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Mito do chover

( Zabumba zunindo no colo de Deus- Cordel do fogo encantado)


Na rua perto de casa
havia um velho bar.
Sempre um velho senhor
Com sua viola em mos
E a cachaa em seu copo
Se despejava a cantar.
Suas velhas modas
Que ouvia quando criana
Em suas longes veredas do serto
Da Bahia.
Ou era Pernanbuco ou PAraiba
Agora eu no sei.
Um dia sentei perto dele
Suas historias ele me dizia.
-Olha menino, aqui no igual l-
e perguntei para ele.
-Por que velho Baiano?-
Ele me respondeu de maneira seca e direta.
-No h historias para se contar-
Ento depois de outra cachaa e um conhaque disse.
-Ento me conte-
"Meu av me contava, quando eu era um mulquinho l.
De ps descalos enquanto arrancava mandioca do cho seco.
Olhava para o cu e dizia - Quando sera que chove? -
Meu v me disse assim:
Quando Deus resolver fazer uma grande festa tera chuva -
-Pro que vov?-
-Ara, por qu ele vai ter que lavar, e pegue na enchada logo menino.
-Ento a agua que cai ele que joga?-
-No So pedro que joga.
-E os truvo?
-Os troves so os sons do zabumba ressoando forte no colo de Deus.
-E os relampagos?
-Os relmpagos, as fascas das brigas de faces entre os anjos.
-Os anjos brigam?
-Mas, claro menino, agora leve isto para a tua av."
E assim o dialogo entre o v Dito e o Baiano Tio acaba.
Sem rimas e sem nada.
Pedi para tocar mais uma moda,
E me pus a escutar.
"CAminheiro que l vai indo..."

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