso na cidade de Bombaim, com o apoio do P.CUS. Ponomarev, representando a Uniio Soviéti- © PC. francés fizera-se representar por E. Fajon, que, € claro, aprovou 7iéticas nem hesitando ‘em falar de «a O caso € ‘0s-partidatios de Dange ficavam a0 res seguigio; além disso, a posigéo do P.C. tar e que havia mesmo perdido as aparéncias de pais neuti Novos ‘acordos foram concluidos entre 0 Gover ¢ 0 soviético para entregas de armamentos, em particular, dos mais modernos avides Mig. No més de fevereiro de 1965, talvez para criar um clima 8 PLC, de 1. de margo, ou provivelmente 3, relacionadas com a guerra da Indochina, do P.C.U.S. contra o P.C.C, Aliz batalha nunca havia cessado quanto 4 questo fundament ‘posigles revisionistas de Kruschev retomadas pela nova diregio. ‘Temos visto que os dirigentés do P.C.C, haviam cuidado de nio condenar nominalmente a nova diregio, contentando-se 183 velmente sbbre o mal que asionado 20 movimento com lavras, ésse & apenas 0 coméo, um cutto preficio do qual po- ta observacio indnica que ressalta os métodos que serve confiscar © pér no fogo és que o revisionismo de Kruschev tenha sido da; os dirigentes chincses so acusados de procurar o igualitatismo universal, de negligenciar as questdes de bemestar do seu povo de rejeitar 0 principio dos interés ateriais no decurso da edificacio do socialismo € do comunismo, de «exigit 0 esvaziamento completo do indivi- dduo, de suas necessidades e interésses», de «apresentar dade socialista e comunista como uma caserna na qual o con- sumo € mantido o tretanto, 0 mérito de mostrar que os novos diri estavam’ completamente resolvidos cont ‘que Kruschev havia tragado com a aprovacio di em que éles, por sua vez, também escorregassem Ao mesmo tempo, a imprensa, 0 rédio e a televisio sovié- tica insistiam sébre 0 dever dos membros do Partido e dos so- viéticos em getal, de ler ¢ estudar o relat6rio Suslov © outros documentos antichineses, Tgnoro se, na versio do telatério Suslov colocado a venda nessa época, censuraram ou niio o hino de gléria a Kruschev, que acima citamos, ‘A REUNIAO DE MARCO DE 1965 Desde 0 comégo de iniciado os bombardeios o5t texto de conjurar a ameaga de uma guerra mundial, éssim como também nao haviam renunciado a conseguir a da China por uma confetencia internacional dos munistas. Foi com ésse espirito que decidiram contro de consultas» que se realizou em Moscou de margo de 1965, para preparer aquela conferéncia, Vinte e seis partidos haviam sido convocados, sete, como vimos, recusaram-se a comparecer (Albinia, China, Coréia, In- donésia, Japio, Roménia, Vietname) e, dos dezenove outros, 0 Pardo indiano de Dange podia, com josa azo, sr conde ‘um agrupamento divisionista sem qualidades para repre- sentar o movimento comunista da India, na sua totalidade, Essa reunido de Moscou havia sido preparada com violen- tos ataques antichineses do P.C.US., em fevereizo, como act ‘bamos de ver; mas isso nfo foi suficiente para Ihes ocasionar 185 qualquer abalo. Com efeito, foi inventado em todos 0s seus detalhes (um barco de guerra norteameticano, a0 patru- 1) A eliglo de 2/3/1968 do Jornal do Brasil publica a seguinte noticia, na pl. 0 titulo “Caso de Tonguim , até agora em sigilo, foram divalgados pelo Se- ‘Morse, em discurso pronundiado sa Cimara Als. ‘Sus conclustes sig. as seguintes: 191 bar as costas da RD.V., teria visto «alguma coisa» no iden- tificada na tela de seu radar) seguindose novos ataques contra -as instalages costeiras. Em resposta a uma mensagem enviada pelo ministro dos Negécios Exteriores da R.D.V., 0 Ministro dos Negécios Exteriores da China, Tchen Yi, declarava muito justamente: Se a I6gica de piratatia déles devesse set admitida, io ‘estariam éles livres para enviar a seu talante os navios de guer- a a0 largo das costas de um Estado soberano, fabricar uma mentira a partir de uma pretendida descoberta s6bre o painel de radar © tomar isso como pretexto para cometer a qualquer mo- mento uma agressio militar contra ésse Estado? Que restaria ‘entio da soberania ¢ da seguranca dos out Bsses graves incidentes eram ainda in tados, mas em 7 ¢ 8 de fevereiro de 1965 esquadrdes da avia- ‘so norte-americana comegaram 0 bombardcio sistemético dos tertitérios so norte do Patalelo Dezessete. Uma nova fase da guerra comerava. A8 de feverciro, 0 Govémno da R.D.V. publicava uma de- cclaracio onde insistia que ésses ataques deliberados, que haviam feito grande niimero de vitimas civis, constitulam «violacio das ‘ais grosseiras do direito internacional e dos Acordos de Ge nebra de 1954 s6bre 0 Vietname, ¢ uma provocagio intolerd. vel aos povos do mundo inteiro». bombardeara duss ithas do Vietname, do spe 0 incidente © Presidente Johnson ordenou gue 0 Tarner 56 isse 10 Maddox, em missio de patrulha, apés advertir Handi de que win ‘ndvo ataque envolveria represilias dos Estados “Unidos a 4 de agisto, howve um supesto nbvo ataque (hi divides, por ‘Congtesso norte-americano, de que ésse incidente tenho, de ) © 0s Bstados Unidos decidisam bombardear 0 Vistnsme do Comissio senatorial indica que © propés “prowocar 0 Vietname ‘do Notte, de que os Estados Unidos adotassem uma gio contsa ise pals,” caso respoodesse” (Nota do Tradutor) 192 B-GDMC. reito, a nés pertence . A declaragio dizia ainda: 40 fato € que os Estados Unidos iniciaram o caminho da extensio da guerra do Viername do Sul. A questo que se Oe é saber se néle pretendem persist. E isso depende $6 do Govérno norte-ameticano, de mais ninguém. Mas uma coisa € certa: se os Estados Unidos se obstinarem em ampliar a guer- 1a de agressio que fazem no Vietname do Sul, éles s6. poderio set tragados pelo oceano formedo dos povos da Indochina, do Sueste asiético © do Extremo Oriente, que os combatem, e sais répida e atrasadoramente serem derrotados>. No més de margo, num longo discurso rana, Chu Endai falavaCom tda a firmeca necesedria da’ sic “tumao~ctiada ‘pela guerra do Vietname. Convém citar esta frase:_«A coexisténcia pacifica com o im istas e 05 modernos re. fundamental contra 0 revisionismo moderno», Em outro lugar ainda: «Todos os povos © nagées que de- sejam a revolucio © a libertecio, todos os paises e povos que ddesejam lutar pela independéncia soberania, todos iises © Infelizmente, tom semelhante nao se encontra nas declars- ses dos dirigentes soviétcos. Sem david, em muitos artigos ¢ denunciada a agtessio notteameticana; a Unio Soviética declara que fornecerd a0 Go- vérno vietnamita 0 que fOr necessério para a defesa, as férgas da paz devem unit-se para deter a agress americana; mas, como ensinava Engels e como ‘daa 193 is dleclaraSes_dos dirigentes_so- agfessio. norteamericana contra de descobrir: fala-se muito mais ‘mundo; Tncltese a festagées pr6 pez das palavra de ordem princi Yelmente que a guerra no Vietname agrava cada vez fameaca de uma guerra mundial termonuclear; finalment tese sobre a necessidade da negociasfo para por térmo ao con ‘ou menos abertamente, mas hhaviam colocado obstécu- RDV. despeito de um protocolo ass no més de marco de 1965, itas insinuagdes foram das sObre as dificuldades suscitadas pelo Govétno chinés. Finalmente, em janeiro de 1966, éste mandou uma nota 20 Go- 195 icitando expressamente desmentit «os falsos retendidas sabotagens da parte da China & ajuda ao Vietname do Norter, Moscou recusou-se teceber & nota e, por conseguinte, respondéla, Antes do XXII Congresso do P.CUS., os ditigentes désse Partido empreenderam uma vasta ecampanha de esclarecimen- to» sObre 0 estado das relacdes sino-soviéticas. Além de repe tir os ataques tradicionais, Govérno chinés era acusado de criar obstéculos & passagem do mater para a R. secreto» de Kruschev. Teremos sunto, quando falarmos do XXIII Congress. remos reprodusir as passagens que tratam «A Unio Soviética envia 8 Repiblica name quantidades de armas importantes, especialmenté de foguetes, artilharia antiaézea, avises, carros de com! positivos de protegio costeira, vasos de guerra etc. So ano de 1965, a Ur ‘tica colocou a disposicao da R.D.V. ‘armamentos ¢ materiais militares no valor de meio bilhio de entre outros. Nossa ajuda & préprios dirigentes vietna carges de armamento 0 Em seguida, personelidades los ao transporte désse material militar por via férrea. «Para dar um exemplo, respondendo a pedido dos cama sadas vietnamitas, recent enviamosThes nOvo carregamen- to de equipamentos militares, compreendendo especialmente at- tilharia antiaérea, da qual tém a maior necessidade para prote- 195 ger suas cidades e aldeias dos piratas aéreos norte-americanos. As autorida it liter»... Ao piiblica do Vi igentes stio encorajando os agressores norte-americanos na sua emprésa contra o Vietnamen. Enfim, 0 Marechal Malinovsky, num discurso pronunciado fem 20 de abril de 1966 (antes do XXIII Congreso) em Bu- dapeste, teferiu-se de névo @ obstéculos que teriam sido pela China & passagem dos catregamentos soviéticos 20 me. L’Humanité de 23 de abril apressou-se a reproduzir essas declaragbes. 4 de inaio, um porta-vor do Ministério das Relagées Extetiores da China’ publicou uma longa declaracio oficial que foi difundida pela Agéncia Nova China, Nao se tratava sb- mente de responder ao Marechal Malinovsky, era também ré- pplica a carta «secretay da qual acabamos de falar. O porta-voz ssamente: . para o primeiro tri 3 China 1730 va- ‘g6es para o transporte do material dou e preparou os vagées, «todavia, as entregas efetivas nio ultrapassaram 536 vagées». 1.) A diulo de comparacio, os norteamericanos enviaram em 1965 300.000 toneladas de material militar por ms, sem contar as bombes trans portadas pelos avides da Sétims Frota 196 No que conceme ajuda chinesa nfo dispomos de infor. mages que nos permitam conhecé-la. Possuimos somente uma declarasio do Diério do Povo, de 14 de julho de 1965: «De sua parte, a China foreceu ao povo vietnamita uma 5 limitada pelas suas possibilid soldados norte nos tém_a prova, alids, todo: e seu Govérno no esquece chinesa das armas apreendida Em t6rno da controvérsia sobre a quantidade © qualidade das armas entregues, a ajuda militar coloca questées de prin- sem divida, compreender por que & opo. Vietname. Os soviéticos no negatam ter dado Ges. Em muitas ocasides éles se vangloriaram de novos acordos com 0 govérno da R.D.V, para ga de terial suplementar. - Os chineses, porém, nunca falaram Essa diferenga de atitude no é acidental. Do ponto de dos chineses, o ataque dos norteamericanos contra a R equiv a agressio contra todo 0 campo. soci conseguinte, ctiavarlhe um estado de ie © descobriria nos combates. Fazendo publicidade d prestado, a Unio Soviética realizava, na realidade, um coperagio politica: 1) Tentava demonstrar que, contrariamente 20 que havia sido por tanto tempo repetido pelos chineses, ela estava deci dida a apoiar os povos em futa conti perialismo, 2) Exercia pressio sbbre of norte-americanos para os Ie- var a negociar fipidamente uma paz indispensével & continua. so da politica de cocxisténcia pacifica na qual se tinha com- prometido, Téda a atitude do Govémno soviético dem le jamais procurou infligit aos agressotes norte-am derrota — que talvez no acreditava possivel, ecu giiéncias temia — mas em encontrar um terreno de que Ihe petmitisse salvar a face e chegat a um compromisso incerto. Essa € a razio de éles sempre terem sido muito mo- derados na dendncia do imperialismo norte-americano, ¢ terem t trevista concedida a Felix Greene, escritor inglés liberal, em 24 de novembro de 1965, Ho Chi-minh declarava: «O povo namita e 0 povo chinés mantém relagées fraternais, A io ¢ a ajuda da China ao Vietname so im A China, como a Unio Soviética ¢ outros esté inteiramente de acérdo com a linha de separar 0 Vietname da China e dos povos social tadas ao fracasso», (Le Monde de 22 de dezembro No dia 25 de abril de 1966, na abertura da Assembléia Nacional em Hanéi, 0 Primeito-Ministro v., Pham van Dong, declarou textualmente: «Agradecemos sincera. mente A China sua eficaz assisténcia, assim como sua encaminhamento dos socortos enviados pela Uniéo Sovié pelos outros fraternos paises curopeus». Notemos, de gem, que L’Humanité, falando dessa reuniio, néo diz um lavra, uma vez ao menos, sbbre essa declaracio oficial do Go- vémno vietna ‘A ATITUDE DIANTE DO IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO Por importante que seja a questio da ajuda militar, cla deve ser situada num quadro mais amplo. Nio se tratava sdmente de fornecer ou nio armas em quan- tidade suficiente aos combatentes vietnamitas — é claro que elas eram necessi Tratava-se de inir, sem equfvoco, a tomar em relagio ao'imperialismo nor- desde 0 inicio ataque contra a R.D.V. dirigentes soviéticos — e os feito para esquivarse désse responsabilidades. Tivesse a romado realmente a sério seus deveres de gran- dria até as sltimas conseqiéacias com um pais rente comprometide num conflito maior, e aban- imediatamente, sem titubear, a politica de «coexisténcia ida até entio com © Govémo norte-ameticano ‘Feria que encabesar uma poderosa campanha antinorte-ametica- deveria engajar nao sdmente os pafses socialistas ¢ 0s co- do mundo inteiro, como também tédas as forpas po Ie, nos quatro cantos do mundo, eram ja hostis a acao na do imperialismo norte-americano. Faltouhe coragem para de- clatar, como fizera Chu Enlai, que a politica de cocxisténcia pacifica com os Estedos Unidos era impossivel, ¢ que ela havia sido um érro, Seria necessério declarar sem rodeios, que 0 impetialismo notteamericano, envolvido numa guerra de agres- sio que nada poderia justificar, deveria ser detrotado ¢ obti- sido a se retivar do campo de batalha que 3 de junho de 1965: cita, no comégo, attigo do célebre joma- liste novteameticano James: Reston p pelo New York Times: «Os Estados Unidos e a Rissia procuram ambos impe dir a extensio da influéncia chinese na Asia... Em conversa- s6es privedas, os russos insistiram continuamente em que podiam fazer menos que fomecer armas defensivas a seu aliado norte-vietnamita. E se declararam abertamente opostos & do- ‘minagio chinesa désse pals. «ssas informagies sio chocantes, Entio, pela primeira vez desde a vitéria do comunismo na R lista ousa atacar diretamente um pafs do berto por tOdas as garantias politicas ¢ dos podem oferecer e, ao final de seis meses de bombatde ininterruptos, a poderosa U.RSS., a mesma que em dia a ameaga de seus foguetes, algumas horas apé: do Fgito, nio tem outta reagio que assegurar que ela também € contra a China e que ela «no pode fazer menos» que dar a seu aliado vietnaniita armas defensi onde a solidariedade a0 Vietname colocou nas ruas centenas de milhares de manifestantes e conseguiu em algumas semanas 100 milhoes de coletas — 05 ‘90 Partidos comunistas do mundo i totalizando 43 milhdes de membros, governando um tétgo da humanidade, no tenham sido colocados em acto com fOrea itresistfvel, para salvar uma revolugio em curso ¢ isolar, politice e moralmente, 0 Govérno que o tenta esmagar a ferro € fogo? «A resposta esté nas linhas de James Reston: a oposigéo entre a URSS, ¢ a China sobrepuja hoje, em intensidade, a eposisio entre comunismo ¢ capitalismo, Sem estratégia, nem zon ‘anos, todos 0s informagies e na guetta psicolégica, haviam-lhe ividade © 0s acontecimentos até aqui lhes esto Nio é necessério multiplicar as cita : se, de um lado, 0 Govémno da tra os Estad dos norte-americanos que setia a condenagio de téda a politica da URSS. Ja em 24 de abril de 1 -veramnente a ditegio do P.C. «Nesta hora present a se agarrar obstinadamente & pretendida ca» de Kruschev, que continua a ser a e de diteita, acabaram conduzindo a revolucio A vit6ria, tido contra © oportunismo de «esquerda» e de di se sempre a critica daqueles nossos camaradas que do, em lugar de jogar a responsabilidade sObre Stalin. finslidade, fazendo crfticas, era distinguir o verdadeito do falso, fazer progredit a causa da revolucio. Tudo 0 radas que haviam errado era corti ia-se esperar ainda que é ia pela experiéncia pr: 225 ‘do de nio organizarem grupos secretos ¢ se absterem de qual- guer atividade de sabotagem. O método por nds adotado foi smétodo normal da critica ¢ da autocritica dentro do Partido, consistindo” éar partir do, jo ‘de wnidade para chegar critica ou luta a uma unidad®-HOW", SODre Uma base nova; essa & a riio de témos obtido bons resultados. Compreendemos ‘que se tratava de contradigées dentro do povo e niio de contra- digdes entre o inimigo e nés, tornando-se necessério por isso adotar aquéle método para solucionélas». «O fim da década de 20, a de 30, 0 coméyo ¢ 0 meio da década de 4( que 05 chineses tive- ignifica muitos an com os atos de St Hoje so posstveis alguns esclarecimentos. Apés_o reco- nhecimento da China pelo General De Gaulle, Fontaine escrevia no Le Monde de 28 a 30 de janeiro de 1964 - ‘gos artigos bem document jetando muita que éle teve ocasido de tecimentos com todos 0s alin sempre se interessou pela China, nfo pela revolucéo ta na China, na qual s6 acreditou quando se toznou vi- ‘Interessava-se por ela como um pals em efervescéncia conde po imperialistas se opunham e onde poderia even- tualmente encontrar aliados. Até 1949, ow talvez até depois, Stalin considerou a China antes de tudo em fungio da u de que poderia apresentar pata a defesa da Unio Soviética. Por ocasiéo da morte de Lénine, o jovem Partido Comu- ‘oferecendo para Stalin 1923, a In entrar no Kuomintang, com dle no sentido de um refbrgo d ‘Um jovem coronel, Chang Kai ia’ sido en militar, junto do Kuomintang, 0 General Blicher ¢ como petito politico, Borodin, que se instalou em Canto. Na morte de Sun Yatsen, em 1925, 0 PCC. sho influéncia entre os operdtios e intelectuais das 226 dades de Canto, Changai e Han-keu, mas havia _negligenciado completamente 0 trabalho entre os camponeses. Segundo 0 es- ‘mentos dessa organizagio. Com as _poderosas de que dispunhs, Chang Kai-chek empreendeu sistematico de todos os focos revolucionérios em Nanguim, Xan- gai, Han-keu c, por fi Pantoso massacre, na comuna de Cantio. Foi um es- vézes descrito. das cidades com 0 dos campos. Mas para Stalin interessava nada fazer que pudesse inquictar a burguesia do Kuomintang como qual quetia a se téda a tazio, Mao Tsé-tung foi excluido da Secretari . As diretivas dadas por Stalin haviam custado a vida a quatro quintos dos comunistas. Mao Tsétung foi préso e condenado & morte, mas consequitfuyit no mesmo momento em que 0 conduziam 20 suplicio, latério sébre pesquisa realizada na do to camponés», Esse rel Choisies, pag. 23 a 67) € incontestavelmente um modélo do que uma andlise marxista de uma situacdo concreta exa- que vale a Mac Politica onde s6 voltou em 1935, Entretanto, éle continuava a organizar os camponeses na Provincia de Hunan ‘e, com o auxtlio de Cou Tebr o vérno Provisétio da Reptblica Soviética Chinese. Chang Kaichek, é claro, esforcou-se por dest io, langando sD 6 2 habilidade ° conselhos de p quais o eélebre General von 227 sistemético das regiées «contaminadas», por meio de fortifica- iante do perigo de ani co, Mao Tsé-tung deci- sper o c&rco no ponto ma para alcancar no Notte, dde uma grande volta, uma regio onde as tropas de Chang, $ercheL nto! Sedoscm alsangt lon’ ‘Fo! a exaotanata ep péia da Grande Marcha. Nao podemos descrever aqui as fan- ‘isticas peripécias dessa prova que salvou finalmente a revolu- so chinesa. Antes, 0 exército popular, cujos efetivos montavam a cérca de cento ’citenta mil homens, havia sido levado, por um envia- Taternacional Comunista, apesar da oposisio de sé-tung e de Chu Teh, a travar grandes batalhas de petiodo. Enquanto os Exércitos de Chang Kai-chek perseguiam 0 Exército Popular, agora sob completo comando de Mao Tsé-tung, 0s japonéses, tendo se apoderado da Manchiiria, preparavam a ‘grande ofensiva contra a China, No curso dos acontecimentos, (0s quais seria muito longo relatar, Chang Kai-chek foi detido em dezembro de 1936 na cidade de Sian, no centro da China, pelo Marechal Tchang Suéliang, que organizava a luta contra e compreendin que 0. Exéiito Popular era uum aliado nec clarado_no ano imperialismo» ¢ que se devia fuzilélo i rarem déle. A ocasio eta propicia, mas, por or i wunista, Chang Kaichek foi slto, po- al Nenguim, libertagio, Chang Kai-chek por fim A guerra civil que contra 0§ c das as suas f6rcas desde 1927, a fi contra o invasor japonés. Contudo, @le nfo tinha a minima Intenso de cumprir sua promessa. ‘Se os comunistas chineses aceitaram essa ordem de Moscou, foi porque viram a possibili- partida de um congragamento nacional antijaponés, que Tinka ditettiz, de sua politica até a dertota completa do Japio. Se os soviéticos salvaram Chang Kai-chek nfo foi pelas mes- 228 mas raves, mas porque continuavam a pensar que ésse exér- cito vetmetho refugiado no Norte, em volta do Yenan repre- sentava uma f6rca negligencidvel, enquanto Chang Kai-chek, dono da outra parte muito maior da’ China, constitufa a tinica f6rca real capaz de se opor 20s japonéses © ano seguinte, 1937, marca infcio da grande guerra do Japio contra a China: a ocupagio em ataques de surprésa da maiotia das grandes cidades, a retirada do Govézno de Chang Kaichek pera TchungKing na provincia interior do Se-Chuen. Isso foi ocasiéo. para a Unio Soviética fornecer a Chang Kaichek todos os equipamentos necessétios quatro divisoes. Quanto as ttopas com . foram, sob o nome de Oitavo Exétcito, colocadas nominalmente ‘Mas, desde 1939, quando comesou a guerra na Europa e, i quando a e depois os Estados Unidos fo- », Chang Kai-chek concluiu que a ia cedo ou tarde assegurada pelos 8 € que, por conseguinte, seu inte- tudo continuar a uta contra os comunistas, ides do Noroeste onde estavam sdlidamente it € onde, les sim, faziam uma verdadeira guerra contra as tropas japonésas. 86 pensando em destruir o inimigo principal, isto ido sObre Chang Kai-chek pata aceitar co- 8 de Mao Tsétung. A atitude de Stalin ambigua, E provavel que comecasse a tomar consciéncia da f6rga dos exércitos revolucionétios da China, ‘mas persistia em pensar que os de Chang Kaichek conti vain a set o elemento mais importante para 0 fururo, de agdsio de 1945, vésperas da rendicio do Japio, éle assinava com Chang Kai-chek um tratado de alianga vélido por trinta anos, onde a U.RSS. reconhecia 0 Govérno déle onde se comprometia a su reserva, Tres meses antes o representante dos (Truman, nessa époce, havia sul de Stalin uma declatagio de que efaria tudo 0 que est em seu poder para realizar a unidade da China sob a autoridade de Chang Kai-chek, acrescentando que nenhum chefe com cera bastante forte ‘para realizé-la por sir. E provavel que af também Stalin estivesse fazendo duplo j6go, parecendo muito ‘mais, todavia, nfo acreditar que os comunistas chineses pudes- nessa paca foi 229 sem tomar o poder e que os tenha aconselhado até-o fim a procurar acétdo com Chang Kai-chek, Sobre isso existe uma declaragio interessante que jamais, foi desmentida. No comégo de 1948, Stalin’ teria dito'no de- curso de conversacies com japonéses ‘e iugoslavos, no momen- to em que os Exércitos de Mao Tsétung alcangavam vitéria sébre vitéria; . Ao mesmo tempo, a U.RS.S. compromet num espaco de dois dos seus a restituir Dairen a ae também Concedia também um crédito de trezentos milhées de délates (o que néo € uma quantia extraordinér ididos por cinco anos ¢ reem- bolsdveis a partir de 1954. Concluise de tudo isso que se os ditigentes chineses sem- Pre tiveram a maior deferéncia em relagdo 4 Unido Soviétic fe a abandonar fanchtiria e A) Nero lito de Jn Mrrils Uw Village de le Chit poprdne, Gale limard, editor. ” os ee 231 jamais criticando Stalin, nfo foi porque tivessem muito a se felicitar de sua ajuda e de seus conselhos, Sem davida, @ revoluséo chinesa foi poderosamente ajudada de maneira indireta pela existéncia da Unio Soviética e pel pel decisivo que representou na derrota das potéacias fasc mas se niio tivesse sabido defenderse das intervenes de Si no teria conseguido triunfar. O jomalista K. $, Karol relata que depois da Segunda Guerra Mundial, sem divida depois de 1947, St i ‘ vvava contra as ttopas de Chang Kai-chek, e que Mao, de de téla percortido, deu-a a Liu Shao-chi’ dizendo: Lede isso ara aprender 0 que setia necessétio fazer para que estivésse. ‘mos todos mottos hé dex anos», Nio se pode gatantir a ve- racidade da anedota, mas corresponde bem a situagao real. Bles niio estavam todos mortos, mas os conselhos de Stalin tinham do mesmo modo custado muito caro enquanto foram se- guidos. H ainda Edgar Snow que relata 0 que the disse um alto funcionétio do P.C.C.: é uma smpre se ateve firmemente & doutti ismo sbbre 0 papel das massas popula i téria, sObre as relagbes entre os chefes, o Partid exagetado do individuo, clog de, a que se exagere 0 papel do camarada Mao Tsé-tung, o Comité Central do P.C. diu interditar desde 1949 t6da manifestacio rigentes do Partido por ocasiio de seus anivers dar 0 nome de um dirigente do Pattido a lugar, Essas_idéias que sempre mantivemos, ¢ que sio diferenciam-se profundamente da «luta contra 0 culto da pe nalidade» preconizada pela diteséo do P.CUS.» Em relagéo as faltas ¢ erros de Stalin, o artigo nfo volta 0 que foi dito em 1956, mas insiste em que é neceseéria uma anilise completa, objetiva ¢ cientifica, dos métitos e dos erros de Stalin apresentando «a histéria tal qual é>; © ainda: «A crt. 234 tica dos exros de Stalin, isto é, daqueles que realmente foram ‘ometidos por éle, e no daqueles que Ihe foram atribuldos sem nenhum fundamento, é coisa neces a partir de exposicio e método: ional, Essa € a tazio, sem divide, que leva o PCC. a pen. sar que antes do fim do século pouco provivelmente alguma solugio seja dada, Para © momento convém ao menos saber que a dentincia de Stalin no KX e XXII Congresso nio foi hhonesta e prejudicou o movimento comunista, e que € petigoso fazer julgamentos simplificados partindo de con tas © no de uma @ pesquisa histGrica objetiva! AS RESPONSABILIDADES HISTORICAS DE STALIN Quando se fala de Stalin, parece que sempre se esque gem as circunstincias histéticas em que le exerceu 0 poder. arcava com a Fespon- sabilidade de ditigit corretamente a edificagio désse pais, em grande parte devastado pela guerra civil, no momento em que a NEP. recuo nevessério para salvar a Reissia da fome, tinha desenvolvido tda uma camada de capitalistas no campo (os alaks) © na cidade (0s nepman); tinha a responsabilidade de dirigit, por intermédio da Internacional Comunista, os Partidos comunistas frigeis e inexperientes que tinham surgido depois da guerra em diversos pontos do mundo e que estavam mais ou N.E.P.:. Nova Politica Heonémice preconizada por Lénine 4 pote + Para livrr a economia da opressio do “comunismo de guetra” 235 clas tradigSies socialdemocratas, anarquistas © Ademais, Stalin estava cercado de dirigen- tava talento, mas que tinham pontos de romar. Ups; como. Trotsky, tia que nfo podia se constituir em apoio para a revo- luglio ©, por conseguinte, pensavam suscitar no exterior movi- revoluci ‘que conduziam as piores aventuras; ou- luenciados pelo desenvolvimento da nova compreendiam que a N.EP. era sé uma etapa transitéria de preparacio das lutas decisivas para a su- pressio dessa burguesia. Pera cumprir tédas essas tarefas gigantescas, faziamse ne- cessérias uma firmeza pouco comum e uma autoridade moral que Stalin ndo possuia de maneira alguma nessa época. alin, isto é como Lénine bem disse, um homem tide c, ainda, desconfiado a0 extremo. Pouco a pouco éle acabatia por no recuar diante de nenhum meio para vencer aquéles que consi- detava como adversérios da Revolugio. isso, © mais uma policia numerosa e rude para lutar contra os inimigos intemnos © os sabotadores prove- nientes do exterior. Foi com ésses meios que éle quebrou as oposigées de es- querda e de direita, que deviam ser vencidas, ¢ que 0 foram com uma rudeza que se pode ainda qualificar, até 1927, de ‘moderada, aspectos essenciais do primeiro plano quidagio dos kulaks © dos novos capitalistas das cidades foi feita brutalmente, no’ & menos verdade que a realizagio do primeiro plano qiiingtienal (1928-1932) constituiuse num mo- 236 @njunto como uma massa para a consolidacéo da revolugio russe. Em jaacio da agticultura estava realizada nas, suas smpo estavam langados os funda- poderosa indiistria pesada que iria fornecer & inddstria equipamento moderno e & defesa nacional os arme- ‘mentos necessétios. Para realizar essa gigantesca operagio com quedros ainda pouco educados, era necessério suscitar nas massas 0 maior de- ‘votamento, desenvolver 0 espirito de sactficio, o esplrito revo- ucionério. Isso Stalin realizou, o que Ihe valeu um imenso prestigio. E € aqui que os defeitos de Stalin. vio se manifestar de maneita inquietante. De um lado, éle sabia que havia ainda muito por fazer para recuperar o atraso da Unido Soviética, Ele DATS Tado, sabia que 08 primeiros sucessos, aids decsivos, ‘alcangados desde 1924, s6 foram possiveis com uma stan come ‘tante contra oposicées perigosas e gragas a uma vontade aspera ‘que havia arrastado_atrés Cae a or ove, iusso, fos olhos do povo e do Partido, éle se tornara a in- “cammacio dessa vontade, Iss juziu a sobtestimar seu_pa- pel, ¢ também a pensa? que nao havia nenhuma nate para “Prodificar seus métodos. No confiando realmente a nio ser em si mesmo, sua de fianga natural era reforgada pelo: s, insuficiéncias e até complés que deveu en- frentar ou =r abortar no decurso dos anos mais dificeis. ‘Ple era muito bom marxista para ignorar que a férga mo- proprio apatecer como . Em contrapattida, a sua des- des futures cuja,gravidade petspectiva de uma prova de férca inevitével com o mundo ca- Imente, acabou nfo tendo mais confianga senio, mesmo, 0 que 6 Tevou a Winar sOzinho “as decsoes esse nente; subestimou a férga do Ex com os deettes do coméjo da ‘rou coragem e firmeza inabelivei foi o verdadeiro animador e or De sorte que cumpriu, no essencial, a tarefa que the foi dada depois da morte de Lénine: salvar a Revolugio, fazer da Unio Soviética um. Estado poderoso e respeitad ender largamente o dominio da revel cia de um tinico Estado socialista por um conjunto ‘um campo sociaista, capaz de imporse a um mun- ista dividido e decadente, Que ésses sucessos tenham ocasionado uma maior exaltacio fundamen- da confianga em si mesmo, que ndo tenha hesitado em cobrir ‘Mas em seguida mos- Até a vitéria completa éle € notiveis progr 8 famosos rocessos de Moscou, que foram uma parddia ica _mas Guuc mio diminutram sux autoridade pessoal junto as masses, muito 20 contrétio, Ao mesmo tempo, nos seus promunciamentos oficiais aos Congtessos do Partido, ou em outtas circuns talento os. pris de seu pafs, nfo cedeu a0 norteamericana e, em tempo recorde, dotou a URS. ‘mas indispenséveis para enftentar essa ameaga. Nessas condigées, os comunistas chineses, que no se feli- citavam de sues relagées'Gom Stalit, nfo tinham razio a0 8 aspectos po gale PaaS tempo impossivel apli contrava a Unio Sov’ Set pelos relat6rios tendenciosos dos que the procuravam ogre, iam tomar-se suspeitos, resultado de tudo isso,s6 poderia sero temor, 0 0 Burocrati me L ff | sea de"pentnenga 9 7 / & ' fembem 7 2 ‘chefe, - “Seat aeasce ima matiobra” politica destinada a at minho | / a a “eleitos For posstvelb-~ Finalmente chegou a grande prova da guerra, que Stalin t no cessara de prever, Antes que fsse desencadeada agit 1 notivel habilidade tormando imp pelo Pacto’ Germano. ,, sem deixar de colocar em relévo o essen- t que a cotrecig, dos .erros_de Stalin con. be 239 ‘Em contrapartida, cometeu graves erros na prepatacio mi- Jitar da guetra, Enftaquecea 0 Exército com as cxitines Te: versas camadas do proletari ¢ de seus aliados, quando negli- gencia a execugio de pe sérias e aprofundadas que tra. ‘duzam as necessidades em de ordem concretas capazes de mobilar as masts, vetficando em segue se esas palavras ordem foram cumpridas adatadas_por-elas., Como vimos, € 0 gue os chineses chamam: a\linha de mass médo da ctitica, recusa respondéla tocritica, A critica e a autocritica s és, «0 pio de cada dia, sem o qu Nio se trata, aliés, de aceitar dos dirigentes, de a solicitar, de en to em grandes campanhas, quan tuasio politica inquietante, como balho quotidiano. Convém igualmente criar no Partido uma atmosfera tal que 05 sintam em momento algum ameacados de serem considerados como suspeitos ou como adversérios que devem sex reprimidos, Devese evitar a criagio de um clima de terror, ou simplesmente de médo, como 0 que Si i tara e que, sob formas mais care tomar a tetnal sem espit Jecido um acdrdo sincero, nte, a diregio de um Partido comunista deve tabelecer uma linha diviséria separando, de um lado, rovenientes de inimigos desejosos de repelir os prin. cfpios fundamentais do marxismo-leninismo ¢ destruir 0 Partido , de outro, as ctiticas honestas dos camaradas ou de alisdos, por mais violentas ou desajeitadas que sejam. ‘Também € evidente que nao se pode a qualquer propé. sito langar uma grande campanha de crftica e autocritica.. Exis- tem citcunstincias favoréveis, por exemplo, antes da tealizacio de um Congresso, ou quando se trata de corrigir uma fraqueza especial: por_exemy i i de ser disciplinado, isto é, de aplicar escrupulosamente as deci- s®es tomadas pelas instincias supremas do Partido, Aguéles que falam da critica e da autocritica mas dela rio. Essa atitude est em abso- Tuta contradi¢io com os smentos formais de Lénine, bastante notar que, na E «A. atitude em face de seus erros € um do: impor ¢ sei prs jst sun partido toe cunpee redmenie a cocpuics pad onc mie eve com as masses balhadors, fee cis a marca de um partido sétio, els o que se chame cumpriz suas obrigages, educar e instruir a classe e depois as massas'». E mais adiante: ‘Todos 0s pirtidos revolucionétios que até aqui pereceram, pereceram porque se deixaram levar pela presungiio, porque néo sabiam ver o que constitufa sua forca e temiam falar de suas fraquezas. Mas nés € que nao pereceremos, porque nfo teme- mos flr de otes Fagus, porque sprendceos «spl ‘alas E nesse mesmo parigrafo encontramse estas palavras que, se pot Stalin no foram redigidas, por éle foram certament: aprovads ria do Partido nos ensina ainda que 0 Partido néo seu papel de ditigente da classe operiria se, em: aud) AS Petes gifs deta ciclo © de seguinte frun-ao poe aL briagado por seus sucessos, deixa-se levar pela presuncio, se deixa de notar as deficiéncias de seu trabalho, se teme reco- questies penosa cias de sade, dominar por sentimento de auto-suficiéncia, se culto de si mesmo e adotmece sdbre seus louros». . No més de. maio de 1956, Maurice Thorez declarava: ‘As vézes se sente médo pueril de falar dos defeitos, das fraquezas do Partido, Pretende-se que € para nfo dar armas A reagio, aos nossos adversirios. Isso nfo é certo, O essen- cial para nds é nada esconder de nossos defeitos & classe ope- Gitia, porque € somente com 0 apoio da classe operiria € por cla que poderemos cortigit ésses efeitos», E em agisto de 1959, Kruschev dizia por sua vez: ‘cE necessitio criticar mais artojadamente, dar provas de ‘uma intransigéncia bolchevista contra as deficiéncias. | Estas fexistem concretamente, em pessoas reais, Nao dizer a verdade a vosso amigo, no temais. Se the dissere ese le & realmente vosso amigo, compreenderé ‘assim, apegando-vos a posigSes de principio. Se nio € porque iio é vosso amigo e nao compreende as ples, Af no deve haver compromisso com a consc Assim, Stalin, Maurice Thorez ¢ Kruschey proclama Jenemente que a critica e a autoctitica constitulam uma regra inaliendvel na vida do Partido, e nenhum dos trés a respeitou. Foi uma das mais graves faltas na bistéria do movimento co- ‘munista, wa falta cujas consegiéncias ainda aio cessaram de centrega 20 Zo das circunstincias que expusemos na primeira parte obra, -Formados pelos métodos de govérno da época de Stalin, (08 ditigentes soviéticos replicaram,com mé-fé, fizeram 0 impos- Sivel para esconder do Partido e do povo os documentos que m2, colocavam em xeque sua: politica, ¢ finalmente tentaram cutvar 8 que os criticavam, Mas sobréstimaram sua fOrga e slo éles que hoje ram numa situagio dif, E provivel que até sua i it vial Bove, qe morte Stalin tenha acreditado nas autocrtica, porém no as suportava ¢ para impedir que f6sse coloceda em ‘Mas nada permite pensar que Kruschev e os dirigentes cssores tenham tido © mesmo respeito interior por ésses Entte les, © oportunismo, @ pretensio e a ambi- até os bons sentimentos. sabe o que é preciso fazer e dizer radar seus ainda Caer os meios de manter em obedié ia que estfio sob suas ordens. Conhece a arte rabalho cada vez menos penoso e, se possivel, mais rendoso. O_burocratismo € um pres envenenado legado & soci dade s6calista eI sistema capitalista, do ual por longo tempo ela no se pode dispensar, ‘efeitos nocives. deve pouco a pouco reduzir, O_centrali i 19 contrapeso da s pela vontade de agradar ao chefe todo-pode lar fe -poderoso, ¢ pelo ando o Prestigio de cima para aumentar sua ore. os responsiveis do Partido, em todos os esca- ‘tudo o que Stalin dizia ou decidia. Daf resultou uma erupgio motal da qual os burocratas. soviéticos esti sto pgeal da eal os buocatas soviet loge __ Para gatantir a fidelidade dos quadros funcionais, dos quais tinha ‘necesidade, ‘Stalin concedew thes uportutes’ vantegens materiais sob a forma de salérios elevados, recompensas, confor- tveis alojamentos, casas de campo, fornecimento privilegiado etc. Tudo isso resultava na formagio de uma _camada soc bastante extensa que se distinclava cada ver mals das Magias 243, verdade que no tempo de Stalin nenhum privilégio era garantido, cada um podia temer que um malentendido ou entincia resultasse em sua prisfo ou mor balsamado Sta- certeza de encontrar alhures outro pésto vvinham ocupar seus lugares reforgavam a tas emburguesados, A Iuta contra a burocracia é ume tarefa longa e dificil que no pode ser Jevada at o i remliad, a Unit, Sov : wulares cavaram um fOss0 ‘profundo entre 0 pov tos dirjgences (ox chineses dirlam que a contradisio entre di ireis encontrar nenhum aqui, Nés somos todos pobres». Néo se pode jurar que a anedota seja verdadeira, mas é plausfvel e corresponde a um estado 4 todos os pafses socialists, uma grande parte dos funcionétios, grande maioria, € formada de homens s, Sinceramente apegados ao ideal comunis dos maiores su com a submisséo a uma linha polt s por él igentemente as posigdes de uma direrfo que con: icionalmente como mais ou menos infslivel, iim se Tormos, um pouco por téda a parte, um estilo de trabalho injustamente denominado de estilo «bolchevique». Besse estilo apresenta aspectos positives: rage devormmento, | fidelidade; mas tarnl | dono de qualquer esp "| das decididas na cipuls ‘as mais brutais, abandono de | tOdas as pesquisas originals. Dentro désse espitito, qualquer critica € considerada como uma desobediéncia que justifica téda a sorte de castigos. cupacio de defender . contra agGes sempre mais amea- gadoras dos paises capitalistas foi, com io dominante ‘de todos os P: cionou a Stalin uma grande liberdade para intervir, direta ou pot intermédio da Internacional Comunista, em tédas as ques- ‘es internas désses Partidos. Depois da morte de Stalin, os dirigentes soviéticos nao renunciaram a ésse estilo de trabalho, Apeser de tédas as de- claragbes oficias, consideraram que, como repre: sentantes da Unio inham 0 direito de ‘considetar to- dos os outros Partides comunistas como subordinados. Eo que, os chineses denominam de desvio do «partido pai», ou ainds, de espftito feudal, segundo o qual alguns slo de direito ‘08 superiores e 0s outros ingeriores. ‘Uma das grandes reformas rr velar = realizar depois da morte de_ "Mgvimen’S_comunista, ipios marxistarleninistas e assegurar a0. niesii0 m5 independéncia, que, como principio, era sempre afit- 3 que sdmente o P.C.C. de fato conseguiu preservar, encontrar soa contrapartida na fidelidade 20 marxismole- inismo e no esférgo constante para fixar em comum os prin- gerais do movimento, E isso foi tentado em 1957 ¢ ‘Quando surgem desacordos sobre interpretaséo dos prin- cuando novos e graves problemas se péem, Sio velhos principios que parecem novos ¢ insuporté- les que foram educados por Stalin. Essas fraquezas_sio, sem_diivida, os aspectos mais impor- tantes da «questio Stalin, fécil compreender que elas nfo seriam sanadas apenas com mas medidas ac Devese ir «ao fundo da nenhum Partido poderé t8da a seriedade ¢ indispensivel pacigncia, a corresio,,a.istific. siglo dos eros que acabaram tomando-se’ hibits. ‘Deixando-se o tempo passar, o mal ‘se agtavado por responsabilidade especialmente dos diri tica, Por niio terem querido pressas por um grande partido irmio, por se recusado a reconhecer as miltiplas contradig6es existentes dentio da sociedade socialista, por terem abandonado uma politica de princfpios na solugio dos problemas econémicos, Kruschey_ © Seus_gucessores colocaram a Unie Sovidi CAPITULO VI A QUESTAO DA DEGENERESCENCIA. 9 ameagada de retémo a0 Gpatentemenie, mais paradoxal. O primeiro Estado soc que abriu 0 caminho da revolugio comunista, que sob: as piores provas e, malgtado tudo isso, acabou se tomnando em oucos anos a segunda poténcia econémica mundial, poderia verdadeiramente estar ameacado de perder pouco a pouco td- das as conquistas adquiridas 20 prego de tantos esforcos © sa- crificios? E exatamente o que afirmam os ditigentes do P.CC. e que a maior parte dos co de todos 0s pafses no pode admitir. Entendamos bem: 0 P.C.C. niio diz que a Unio So- viética no é mais um pais socialista, que as imensas conquistas da Revolugio de 1917 esto abandonadas, muito a0 contrétio, expressim sua convicsio de que os fenémenos de degenerescén- cia serfo finalmente vencidos; mas 20 mesmo tempo ndo cessam de chamar a atengio para 0 petigo crescente que tepresentam @sses_ fendmenos, A. primeira questo que se coloca € saber se é possivel uum pafs com tal passado revolucionétio ser ameacado de com- pleto setdrno & situacio anterior. © marxismolesinismo nos ensinou que a tomada do po- der pelo proletariado, a mudanga de base econémica do capita: lismo ¢.0 estabelecimento de novas relagées econdmices nao Bassam de zonto de partie para eifiasio de uma sociedade truigio do regime de propriedade, a supressio iedade privada dos meios de producio ¢ @ passagem lade coletiva constituem a condicio indispensével para © infcio da construsio de uma sociedade socialista; mas essa cons 247 trugéo coloca uma quantidade de problemas dificeis que no podem ser resolvidos a no ser pouco a pouco e ao preso de tum muito longo e penoso esférgo. Como dizia Marx em A Critica do Programa de Gotha em , a sociedade nascida da sociedade capit sas & necessitio fazer penettar no ‘uma ideolog se choca com jh ampli da tatefa € suficente para fer ver eg, ef ode completarse a nfo ser no culo” z PrERMIST a sabatOTIN Tos ~"Ppodese compreender a leviandade dos ditigentes. sovié ticos quando dizem no XXI_ Congresso do P.C.US., no relaté- tio oficial apresentado por Kruschev: «B natural que desde 0 dia em que o socialismo triunfou no nosso pais inteira e definitivamente, e que entramos no pe- rfodo da construcio em grande escale do comunismo, as condi- ges que tinham tornado necesséria a ditadura do proletatiado desapareceram, as tarefas internas dessa ditadura do proletatia- do jé nfo existem», Tocamos aqui num ponto doutrinal de primeita importin- cia: a questio da ditadura do proletariado que era jé, em tem- 2a pos de Lénine, a pedra de toque para distinguir os oportunis- tas dos marxistas auténticos. Se Kruschev sse razio, se a sociedade sovittica tivesse se transformado numa sociedade socialista com é prestes a passar para a etapa superior do com como dizia Marx ateré desaparecido’ a servil subor individuos do trabalho e, com ela, Precisamente éste nfo é 0 caso. A construgio do socia- lismo esté muito distante de estar terminada na Unido Sovié- tica e essa € a raz por que a ditadura do proletariado con- tinva e por muito tempo continuard necesséria. Se Kruschey péde se permitir semelhantes he que jogou com a ignorincia e os preconceitos rel dura do proletariado, A despeito de todos os esclarecimentos de Lénine — e também. de Stalin em «Questdes do Leninismo» — sObre a ditadura do proletariado, essa férmula serve sem- pre de espantalbo no combate da burguesia contra 0 comu- nismo. ‘A questio € entretanto simples: desde que as sociedades esto divididas em classes antagGnicas, a classe ou as classes dominantes s6 podem exercer seu io de uma di- tadura, seja ela aberta e declared imulada sob for- ma da democtacia burguesa, po i dinheiro, Derrubado 0 sistema capitalista, o proletatiado no pode assegurar seu poder a-no ser exetcendo por sua vez uma ditadura para impedir a volta do regime antetior. Quando se trata de quebrat as tentativas contra-revolucic essa dite ‘Lénine analisou perfeitamente ésses dois aspectos contraditérios da ditadura do proletariado quando escreveu: , que Marx de: snunciava em 1830, que querem terminar a revolugio o mais cedo possfvel quando os objetivos que thes interessam foram alcangados, andlise par que expusemos I SES ec woe oe ma do marismo — que a contradigio esté presente no prépri interior de tudo 0 que existe, de ordem material ‘ou expiitual, : : J. A. diferen i ‘lo podiam ser tesolidas a ndo set pela fOrgn, engua t0 a5 outras resolvem-se pela pesquisa metédica, pela andlise 252 SHS FEE Reece eeometian, 5 Gue- Mare cham cabreviar cientifica, pela experimentagéo, discussio, ctitica ¢ autocritica. Mas nos dois casos existe sempre luta: violenta para as con- tradiges antagdnicas, pacifica para as outras. A solugéo de ‘uma contradigéo é, em si, um ato fevoluciondrio, uma revolu- Gio, isto é uma modanga qualitativa que faz aparecer um fe némeno névo. Essa mudange qualitativa, ésse salto, é sempre precedido de mudangas quantitativas que fo modificam a for ma do fendmeno, mas que preparam a mudanca qualitative ul- Transcorre um certo Tapso de tempo em que se acumulam elementos quantitatives que toram possivel a so- Tugio da contradicio, isto é, 0 ato revoluciondrio. A duracio das etapas varia muito de um fenémeno para outro, Nos do- minios que dependem da atividade humana, ésses_intervalos dem set abreviados por uma consciéncia exit 50; Se tomarmos'o exemplo da revolucio russa, vemos que a primeira etapa consistin em realizar a revolugio democritica (essencialmente, quebrar o que subsistia do regime feudal) que a burguesia néo cra capaz de levar a seu térmo, Se o prole- tariado se tivesse detido nessa etapa, teria simplesmente colo- ‘poder a burguesia que teria organizado um regime ca- de tipo tradicional , sem diivida, de grande durasio. 10 0 proletariado era a forga revolucionéria dirigente nesta primeira fase da revoluglo, e como a burguesia era muito fraca, era possivel, como Lénine longamente explicara ¢ como a experigncia provou, passar, por um processo revolucionério ininterrupto, & etapa seguinte, isto é, & revolugdo socialista, Num notével estudo filosético, o filésofo chinés Wu Yang" escreveu «Tanto se trate de Marx, de Lénine ou do camarada Mao Tsétung, nio foi sem motivos que falaram da revolugio per manente, A teoria_da revolugio permanente tem _seu_oposto, que € 4 t2oria das pausas na revoluglo, cua teoria do desapa- 1) Ver estudos de Stuart R. Schram: La "Révolusion permanente" en Chine, Moston, editor. 258 recimento_da revolugio, Jé que hé de fato sempre pessoas que {id de opinlio de que a revolugio deve ser interrompida ou limitar-se a uma ou outra etapa, nés no poderlamos agit de futra maneira “que. defender com tdas as nossas {Ons ‘a teoria da revolugio permanente. sso corresponde aliés uni dade das contradigées. Os que julgim que a revolugio deve 4 posigio de classe € muitas vézes o fator determi. ante, Todos os ‘revolucionérios burgueses ou pequeno-butgue- ses (sob qualquer imagem eral tomar algu: so como” escépo ogo seja e fiéncia, alguns da revolugio. E como jé i da revolugio permanente tomou forma precisamente na luta contra gente dessa espécie, Resse tipo de luta pode durar muito tempo, mesmo nas condi. ges socialistes, sob a forma de uma lute entre duas viay de Além disso, os ettos de pensemento podem leterminadas pessoas, que no coméco eram re- a abandonar em certas ‘circunstincias seu espftito Tocamos aqui amago do conflito que sepata os diti tes do PCUS. ¢ 5 do PCG” PM vee ‘que serio necessériag inti desembarigar-¢ comscineta dit- sacha para_GUURIE-€ enganar oy jovens dit lolhes © eal estado da sociedade em que vive; € esconderlhes que seréo que Iutar durante t6da sua vida pata fazer progredir sem cessa € a0 mundo que os envolve, por meio de es; € desperdicar as reservas de entusiasmo uum sistema socialista deve produzin, Quando 9 PCC. declata que a socialista leva es, fe 0 Var ae i os jovens? Muito ao contrétio, pois que, entlo, ninguém 6s estd enganando, les ficam conhecendo a grandeza da ta- refa que os espera, ¢ cada ptogresso realizado mantém ¢ es- timula seu ardor. Quando o P.C.US. declara em 1961 que a,canstrucio do. i! evar pelas belas frases de propaganda, as mas a se aperceber de que as promessas eram enganadoras, Desa- parece entio a confianga, reforgase a tendéncia a se acomo- dat nos antigos habit Se se passar tica externa, as conseqiiéncias nao sio melhores tira nfo € a promessa de comunismo em vinte anos, mas que- ret fazet cret que a paz mundial pode set assegurada por um centendimento com o impetialismo norte-americano, Jé conhe- ccemos ésse problema, nio é necesséri tna conscigncia ‘dos ho- que pode exercer um , ambas representam uma ameaga constante de degenerescéncia para as sociedades socia- listas. um z a assinalamos acima (pie série dos nove era consagrado & de examiné-lo mais detidamente. se de uma demonstragio metédica, cujo interésse ul- de longe 0 ambito de um tnico Estado, Mostra que que_se_ comprometera_no_caminho do_socialismo pode_ presivamente deyenetat, sem Golpe de Estado, Por unia “srokgro-Teputar, pode wollat poico @ Pouce ao capitalism, tor Tiarse um simples apéndice do ismo. ) que o terceiro artigo da igoslévia. Chegou a hora A argumentago estuda sucessivamente todo 0 mecanismo da economia e do Estado. E impossivel a um marxista deixar 255 Nido se pode falsos — e nin- © as conclue ses devem ser_aceitas, A andlise do P-C.C, lembra de infcio a condenagio uni- hime e clarfssima da Liga dos Comunistas da Tugosiévia na Declaragéo dos oitenta e um Partidos em 1960: «expressio concenttada das «teorias» dos revisionistas contemporiineos»; traigio do marxismo-leninismo; petigo para «o povo iugoslavo de perder as conquistas revolucionétias por éle adquiridas 20 preso de herdica luta», agitagSes subversivas contra 0 campo socialista e 0 movimento comunista mundial», Conquanto, tenha aprovado essa condenagio, Kruschev no” parou de repetit que a Tugoslévia era um pals ialista avangado, O artigo do P.C.C. diz: de Kruschev, a Iugoslivia € no sdmente um pals socialista, mas ainda um pais socialista eavangadoo, um pais onde nio’se ouvem «tagarelices sObre revolugio» mas ‘onde se verifica a «edificacéo concreta do socialismo», um pals cujo desenvolvimento traz\ «uma contribuicéo concreta a0 conjunto do movimento operirio revolucionério’ internacional». Seguese 0 estudo preciso da situacéo econBmica e social nas cidades, depois nos campos, tudo apoiado sobre textos falista © até prietérios emprésas sfo pa realidad ‘capitals que embolsam para sii mesos a maiswalia produzida pelos oper ios. Depois de citar exemplos, 0 artigo resume: «Nas cidades da Tugoslavia existem nao sdmente indistrias privadas, emprésas privadas de servigos piblicos, estabelecimen- tos comerciais privados, sociedades imobilidrias privadas, com- panhias de transporte privadas, mas ainda usurdrios conhecidos sob o nome ‘de «banqueiros privados». Estes praticam suas atividades em plena luz do dia e colocam mesmo antincios déste genero nos jornais: «Oferece empréstimo de 300.000 di- nares por trés meses ibélso, 400.000 dinares; exige-se Nos campos nfo € menos evidente o,desenvolvimenta. pro gressivo_ italis ‘Logo de infcio observa-se © desaparecimento_regular_das cooperativas: eram em niimero dé~6.900 em 1950, 1.200 em” “DSTA ea 1560. Desde 1953 vem sendo promulgada «uma sétie de leis ¢ decretos instituindo no campo a compra, a_venda eo arrends- mento livre s, asim con OTR Sete Wa mode i a formagao. propesiea ie ‘uma classe” isto €, 0 retémno progressivo do capitalismo a0 cam- jornal oficial da Liga dos Comunistas Tugos- que o reconhece em 30 de agésto de 1962: Os assim chamados «bons produtores» so «atrendatétios que exploram as. terras alheias, os exploradores de miodeobra \dbeis cometciantes», Nao sio produtores, mas proprie- drios de emprésas. Alguns dentre éles durante 0 ano todo em a mio numa enxada. Empregam mao-de-obra. contentam-se com supervisionar os trabalhos dos campos © co- merciar», E 0 artigo acrescenta: ios so particularmente ativos nos cam- 08, muitas vézes, eleva-se a mais gate pesos ae, desempregados, mono, abalho e, fazendo 0 papel de intermedisrios, camse a exploragio>. Como alifs. se sabe, muitos iugoslavos comecam hoje « tomar 0 caminho do exilio, pelas mesmas razdes dos. infelizes espanhéis ‘ portugués. ‘Vio procurar os meios de subsis téncia nos paises industrializados da Europa Ocidental. Em seguida, 9 artigo ctitica a famosa «autogestio operé- siay: ee "cA dague de Tito quilfica o sistema da propriedade das ‘emprésas"Colocadas 80D de eautogestio operdtian e de «fib 2 08 opt ‘estio diamettalmente em oposicio aos fundamentais do matxismo acérca do socialismo, tempo foram totalmente refutadas pelos autores ma sicos. E depois de lembrar as declaragGes de Marx, Engels ¢ L& nine, sBbre essa questo, o artigo prossegue: «As emprésas onde é aplicada a «autogestio operitian es- tio de fata sob a diregio da burguesia burocritica e compradore* de nova espécie, representada pela claque de Tito. Esta con- trola tanto as finangas quanto o pessoal das emprésas © apto- priase da maior parte dos rendimentoss, © que resulta para os operiti ivem na pobreza. Os io tém Muitos déles foram rua porque suas emprésas faliram. De acdrdo com ica oficial, o mimero dos desempregados em feve- ‘era de 339.000, ou seja, cérca de 10 por cento empregadas. Ademais, a cada ano, grande ntimero de operdrios emigra para o exterior». Em conclusio pode-se dizer que: «A aautogestéo operdtiay aplicada pela claque de Tito téz as emprésas, que no coméco eram propticdade de todo 0 povo, afastarem-se inteiramente da érbita da economia socialista. , mudanga da ditaduta’ do profetatiado pata @ ditadita da bur guesia, cla nfo se operou bruscamente, por um de Es tado, mas por uma sevolugio pacfica» gou_progres- /// sivamente o Pfque againbarea | { Zar seu proprio benélicio da pelo. trabalh dos operitios e dos campor «0 processo de degencrescéncia da Tugoslévia prossegue hé quinze anos, Constitui uma verdadeira histéria de «evolugio pacificay pela qual um pals socialite tornase um pals capt «E apoiando-se sObte 0 imperialismo norteamericano, s6- bre a méqui tal da ditadura da burguesia buro atistocracia opendtia e sbbs » que a claque de Tito manté go na Tugoslévie; 20 mesmo tempo, recorre a sorte de falécias para mascarar sua fisignomia reacionéria ¢ mistificar as massas populares», Nessas_condigées: «A atitude de cada partido marxistaleninista em relasio a claque de Tito néo € mais a devida a um partido irmio, uum pals imo, ou uma atitude visando sua regeneragio. Tra: tase de desmascarar e combater resoluta e constantemente essa clague de renegados. A Declaragio de 1960 precisou clara- ‘mente ésse pontor, Para terminar, o artigo estabelece um patalelo impressio- ante entre a8 pougbes idelGpicas © os ato de Kruichew ¢ de ito, © tm revolugio socialists, mas os principais dirigentes, com Tito & sua frente, no cram de maneira alguma internacionalistas mas nacionalistas estreitos, dominados alia ambigoes total, ajeoe asslaleTeeata(a 1ra de sua ignor lo. Esse era 0 momento azado preciso acrescentar que pata quebrar a resisténcia is pela agravagio dos erros come- io. Assim o mal cresceu pouco a pouco até o es- tado presente, agora s6 pode ser sanado por tuma nova revolu- sho, mas a classe dirigente atual tem sem diivida meios de im- woslavos tum partido do fato de que a res e que nfo tém como ponto de compat de que 0 caminho de ret6rno a0 ca ido, Além do mais, a classe capitalista m a mesma aparéncia exterior que a dos velhos segunda ru vonuade, mat slo indvidos par luvesconcrvar a ‘vedo getal do sorte que é justfcado dizer que © capital fugenlave ¢ ure C. piéocipot-ee em demor degen: da Tugoslivia, foi porque justa razo, que isso «constitui para o movimento comunista internacional um névo ensinamento histérico», impiedosa denincia bascia-se numa anélise séria so precisos no contestados. Entio, quem tem razio? O PCC, ou agi estudada pelos admissivel que rancés tenha enviado @ Liga dos Comunis- tas da Tugoslévia, em fins de novembro de 1965, um calo- 1050 telegrama onde se diz especialmente: um instrumento de ida, Os aparent bam transformando-e, io da ordem is «revoluciondtios» slogons aca- cortinas que escondem © con- servadorismo doutrinal ¢ Ivez 0 comportamento defen- sivo, que caracteriza a nogio ocidental de «o que € diteito», Os filhos dessa classe privilegiada séo favorecidos quando se trata de entrar no ensino superior e em postos intetessantes: «A experiéncia mostra que os filhos de dignitérios sio numerosos na diplomacia, na imprensa, e, nesta, sok lo nos cargos que proporcionam’ viagens ao exterior. Muitos slo en- genheiros ou fazem parte dos quadros nas emprésas, Em todos 0s casos, as pesquisas efetuadas nao nos permitem descobrir jum 56 que tenha voltado 4 condicio primeira do pai, & con- dicdo de operétio» Enfim, esta «juventude dourada € levada a uma existén- cia que se assemelha estranhamente A dos nossos jovens bur gueses: ¢ «internacionalismo proleté- Midio do culto da personalidade» e «respeito da existe, por exemplo, sav dos térmas opostos», Jé tivemos contato com ésses ideSlogos profissionais, cujo tipo € 0 «tesrico» Susloy; Tatu cita outro que desempenhou 267 grande papel no tempo de Kruschev, Iyitchev, chefe de agite Gio e da propaganda desde 1958, do “qual ita uma daquelas férmulas miraculosas que s6 éle’conheci homem sovié ico combina barmoniosamente a riqueza intelectual, a pureza moral e a perfeigao fisica». ‘Um exemplo perfeito désse servilismo dos servigos de pro- paganda deu-se no momento da queda de Kruschev, «quando cs cinco mil jornais editados de um lado a outro do pais «es- queceram», como um s6 homem, da noite para o dia, aquéle que haviam citado, venerado, ¢ ‘mesmo adulado por mais de dex anos». Assim se constituiu, em volta do micleo ditigente, um sis. tema fechado, bem organizado, capaz de desencorajar’as criti: ‘as internas € de impor uma linha politica priticamente a salvo de discusses. Poder-seia entio dizer que 0 povo sovitico esté inteira- mente de acérdo com seus ditigentes? Certamente no. Mas meios de exprimir seu descontentamento na es ios. Extravasa-se, ds vézes, sob a forma de anc- Jerar algumas manife peitar uma certa liberdade de pensamento e de expressio. ‘A grande maioria do povo sovigtico vive com a lembranga de um passado glotioso. Ele se ufan: muita razio, do herofsmo de que deu provas nas gr: cessos_aleangados, do exemplo oferec mundo. E um orgulho nacional, natural e saudével, Habitua- ica considerada como a vanguarda do dos a ver a Unio movimento revolucion: naturalmente que todo aque contra seu pals e deixam-se Jevar pelo sem- ‘acionalismo tradicional. Imaginam que os chine i) Por ccemplo: "Quel & 0 maior sg:6a0mo de noio pais? — Kruscher. — Porgot? — Porgue @le planta tigo na Uaifo Sovidica © 0 Knscer. — Form que te planta igo na Unit Soi 268: porter sar modo de vida, Deformando sistematicamente 0 pen Eamento dos comunistas chineses, nao divulgando seus escritos fou seus discursos, os dirigentes soviéticos sevigoraram ésse €8- treito_nacionalismo™ Taéias simplérias ¢ falsas penetraram 0 espirito das mas- sos: os chineses querem nos meter em aventurts que conduzie Soe guetta mundial. Opondo-elhes, nossos dirigentes defen- dem a pazj les querem que nés tenhamos uma vida melhor. Mas tudo isso nio é suficiente para manter 0 entusiasmo. licados na Franga de hé bem longe do «homem sovi 1) combina harmoniosa- mente a rigueza intelectual, a pureza moral e a perfcicéo fisi- ca» de que falava Tlyitchev. Nio se trata evidentemente de desacteditar o povo sovié- ja simplicidade, franqueza e muitas outras virtudes qual- ante pode apreciar, No passado éle sempre demons- tenacidade € coragem nos momentos das mais dures, ¢ nenhuma de suas qualidades desapareceu. ‘Trata-se rescéacia dos quadros diri- cessitid, de tm lado, reconhesam suas faltas e se submetam a uma honest tica — é a primeira condigéo pata restabelecer a de outro lado, que éles se voltem modestamente para as populares para estudar com elas tudo quanto funciona ms to na otdem econdmica como nas relagdes pessoais, nas ses com a administragio eo Partido, na educacio ete i ‘ergo. metédico, muito tempo, modéstia ¢_ttabalho. Se jer Maos A obra, os menos de degenerescéncia ‘multipliearseao, corrompends todo o sistema socialista progresso econémico possibilitado_ pel entio havia permitido & Unio Soviética recobrarse de seu atraso secular. O renascimento da classe burguesa, 0 repddio pritico nos atos, quando no nas palavras, dos ensinamentos fandamentais do matxismo-leninismo tiveram como resultado es. palhar a negligéncia e a corrupcio. tuma série de exemplos sdmente no decorret brica que trabslhava para o Exército ¢ que seus ditigentes haviam transformado em emprésa privada; uma fbrica de méveis de Kharkov na qual o diretor havia organi zado uma emprésa de malharia; um diretor que «tinha vitias mulheres, automé que era «ainda um grande de cortida»; um diretor de uma. fé- roubado mais de 900 teates, pata revendélos em outtas repides; duas fdbricas de Kirghisia que tinham se apossado de mais de 30 milhées de tublos do Estado © que contavam entre seus membros «0 de Planificagio da judiciétios, que os protegem e servemlhes de agentes. Até al- tos funciondtios dos organismos estatais os apdiam e thes dio cobertura». astigo do P.C.C. cita outros exemplos de escindalo, sem- pre tirados da imprensa sovictica, nos setores agricola e co- dos s6 constituem uma parcela do que rensa sovittica. Sdo suficientes para alar- mar, mas os que ela nao divulgou, os mais chocantes © mais Braves que tratou de esconder ¢ enterrat, sfo muito mais mu. mex0s08», Essa situagio nio se modificou depois de 1963. De vez em quando a imprensa ocidental assinala algumas proezas. Foi assim que o secretétio do Partido do Cazaquistio, Yussupov, re- velou que, no seu setor, (0 das ter ) "18.479. funcio- nétios da agricultura haviam sido por roubo ¢ des- vio de fundos. De outra feita, o jomal da Juventude Comm. nista de Moscou relata a seus ‘eitores que tim engenheiro da 270 televisio soviética, Yudkine, havia constituido um harém de © descrédito sébre nossa gloriosa juventude soviética», Poderseia dar outros exemplos, mas nada acrescentariam, © importante € ver 0 que tudo isso significa. Logo de infcio € preciso frisar que nfo hé comparagio entre 0s escindalos da sociedade socialista e os de qualquer jtalista, Entre nés, os roubos, as agressoes, ‘imagem que possuimos de uma sociedade socialista. H de se admirar que casos de corrupsio manifestemse na Unido Soviética? O BCC weporde . A condenagéo aqui é impiedosa. Ocupa um espao ex- tenso, mais de trinta péginas no attigo de 14 de julho de 1964, Alguns exemplos: «Ao substituir o prinefpio socialista «de cada um sexundo lade, a cada um segundo seu trabalho», pelo estimulo , Ionge de reduzit, Kruschev a0 contrétio acentuoa a mt tent istente entre os rendimentos de uma minotia e 08 los camponeses ¢ dos intelectuais em geral. Fa- lementos degenerados implantados nos postos de diregéo, encorajando-os a comportaremse com menos escrtipulos ainda nos seus abusos do cargo para apropriarem-se dos frutos do trabalho do povo soviético. .. «Kruschev atacou o sistema de planificagdo socialista da sgricultura, qualificandoo de «burocrético», « a0 pres, de seu sanguc, esd colocado hoje de Kruschev diante de um perigo de gravi- dade sem precedentes, 0 perigo da restauracio do capitalismo>. E ainda que: «O grande P.CU,S. encontra-se diante de um grave petigo, oda degenerescéncia de um proletirio num partido bur- gués, de um partido marxisteleninista em um partido revisio- nista>, 274, ‘Téda a prova, todo o tecuo, todo o revés tem um aspecto positivo, desde que se saiba tirar os ensinamentos. E a outta face das criticas do P.C.Cz evoluggo de outubro forneceu aos marxista- leninistas de todos"0s paises ¢ ais importante experiencia po- sitiva e abriu caminho para a tomada do poder politico pelo revisionismo de Kruschev, de seu lado, mostrou wm como a Tugoslivia serve de exemy transigao de uma sociedade fundada em bas le capitaista, exemplo que pos formas e processos da caminho trilhado pelos URSS 'Nio_se deve contudo sonfundis £°vh .c40 da Tugoslévia com a vigente a Unido Soviética, cujes raizes social emiste, ¢ hi dez anos vem se agravi sso explica a. seve- idade crescente das criticas dirigidas pelo P.C.C. 20 PCUS, do mundo inteiro podem Por isso nio hé razéo para encarar com pessimismo o futuro. Os que se desviaram do ca- aprender o que nfo se deve iados pelas préprias conse- serio desmentidas pelos fa- Quando um pals nitio, todo 0 conjunto tos. Foi te 0, doe sont, Win actor att © da economia. ‘A expetitncia da Unio 215 © fato ndvo € que o crescimento nuir ao mesmo tempo em que a Na agricultura, nem é caso de insistir. Desde o XXI Com gresso no houve priticamente das terras virgens que entio, se ini ‘a Frangat, e que representa 20% das tivo de trigo na U.RSS., produzit, O'tendimento médio por menos que o usado para semente. No setor industrial, 0 fendmeno mais evidente € nos, do ritmo de progress. produgao indust il tinha aumentac inas ¢ bens de equipamento J "Mas para 1966 0 Govérno soviético previu 9. Assim, cada vez mais se aproxima do 1o de crescimento dos paises capitalistas adiantados. O que ‘mais ‘menos: ;, foi assim exatamente que o comu- nismo soviético aptesentou-se até que a politica de Kruschev ‘a produzir seus efeitos. prova ainda que 0 progtesso diminuiu nfo porque 0 mal feito, mas porque foi mal execut Um de mimero de diretores de emprésas e também de of ‘io julgou que a execu¢io minuciosa do plano era seu dever revoluciondrio; perderam o entusiasmo em vista desordens administrativas que testemunhavam e que no podiam cortigit, em vista dos abusos impunes de muitos membros da nova camada privilegiada, Presenciaram muitos roubos ¢ tra agas que ficaram sem castigo porque os culpados eram pro- tegidos pelo aparelho burocritico todo-poderoso. Dessa ta comesaram a antepor seus interésses pessoais aos col como ensinava a tradigfo, procuraram trabalhar menos ¢ mais, Os ertos nos domfnios da aj cutiram fatalmente sGbre o da perderamse desonestamente, ‘A imprensa burguesa teve grande prazer em destacar recen- antesca confusio do sistema de distribuicdo» re- 0 de Statniuk, Os Borens nao so anjos, e por adov no Literaturnaya Gazeta, ios contra os métodos de Segundo os dados oficiais, os Aolkozes e sovkozes do Don, de Stavropol e do Kuban (ao norte do Céucaso) produziram, am — ft ets com ela, de ‘alimentos para gado, cem mil toneladas de legumes, mel6es ¢ melancias, ¢ mais de duas mil toneladas de frutas. «Criaram-se, diz Radov, tédas as condigSes para que a5 frutas ¢ os legumes apodrecessem convenientemente (e impune- mente)» sem ser ven retores das fabticas e Radov os faz diz Em 1964, pr de caixas ‘de tomates verdes e de couve picada, «sabendo per feitamente que ninguém as compratia», foi menor 0 escindalo do transporte de ovos. Em 1965, vinte ¢ seis vagdes de ovos estragados, ou seja, 4 milhdes provenientes da Uceinia, foram embs cou e Leningrad, Numa regifo da URSS, 0 jon de 100 milhSes de ovos perdidos em um ano. A conclusio de Redov € interessante: «E-nos,n umm spoio econbmico expaz de proteger ro do aumento da perda como de , que veja 0 fucro>. camino, pois foge a0 centro do sebicma gue com temfvel ruptura entre _a dire A peal ia, 0 espirito um pouco a pouco ¢ que conduziram dos sio a consegiiéncia de uma linha pol tuagio no pode ser corrigida a nfo tato pessoal com as massas para com gressivamente os abusos, Concretament guidos, em todos. os ales, 08 1 pensives e cumprir sua parte de tes r pode ser lenta, E os remé a ‘BeneTOSOS, Pa ‘“Dacéias pata tesolver os problemas econémicos especificos de Gada pals, em razio das condig6es sociais, histéricas, geogréli- 278 cas particulares; mas existem principios gerais, que todo Par- tido comunista deve CUGar € corajosos que nfo faltam, mangas, trabalhar e cumprir sua missio até o fim, Esté claro que os ditigentes sovitticos recuatam diante désses deveres que implicam uma vida mais austera, um trabalho ‘Ao colocar em primeiro plano as picia-se 4 massa uma contra-educagio, uma deformacio escan- dalosa do ideal comunista. Em discurso pronunciado a 12 de julho de 1957, em Os trova, Tcheco-Eslovéquia, Kruschey ja ito 5 4A polltica io: pode ‘deixar de ter a primazia stbre ‘a economia... Sem’ uma posigéo politica justa, uma classe no 279 pode manter seu domfnio e, por conseguinte, no pode mais desempenharse de sua tarefa na produgion, ponto doutrinal de primeira importincia. igualmente tanto _na_sociedade peito da igo populares sejam mais perfeitamente ignorantes e mistificadas. H evidente que numa sociedede socialista todos os pro- 5 devem ser resolvidos para assegurar_um notar que essa atitude nfo produz_ jamais yeradc Colox yarte das discussdes po- Nii sistematicamente déspolitizadas, ignors como funcio- Te-ieciedade, e para que fins sfo arrastadas, as maseas tém uma tendéncia natural a limitar seu horizonte,. “Cada um Pr0- t “cara ehitao satisfazer suas pequenas i pes tringir seu esf6rgo a0 minimo necessrio para viver o melhor possivel. Foi o que aconteceu na Unido Soviética depois de alguns anos de i i por que decaiu 0 entusiasmo, por que a produgio agricola néo féz nenhum progresso, a qualidade dos produtos industrisis de ' ‘consumo corrente ., sobretudo, por que multipli- caram-se os fendmenos de corrupsio, dilapidacio, os desperd:- ios, os abusos do poder. 280 Diante dessa situatio, g ‘Sio corajosos bastante para rarem as causas profundas do mal- ip decites que se revdarem 8. arrega todos os pecados de Israel. gem eset i ro em relacéo a Stalin. Tudo isso néo os impede de continuarem como eram RO tempo de Kruschev e de orientarem-se pata soluges que mais ainda se distanciam do marxismojeninismo. Concretamente ales 36 veem como remédio a exaltacio do Tucro material, Jé Do teinpo Ge Stalin, as diferencas salarials eram muito grandes, ¢ sgravados por t8da a sorte de prémios e pequenas vantagens. is jue pela necessidade histérica de enco- dotados a aumentarem rApidame produtividede do trabalho, nfo deixa de ser um ci rigoso, contrario aos ensinamentos de Marx e que nfo ria ser seguido por muito tempo sem prejuizos. Nao se trata, € claro, de ceder a um igualitarismo de tendéncia anarquista ¢ pequeno-burguess, A doutrina sempre ensinou que na longa transigéo que conduz do socialismo ao comunismo, a reparti- cio dos bens de uso deve ser feito segundo o principio: yente essa a grande esperanga da burguesia, In- com as armas um pafs tio forte como a Unio -a téda a sua esperanca numa degenerescéncia pro- 4 0 valor de sero exemplo. Com a Iu- resolvida. A Unido So ‘a0 marxismo-leninismo denuncid-lo com _tafransigencia, 284 CAPITULO VIII SABEDORIA DA CHINA ‘A CHINA ENTRA NO PERIODO REVOLUCIONARIO (1841-1842) Estéo os ditigentes do P.C.C._quilificados para os dirigentes do P.CUSS., como o fizeram no passado ¢ con tinuam fazendo? Tendo o P.C.C. se formado muito mais tarde {gue © pattido bolchevique na Rissia, tendo tomado 0 poder inta anos depois da Revolugio de 1917, teria éle revoluciondria ¢ autoridade que just ‘século XIX, os acontecimentos precipitaram-se, ‘Aproveitando-se de sua fraqueza, os ingléses comesaram © aa China para imporlhe a venda do pio, A ponto de partida de uma ataque ftgurta do Gpio» (1841-1842 intervencéo cada vez mais insolente das poténcias estrangeiras. Ji em 1842, 0 ingléses conquistavam HongKong, conseguiam ‘ abertura de cinco portos a seu comércio e vantagens adui neiras excepcion ‘0s Estados Unidos a Franga obrigavam a i a conceder vantagens andlogas ¢, para a Franga, mais os pr ios especiais para as missSes'cardlicas, Essa isrupgio brutal dos esteangeiros com as conseqiéncias econdimicas produzidas, provocou, em 1851 um grande levante camponés, denominado, a Revolta dos Taipings. Os insurretos apoderaram-se de Hanl , que foi erigida em ca tal, ¢ a maior parte da ‘China Cente to. nig sem nem pudessem ter naguela época perspectivas revel Gionérias clara, a revolin dos taipings era de sista. Procedeu a certas reformas agrérias e aséo feminina inastia manchu encontrava-se em perigo, ni as suficientes para vencer os (ot socorto ¢ forneceramlhe armas e pe m contrapartida impuscram-lhe novos a Ruissia apoderou-se da Pros Pequim de vandalismo que ficou ; leada etc. Finalmente, concede a abertura de onze novos po orialidade complet ladeitos enclaves estrangeiros nas gi ca, uma grande ofe ‘ano Ward e o inglés’ Gordon, foi organi ings. Foram massacrados em 1864 com extrema selvageti Na Europa, essa tragédia sempre foi apresentada de ma neira tendenciosa, sem se fazer notar sua importancia his Tratase, entretanto, de um grande acontecimento, menos talvez por causa do extraordindrio nimero de vitimas (varias dezenes de milhdes) que pelo fato de ter sido 0 sinal de que a China havia entrado no periodo revolucionério, Em meio de soft reunidos contra ios, os exércitos comanda. tas ea dinastia manchu submetida as po. Apés o ataque francés contra a Indochina e os cru batdeios efetuados pelo "o Taiwe 6 donar ao Japio ( wan, 0 Sul da de guerra. Mas as grandes poténci te e obrigaram 0 Japdo a renunciar & maior pat — com excesio de Taiwan — e forgaram a China a mais que 0 Japio ni penfnsula Ihes conceder_muit vimos, os alemiies russos na Manchtria, sem prejuizo de novos € que uma nova revolta popular, ida principalmen- srompeu coletivo: primeiro, pequenas equipes de ajuda , que somaram milhdes; depois, equipes de cola de tipo infetiot ou semi-socialista que respeitavam a pro: ‘dade privada do solo e exigiam a adesio voluntitia; por iltimo, a supetior da cooperativa socialista, onde a terra, fanimais de carga e 05 instrumentos agricolas, uma vez in- jzados, tornavam-se propriedade coletiva da cooperativa Tudo isso se operou ripidamente, em poucos anos, com encorajamento do poder do Estado, mas scm constrangimento, porque os camponeses tinham uma justificada confianga, nos ‘As cooperativ no dominio d Sézinho poderia realizar. Mas isso nio era ainda su Os camponeses mais avangados tinham jp ou. sociais que ultrapassavam as possibilidades da, cooperativa Foi do desejo de ir mais longe, de chegar sem demora a um cstégio supetior da vide coletiva, que asceu esponténcamente 9 movimento das comunas populares. ‘Nio testa divida de que uma parte do campesinato ¢ dos quadros. do Partido foram levados pela vertigem do. sucesso; ram suas fOrgas acreditando que poderiam gueimar tratamos dessa questio, Cometeram-se er70s, sem Glivids slguma, ¢ seus efeitos foram” agravados por trés anos ‘idades da natureza excepcionais, assim como pela te- tirada brusca da ajuda soviética. Mas jisso_nio_diminvi_a_im rtincia revoluciondria da comuna_popillar que Tepresenta uma or de organizagio, chamada a desempenhar um pa- pel decisivo na transformagio econdmica e cultural de todo 0 campesinato chins. Os dirigentes.soviéticos que acerbamente haviam criticado as comunas populares, que com saisfagio haviam anunciado sua liquidagio, teriam feito melhor, uma vez mais, se se_tivessem comportado prudentemente, examinando os fatos objetivamente; {sso Ihes poderia ter sido ‘Gtil para corrigit seus proprios erros idade, organizagio das comunas populates tinha sido realizada muito ripidamente ¢ exigia um reajuste: diminuir sua extensio, assim como suas atti precisar suas fungées, devolver uma maior autonomia fantigas cooperatives que Ievam agora o nome de «brigadas de produgdo> etc. Essa grande , 0 ticos e os pobres € um dos mais profundos ¢ dos mais chocan- tes», A fome féz jf um grande nimero de vitimas em 1965, mas. prevé-se que em 1966 varias dezenas de milhdes de séres humanos poderiam morrer de fome. © progresso agricola da China apresenta ainda outros as- pectos que colocam em relévo a sabedoria dos dirigentes chi- neses, Como se sabe, na U.R.SS. as emprésas agricolas divi- dem-se em kolkozes (coOpetativas de produgo) sovkozes (em- présas do Estado) sendo estas consideradas como uma forma superior de organizagio que devia servit de modélo as primei- ras, Ora, a revista soviética Novy Mir, recebida em Paris em povembro_d& T9G5, continha uM extenso artigo do_economista ‘Livtchkine, constatando que em média os rendimentos dos sov- Tnfetiotes 20. dos —kolkozes.”-_causa evident € 7 sais © materiais, O autor désse artigo esforgava-se pot uth a situagio ‘para reforcar a atual tendéncia do Govérno a reabilitagio dos lucros. Os kolkozes funcionam me- Para acelerar”o progresso. da agricultura ef também, formas originais de organizagio que de ma’ palavra na organizagio. da pouco a pouco os kolkozes tornarse-iam fazendas estat & sovkozes, Como niio se produziu a evolugio — e a opres sio imposta aos camponeses kolkozianos no fOsse de molde a encorajar essa transformagio — Kruschev achou mais simples € mais espetacular para a propaganda, langerse ao grande em- preendimento da valorizacio das terras virgens. Entretanto, os efeitos que minavam a agricultura soviética ressu nos sovkozes ¢ nos Rolkozes das terras virgens, agravados pelas con- igdes naturals. muito unte désse_insucesso, cujas causas profundas no quiseram analisar, os dirigentes soviéticos dizem mais ou menos isto: como tudo 0 que temos tentado nio tem apresentado resultados satisfatérios, € preciso retomar, sem reconhecé-lo piblicamente, aos métodos capitalistas de ex ploraséo da terra. Os comunistas chineses seguiram uma politica muito dife rente. Nio criaram"rovkozes mas fazendas de demonstragio, que alcangaram impor®hcia crescente, "NO comeyo, com a formacéo das comunas, foram organizadas pequenas reas experimentais € centros de pesquisas rarais. Isso era insuficiente para utilizar ‘0s conhecimentos concretos dos camponeses e assegurer uma boa difusio dos resultados obtidos. Passouse entao as fazen- das de demonstragio que se multiplicaram em todo o pais c permitiram associat a expetiéncia ptitica dos camponeses € 0s conhecimentos te6ricos dos agrOnomos. Como observava um cespecialista: «Se os agrénomos e téenicos limitarem sua ativi dade de pesquisa aos laboratérios e as pequenas reas exper mentais, os trabalhos progredirio lentamente e suas descoberts ; em seguida, se conhecimen- ja € a producéo descn: volvem-se mituamente». Em 1965, as fazendas de experimentacio, chamadas, tam- bém fazendas ’pi iam mais de tres milhoes de hecta- res, sendo algu poucos hectares, chegando as mi res a muitas centenas de hectares. Um quarto dos especialistas cientistas da agricultura chinesa ajuda na sua direcio, © os institutos cientificos agricolas devem contribuir para elas com a metade da mio-de- Essas fazendas tém por dever utilizar «a inestimavel experiéncia local dos campo- neses», e combiné-la com os conhecimentos cies fazendas obtém rendimentos 20 a 30% , resultado que se generaliza ripidamente far de prevenir as doengas dos animais, © idades que ameacem a agricultura. Em geral, ess superiores 3s Dever também controlar tédas as Mas isso nfo é tudo. O desenvolvimento da agricultura chinesa foi colocada de maneira nova no quadto da economia eral do pais. solvimento social fa pesada, carvio, ago, Pe- ymentos pesados, fo equipar 0 pais ¢ chegat no mundo. Os fundos ne ia pesada devem ser Num pals essencial ‘segunda poténcia industri jento da ind producio ssa produgio, o que exigia en- tre outras -gular das condigées de existén- cia dos agri Os métodos de Stalin foram brutais e acabaram por conduzir & estagnagio, ¢ mesmo a um re 296 tornado preponderante na vida econdmica, fundo de acumulagéo. T is, pesados ou leves, nfo sio come: ‘hago ou recuo na producio agricola conduz originam desordens, Em pai tos necessétios & vida da nagdo. Os chineses defrontaram-se com ésses problemas f6rmulas novas. Dadas as condigdes particulares da China, par- ase do desen- @, pala assegurar 0 todo, é necessévio partir, nfo jé da indistria mas da age ia independente no pode desenvolverse se nio estd apoiada por um progzesso agricola incessante. Reclproca- mente, a agticultura nio pode avangar em ritmo constante se a industria ndo esté sua disposicfo para fornecer os instru entos, 05 fertilizantes, a energia, assim como todos os objetos de consumo corrente a ais © viver melhor. Muitos produ 0 algodio, a la, a madeira, os dleos, ias-primas de ‘nomerosas in- sttias Ieves; os planos dessas indiistrias devem pois ser estabelecidos em fungio do que os campos podem produzir. Em troca, as indstrias leves devem ter pot objetivo fornecer is masses camponesas todos os produtos de consumo para melhor vestiremsse, para equipar as excolas, os servigos de Saide ete., para tornar ‘mais féceis os trabalhos di las para uma jcada e a0 mesmo tempo dese: cado indispensvel ao escoamento de seus prod Quanto a indistria_pesada, que encima a edificagio econd- ia agricultura ¢ da indést fesenvolvimento da atividade econémica de fa, a indistria pesada poderd de seu lado progredir ri. pidamente. Nas suas atividades particulates deverd evidente- mente levar em conta as prioridades absolutas, tais como a De- , 0 equipamento e a modernizacio das emprésas mas deverd também cuidar em fornecer ao campo 8 necessérios para elevar a produtividade do traba 297 Tho: os adubos, em particular, os meios de transporte sépido, a energia eléttica, os instrumentos agricolas pesados tais como ;, ceifadei O presidente da Comissto de Pl sagio Li Fu-tchuen formulava_ maneira mais sintética possivel a linha geral do desenvolvimento econémico da China atual nestes térmos: «Con- e 2 indisttia como fator essencial, tendo, como alavancas prin- i a, 0 ago e, na agricultura, os cereais». Essa organizagio econdmica geral, partindo de baixo para chegar até 0 alto, € um exemplo de_adaptagio inteligente de principios gerais a uma situacéo concfeta particular. Nao se trata de rejeltar o principio da prioridade da in- diistria pesada no desenvolvimento econémico, Sem uma indés- pesada muito poderosa, nfo € possivel sair do subdesen- volvimento e edificar 0 5 ‘Mas — conquanto tenba sido justificado, em certa medida, para a Unido Sovi 0 comégo de sua’ existéncis prudente isolar a de uma grande indi outros setores da vida eco- némica; no se pod ar um em proveito do ou- to, pois o que € sacrificado acaba pot colocar em perigo todo © edificio. Como dizem os chineses, € necessétio sempre «an- dar Neste caso particular, a agricultura leve ¢ a indistria pesada; 0 progres: constante das condigdes s0 da_produgio de vide dis ‘maseas jponesas etc. solucio universal, O desem no sed o mesmo num pais jé fortemente industrializado com mente produtiva; mas pata os paises, sub- ,, as ligdes que se pode tirar do exemplo chinés ‘merecem um atento exame. ‘AS FINANGAS ‘A sabedoria_dos comunistas chineses aparece ainda_no_do- Nese campo, @ e as democracias populares tiveram que enfrentar um sem aémero de difi lades, Em diversas ocasi6es, os pregos so- freram fortes variagSes; fenémenos de inflagio causaram is vé- zes mudangas de unidade monetéria. Tudo isso correspondia 298 a contradigées particulares que nao se soube prever, € antes de tudo a relagSes mal cstabelecidas entre os diversos setores da A China apresenta, aqui também, um es (© period de Chang Kai-chek havia sido marcado por zy, lemanha depois smoetr iy tor ox te por uma nova, . Essa transformagio revolucionétia do ensino exigité a0 mes- mo tempo uma mudanga profunda do corpo docente, «Os pro- fessOres devem tornarse mais revolucionarios e ser ao mesmo tempo trabalhadores: manuai questio fechada da reforma do ensino». Eis também a tealizagao do preceito de Marx nas teses sdbre Feuerbach: «os educadores devem ser educadosy, Ainda no dominio do ensino outros ens santes foram empreendidos em alguns estabelecimentos, a de experiéncia, Por exemplo, nos exames, os alunos podem tra zer suas anotagGes ¢ seus livros, a fim de ter os elementos ne- cessérios para tratar um assunto sem necessidade de. sobtecar regar a meméria «Os estudantes da Universidade Kiaotong de Changai le vam seus manuais, cademos ¢ materiais de referéncia 3 sala de exames e so autorizados a consulté-los, Em alguns casos, as questdes de exame sio distribufdas antecipadamente ¢ os alu nos podem discuti-las entre si durante 0 cxame. « Tre as ta, Nossos jovens nada sabem, na pritica, a_revolucionétia. lencias burguesas». E como Edgar Snow se mostra admirado, éle acrescenta: «O capitalismo esté morto, mas persistem as seqielas ne- fastas. Sé dez por cento dos nossos estudantes procedem de s burguesas, mas os_velhos hébitos da vida citadina sio «— Tendéncia a se apegar A cidade, a fugit dos estégios educacionais no meio rural, que implicam privagdes. Alguns dos nossos gstudantes pr servigo do povo. «= A que luxo queteis vos referi? «<— Alojamentos confortaveis, teatro, bons restaurantes, ci- nema, distragSes, boa-vida etc.» Qual-o temédia? <0 remédio pode apresentar-se sob diversas formas, mas seu ingrodientebisico parce sero tbalho sob suas mas nudes formas No més de julho de 1964 realizou-se em Pequim um Con: -Ouviram um’ discurso de Mao Tsé- ainda nfo foi publicado, assim como Ouviram, também, um extenso relatério jue, peta © total dos. deba do. Primeito-Secreta contra a presungio: 4 falso ¢ perigoso crer que a juventude nascida na nova sociedade ¢ educada sob a Bandeira Vermelha € vermelha de nascengar. Os jovens no conheceram as tempestades da Re- volugio ¢, por conseguinte, estio em perigo. Tratase por rmais_velhos, que “Tos Nada. esperam, a edificagio da sociedade soci A MODESTIA Contudo, essa modéstia néo se teriores. Encontra-se em todos os discursos dos ditigentes, em t6da a politica geral. Na breve alocugio que Mao Tsé.tung pronuncion em 15 de setembro de 1956, na abertura do VIII Congresso do P.CC., declarava: «Jamais devemos alimentar 0 menor orgulho inspirado pelo chauviniimie de grande hago, por trmos triunfado na revoiu- se, por alguns sucessos alcangados no dominio da edificacao. Jamais nos devemos entregar 2 autosuficiéncia. Mesmo quan- fo fos trabalho tiver sido coroado pelo maior, i haveria_razio nenhuma_para_nos_glorificarmos.{A_modéstia jevemoe sempre ter malo’ Tetofha sempre como um leilmotio ir dessa epoca, quaisquer que te- m sido os progressos rcalizados! Vejase, por exemplo, Peng Tchen, prefeito de Pequim © Hschrso pronunciado para rig de Teng-Sio- ‘bre 0 Congress, 1956) Mao TETING oe celebrar © 15.° aniversétio da Repiblica Popular da China, em 18 de outubro de 1964, Diz: ‘nas comunicagses, na agri € na educagio, assim’ como ano, cada més 8, erros © di todos os setores de nossa atividede. peradas, outras deficigncias, erros ¢ sNossos camaradas"e nosso povo devem sempre manter-se Inodestos ¢ baseatse nos fatos, jamais se deixando vencer pelo corgulho, los como iguais, ‘nos seus problemas internos». primeira sesso da terceira Assembléia Popular Nacio- nal (fins de 1964) que com justica poderia se orgulhar dos grandes sucessos alcangados no decurso dos anos precedentes, (hu Enlai spresentou um relatério geral notivel, onde se pode <«E claro, isso no significa de maneira alguma que te- nhamos assimilado totalmente as leis objetivas da edificagéo so cialista, que nosso conhecimento dessas leis esteja completado, De fato, diante de nés encontra-se sempre um grande nimero de dominios bastante vastos que nao conhecemos ain fenémenos subsistem com os gu . Disso resul- cs, diz: «Sio pequenos- bstinados, que perderam ‘burgueses. enraivecidos, ‘todo o senso da realidade». na Unio Soviética, que incansivelmente ditige « paz. Devemos enfrentar resolutamente 0 peti atitudes provocadoras ¢ divisioni fazem correr 0 movimento coperdtio» igo no Diério do Povo de , provém as divergéncias? — Resposta a Mau- Thorez ¢ a outros camaradas* Dizem na introdugio: i critica piblica contra um partido it- provocamos 0 debate aberto, Mas aberta ¢ violent ‘io repliquem: ‘Thorez «e outtos camat sago que em primero lugar responde o Povo. de Pegui como um ataque a nfo set por aquéles que rejeitaram os en- sinamentos de Lénine, Mas o que € mais importante € que foi antes da publicacio dessa brochura que 0 P.C. Declaragio em 9 de setembro de 1959, se dis mente do P.C.C, em razio de sétio incidente fro! en- tre a India e a China, Essa Declaragio tachava o incidente de . Depois tiveram lugar ainda as discusses da Federaco Sin- ical Mundial em junho.de 1960; em seguida, os acontecimen. tos da Conferéncia de Bucareste que também j4 expusemos, Foi sdmente depois de tudo isso que o P.CC, publicou a brochura Viva 0 Leninismo, Diante de todos ésses fatos indiscutiveis, nio é verdade acustr 0 P.C.C. de ter comegado 0 debate pibl bre as divergéncias? A partir de 1960, como vimos, os acontecimentos agrava- ramse ripidament ‘A linha revisionists: de Kruschev teve sua plena expresso no XXII Congreso com as fantasias tedticas sbre o fim da ditadura do proletariado e 0 Estado do Povo todo etc. Foi ccasiio também de ataques violentos contra 0 P.C.C., sob a capa de denincia contra o Partido do Trabalho Albané: «Thorez ¢ outros camaradas censuram a imprensa chinesa por «difundir as teses erréneas dos dirigentes albaneses», O Diério do Povo responde: +Os que pretendem «estar sempre com a tazdo> publica yam um grande mimeto de artigos atacando a Albania, mas re- 334 jam mortalmente os artigos esctitos em resposta pelos alba- fever; 120 ‘os ousam publcar e temem que outros 0 fam, sso demonstra inicamente que a razio nfo esté do seu lado e que éles tém a consciéncia pesada». O Diério do Povo examina em seguida detalhadamente as posigdes do P.CF, na crise de Cul no eee de 1962, na quest slava etc, Dé igualmente alguns exem- los chocantes das ravoltas do P.C.F, sob a influéncia do P.CUS, Citemos dois: «Verificamos que, antes de 1959, Maurice oat ¢ outros das apontaram imuito justamente que 0 impetialismo nor- feamerieanc € 0 cabeca de fila das Sees con ftica de agressio ¢ de guerra wwérno norte- ere Piles vee, dos ‘edentos de Camp Dovid, alguém disse que Eisenhower desejaria @ de sua «afirmagio do absurda quanto calu- jue) $6 podem causar indignacioy etc. para concluir que era urgente convocar uta ‘marxista-leninis- de tdda essa histéria, o maestro de téda a otquestra itia ser derrubado e todos os seus belos projetos remis en question. DEPOIS DA QUEDA DE KRUSCHEV A queda de Kruschev, em 15 de outubro, foi nova pro- vagio para o P.CE, se desenrolara sua eliminagio eram is de, sere sprovade _ Ademais, Sonal sctis mando A chee tn BER, pedir «esclarecimentos» a Moscou. Antes, creveu um editorial no L’Humanité de 19 de outubro. Sea artigo se parece com aquéles que tinham seguido imediatamen- te 0 XX Congresso do comentério embaragado, re- cusa de fazer um julgamento pessoal, tentativa de desviar a que «a escolha dos homens para a di 3. € do Esado) € da compctcis exclusiva jenne Fajon es assuntos que sio nosso » que prestamos 20 que Quanto a delegasio que tinha ido a Moscou, voltava ple- namente trangtilizada: a linha politica do P.C.US, mantinhase intocada, assim como 0 Nada mais havia a fazer senio inclinarse ¢ continuar se- guindo a nova ditesio com a mesma fidelidade incondicional gue testemunhara 0 pasdo. Posigéo que, até 0 presente, nio se modificou. 6 i proveito, es ididos a seguir a mesma politica sob formas mais hi- ‘Tendo deixado a polémica para tempos melhor 5 acompanhou, ¢ com exagerada demonstracio riscou a China do mapa. Ass China, representand ais que a metade da populacio do campo socialista, no mais . Nenhuia noticia, nenhuma informacio sobre suas ati- , seu desenvolvimento, sdbre a ajuda concedida & Re piblica ‘Democritica do Vietname, era digna de figurar na im- prensa do Partido, Uim exemplo Como se lembra, a convite do P.CF., tuma delegacio do Partido dos Trabalhadores do Vietname che. gou a Franga no més de setembro de 1965. Foi, € clato, re- cxbida calorosamente. Era uma excepcional ocasiéo de 0 P.C.C. proclamar sua solidatiedade para com © povo vietnamita e ten. tar fazer esquecer que st le prética nesse caso havia sido nula, ow a0 menos rc. Depois da partida dad », Raymond Guyot apresen- Hana rx realiade, om um longo relatério dedicado & guerra do Vietname. Auséncia absoluta de qualquer referencia & China! Fiel a linha seguida pelo P.CF., Guyot ignora a existéncia da China, ignora que a guerra norte-americana a0 348 Vietname significa sempre na mente dos norteamericanos uma ‘acdo preparatéria a um ataque contra a Repdblica Popular da China, Para dizer a verdade, o siléncio no era completo. ‘Téda informagio f6ra suprimida e stas franceses nao tinham ‘mais o direito de saber como viv trabalhava, instruia se 0 povo mais numeroso da ter ‘vez. que era pos sivel langar uma insinuagio malévola, os entes do P.CF. no perdiam a ocasifo. Por exemplo, quando a imprensa bur- guesa divulgou «rumores» de que os chineses opunham-se 20 trinsito das armas soviéticas enviadas ao Vietname, ou que exigiam pagamento em délares das despesas de transporte, L’Hu manité aptessou-se a publicar essas . A anélise nfo € muito exata; quando Fajon fala das , acabaria sendo colocado numa inofensiva, E indtil blefar: no estado atual de suas ‘a se opor eficazmente a tica, norte-americana. Nos Gaulle opée-se io atual, com limites que Ihe impde sua posicio de politica, o que é de se felicitar t6da a oposicio feita 20 sliado germanico, por i ue possa parecer, deve ser examinada com a maiot » com 0 senso das responsabi- lidades politicas que deve ter. todo partido comuniste. ‘A campanha contra De Gaulle tem sido levada, hé muito tempo, sem ésse espitito de responsabilidade. Tomemos 0 exem- plo da forsa de dissuasio, Nao é preciso grande inteligtncia para compreender que a forga de dissuasio francesa, m- pre seré_ qui te mediocre, no ditigid contra a Unifo consciente, € cesas slo ¢ serio xéncias nucleates, flito se desencadear entre ésses dois paises, mio sero algumas bombas que poderiam impedir a Frangs de ser num instante destruida, no caso em que um dos dois adversétios tiver de- idido fazélo, De outro lado, De Gaulle no se teria com- prometido em despesas to pesedas. que o obrigam a restringir © armamento tradicional, por simples quesides de prestigio. Sem gue seja possivel declarélo abertamente, as armas atOmicas fran- esas so antes de tudo a arma de dissuasio nccesséria contra © tisco de uma nova agressio alemd, que, no momento, previsfvel, mas que € possivel, pois que a Alemanha tem jé ui exército mais mumeroso que 0 da Franga, apoiado por uma indisttia mais poderosa. Por duas vézes pagamos ‘caro o atraso em relagio aos armamentos alemies; desta esté invertida, e esté melhor assim. Poder-se-é ie a Alemanba terd também um dia bombas atd- ‘ndo € nem um pouco certo, no s6 porque fir: mou ais que the interditam fabticélas, mas sobre- tudo porque « Unido Soviética, que tem as mesmas raztes da Franga de desconfiar das ambigdes alemis, velaré, com a mes ma preocupagio que tem De Gaulle, para que aquéles compro vez a situacio diz oc missos ni diosa que divisdes jolados. A fOrca de dissuasio, por dispen- siona despesas superiores a’de inimeras jodernas; impGe respeito Aqueles que, alémReno, nfo se abdicaram do espirito revanchista; © nés ja repetimos em todos os tons que éles eram e continuam amea- sedores. Todos os candidatos antidega a presidéncia da Re piiblica prometeram acabar com suas. francesa. Como éles so todos norte-americaniz 80 no surpreende; sas, seri digno do Partido dar provas de uma tal irresponse- da facilidade, ao ponto que, presentemente, é dificil diferenga entre os ataquies do P. queles ‘«outtos republicanos» que, precisamente, Gaulle a subir 20 poder. Os atagues do P.CF. contra de Gaulle serviram de Partido, para manter um conservat a clientela clei pazes de elevar a consciéncia politica do povo francés, E di ficil afirmar que o P.CF., a partir de 1958, tenha sido verda- deitamente petseguido, mesmo levando em conta algumas reptes- Po lia. Se Guy Mollet, Deferre, continuow como era, conversa de ram-se encontros, em geral pouco ram todo o cardter politico; concent diregdes: denunciar o poder pessoal, se 0s esforgos em trés at o P.CC,, perseguir 357 fornCu, Pouco a pouco, mas ine- idemocrata, , capa de dar respostas questées que as massas populares se colocam, e no dé nivel de Guy Mollet ou do Canard enchainé” De Gaulle € um lis Nao & porque concentrou os podéres nas suas i is de fato éle ndo tem se exce- itador nem como tirano, e em ivas tém sido. integralmente positi- vas. A fraqueza insandvel de De Gaulle ria, abusos e escindalos. O regime degau- lista néo tem futuro, pois que € dominado por férgus que no pode nem quer subjugar; mas, para 0 momento, De Gaulle ¢ fetivamente melhor que qualquer um dos candidatos norte. americanos apresentados contra éle. Para 0 futuro, se De Gaulle cheger ao fim de seu septé- nio, € muitfssimo provivel que no se apresente de ndvo como candidato ¢, depois déle, nfo haverd outro De Gaulle, As ins- idedosamente ctiow nio serfo suficientes para manter a monarquia republicana, organizada que foi pera a sua pessoa. A situasio politica intema cotte o isco de no set melhor nem pior que a anterior a éle, Se, nesse momento, 0 Partido tiver genho em forga e em autotidade, se tiver reen- socialdemoctético-centristas, dos quais esté se fazendo de ‘trumento, Uma. candidatura popular apresentada pelo PCF. teria propiciado uma ocasiio de combater a mistificagio que se es conde embaixo da tradicional divisio entre «esquerda» ¢ «di reita», Com que razio 0 Partido Socialista pode ser consi tado como um partido de esquerda?, Porque tem 0 apoio toral de operdtios gente modesta? Mas nfo acontece 0 mes. ‘mo com certos outros partidos classificados mais ou menos direita, que tém uma clientela eleitoral camponesa ou pequenc- burguesa? Longa expetiéncia ensinow-nos que o Partido Socie. 41.) Revista satiric frances, (N, do Trad.) 358 tamente a0 servigo Marcel Déat, de Rol momentinea, seus pre- conccitos, suas crencas. E necessétio paitir de ia populagio desej ° muitas vézes de dramas, Eles livres, mais instruidos, mais seguros do fu- turo, mais felizes. O papel do Partido € esclarecer paci Tudo isso demandaria longas esp: simplesmente indicar que, seguindo tica atual, 0 PCF. esté condenado a degenerar em Partido. socialdemocrata, E essa evolugio esté adiantada, Convém a é ropésito denunciar as posigées inteira- mente erradas de revistas oposicionistas como Unir ou Le Débat communiste, Ao seclamar uma completa «desestlinizacion, ssa oposigio entende com isso uma reaproximacio mais rapids ainda com o Partido Socialista e os «outros refublicenos». Essa atitude, falta de principios, repousa sempre mi unifo dos par tidos de-cesquerdan, feita ‘a custas de continues concessies 20 359 08 ‘inicos responséveis do Partido em iniciar, dentro da orgenizacio, uma discussio leal sem emeagas de san- ses, devia conduzir fatalmente a formas desastradas de oposi- So. E catactetistico 0 exemplo de Marcel Prenant. Como in- i cettas. Entio vem a questio: certos amigos. seus fazem parte da categora. daqueles «cpu las» dos quais tao el mente falava M. Thorez? isicionistas traz ainda outras reflexdes. formou-se muito natutalmente em ressentimento io aos dirigentes. Talvez, sem o perceberem, desejem aspectos politicos essenciais. Ore, o ptoblema dos ditigentes e do Partido em geral rio pode set resolvido pattindo de criticas pessoais. O apar- oe de qual. isi rc ia representando a riqueza da classe operdtia e do povo; congregs grande mimero de homens, de mul jovens devotados, cons ra jos quando Scena ° girem, eso arca com a responsabilidade principal fraquezas do Partido, mas isso no quer dizer que se encom imediatamente Existem cer- jelmente buro- hhdbitos, incapazes de cortigit & certamente formada de_ traria facilmente 1s Aque- les, 20 menos aparentemente, porque esto presos a uma linha 360 politica errada que nfo escolheram © que dirige tédas as suas atividades, Sem divida, softeram a influfncia determinante te M. a base do matxismo do leninismo. A aparncis poderia levar a cret que éles no possuem uma linha politica, que se deixam levar ao sabor das circunsténcias sem saber para onde se diigem. Isso néo € certo, pois cada ‘s impress de que @ linha po , poigue suas palavras esto sem- pre em desacérdo com seus varam, 0 deplorivel hébito de dissimular tudo 'o que 0s, inco- dir a existéncia de uma linha politica, a linha do re que consiste em abandonar progressivamente as exigencias do movimento revolucionério, atitude que conduz, sem perdao, 20 pfintano da socialdemoer: ‘Vamos a0 essencial. As Conferéncias de 1957 © 1960 definiram o imperialismo norteamericano como o inimigo de odos: », por conseguinte, deve ser denunciado © combatido incansivelmente. O primeiro dever de wm Partido lquer que seja sua posigio geogréfica, € con- smpre que 0 imperialismo norteamericano € 0 princi- ‘aquéle cujas manobras e mentiras devem ser sem descanso, que precisa ser debilitado, amorda- quanto @ opiniéo muitos anos que o P.CF, abandonou téda a ena tra ‘0 imperialismo notte-americano, contentando-se com fras sobre o impetialismo em geral. A rato & de seguir os passos de Kruschev e de inham feito da reaptoximacio com os Estado: bse de sua. polities, “Essa viola Magrante das ‘Declarages de 1957 © 1960, ésse abandono de prtincipios, essa recusa de dizer a verdade sdbre 0 que se passava no mundo ocasionaram para o P.CP. as mais draméticas e imagindvets conseqiiéncias. 361 Fazer uma campanha conseqi wnicada, sistemética contra 0 imperialismo’ norte-amer ia dar um sentido a todos os combates internos e ext © Partido deve fa- zer, setia ter uma linha politica cocrente. Onde estfo as cam- dinheizo? No so’ alguns artigos isolados ou algumas camps. nhas logo interrompidas que podem servir de alibi. E bem vérdade que o capitalismo francés € capaz sdzinho de segregar t6das as formas de corruprio e de embrutecimento, is perder de vista, contudo, que o ip nos Estados Unidos e que os su- set obtidos por um teférgo inces- sante da frente tinica mundial contra ésse inimigo. Nao é aliés © tinico meio de elevar a consciencia politica dos trabalhadores de nosso pais, de diferenciar claremente 0 que nos separa de tédas as demais formagSes E por acaso admissivel que politica que foi a campanha pelas eleigGes ;, em nenhum momento, tenha sido denun- lo imperialismo notte-ameticano? smpanha de apoio aos vietnamitas, a imprensa staca os sofrimentos e 0 hi sobre 0 desarmamento, violeatas um mundo garam como um gracejo quando os norteamericanos aumentam sem parar seus de destruigéo ¢ multiplicam as intervengdes armadas na , na Africa © na Latina? ‘Os ditigentes do P.CF, nfo sf0 tio tolos a ponto de indo perceberem que esto no caminho errado e envolvidos num pro- 362 cesso de degenerescéncia que alegra a burguesia. “Se entre ésses cotajosos dirigentes se encontrassem alguns homens ba: para fazer um exame de consciéncia sério € ot pradentemente, para um caminho Gros ee massa dos adeptos senttiam un imenso alivio; novas Para isso seria preciso: 1) _Abandonar a insustentével posigéo adotada em rela- Dar a conhecer suas atividades, suas que pertence responder, definir 0 que que se tém ou nfo razio. Se os hhumilhados quando se fala de Querer perialismo constitui a diferenca fundamental entre os marxista- leninistas ¢ 0s modernos revisionistas». Uma vez reconhecido, sem evasivas, que as férsas do cam- po socialista e de seus aliados so supetiores as do campo im- perialista; uma ver admitido que a agtessividade do imperialis- mo € um fator permanente, que le procurard sempre expan- inagio e intervir em todos os lugares que julgue ‘0 movimento comunista deve, para definir uma ‘a de combate, medir a {6rga € os pontos fracos Antes de 1939, 0 adversério principal era 0 imperialismo alemio, com seus aliados japonés ¢ italiano, sem contar outros aliados secundétios na Espanha e na Europa Central, Nao teria sido absurdo naquela ocasiéo denunciar 0 fascismo em personalizé-lo, ou colocar sébre o mesmo plano, », 0 fascismo italiano ¢ 0 fascismo. alemao? Nao tentes no seio do campo imperialista, por exemplo, entre a In- glaterra e a Alemanha, ou entre a Franca ea Alemanha? Tudo guerra, tendo se modificado a fétca e suas fraquezas. i que ése inimigo imperialismo norte: ameticano que tetomava sob novas formas, mas, no fundo, com (© mesmo espirito, a louca tentativa de Hitler de dominer 0 mundo. Antes da grande crise de 1929-1932, a Europa capitalista histéria da humanidade: 0 fim das crises econdmicas, um pro aresso indefinido que asseguraria a felicidade de todos. Dois lepois, uma crise econdmica sem precedente atirava rua 15 milhdes de desempregados, faléncias inundavam 0 pais, ‘uma tertivel angistia tomava conta de todos. © modelo norte- ameticano perdia todo 0 pres sso nfo quer dizer que ésses acontecimentos repetirseio, aliés, € prudente nada afirmar nesse campo. De qualquer maneira, convém examinar de perto os elementos de decompo- sigéo que se escondem debaixo do poderio norte-americano, Os Estados Unidos sio riqufssimos, ¢ incontestivel, © nas camadas privilegiadas essa riqueza é ostentada com muita im soléncia. Os Estados Unidos possuem muitas emprésas_gigan- tes que utilizam 03 métodos mais modetnos de produsio; con tam com grande mimero de cientistas e engenheiros — muitas ‘vézes cimportados» dos palses europeus, mas isso no é des- lealdade na concorréacia capitalista —' que. relizam equipada agriculeura produz acima das necessidades’ nacionais dispdem de muitas riquezas naturais que, apesar de tudo, néo ‘inamente, na maioria dos pafses. Tus € exato e basta, com o auxilio de uma vasta propag suscitar a admiracio dos que nat diante das ostentagies de aptesenta um outto lado que oe hagl eos soundiais foram para os Estados Uni- fos a fonte princi sua presente prosperidade: poucos sa- ctificios em vidas humanas, nenhuma devastacio c, partida, possibilidades até entio desconhecidas de pesquisa, de produgio ¢ de Iucro, Nao foi o génio norte-americano que fe a grandeza dos Estados Unidos; foram citcun: cionais que poucas possibilidades tém de se repet vvez, serlhes-ia nevessfrio suportar todo 0 péso da guetta, O ae enfito do Vistume jf Ihe cause cups deg aves 2) A prosperidade dos Estados Unidos repousa também sobre uma explorasio desavengnbada dos. pltes subdesenvolvic sores. © isolamento dos Estados a cada dia se acentua ¢ ‘mimero de seus inimigos aumenta. 3) Mesmo no campo impetialista, os Estados Unidos es to muito mais isolados que Hitler em’ 1939. A solidariedade afirmada pelo trabalhista Wilson, as boas palavras do Chance Para sua gang de ctiminosos, Johnson s6 conseguiu recrutar 05 corrompidos do Vietname do Sul ¢ alguns no quadro do sistema norteamericano, Querer man- sgregacao racial na sua forma atual s6 pode’ engendrar 3% oe Erador Unidos capita un sea ian Nio sio s6 05 negros, mas também os pobres, milhbes de homens afastados da Peodarfo ppelo progresso da técnica e des sas cnormes méquinas embaracantes representava um pesado tral Projetouse entio a. const caja atividade consistitia em desfazer ripidamente os aparelhos tinham tornado intteis. Is acontecida na Dinamarca durante a crise de 1929-1932. Como hhavia superprodugio e problemas com a venda do gado, deci- diuse abeter uma grande quantidade de bois e vacas. Mas como os dinamarqueses sio gente civilizada, fizeram com 0 pro: duto dessa destruisio excelentes fertilizantes que permitiram desenvolver a cultura do ‘trigo; entretanto, como trigo tam- bém era invendavel, foi i wdos Unidos produzem uma imensa quantidade de energia elétrica, mas uma grande parte é utilizada em extrava- gantes publicidades luminosas cujos efeitos terminam por anula- remse reciprocamente. Quanta eletricidade desperdigada tam- bém pelos elevadores dos desmesurados arranha-céus que sio sum dos aspectos do caréter irracional e andrquico das grandes cidades norte-americanas! No setor automobilistico ésse esban- jamento nfo € menos chocante. De uma maneita mais geral, ‘na desesperada luta pata forgar o consumo, é necessétio habituar © cliente a rejeitar ¢ destruir 0 que passou de moda; e tam- ‘bém a fazer-lhe aceitar um néimero incrfvel de artigos intiteis que nada podem acrescentar & sua felicidade, por exemplo, os pro- datos ichorros, as capas de pele, os brincos de diamante. izando t6das as descobertas cientificas e técnicas, os capitalistas norte-americanos erguetam um imenso sistema de pro- dusio ¢ de distribuigao que tem como tinica finalidade dar va- ‘zo a0 fluxo crescente de mercadorias com o méximo de lucto, © Estado, com seu orgamento militar em constante ascensio, 6 0 maio i ‘Os mecanismos das crises de superprodugio descobertos ¢ analisados pelo marxismo continuam validos, sendo irracional crer que a prosperidade norte-ameticana.os impediré de se ma- nifestar, 376 Enfim, nfo & menos de se notar que, nesse pals aparente- ‘mente tio préspero, as coletividades sejam incapazes de encon- tar 0 dinheiro nevessétio para as necessidades sociais, Pox exemplo, a municipalidade de Nova Torque néo tem dinheiro para consttuir as escolas indispenséveis ou para assegurar um servigo de limpeza cotteta. Mas isso € normal, pois que no fazem parte das mereadorias que podem ser vendidas ¢ assegu- xar lucros. iG40" encontrase ilustrada pe oral do mais poderoso imperialismo do mundo. Jé a litera- tura e os filmes nos tinham dado uma pequena idéia do papel da violéncia e da delingiéncia na sociedade norteamericana, Mas 0 mal agravouse muito ripidamente a partir do momento fem que os seus ditigentes imaginaram poder tomatse os se- shores do mundo. il — nos menores de 16 anos — aumentou em 1509% de 1954 a 1964, Contase em Nova Torque um minimo de 50.000 viciados em drogas, Um juiz de Washington dizia a Michel Gordey em julho de 1965: «Ha cada vez menos s- peranca de sair da: miséria 4 medida que esta cresce de um Jado © a prosperidade mais se ostenta de outro; 0 crime tor- nase de alguma mancire 0 produto natural de nossa socie- dade». Sem o saber, ésse juiz redescobria a lei geral da acu mulagio capitalistal Ei fendm Jal a soci capital cstreitos lagos uniam as diversas policias com egtessos Bes, com extorsiontrios, traficantes de tdda a espécie. porém, tomou, desde a guetta, novas proporcses. Num pais onde o dinheito € 0 valor supremo, é 0 padtio que determina a7T 0 lugar de cada um na escala social, € normal que o gangste- rrismo influencie cada vez mais as classes dirigentes ¢ os polf- ticos em particular. Quando os comunistas chineses declaram que Johnson é 0 chefe de uma gang de bandidos, estio usando de uma imagem de propaganda, ou estio apontando uma realidade profunda? Os norte-americanos utilizam diariamente no Vietname, contra -ocupam-se ete © POVO NORTE-AMERICANO Todos ésses aspectos negativos da sociedade norte-america- ‘vitima de seus ditigentes. Como todos os povos do mundo, possui uma maioria de trabalhadores que gostaria que seus so- rioridade norteamericana em todos os campos; 0 racis Scio a tudo 0 que se refere a0 socialismo e 20 comuni que nfo pode deixar de influir sObr2as condig6es da vida e da politica norte americana. i i cobras perseguigSes contra os negros e, mais do Vietname. Ela é a prova de que seria injusto desesperar do povo norteamericano e colocélo sébre © mesmo plano dos seus ditigentes. O movimento de oposicio politica nio se deter; pouco a pouco. ganhard exten- io, tomarsed mais consciente, aleangaré os verdadeiros pro » Eo maior servigo que sc the poderia prestar seria ‘infligir golpes profundos nos empreendimentos extetiores do impetialismo norte-americano, Nao foi por acaso que o Pre- sidente Ho Chi-minh enviou saudagio ¢ votos 20 Povo norte-ame- i do anondvo. E ato de um grande istinguir entre os que ordenaram o ataque contra seu pais e 0 povo que, conquanto esteja ainda na sue maioria inconsciente, acabard se tornando pouco a pouco ini- ‘migo consciente de seus préprios governantes. JOHNSON E HITLER que os ditigentes norteamericanos séo, tam- bbém, intelectualmente pouco desenvolvidos, pois que até’ certo pont préprios sfo vitimas de-sua propaganda, Frangois disse isso muito bem num comentétio: 4A politica ‘norte-americana em relagio a China Popular sempre me parece abertante, ao ponto em que 0 excesso mes- mo absurdo me trangiilizav 08 jogadores esti. expos tir em apostar néle, eng 2m a3 quatro patas quebradas*, ligar sua sorte # déle... Eu nio acreditava que essa politica pudesse ser na 4.) Excelente definigio das “autoridades” do Vietname do Sul, colo ‘das ‘no poder pelos norte-americancs, 380 srealidade como me parecia de fora, Alguns dados deviam es caparme, dizia ex. Lembrome desta observacio de Barrés ‘sobre um dos confrades da Academia de entio: efile tem tanto ar de bébo, dizia eu, que parecia ser fingimento. Mas, no! Ble € tio bebo que chega a parccé-lo», izmente éles no so s6 tolos, So antes de “mente propaganda e demagogia. A questio merece ‘minada um pouco mais de perto. E verdade que o temo dos Estados Unidos, no momento presente, néo é de ne hum modo comparével ‘ao da Alemanha hitlerista. Nem é 5 para os judeus séo as humilhagdes, os campos de concentragio € 0 exterminio. Em contrapartida, ‘a maioria dos arabes © muitos paises da ‘ica so bastante indiferentes aos sofrimentos suportados pe- 0 povo vietnamita se Johnson € pior que Hitler, no de que responder afirmativamente. -€ 0 imperialismo norteamericano atual & uma outra forma -dissimula a mesma agressividade selvagem e a mesma aml desmesurada. Johnson, pela mesma razio que Hitler, jatia estabelecer a hegemonia norte-americana s6bre 0 mundo, “e para isso procura 0 apoio de todos os elementos reacionétios, -arroga-se 0 direito, em nome da «doutrina Johnson» de inter: vvir em todos os paises, de fazer guerra, para impor a lei norte- americana, para apoderar-se de tédas as riquezas que interessam aos mandantes, aos grandes capitalistas norte americanos. John- 381 son € 0 homem da guerta de agresséo, como Hitler, mas com ambigées ainda maiores, apesar de, muito felizmente, contar com Nenhum pafs capitalista, com excesio da Franca, em certe medida, procura oporse a ‘essa politica, Temse pois a im Le Monde publicou em seu nimero de 11 de fevereito de 1965 reyelador de un suboficial das Forcas Especiais, enojado de sume stividedes: “Seis-anos nas Forgas Especinis?: Tudo ado pasveva de mentions” 382 presslio de que o imperialismo norte-ameticano pode permitirse tudo, ‘movimento de libertaggo que ofa agita os po- vos subjugados, representaria hoje tal fOrga que 5 norteameri- je wi a rra_do- jamais teriam iniciado fname, que "batidos, para operacées mais graves em todo o sudeste asidtico contra a China, A FORCA DA CHINA Seria falso acreditar que a China encontra-se isolada, ‘Tent © apoio de varios partidos comunistas do Extremo Oriente © a quase exclusivamente com suas préprias f6rcas, 0 que Ihe oca- sionatia imensos secrificios. O mais notével € que ela enfrenta 383, cessas trgicas ameacas com a mesmna serenidade e confianga de- monstrada ao longo de téda essa imensa controvérsia, Ela no conta nem pode contar com a ajuda soviética, a0 menos no comégo. Entretanto, se os norte-americanos desen- cadearem uma grande guerra contra a China, certamente os di- rrigentes soviéticos ficariam constrangidos e obrigados a intervir, sob pena de serem derrubados pelos elementos honestos que -sempte foram a grande maioria no P.C.US. Numa entrevista om KS, Karol, Chu Enlai declarava no més de marco de «Se os Estados Unidos se limitarem a amedrontar, alguns deixar-se‘do intimidar e outros nfo. Assistirse4 entéo a um desacérdo ¢ mesmo a um grandissimo desacdrdo entre 0s dois grupos. Mas se 0s Estados Unidos nifo se limitarem as intimi- dacdes e quiserem verdadeiramente provocer um conflito am- io 08 povos chinés ¢ sovidt unirse-do, Guardai bem ’é. Assim Johnson, que rae nao sabe como voltar, artisca-se muito a Os diigentes chineses no ficam inativos. Denunciani incansivelmente 0 j6g0 duplo dos dirigentes soviéticos que, sob ‘0 pretexto de defender a paz, procuram antes de tudo poupat ovo ea seu exército uma ia politica sempre mais profunda: «Existe enorme diferenca entre estar ¢ nio estat prepa: rado para a guetta no momento em que ela explodir. Ede todos os preparativos, os primeiros a realizar sf0 0s do campo politico € ideoldgico. " De outro lado, a preparagio para a guer- ra deve prever as mais dificeis condigSes, as mais graves cir- fincias que poderiam se apresentar, E preciso estar pre- pparado para afrontar uma guerra imperialista de pequena ex- tensio, mas também uma guerra de média ou mesmo de grande ‘extension, _ Conquanto seja ainda ‘ium pats pobre ¢ fracamente indus. tializado, a China representa hoje uma férga capaz de enfren- tar 08 norteamericanos e vencélos se éstes ousarem atacé la, Isso nfo constitui um milagre, mas 0 resultado de uma uti- 384 lizagdo racional das possibilidades oferecidas pela revolugio so- cialista. : ‘A despeito de tOdas as acusagies © mesmo dos ultras. de que foram objeto, i fortes. Quais sio os ipais? ‘Bles foram os tinicos a realizar completamente a os io nos campos e a descobrir as etapas que permitiam levar Sempre pera a frente essa errata cometides ne ‘organizagio das comunas populares no coméco niio passé derum incidente logo descoberio e cuidadosamente corigido, © que reste certo é que a comuna popular representa uma re volugio de primordial importancia para garantir progressos agri- colas continuos. Giagae 10 grande nimero de obras de itrigaio, bax ens, conseguiram domesticar, no mais importante, o furor Hnundagbes eos maleficios da séca, As calamidedes naturais, to freqiientes nesse pals, nfo desempenham mais papel deter- minante na sua vida agricola. E por isso que o¢ chineses po- dem saciar sua fome ¢ sentirse seguros para o futuro. i proporgdes entre 0 desen- is indéstria pe- de tdda a populagio eleva-se regularmente, ndo muito ripide mente, para permitit uma acumulagfo suficiente. ‘Num pafs onde as massas cram em grande maiotia anal- fabetas, e onde a esctite por ideogramas representava sétio obs- téculo, empreendeuse um imenso esférgo de edu que 0 anllbetsmo, hoje, nfo se encanta s. Ao mes lar no campo atdmico. ‘Apesar da total retirada do auxilio soviético que teve int cio em 1960, a China prosseguiu sdzinha a marcha e, a parti de 1962, seus sucessos foram répidos. Pagou t6das as suas i solicita nenhum empréstimo, comegando, a0 con- ‘ririo, a conceder empréstimos sem juros a pafses subdesen- 385 A China é 0 pals onde a igualdade entre 0s homens © as mulheres € mais avangada, ¢ maior o respeito pela mulher. E também o pals que realiza pouco a pouco a regulamentagio da natalidade. ‘A Chiiia € 0 pals que tem a mais corgjosa juventude, a is ardorosa no trabalho. pals do undo — a cacetdo tl do Vietname ¢. da Coréia do tenho informagées — onde a desonesti- iminalidade mais fraca, ¢-onde a pros- Enfim, o mais importante, a China € 0 pafs onde a con- fianga das massas em. relagio aos diri is ‘completa, onde © Partido std mais estreitamente ligado ao povo, onde 0s, privilégios nfo sio admitidos, travada sem descan nas, dezessete anos de revolugio quando tudo -estava por con- sertar e construir. Apesar de suas brav norte-americanos percebem isso, conguanto ‘obscuramente; por isso MacNamara declarava na. dl- tima teunifio do Consetho N.AT.O. que 9. que havia de mais terrivel nos chineses era «que éles fazem como falamm. Nao conhecemos o discurso de MacNamata a nio ser pelo. que ‘André Fontaine citou no Le Monde de 17 de dezembro. de 1965, MacNamara, diz éle «evocou em térmos candente pe igo chinés que se prende, segundo éle, 20 fato de que os di- rigentes de Pequim fazem como falam». Solicitou. também aos membros da N.A.T.O. que elaborassem .um- sbbre 0, perigo-chinés ¢ que fizessem o que devia ser feito para (© conjurar. Depois disso, pedi que“os Governos ajudassem os Estados Unidos, na’ guerta do Vietname, mas sem sucesso'. interessante notar que L'Human 0 disse uma pal deciits de MacNamars sbie «Chinn 386 25-GDMC. MAO _TSE-TUNG Os chineses envidam todos os esforgos para uunidades das mais modetnas armas, mas, para éh suas prOprias expresses, sua verdadeira bom! pensamento de Mao Tsé-tung. Essa expressi tantemente nos seus escritos ou discursos e tno Ocidente irritacéo ou ironia. Para os que negligenciaram 0 cexame atento da revolucio chinesa, o imenso respeito que cerca © pensamento e também a pessoa de Mao Tsé-tung € uma ma- nifestacio tipica do «culto da personalidad. que o PCC. & realmente um partido «st io se deveria tratar tio superficialmente uma q - A. maneira como os ditigentes soviéticos demunci culto da personalidade no trouxe Iuz, mas confusio, Fixou a Spo ede milo e demas’ de miler ‘mesino tempo acrescentave: «Os marxis Tidade dos dirigentes e do culto da pe tamente elucidada pelos comunistas chine A.expetiéncia permite ver 0 que realm de personalidade de Mao Tsé-tang. elemento decisive no longo e dificil combate travado pela classe 1.) Ver © poato 20 da Carta em,25 Ponto. 387 grado, no é como Atenas, nascida comple nao é nem um Evangelho nem um Cori H sob éste ponto de vista que convém julgar Mao ‘Tsé-tung. ‘um homem simples que jamais se comportou ‘que sempre mostrou uma profunda modés- ‘uma grande inteligéncia, uma grande cul- sxemplar do marxismo e do leninismo. lares da revolugio chinesa levaram-no ois mostram jé a qualidade intelec- ual ¢ 0 senti ivo das concepyées dialéticas do au- tor, Mas desde que Mao Tsétung estudou as obras fundamen- TL) Boar Mare, Maspéro, editor 2) Mo Teéstang, por Stuart Schram. Armand Clin, editor. 388 tais do marxismo e do leninismo extraiu imediatamente a licéo fa saber, que o marxismo nfo & um dogma mas um a ago © que, por conseguinte, o dever de um revo- is digdes especificas do politica, “E désse ponto de vista a experiéncia da revolucio chinesa’ & positiva. Sob a direc . vida do Partido: © centralismo de: a modéstia, E normal que, ness tenha cessedo de aumentar e que gadora maiotia, e o P.C.C, na sua to como 0 guia supremo, a honra e a providéncia Em principios de 1965, num encontro com Edgar Snow perguntowlhe se a acusacio disigid contra 0s chineses de praticarem o culto da personalidade era 389 fundada, Mao respondeu: «Em certa medida, talvez». Mas Edgar Snow acrescenta que «ésse fendmeno ¢’ mais complexo na China do que os estrangeiros 0 quetem € certo, em todo o caso, € que Mao Tsé-tung jamais procurou fencorajar ésse culto se € que éle existe — nem abusar de sua entio, a censura ditigida aos chineses de ptaticatem 0 culto da petsonalidade? Em verdade, Mao Tsé- ‘tung aparece aos olhos de seu povo como um homem da mes- ‘ma importincia que Lénine, £ amado ¢ admirado como 0 ‘ico ama e admira Lénine. Isso se justifica? Na ‘io, sim, inteiramente. Devo dizet, entretanto, que essa. api cultura chinesa nem tédas as condigSes concretas que representa 1 transformacio dessa sociedade para poder garantir que nfo estou enganado, Sei também que cometi em minha vida mili- fe niio poucos erros de julgamento; & me 4 Te este caso um dirigente do H preciso acrescentar_que uma compatagio simplista de ‘Mao Tsé-tung com Marx, Engels ou Lénine nao € juste. Bles passam de cosamente limitados e no esto ao abrigo de crros, foram, o so, sébios entre os sfbios que nfo se tomaram ja- mais por deuses. Oucamos 0 que diz Mao Tsé-tung a Edgar Snow na entre- vista a que nos referimos, Depois de se verificar que os ho- mens da era democrdt rguesa ultrapassavam em ciéncia os , diz éle, pensar que 0s das geragbes ‘que 0s das geragies atuais, acrescen- los fles, mesmo Marx, Engels e Lénine, jculos».” Ridiculos, talvez, porque ultra- nfo dé a ninguém, hoje, o direito de os de- , pois & necessirio antes utilizar as riquezas que ‘nos puseram nas mios pata entio chegat a um nivel de conhe- cimentos que permitiré julgtlos aridiculos». Por ora, e pot 390 muito tempo ainda éles de maneita alguma sio ridiculos, e @ admiragio que se lhes dedicar € tio justificada como a que um fisico tem por Einstein. Sé quando se trata de um politico, de tum sébio politico que tenta conduzir a humanidade para a li- berdade € a felicidade, e disso deu suficientes provas, é natural gue seja objeto de uma afeicéo particular. E de se notar que os ditigentes chineses quando falam de Mao Tsétung, nfo falam de sua pessoa, mas de sew pensanrento Repetem incansivelmente que o povo chinés deve impregnar-se do pensamento de Mao Tsé-tung, estudarlhe todos os. aspec tos, para tornar-se mais consciente e estar capacitado para su- ‘quotidiana da sociedade so- alista, Essa atitude € muito sdbia, Primeiro, porque € um reio ao culto da personalidade. Depois, o pensamento de Mao ‘Tsé-tung é pata as massas o melhor veiculo do pensamento mar- xista, O estudo de Marx, Engels e Lénine, para um certo ni- vel de cultura, € indispensdvel, mas ésses trés homens escreve- De outto lado, incitam a ir mais Jonge no 6 tealidades mais profundas. Em politice, como em tudo, € necessrio educar gradualmente. Estadar com per- ‘severanga o pensamento de Mao Tsé-tung é precisamente apren- der a subir pouco a potico ésses degraus que conduzem a mais alta cultura. E um dos méritos de Mao Tsétung, ¢ nfo o menor, ter dado a seu povo os instrumentos intelectuais para fazer que a ciéncia marxista penetre na consciéncia das mais cextensas, massas. Nossos ditigentes e snossos inteléctuais fariam bem em pensar que a3 idéias nfo alcangam todo o seu valor a nfo scr quando penetram nas massas.’ Para isso devem ser simples na forma e sdlidamente fundadas s6bre um conhecimento sufi- ciente da realidade social ¢ da ciéncia marxista, 391 A GRANDE BATALHA IDEOLOGICA Se Mao Tsétung € realmente, como me parece, um névo Jirigente da envergadura de Lénine, terminando seu pensamen- P.CF, atacaram-no com furor, deformaram sistemiticamente seu pensamento, colocaram tédas as suas obras no index. No momento, Mao Tsé-tung dirige a maior batalha ideo- Iogica de téda a histéria do movimento operdtio. A finali— dade & i lemo que se encarnouna di- de seus ettos, mas permanecet mentais, a fim de se precaver contra os fenémenos de degene- rescéncia que ameacam téda a revolucio socialista submetida a frressio ideolégica do inimigo. 3) Enfim, seria necessétio estar em condigées de dar o exemplo ¢ mostrar os resultados que se colhem quando se mantém firmemente préso aos principios do ‘marxismo e do Ieninismo. Fornecendo essas armas ao seu Pat~ ‘Mao Tsétung deuclhe ao mesmo tempo todos os elemen- tos para no fn alcangar a vitéria, quaisquer que sejam as pe- nou, ela apenas comega ¢ anuncia-se porque coloca em xeque a direct esté frente do mais poderoso pais igentes nfo estio prontos a aceitar sua detrota. les comprometeram nessa questio todo o seu futuro pol rgulho, todo o seu prestigio internacional esses pessoais. Ser-lhes necessério soft jnterna como na externa, antes de reconhe- cet que sua politica estava errada, ‘Acé 14, continuarfo suas manobras para isolar a China, 302 A NOVA LONGA MARCHA Os comunistas de minha _geracio dos, por Gro de “edcagaO i “anos, sobrettido Provagses da guerra. fara ‘também que 0 socialismo tinha conseguido na Unigo Soviética uma vit6ria tio completa que iria rapidamente, s6 com seu exemplo, mudar 0 mundo, A experiéncia_provou_que nada de fo diffceis de mudar, com a experiéncia das provagées so- fridas no curso do viltimo meio século, dispondo de forgas ma- tetiais. consic fe da grande maioria das fOrcas intelectuais, encontrase bem defendido, Aumentou suas », realizou grandes descobertas cientificas € forgas de técnicas, constantemente vem aperfeigoando suas armas ¢ scus meios de repressio, seus métodos neocolonialistas témlhe per mitido continuar a pilhagem dos paises de seu antigo império colonial, soube aproveitarse das dificuldades do campo socia li para reconduzir um pais inteito para a érbita do ca- pit — € 0 caso da Tugoslivia — seja para corromper parte dos dirigentes e da juventude de numerosos paises socialistas. A importincia da corrente revisionista, que 46 féz grandes estragos, estd estreitamente Tgada west’ pres- sio exterior, Nao se pode colocar em diivida que os diri vo estar fixadas em vis acrescenta que o exemplo do comunismo bastard para fazer triunfar « revolugio mt rescéncia, mesmo na Uniéo Soviética, e que serio necessirias E Socialista, Nao subestimam “que Tongis e dolorosas lutas d miente por parte dos de mancira conseqi jd deu notéveis result comprometendo 0 futuro, enquanto 0 P.C.C., prudente ico, tomnou-se o principal fat agio da revo- ipetialismo norte- cabo’ pelo P.C.C. langa novas Iuzes nas perspectivas revolucio- liscussdes tedricas travadas por éle ha mais de dez anos petmitiram melhor compreender a extensio, a riqueza também a complexidade do movimento revoluciondtio. Gragas chineses, comecamos a ver melhor © que repre- dos homens, fim supremo da revolugio. lai declara a Edgar Snow: «Hé dez anos come: la Longa Marcha, Demos o primeiro passo, rimeiro passo nfo é uma simples imagem, € uma lo longo caminho que um govémno socialista deve antes de poder dizer que a tarefa foi cumprida, efeito, a tomada do poder, a organizacio da ditadura ado e a mudanca da base econdmict, condigdes in para o ulterior progresso, no passam de Depois disso, tudo resta por ser feito, vitar a todo o prego um retémo a antiga pois, elevar a produgio ¢ a produtividade a um nivel perior ao alcangado pelo capitalismo, a fim de assegurat condigdes matetiais lives de tOda a preocupacio i fim, e € 0 mais |, transformar a consciéncia dos lementares, onde 0 trabalho transfor- me-se numa necessidade felicidade que dure toda a vida, Para alcangar ésses cumes luminosos, seré necesséria uma educagio sempre mais aperfeicoada, mas ela s6 nfo seré su- ficiente. Seré_preciso realizar_um ‘mento e, todos os comportamentos que entio. Téda a anterior ddeverdo ser passadas no ctivo para separar tudo 0 que pode ser obstdculo & organizagio da sociedade nova. Scré_um_com- bate pacifico mas, assim mesmo, longo _e penoso. Chegaremos entio a uma sociedade perfeit nao. A nogio de perfeigio ¢ um conccito idealista incompativel com o movimento real. O que se tem direito de esp chegar a uma sociedade realmente conveniente, onde a mentite, ‘© egofsmo, a inveja, o citime, a vaidade, a preguica, o to pela opressio realmente tetéo desaparecido. assim tanto tempo ¢ puder manterse sobre a terra. Isso repr segundo téda a probabilidade, um mimero considerivel de mi- Renios, Nio € proibido imaginar, partinde do atual estégio das ciéncias ¢ da experiénci © que poderé ser a vida dos homens num mundo com: faz parte do romantismo re- mulo. Mas, », € melhor ser prudente, pois, de com plicados e mais ricos do que se saberia prever, O que se pode contudo afirmar com certeza é que, na sociedade comunista, € ~ sdmente nessa sociedade, viam jd anunciado, serdo Um ponto € tudo, como E 0 mérito incomparével dos comunis tido essa esperanga marxista, enquanto os rincia e falta de coragem, tendiam a nos mandar de volta para o passado. A chama da revolugio nio esti apageda, Ele brilha, 20 contririo, em diversos pontos do mundo no fragor e nas dores dos combates. Em alguns lugares encontra-se momentineamen- te abafada, mas, como as vagas do mar, outros combatentes tomam posi¢io. O futuro Ihes pertence. 396 BREVE CRONOLOGIA 1644-1912 Dinastia manchu, Ultima das dinastias chinesas. Substitufda pela Repablica tendo Yuan Chekai como pre- sidente de 1912 a 1916. ios. andlogos. 1851-1864 Revolta dos Taipings que ganha t8da a China cen- tral. © chefe dos Taipings faz de Nanquim sua capital. A revolta € esmagada em 1856-1860 Novas intervenges militares dos i ceses (saque de Pequim e incéndio do aque se aproveitam das dificuldades da dinastia manchu com fa revolta dos Taipings. O Govérno de Pequim assina os dois Tratados de is 1860) gins as missOes, fixa uma pesada inde controle das alfindegas. Em 1860, a der a ela a Provincia mari Cos cages 05 governos estrany a esmagar a revolta dos Taipings. 1865-1894 © Govérno de Pequim, sob a direcio da impera- tri TseuHi, opde-se a qualquer reforma. 1885 A China renuncia 4 soberania sobre 0 Anam (Vietname do Norte ¢ do Sul) tomado pela Franca. 399 obrigam o Japio a renunciar a conguistas deixandolhe sé paiajecsys mies, a bala de Kiao-Tcheu e facilidades de io na peninsula de Chantung; os ingléses, 0 porto de Wel Hal. wei, igualmente em Chantung, diante de Pérto Arthur; os franceses, o tettit6rio de Kuang-Tcheu ao sul de Cantio & © diteito de construir uma ferrovia de Tonquim a Provin- cia do Yan-nan onde irfo expandir sua influéncia, 1900, Revolt dos Bavers. Grande ¢ complesa revolt que tem inicio em Chantung ¢ ganha ripidamente a maior parte do Norte da China, 7 ‘manchu € contra os fem uma revolta anti-imperi mam Pequim. A Inglaterr a Réssia, a Alemanha, 48 poténcias») unidos as no infcio contra a dinastia Em 1900, os Boxers to- ines: selvagemente a revolta, As poténcias imperial gement ss exigem ‘uma indenizagfo de mais ou menos dois bilhdes de fran- cos-ouro que @ China nfo podia pagar mas que itia per- mitir um aumento da exploragio colonial, 1905 © doutor Sun Yat-sen funda a Liga Revolucionéria Chi- rnesa, safda do Kuomintang (Partido Nacional do Povo); sua influéncia desenvolve-se pouco a pouco no Sul da China, 1908 Morte da Imperatriz TseuHi. subs evianga de 3 anos o Imperador Pu Yi, ‘a desordem na China — é a época dos «senhores da ta», donos de tal ou tal provincia, apoiados por “diferentes poténcias estrangeiras, 1911-1912 Revolugio de 1911 e queda da dinastia manchu. Levanes'no Sele fandaio' df Rebs Chine eas Nanquim como capita] e Sun Yat-sen como ptesi pto- visétio. O Govérno de Pequim nomeia Yuan Che-kai para Iutar contra 0 Govérno de Nanquim, mas éste acha mais 400 prudente fazer 0 imperador abdicar ¢ adetir & Repiblica da qual vem a se tomar presidente, Dissolve o Kuomin- tang e preparase para restabelecer em seu proveito 0 tt tulo imperial; mas morte em 1916. 1914-1919 A Primeira Guetta Mundial permite um cer de progresso econdmico da China aliviada da pres poténci ialistas, & excecio do Japéo, 1919 A luta recomesa, Em 4 de maio, grande manifestacio de estudantes em Pequim, reptimida pelas armas, O «Mo- vimento 4 de Maio» repercute nas grandes cidades. 1921 Fundagio do Partido Comunista Chinés. 1919-1925 Surto do movimento tevoluciondtio em toda a Chi na. Sob a ditegio de Sun Yat-sen, em 1924 reorganizase © Kuomintang; formula os

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