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Quando acordou, o dinossauro ainda estava l.

Acordou? Acordei. Despertei de meu sono da beleza. Afinal, manter uma ctis
aceitvel o mnimo que podemos fazer nessa ps-modernidade catica que venera a beleza
acima de tudo, certo? Ah, perdi-me em devaneios. Desculpe-me.
O dinossauro: ele ainda estava l, vagando, conflitando, fazendo as pessoas gritarem
angustiadas. Mas sabe o que o pior de tudo? O dinossauro sou eu, e fao dele a minha
metfora de vida.
Bichos to grandes esses dinossauros.
O que eles faziam? Comiam, cresciam, acasalavam, matavam, morriam. S isso? Ser
que eles no tinham de lidar com o problema magnifico que encontrar uma vaga no
estacionamento do shopping s 15h em um sbado de 45C ou, ainda, fazer com que seus
filhos viessem a ter relaes saudveis, explicando que tudo o que eles quiserem ser e fazer
quando crescerem ser vlido? Acho que no: a vida desses dinossauros parece ser to mais
fcil.
Se tomo um dinossauro como minha metfora de vida, uma vez que sou grande,
destruidor e que no me vejo com tanta utilidade para nada, a no ser para, em parte, dar
continuidade a minha espcie, por que minha vida no to simples?
Essa ps-modernidade catica me faz querer voltar no tempo, uns bons milhes de
anos, quando nada era to difcil, pois comer, crescer, acasalar, matar e morrer fcil, no?

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