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RELAÇÕES
INTERNACIONAIS PAULO ROBERTO DE ALMEIDA
sobre os primeiros
500 anos
BRAZILIAN INTERNATIONAL RELATIONS:
essay of assessment on the first 500 years
RESUMO Síntese crítica sobre as tendências fortes das relações internacionais do Brasil, desde a formação da nação
até a atualidade, destacando as grandes linhas e orientações do desenvolvimento brasileiro do ponto de vista da in-
serção internacional do País.
Palavras-chave Brasil – relações internacionais – política externa.
ABSTRACT Critical assessment on the main trends of Brazilian international relations, from the constitution of the
nation to the present, stressing the general features and the pathways of Brazilian development, from the perspective
of the nation’s international insertion.
Keywords Brazil – international relations – foreign policy.
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INTRODUÇÃO
Q
ualquer balanço que se decida empreender sobre as
relações internacionais do Brasil nos primeiros 500
anos de sua existência enquanto “entidade tipificável”
do ponto de vista da ordem internacional – isto é, um
território geograficamente delimitado, dotado de es-
truturas de poder reconhecidas como formalmente
legítimas pelos demais Estados participantes dessa or-
dem, mesmo que não dispondo de autonomia política própria – deve partir de um
entendimento preliminar quanto à periodização suscetível de ser aplicada à sua
história. Ora, no caso do Brasil, um certo consenso historiográfico costuma dividir
sua história política em uma primeira fase colonial claramente determinada – ain-
da que alguns coloquem seu fim em 1808 e outros, apenas em 1822 –, uma se-
“Brasil nos gunda fase independente, que se desenvolveria a partir da proclamação da auto-
nomia política, ou mais afirmadamente, a partir das regências, e uma fase dita
primeiros 500 anos “nacional”, de contornos menos reconhecíveis, mas que se estenderia da Revolução
de sua existência de 1930 até nossos dias.1 Uma divisão de natureza econômica poderia eventual-
enquanto “entidade mente deslocar para frente ou para trás alguns desses limites de tipo político, mas
não alteraria fundamentalmente o caráter algo paradigmático dessa periodização
tipificável” do ponto
tão simples quanto desprovida de grandes problemas epistemológicos.
de vista da ordem
internacional
” AS GRANDES ETAPAS DAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS DO BRASIL
Poder-se-ia, portanto, começar esta análise sintética ordenando as fases do
relacionamento externo do Brasil em três grandes “blocos históricos”, correspon-
dendo cada um (e de forma sucessiva) aos períodos seguintes:
a) colonial, isto é, a partir de 1530-1550, aproximadamente (com a im-
plantação do sistema de governo geral do Brasil pela Coroa portuguesa, no
seguimento da atribuição das primeiras capitanias hereditárias) até os
anos 1808-1822, que assistem ao movimento gradual mas irreversível em
direção da independência; nessa fase, as relações internacionais da nação
americana em formação são claramente determinadas pelos interesses
metropolitanos;
1 Para uma discussão mais pormenorizada sobre a problemática da periodização nas relações internacionais
do Brasil, remeto ao capítulo 2, “A periodização das relações internacionais do Brasil”, de meu livro O Estudo
das Relações Internacionais do Brasil (ALMEIDA, 1999b, pp. 39-75). Esse e outros livros, bem como artigos
diversos sobre a integração e as relações internacionais do Brasil, podem ser conferidos na web-page: http://
members.tripod.com/pralmeida.
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CONCLUSÕES
São essas as questões – acrescidas de algumas outras que delas derivam: dí-
vida externa, meio ambiente, exportações de artigos militares etc. – que estão no
centro das relações internacionais do Brasil contemporâneo e que, como tais, de-
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