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CEFALEIA

ENXAQUECAS

2009/2010
STC - Escola Secundária de Ferreira Dias
Brigite Neves

Cefaleia

Cefaleia é o termo médico para dor de cabeça. É um dos sintomas mais


comuns na medicina, é uma das queixas mais frequentes de consultas a clínicos,
pediatras e neurologistas, fisioterapeutas especializados em Osteopatia, Quiropatia
e Acupuntura e cirurgiões-dentistasespecialistas em Disfunção temporomandibular
e dor orofacial e também um dos motivos mais comuns de falta ao trabalho. A
cefaleia é um sintoma universal no ser humano. Estima-se que 90 a 100% das
pessoas terão algum tipo de dor de cabeça ao longo da vida.

As cefaleias são divididas em primárias e secundárias.

As cefaleias primárias mais comuns são: enxaqueca, cefaleia do tipo


tensional, cefaleia em salvas. Outras formas menos comuns de cefaleia primária
incluem a hemicrania contínua, a cefaleia nova diária e persistente, cefaleia do
esforço, cefaleia da tosse, cefaleia por estímulo frio, hemicrania paroxística crónica.

Os especialistas em cefaleia geralmente tratam de dores faciais, como a


neuralgia do trigémeo, dor facial atípica, e dor miofascial.

As cefaleias secundárias são aquelas causadas por alguma outra doença,


tal como tumores cerebrais, traumatismo craniano, meningites, acidente vascular
cerebral (derrame), hidrocefalia e aneurismas.

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Cefaleias Primárias

Grande parte das pessoas sofre ao longo da vida, e pelos mais variados motivos,
de cefaleias, vulgarmente designadas por dores de cabeça. Existem vários tipos de
cefaleias primárias: enxaqueca, cefaleia tipo tensão, cefaleia trigémino-autonómica e
um outro de outro tipo de cefaleias primárias raras e clinicamente heterogéneas.

1. Cefaleias Tipo Tensão:

Neste tipo de dores de cabeça, o doente tem episódios recorrentes de


cefaleia que podem durar de 30 minutos a semanas. A dor é tipicamente bilateral,
com carácter em pressão ou aperto, de intensidade fraca a moderada, não piora
com actividade física de rotina e não há náuseas. Os doentes podem descrever a
dor como sendo semelhante à que ocorre com o uso de uma fita apertada em volta
da cabeça. Verifica-se por vezes uma hipersensibilidade considerável dos músculos
do crânio, mandíbula e pescoço, facilmente perceptível através da palpação
manual.

A Classificação Internacional de Cefaleias classifica as cefaleias tipo tensão


em episódica pouco frequente, episódica frequente e crónica, mediante a frequência
das crises. Apesar desta ser a cefaleia primária mais comum e com levado impacto
socio-económico, a sua causa não está ainda bem esclarecida, podendo dever-se a
tensão física (contracção muscular sustentada), a tensão psíquica (ansiedade
prolongada), ou a ambas.

No tratamento são usadas medidas não farmacológicas e farmacológicas


mas, em primeiro lugar, é importante identificar os factores desencadeantes e
agravantes, como por exemplo perturbações do ritmo do sono e ansiedade
prolongada, tentando eliminá-los.

Medidas não farmacológicas:

1. Deve ser incentivada a terapia ergonómica, assente na correcção de postura


no local de trabalho e na utilização de mesas e assento adequados.
2. A fisioterapia está indicada sempre que coexistam perturbações ósteo-
articulares ou músculo-esqueléticas com factores desencadeantes ou
agravantes da cefaleia.
3. As técnicas de relaxamento e o biofeedback conseguem uma melhoria em
cerca de 50% dos casos, sobretudo quando associadas. A acupuntura parece
aumentar o limiar da dor, mas o seu efeito é de curta duração.
4. As técnicas cognitivo-comportamentais são indicadas quando coexiste
depressão, ansiedade ou nas situações em que o stress e os problemas
psicológicos isto é, profissionais, familiares e/ou sociais, sendo estes os
principais desencadeantes das cefaleias. Todavia, é importante ter em conta
que estas técnicas nem sempre são acessíveis, são demoradas, caras e nem
sempre resultam em todas as pessoas.

Medidas farmacológicas:
Tratamento sintomático:
Os analgésicos simples e os anti-inflamatórios não esteróides (AINE) estão
indicados no tratamento dos episódios agudos; todavia não devem ser utilizados
mais de 2 vezes por semana. Os relaxantes musculares podem também ser
utilizados em tratamentos curtos. Sempre que o número de episódios ultrapasse 15

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dias por mês, deve ponderar-se um tratamento preventivo, de modo a evitar um
abuso de analgésicos.

Tratamento Preventivo:
A terapia é baseada na utilização dos antidepressivos clássicos (triciclos) que têm
uma acção analgésica independente da anti depressiva, podendo assim ser
utilizados em doses pequenas. Os anti depressivos mais recentes, muitos com
melhor perfil ao nível dos efeitos secundários, constituem outra opção a considerar.
Mais recentemente, e nos casos resistentes às outras medidas, tem sido utilizada a
Toxina Botulínica.

2. Cefaleias Trigémino-Autonómicas (CTA)

Este grupo de cefaleias primárias inclui três subgrupos:

A) Cefaleia em salvas
B) Hemicrania paroxística (HP)
C) Cefaleia unilateral nevralgiforme, de curta duração com injecção conjuntival e
lacrimejo (SUNCT)

As cefaleias Trigémino-Autonómicas (CTA) têm em comum os seguintes


factores: crises com duração de segundos a horas, são unilaterais, têm localização
orbitária, supra-orbitária ou temporal, são de severidade grave e têm sintomas
típicos acompanhantes – olho vermelho, lacrimejo, congestão nasal e sudação.
Ocorrem geralmente em séries (salvas) que duram semanas ou meses, separados
por períodos de melhoria que vão de meses a anos.

É importante sublinhar que quando ocorre pela primeira vez uma cefaleia
com características de CTA devem ser excluídas outras causas (malformação
vascular craniana, nevralgia do trigémeo, tumor intra craniano), o que requer um
exame neurológico apurado e exames de imagem.

Cefaleias em salvas

Geralmente iniciam-se entre os 20 e os 40 anos, sendo a prevalência três a


quatro vezes maior em homens, por razões desconhecidas. Nas crises mais fortes,
o doente é geralmente incapaz de se deitar e caracteristicamente fica a andar de
um lado para o outro.

Hemicrania paroxística (HP)


Surge habitualmente na segunda década e atinge predominantemente o
sexo feminino. Os doentes, ao contrário do que se observa na cefaleia em salvas,
preferem estar quietos, com a cabeça entre as mãos ou no leito.

Cefaleia unilateral nevralgiforme, de curta duração com injecção


conjuntival e lacrimejo (SUNCT)
Atinge sobretudo os homens. O quadro clínico pode ser mimetizado por
lesões que envolvem a hipófise ou a zona posterior do cérebro, razão pela qual
deve ser efectuado exame de imagem.

CTA Duração da crise Frequência Distribuição por


sexo

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Cefaleia De 15 a 180 De 1 cada 2 > Sexo masculino
em minutos dias a 8/dia
salvas
HP De 2 a 30 minutos > 5 por dia > Sexo feminino
SUNCT De 5 a 240 3-200/dia > Sexo masculino
segundos

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Tratamento de Cefaleia em Salvas:
No tratamento sintomático das crises podem ser utilizados vários agentes
terapêuticos: oxigenoterapia, com a administração do oxigénio por máscara por um
período de 20 minutos seguido de 5 minutos de descanso, repetindo a
administração se necessário; triptanos intra nasais ou em injecção subcutânea
(contra-indicado nos doentes com hipertensão mal controlada, enfarte do miocárdio
ou patologia vascular cerebral prévia); lidocaina (substância anestésica) em gotas
por via intra nasal e ainda corticosteroides em casos mais complicados.

No tratamento preventivo os fármacos mais utilizados são verapamil e


carbonato de lítio. Verapamil é um fármaco muito utilizado em Cardiologia, razão
pelo qual o doente deverá efectuar controlo da tensão arterial, pulso e
electrocardiograma ao longo do tratamento, já que o fármaco pode diminuir a
condução cardíaca, a tensão arterial e a frequência cardíaca. O Carbonato de lítio é
um fármaco utilizado em psiquiatria, mas a dose utilizado nos doentes com
cefaleias em salvas é inferior à utilizada em psiquiatria. O efeito adverso principal é
o hipotiroidismo. Vários fármacos anti-epilépticos têm também sido utilizados no
tratamento preventivo.

Nos casos refractários à terapêutica médica, pode ser efectuado o bloqueio


anestésico do nervo grande occipital. Nos últimos tempos, tem vindo a ser utilizada
a neuroestimulação hipotalâmica, a qual é uma técnica neurocirúrgica.
Hemicrânia paroxística

O tratamento deve ser feito com indometacina (anti-inflamatório não


esteróide), medicamento de eleição, já que é mesmo requisito para o diagnóstico a
resposta favorável ao fármaco. A duração do tratamento deve ser prolongada para
além da fase dolorosa.

Cefaleia unilateral nevralgiforme, de curta duração com injecção


conjuntival e lacrimejo (SUNCT)
É considerada a cefaleia mais resistente ao tratamento, frequentemente refractária
à maioria dos fármacos. Recentemente, têm surgido estudos que apontam para a
utilização de lamotrigina (um novo agente anti-epiléptico) como o fármaco mais
apropriado, por ter causado uma remissão parcial ou completa na maioria dos
casos.

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Conclusão

Com toda esta pesquisa, concluo então que Cefaleia é um mal-estar físico,
caracterizado por dores na zona da cabeça, de um modo difuso ou localizado, cuja
origem pode ter diversas causas.
A dor de cabeça não resulta de dores no cérebro, já que este não dispõe de
terminações nervosas para a dor. A cefaleia origina-se, quase sempre, a partir da
dilatação das paredes das artérias intracranianas, podendo a sensação de dor
provir também de outros pontos, como os músculos do pescoço e da nuca, do
couro cabeludo ou qualquer outra zona de músculo ou pele em torno da cabeça.
A cefaleia é um sintoma muito vago e genérico, cuja origem pode surgir associada
a inúmeras causas. Genericamente, as causas podem ser agrupadas em três níveis:
cefaleias vasculares, cefaleias de tensão e cefaleias inflamatórias.

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Bibliografia
Trabalho elaborado através de:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cefaleia

http://www.ptacs.pt/page.aspx?idCat=1761

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cefaléia_em_salvas

http://enxaqueca.no.sapo.pt/

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