A riqueza , em primeiro lugar, o poder sobre o que necessrio vida
e sobrevivncia. Ao lado da riqueza existe a pobreza. Ela s consegue com parcimnia - ou absolutamente no consegue - dispor de recursos e poder para assegurar a prpria vida e a sobrevivncia. A luta pela riqueza, nesse sentido, a base da vida e da sobrevivncia na natureza. Os animais e as plantas que conseguem assegurar, custa de outros, os recursos necessrios sua vida e sobrevivncia so ricos, em comparao com eles. E os que so superados e dominados por eles so pobres. Neste sentido, a riqueza e a pobreza so impostas pela natureza e esto alm do bem e do mal. Entre os seres humanos, isto significa que ningum, nem mesmo o pobre, pode eximir-se da luta pela vida e pela sobrevivncia. O prprio mendigo luta para conseguir de outras pessoas algo que lhes escapa, e assim se torna rico diante delas. Contra esse quadro de fundo, o louvor da pobreza, como o encontrou no cristianismo, parece fora da realidade e, muitas vezes, tambm hipcrita, pois, ao mesmo tempo, os pobres esperam que Deus os enriquea e empobrea os ricos. Entretanto, devido lei da compensao, que busca o equilbrio entre o dar e o receber em nossos relacionamentos, sentimo-nos obrigados e em dvida, em relao aos outros, quando temos mais do que eles. Por esta razo nos difcil conservar a riqueza sem deixar que outros participem dela e, principalmente, sem utiliza-l para o bem de muitos outros. Ao mesmo tempo, a riqueza tambm uma ddiva, no apenas de nosso prprio esforo e empenho, mas tambm de circunstncias felizes e, em ltima anlise, de um poder que sentimos como benvolo em relao a ns. Aceitar essa riqueza e alegrar-se com suas possibilidades no fcil para ns. Em ltima anlise, s o conseguimos com humildade. Essa humildade nos faz maiores ou menores? - Ela nos torna maiores. E tambm nos torna especialmente humanos.