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Fichamento: Prova Penal e Falsas Memrias

(Cristina Di Gesu)
Consideraes Pessoais
Muitos dos julgados baseiam-se principalmente ou exclusivamente nas provas testemunhais, que se sustentam com os depoimentos dos
envolvidos no delito. No entanto, h de se reconhecer que o processo pode conter falhas grosseiras ao se firmar dessa forma. Isso porque s falsas
memrias influenciam na oitiva e com isso poder ser cometido erros na hora do julgamento e da sentena.
As falsas memrias podem surgir ao sermos instigados com perguntas, ou com falsas informaes e comentrios acerca de uma
experincia. Assim, a memria propriamente dita, que por si s, j sofre vrias alteraes ao longo da vida (de acordo com a fase da vida da
pessoa ou mesmo seu estado emocional), mais uma vez influenciada e a pessoa passa a acreditar ou confundir o imaginrio com o real.
Com isso, necessrio que os julgamentos no se firmem apenas na prova testemunhal e nem muito menos em apenas um depoimento.
Deve-se adotar a ponderao na hora de validar o que a testemunha, ru ou vtima disser. Uma vez que, a falsa memria no intencional e
consciente, diferente da mentira intencional, dolosa, que configura o crime de falso testemunho.
Contudo, no se deve tambm desacreditar totalmente em um depoimento, pois embora a memria esteja em permanente reconstruo, h
coisas que no perdem a sua essncia e tampouco o seu ser. Se isso acontecesse estaramos fadados a descrena de nossas histrias e no
teramos identidade prpria. necessrio reconhecer as falsas memrias como falhas que podem acontecer, que podem influenciar, mas que ela
no acontece com tudo de maneira arbitrria, sucumbindo as experincias vividas e registradas.

Referncia Bibliogrfica:
DI GESU, Cristina. Prova penal e falsas memrias. Rio de Janeiro: Editora Lmen Jris, 2010.

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