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PRA NO DIZER QUE NO FALEI DE ROBOCOP

Marcos Pessoa
Se considerarmos a ideia de cada espcie carregar consigo certas caractersticas que lhe so prprias e a particularizam, podemos pensar naquilo que mais intimamente responde ao que ser humano. Como saber, ento, qual propriedade inerente ao ser humano o diferencia das demais espcies do planeta? H algum tempo atrs, em meus estudos primrios, aprendi que o homem um ser racional e que outros animais no compartilhavam de tal capacidade. Hoje, todavia, j percebo que, tanto outros animais podem apresentar algum raciocnio, como aquilo que prprio do ser humano est anterior sua dita racionalidade. Sabemos que os homens conseguem construir pensamentos lgicos e interpretar os acontecimentos que os circundam. Essas construes s so possveis, contudo, dentro de um sistema simblico que damos o nome de linguagem. S se pode conceber a construo de qualquer tipo de pensamento, do mais simples ao mais elaborado, a partir da utilizao de alguma forma de linguagem. Dessa maneira, podemos considerar essa capacidade lingustica o elemento propriamente humano. Assim como as abelhas produzem mel, as aranhas produzem teia e os pssaros, diferentes cantos; os humanos criam seus smbolos. Ao olharmos em volta e por toda parte, o que vemos seno smbolos? No nos relacionamos com a natureza de forma direta como fazem outras espcies, pois atribumos sentido a tudo aquilo que est a nosso alcance. Porque significamos nossas experincias, temos a capacidade de julgar entre o certo e o errado, entre o benfico e o prejudicial, entre o bem e o mal. Como disse a escritora Madeleine LEngle: " a capacidade de escolher que faz de ns seres humanos."

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