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ODE A LONDRINA

Ao Dr. Anivaldo Garcia de Morais e seus


21 Irmos Amigos de Londrina
Homens pioneiros
chegaram de longe
cheios de F.
Na terra vermelha,
no seio da mata,
na cova profunda
plantaram caf.

Vanguardeiros.
Braos possantes
ergueram a cidade
na terra distante.

Homens vieram,
mulheres, meninas.
Casadas, solteiras,
perdidas e achadas.
Alvas. Morenas. Cafusas.
Mescladas.

Unidos, reunidos
criando a riqueza
nas terras escuras
roxo-vermelha do Paran.

Planta. Replanta.
Trato. Colheita.
Peneiras. Terreiros. Poeira.
Carretas, machados, arados.
Serras. Serradores. Serrarias.
Toras, galhadas e troncos.
Machadeiros. Galpes.
Homens - mulheres - meninos.
Luta. Trabalho.
Terras - Norte do Paran.

O chamado da terra.
O apelo da gleba.
O homem presente.
Londrina nasceu.
Londrina cresceu.
Baliza altaneira.
Porta-bandeira
levando um braso.
Caminha adiante,
plantando cidades,
nas terras vermelhas
do Paran.

Riqueza. Abastana. Cultura.
Seus homens unidos
lutando valentes
na terra feraz,
nem clamam, nem pedem.
Fartas ofertas,
as fontes abertas
- sugando.
Seus homens sorrindo,
suas sobras caindo,
num crivo sem fim.

O trigo dourando
a terra padro.

Dizendo fartura,
certeza de po.
A cana acamada
vestindo de verde
a terra lavrada.

Cafezais montam guarda
e mandam a mensagem
da terra vermelha -
do Paran.

Entradas. Estradas.
Picadas, balizas
avanam pra frente.
Rodagens. Asfalto.
Carroas. Carretas. Tratores.

Apitos de usinas.
Motores. Vapores.
Criadores. Currais.
Riqueza que espelha
a terra vermelha
do Paran.

Giram-girando
s voltas do sol
os campos floridos
dos girassis.
O rami alastrado,
conjugado
ao verde entonado
das amoreiras.
E os grandes ranches
do bicho-da-seda
fiando a riqueza
da terra vermelha
do Paran.

No fim a estria contada,
a estria acabada.
O Pioneiro - vencedor e vencido
j velho e abatido,
descansa cado
vestindo a mortalha
de uma terra vermelha
que bem trabalhou.
CORA CORALINA
In Poema dos Becos de Gois e Estrias Mais, 1965

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