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Capitulo 3B Ondas Eletromagnéticas tema, fregiientem 38-1“O Arco-{ris de Maxwell” A grande contribuicio de Maxwell foi mostrar que a 6tica, o estudo da luz visivel, é um ramo do eletro: magnetismo e que um feixe de luz é uma configuragio de campos elétricos ¢ m: agnéticos que se propagam te capitulo, o diltimo do nosso estudo de fendmenos, estritamente elétricos e magnéticos, foi elaborado para completar esse estudo e para formar uma ponte com @ assunto relacionado & dtica Na época de Maxwell, a luz visivel ¢ as radia ges infravermetha e ultravioleta eram as tinicas radi- ages eletromagnéticas conhecidas. Contudo, estinnu lado pelas previsoes de Maxwell, Heinrich Hertz des: cobritio que hoje chamamos de ondas de rédio ¢ veri- ficou que elas se movem em laboratério com a mesma Velocidade da luz visivel. E por esse feito que home: nageamos Hertz, designando seu nome como unidac de freqiéncia no SI rite « fice dern Sol. A poeine ndo é afetada aver vista na fotografie A Fig. 38-1 mostra 0 espectro completo das on das eletromag néticas, come hoje o conhecemos, e que foi citado por um escritor in i inalivo como “areo-iris de Maxwell", E dificil ima narmos até que ponto so: mos banhados pela radiagao eletromagnética das vari 1s regides do espectro. O Sol, cujas radiacGes definem © meio ambiente no qual nés, como uma espécie, te mos evoluido e nos adaptado, & a nossa fonte predomi- nante. Somos também entrecruzados por sinais de r% dio e televisiio. Microondas de sistemas de radar ¢ de sistemas de (ransmissao de telefonia podem nes alean- car. Temos as ondas ¢letromagnéticas provenientes de Tampadas elétricas, de blocos dos motores aquecidos de automéveis, de maquinas de raios X, de relampa- gos ede materiais radioativos existentes no solo. Além disso, atingem-nos radiagGes das estrelas e de outros corpos de nossa galaxia ¢ de outras galxias. Embora fracamente, estamos constanteni es (de comprimento de onda te expostos a radia 2 mm) da bola de 2 OTICAE FISICA MODERNA Comprintente de onda (am) 700, 600500400) spectro visi = Compeiment de onda (ma) Wr 1 tea 10 ME 10) 1010" 1! toe wo 10" 10" 10% 107 10" 10% 110-8 9" 10+ 10 10 1 I ID Sto 1 Ww 10? 10" 10 19 11010" 10" Freguéncia (Hz) —e Radio FM. Maritimo, serondutica © dio mae Usos maritime serondutico nn AM 0 10 10° 0 Maritieo, serond fina do cad eridio mével 0 10 10" a Freqiéncia (Ha) Fig, 38-1 0 espectro eletromagnético. fogo primitiva, associada por muitos a criagdo do uni- verso. Ondas eletromagnéticas também sao emitidas no sentido oposto, Sinais de televisdo, transmitidos da Terra desde 1950, estarao sendo captadas eventualmen- te por habitantes de outros planetas que ja possuam técnicas sofisticadas, num raio que abrange cerca de 400 estrelas, Aescala de comprimento de onda na Fig, 38-1 (e semelhantemente a escala de freqliéncia corresponden- te) estd desenhada de modo que cada trago da escala representa uma variagiio no comprimento de ondas (e, correspondentemente, na freqiiéncia) por um fator de 10. A escala tem extremidades abertas; o espectro ele- tromagnético nao tem limites, superior e inferior, defi- nidos. Certas regides do espectro eletromagnético, como se vé na Fig, 38-1, siio identificadas por nomes famili- ares, tais como raios X ¢ microondas. Esses nomes indicam faixas de comprimento de onda que nao estiio bem definidas, dentro das quais sio usados os mes- mos tipos de fontes e detectores das radiagdes em ques- to. Outras regides da Fig. 38-1, tais como as indi das por canais de TV e de radio AM, representam ban- das especificas definidas legalmente com fins comer- ciais ou outros propésitos. Nao existem lacunas no espectro cletromagnético.* Enfatizamos que todas as ondas eletromagnéticas, nZio importando onde se situ- am no espectro, se propagam no espaco livre (véicuo) com a mesma velocidade escalar ¢, ‘Por exemplo, posemos produit radisgées de comprimento de onda de 10m, tanto por tenicas de mictoondas osciladores de microondas), quan por iéenicas de radiagae infravermelha (Tantes ineanlescentes), (N. do T.) A regidio visfvel do espectro é, naturalmente, de Particular interesse para nds. A Fig, 38-2 mostra a sen- sibilidade relativa do olho de um suposto observador padrao para radiagties de varios comprimentos de onda. O centro da regio visivel corresponde aproximada- mente a 555 nm; luz deste comprimento de onda tra- duz.a sensagio de verde-amarelado. Os limites do espeetro visfvel nao siio bem defi- nidos, porque a curva de sensibilidade do olho aproxi- ma-se assintoticamente da linha de sensibilidade zero, tanto para os maiores quanto para os menores compri- mentos de onda. Se tomarmos, a rariamente, Como limites, os comprimentos de onda para os quais a sen- sibilidade do olho cai a 1% do seu valor maximo, seus valores serao cerca de 430 ¢ 690 nm; contudo, o olho pode detectar radiagdes, fora desses limites, desde que sejam suficientemente intensas, Em muitas experiéncias da fisica usamos chapas fotogriticas ou detectores ele: trénicos fotossensiveis em lugar do olho humana, | , 2 Sensi relaiva a | 2 T ; a 400 480" S00 SSD 60K) O50 700 ‘Comprimenta de onda inm) Fig. 38-2 Sensibilidade relativa do otho bumano para diferentes comprimentos de onda, 38-2 Geragdo de uma Onda Eletromagnética Algumas radiagdes, como os raios X, 0s raios gama e ailuz visivel, vem de fontes que tém dimensdes atémi- cas ou nucleares, onde a fisica quiintica governa. Veja- mos como sio geradas outras ondas eletromagnéticas. Para simplificar o assunto, vamo-nos restringir aqui a regio do espectro (comprimento de onda = Im) na qual a fonte de radiagio (digamos, uma antena de on- das curtas de radio) € nao s6 macroscépica, mas tam- bém de dimensdes manipuliveis, A Fig, 38-3 mostra o esbogo de um gerador de tais ondas. No seu interior esté um ascilador LC, que estabelece uma freqtiéncia angular w (= ILC), As cargas e as correntes nesse cireuito varia senoidal- mente com essa freqiiéncia, como é descrito na Fig. 35-1. Uma fonte externa — provavelmente uma bate- ria—fornece a energia necessdria para compensar nao 86 as perdas térmicas, mas também a energia que es- capa para o exterior transportada pela onda eletromag- nética irradiada, 0 oscilador LC da Fig. 38-3 esté acoplado por meio de um transformador ¢ de uma linha de trans- missdo a uma aritena, que consiste essencialmente em dois condutores retilineos dispostos como se vé na gura, Através desse acoplamento, a corrente, que varia senoidalmente no oxcilador, provoca uma oscilagdo se- Linhar de wansmissao ‘Oveiasdor LC ONDAS ELETROMAGNETICAS 3 noidal das cargas com a freqiiéncia angular @ do oscilador LC, ao longo desses condutores, Essas car- gus oscilantes constituem correntes que também vari- am senoidalmente, em amplitude e sentido, coma fre- qiiéncia angular w. A antena equivale a um dipolo elétri- co cujo momento de dipolo elétrico varia senoidalmente em médulo e sentido ao longo do eixo da antena, Uma vez. que © momento de dipolo varia, 0 cam- po elétrico criado pelo dipolo varia em médulo, dire- Gdo e sentido, E, uma vez que as correntes variam, 0 campo magnético criado por elas varia em médulo, diregio ¢ sentido. Entretanto, as variagées dos campos elétrico ¢ magnético nao aparecem instantaneamente em toda parte; mais exatamente, as variagdes se pro- lar da luz c, A composigio dos campos variantes forma uma onda eletromagneética que se afasta da antena com a velocidade escalarc. A freqiiéncia angular dessa onda € @, estabelecida pelo oscilador LC que originou toda esta cadeia de eventos. A Fig. 38-4 mostra, num certo instante, u fo” da onda cletromagnética; a porgao representa os campos elétrico ¢ magnético que foram gerados em trés instantes anteriores pela antena ¢ que esto nesse instante distantes da antena, © campo magnético den- tro dos lobos se alterna apontando para dentro e pa fora da pagina; 0 campo elétrico se alterna apontando pagam para fora da antena com a velocidade esc: Onula progressiva a Posts afastatlo + | do'campa Fig, 38-3 Um dispositivo para gerar un ‘onda cletromagnética progressiva na regi o espectro que abrange as ondas curtas de idio. P é um ponto afastado, no qual um ‘observador pode, com equipamemte apre prado, monitorar a onda. Fig, 38-4 Uina visio detalhada da antena de dipolo oscilante da Fig. 38-3, mostrande as linhas do cam- poelétricoe do campo magnético associados’t onda eletromagnét- ‘cairradiada num determinad ins- tante, Os pontos e as cruzes repre- ‘sentam, como de costume, linhas de campo que apontam para fora para dentro do plano da figura. ‘* configuragéio do campo prix mo Aantenaé mais complexaenio. é mostrada, ee B

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