Unidos, reunidos criando a riqueza nas terras escuras roxo-vermelha do Paran.
Planta. Replanta. Trato. Colheita. Peneiras. Terreiros. Poeira. Carretas, machados, arados. Serras. Serradores. Serrarias. Toras, galhadas e troncos. Machadeiros. Galpes. Homens - mulheres - meninos. Luta. Trabalho. Terras - Norte do Paran.
O chamado da terra. O apelo da gleba. O homem presente. Londrina nasceu. Londrina cresceu. Baliza altaneira. Porta-bandeira levando um braso. Caminha adiante, plantando cidades, nas terras vermelhas do Paran.
Riqueza. Abastana. Cultura. Seus homens unidos lutando valentes na terra feraz, nem clamam, nem pedem. Fartas ofertas, as fontes abertas - sugando. Seus homens sorrindo, suas sobras caindo, num crivo sem fim.
O trigo dourando a terra padro.
Dizendo fartura, certeza de po. A cana acamada vestindo de verde a terra lavrada.
Cafezais montam guarda e mandam a mensagem da terra vermelha - do Paran.
Apitos de usinas. Motores. Vapores. Criadores. Currais. Riqueza que espelha a terra vermelha do Paran.
Giram-girando s voltas do sol os campos floridos dos girassis. O rami alastrado, conjugado ao verde entonado das amoreiras. E os grandes ranches do bicho-da-seda fiando a riqueza da terra vermelha do Paran.
No fim a estria contada, a estria acabada. O Pioneiro - vencedor e vencido j velho e abatido, descansa cado vestindo a mortalha de uma terra vermelha que bem trabalhou. CORA CORALINA In Poema dos Becos de Gois e Estrias Mais, 1965