Vivemos em um perodo que marcado por diversas transformaes em
todo o mundo. As formas de vida bastante rgidas ou severas que eram utilizadas para regular as relaes em sociedade, vm sendo, pouco a pouco, desgastadas e isso atinge um dos princpios a que a humanidade dava tanto valor, desde os incios da modernidade: a racionalidade. Com a crtica ao pensamento teolgico medieval e a atitude otimista diante da vida, provocada pelo Renascimento, as grandes invenes, as grandes navegaes e descobertas e, sobretudo, com a formao do capitalismo, a razo foi sendo progressivamente valorizada como a caracterstica, por excelncia, da condio humana: o Homem como animal racional. No foram os modernos que inventaram isto, a filosofia grega j havia apontado a razo como um elemento constitutivo do ser, da identidade humana. Mas, com a modernidade, foi sendo aprofundada a compreenso sobre a razo, que foi elevada a uma importncia jamais atingida antes, passando a ser considerada guia para transportar o homem felicidade, na medida em que possibilitaria ao ser humano a oportunidade de libert-lo do jugo do prprio homem e da natureza. Com base no princpio da racionalidade, o Homem se libertaria das foras incontrolveis da natureza e de foras sobrenaturais, mediante o desenvolvimento das cincias e das tcnicas. Tambm se libertaria do jugo de certos homens (seres humanos) sobre outros: esta crtica era diretamente dirigida aos poderes absolutistas, dos reis e prncipes. O Homem alcanaria a sua liberdade contra a opresso. Atualmente, predomina o critrio de capacidade de consumo para identificar o cidado. Essa viso empobrecedora, desmobilizadora e despolitizadora, reduz o significado de Cidadania, e compromete, assim, o seu significado multidimensional e o esprito pblico do cidado, possuidor de direitos e deveres. A luta pelos Direitos Humanos garantidos para todos e para que todo cidado seja educado em uma Cultura de Direitos Humanos reinventa a Cidadania, forma pessoas ativas e participantes nos rumos da sociedade de que faz parte.