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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA FACULDADE DE CIENCIA E TECNOLOGIA LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTROTECNICA SUBESTAGOES ELECTRICAS: UM ESTUDO DE CASO COM DIMENSIONAMENTO DE UMA SUBESTAGAO DE 60/15kv PARA FABRICA DE CIMENTO E SEUS ARTEFACTOS NO POLO INDUSTRIAL DE VIANA LUANDA FRANCISCO DOMINGOS LIMA MANUEL LUANDA JUNHO DE 2014 UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA FACULDADE DE CIENCIA E TECNOLOGIA LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTROTECNICA SUBESTAGOES ELECTRICAS: UM ESTUDO DE CASO COM DIMENSIONAMENTO DE UMA SUBESTAGAO DE 60/15kv PARA FABRICA DE CIMENTO E SEUS ARTEFACTOS NO POLO INDUSTRIAL DE VIANA LUANDA Por FRANCISCO DOMINGOS LIMA MANUEL Monografia submetida a Faculdade de Ciéncia e Tecnologia da Universidade Independente de Angola, como parte dos requisitos necessérios obtengao do grau de Engenheiro Eletrotécnico ORIENTADOR: Prof. Eng.* FERNANDO QUILEBA LUANDA JUNHO DE 2014 © Francisco Domingos Lima Manuel, 2014. AGRADECIMENTOS Primeiramente agadego a Jeové por ter-me concedido a oportunidade de estar vivo e ter energia dinamica, para suportar as dificuldades inerentes ao programa da formagao supe- rior. Agradego a minha familia, especialmente aos meus avos que desde muito cedo, sentiram a responsabilidade de cuidar-me na ausencia fisica de meus pais e por varias noites, terem esperado a porta da casa até a minha hora de chegar da faculdade. ‘Aos meus tios que sempre insentivam-me directa ou indirectamente, e cumprindo o papel de pais e maes. Aos meus colegas da faculdade, meus companheiros de luta, que juntos compartilhamos os sefrimentos dentro do curso, mas também momentos de alegria e que com certeza iremos recordar para sempre e levalos em nossos coragées. A minha namorada, que teve de suportar minha vida ocupada em detrimento da minha forma- ¢40, dando sempre seu apoio incondicional. ‘Aos meus professores, que durante a formacao, demonstraram um espirito paciente, e a von- tade de partilhar o conhecimento adiquirido, sem qualquer tipo de descriminagao, e parcia- lidade e em especial ao meu tutor 0 professor Fernando Kileba, pela paciencia e pelo apoio prestado durante este trabalho De forma geral quero agradecer a todos que directa ou indirectamente, contribuiram para eu conseguir alcansar este objectivo, Muito Obrigado a todos! RESUMO E visivel a necessidade da expansdo do sistema electrico Nacinal. Esta expansao pode acon- tecer olhando atentamente para a construgao de centrais de geracao de energia, em con- junto com as linhas de transmissao e subestagées electricas, que s4o elementos dentro do sistema electrico de potencia que se destiguem por distribuir a produgdo de energia elec- trica. Com vista a resolver estes problemas, notam-se nos ultimos anos a ctiagao de centrais ter- modisel em pontos estrategicos da cidade de Luanda, de formas a desafogar um pouco a dependencia total dos consumidores as centrais tradicionais. Ve-se também a restrutura- 40 do sector energetico nacional, mas associada as consecionarias, responsaveis pela produgdo, transporte, e distribuigéo, olhando na pespectiva de eliminar o “monopolio no sector electrico nacional”. Deste modo 0 incentivo a construgo de SE de menor porte, e de caracter privado, pode tor- nar-se também um vector importante na expangao do sector de distribui¢do, pois estas subestagdes podem encarregar-se de alguma forma na alimentagao de energia em zonas pontuais com necessidades e baixo consumo, e ao mesmo tempo suprir as cargas electri- cas industriais pelas quais formas dimensinadas. Este trabalho focaliza sua atengdo no dimensionamento de uma SE de 60/15kV de 15 MVA de poténcia instalada que ira alimentar uma fabrica de cimento e artefactos de cimento na zona economica especial de Luanda. Serao apresentados todos os calculos associados ao dimensionamento dos equipamentos electricos a serem instalados na subestagao. Uma nota explicativa das especificidades dos equipamentos a serem instalados, esta asso- ciada a este trabalho, onde é narrado suncitamente as caracteristicas electricas/mecanicas dos equipamentos amiude instalados nas SE, e suas classificages A subestagao sera instalada no interior da fabrica em area reservada para este fim. As saidas para alimentar a rede de média tensao serdo feitas em cabos electricos enterrados, dimensionados criteriosamente de formas a suportarem os esforgos electricos e mecani- cos associados a condu¢ao da corrente electrica até aos consumidores finais, neste caso PT's. LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Subestagao da FILDA (Luanda) de 60/15kV. 1 Figura 3.1 - Disjuntor a grande volume de éleo (GVO) 1 Figura 3.2 - Disjuntores a pequeno volume de éleo (PVO) 12 Figura 3.3 - Disjuntor a pequeno volume de éleo_ Camara de comprimento curto (PVO)......12 Figura 3.4 - Esquema de Operagao da Protec¢ao Diferencial.. Figura 3.5 - Ligagao de Relé Sobrecorrente Direcional a Barra Figura 3.6 - Religador Automatico GVO..... Figura 3.7 - Aspectos dimensionais das chaves seccionadoras ALS... Figura 3.8 - Chave seccionadora de abertura central com tubo metalico, classe 138KV........21 Figura 3.9 - Chave seccionadora de dupla abetura abetura lateral, classe 72,5 kV. 21 Figura 3.10 - Chave seccionadora de abertura vertical com lamina de terra, classe 72,5kV ..22 Figura 3. 3.11 - Indicagées dimenisonais de um seccionador pantogr 22 Figura 3.12 - Seccionador de Aste Vertical 23 Figura 3.13 - Detalhes Construtivos de um TC... Figura 3.14 - Transformador de Poténcia TP... Figura 3.15 - Detalhes Construtivos de um para-raios .... Figura 3.16 - Diagrama equivalente de um transformador....... Figura 3.17 - Transformador de Forga.... Figura 3.18 - Diagrama unifilar de uma SE (Barra Simples)..... Figura 3.19 - Diagrama unifilar de uma subestagao Barra Simples com By-Pass. 33 Figura 3.20 - Diagrama unifilar de uma subestagao Barra Simples Seccionada 34 Figura 3.21 - Diagrama unifilar do esquema eléctrico Barra Simples e Transferéncia 35 Figura 3.22 - Diagrama unifilar do esquema eléctrico Barra Dupla.... Figura 3.23 - Diagrama unifilar Barra Dupla com dois Disjuntores.. Figura 3.25 - Diagrama unifilar Barramento em Anel .. Figura 3.26 - Equipamentos de uma SE; a) Diagrama Unifilar, b) Vista de superior... Figura 4.1 - Pormenor da Fabricagao e Expedigao a Granel da Fabrica de Cimento .... Figura 4.2 - Extrato do Critério de Comparticipagao da EDEL. Figura 4.3 - Implantagao da Fabrica de Cimento e Localizacao da Subestagao. Figura 4.4 - Esquema de Barramento da Subestagao - Barra Simples Seccionada Figura 4.5 - Esquema de Barramento da Subestagao e Saidas previstas .. Figura 4.6 - Esquema Equivalente da Subestagao. 50 Figura 4.7 - Esquema Equivalente da Subestagao com as reactancias e resisténcias 52 Figura 4.8 - Caracteristicas do Perfil 40x28 73 Figura 4.9 - llustragao das Tensées de Contactos e Passo 76 Figura 4.10 - Diagrama de Distribuicéo de Energia do Sistema de Servigos Auxiliares.... LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 - Os principais arranjos de subestagées e suas principais caracteristicas 37 Tabela 4.1 - Designagao e Consumo previsto das Areas da Fabrica 42 Tabela 4.2 - Safdas Previstas em Media Tensao 48 Tabela 4.3 - Resumo das Correntes de Curto-Circuito... Tabela 4.4 - Tabela para Escolha do Disjuntor... Tabela 4.5 - Tabela para Escolha do Seccionador. Tabela 4.6 — Cargas Nominais Transformador de Pontencial .. Tabela 4.7 — Classe de Exatidao para Medi¢ao TP’s.... Tabela 4.8 — Classe de Extidao para Protecao TP’s.. Tabela 4.9 - Relagao de TAP’s 63 Tabela 4.10 - Aparelhos comumente ligados no secundario do TC 63 Tabela 4.11 - Tensées maximas induzidas no secundario dos TC’s 64 Tabela 4.12 - Factor K rapidez com que 0 condutor entra em fadiga térmica 68 Tabela 4.13 - Abaco BBC 70668 referente ao Factor X...... Tabela 4.14 - Abacos BBC 736966 com factores me n.. Tabela 4.15 — Limite de Elasticidade (Modulo Young) .... Tabela 4.16 - Dados Necessarios ao Dimensionamento do Barramento.. Tabela 4.17 - Resistividade do Solo... Tabela 4.18 — Val. Max. das tenses de passo/contacto nas zonas com brita e sem brita.....78 Tabela 4.19 - Alternativas de Malhas de Terra 81 Tabela 4.20 - Coeficientes Km e Ki para alternativa das Malhas 81 SUMARIO 1. CAPITULO I- INTRODUGA 1. OBJECTIVOS DO TRABALHO 2 11d. Objetivo Principal. 2 1.2, METODOLOGIA UTILIZADA. 2 1.3, ESTRUTURA DA MONOGRAFIA, 2 2. CAPITULO II- CONCEITOS GERAIS 3 2.4. DEFINICAO 3 22. CLASSIFICAGAO DAS SUBESTAGOES 3 22.1.1. SUBESTAGAO TRANSFORMADORA 4 22.1.1.1. Subestagao Elevadora 4 2.2.1.1.2. Subestagao Abaixadora 4 22.1.2. SUBESTAGAO SECCIONADORA, DE MANOBRA OU DE CHAVEAMENTO. 4 22.1.3. SUBESTAGAO AO TEMPO OU EXTERNA 4 2.2.1.4. SUBESTAGAO ABRIGADA OU INTERNA 5 2.2.1.41. Subestagdes Isoladas a Gés (GIS - Gas Insulated Substation) 5 2.2.1.4.2. Subestagées com Isolamento Hibrido (HIS - Hybrid Insulated Substation) 5 2.3. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE UMA SUBESTAGAO. 5 23.1.1. Equipamentos de Transformagao vB 23.1.2. — Equipamentos de Manobra.. eB 23.1.3, — Equipamentos de Compensacao de Reativos 7 2.3.1.4. Equipamentos de Protecdo.. 7 23.1.5. — Equipamentos de Medi 7 3. CAPITULO IIl- EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE PROTECCAO. 3.1. CHAVES FUSIVEIS. 8 B14. CHAVE FUSIVEL INDICADORA UNIPOLAR... vB 3.1.1.1. CARACTERISTICAS MECANICAS 8 B.1.4.1.1. — Isolador. . . 8 3.1.1.1.2. Gancho da ferramenta de abertura em carga (LOAD BUST).. 8 3.1.1.1.3. Cartucho ou porta - Fusivel 0. vB B12. ELOS FUSIVEIS... wn 3.1.2.1. Caracteristicas Mecanicas . sn 3.12.2 Caracteristicas Elétricas.. 9 3.2, DISJUNTORES 3.21 ESPECIFICACAO DOS DISJUNTORES. 10 3.2.1.1. QUANTO AQ SISTEMA DE INTERRUPGAO DO ARCO. 10 3.2.1.1.1. _ DISJUNTORES A OLEO. 10 3.2.1.1.1.1. Disjuntor a grande volume de éleo (GVO) " 3.2.1.1.1.2, Disjuntor a pequeno volume de éleo (PVO). " 3.2.1.1.2, Disjuntores a sopro Magnético 13 $32.1.1.3. Disjuntores a vacuo 13 3.2.1.1.4. Disjuntores a SF6 (hexafluoreto de enxofre) 13 32.1.1.5. _Disjuntores a ar comprimido 14 3.2.1.1. QUANTO AO SISTEMA DE ACCIONAMENTO. 14 3.2.1.1.1. Sistema de Mola 4 32.1.1.2. Sistema de solenoide 4 3.2.1.1.1, Sistema de ar comprimido. 4 3.2.2, RELES DE PROTECGAO 15 3.2.21. GENERALIDADES.... WAS 3.222, — Tipos de Protecéo. 15 3.2.23. — Caracteristicas dos Relés... WAS 3.2.24. — Filosofia de Protegao Utilizada 16 3.2.2.4.1. Protegao Diferencial LT 16 3.2.24.2, Protecdo de Distancia .nnnnnsnnnnnnnn 16 3.2243. Protegdo de Sobrecorrente Direcional. 7 3.3. RELIGADORES TRIFASICOS 17 33.1 RELIGADORES AUTOMATICOS DE INTERRUPCAO E OLEO 17 3.3.1.1. Religadores de interrypgao em éleo para Subestagao 17 3.3.2, RELIGADORES AUTOMATICOS DE INTERRUPCAO A VACUO 18 3.3.2.1. Religadores de interrupgao a vacuo para Subestacao 18 3.4, SECCIONADORES 18 3.4.1.1. CARACTERISTICAS CONSTRUTIVAS .. 19 3.4.1.1.1. _Seccionadores para uso Interno... 20 3.4.1.1.2, Seccionadores para uso Externo 20 3.4.1.1.2.1. Seccionadores para Subestagao de Potencia . 20 3.5. TRANSFORMADORES DE CORRENTE - TC. 23 3.5.1 ESPECIFICAGAO DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE. 24 3.5.1.1. Formas Construtivas 24 35.1.2. TC's de média e alta tenso 24 3.6, _TRANSFORMADORES DE POTENCIA — TP... 25 3.6.1. ESPECIFICACAO DOS TRANSFORMADORES DE POTENCIA.... 26 3.6.1.1. TP’s do tipo Indutivo.. 26 3.6.1.2, TP’S do tipo Capacitivo ... 26 3.7. PARA-RAIOS. 27 3.71. ESPECIFICACAO DOS PARA-RAIOS. 27 3.7.1.1. Para-Raios de Carboneto de Silicio 28 3.7.1.2, Para-raios a Oxido de Zinco. 28 3.8, BARRAMENTOS 28 3.9. TRANSFORMADORES. 29 3.91 3.9.1.1, 3.9.1.2. 3.9.1.2 3.9.1.2.2. 3.9.1.23. CARACTERISTICAS GERAIS Principio de Funcionamento. Formas Construtivas Quanto ao nimero de fases. Quanto ao tipo de ligagao. Quanto ao meio isolante. 3.10. ESQUEMA DE BARRAMENTO DA SUBESTAGAO 3.10.1 3.10.2, 3.10.3. 3.104 3.105. 3.10.6. 3.10.7. Barra Simples com utlizagao do By-Pass. Barra Simples Seccionadb... Barra Simples e Transteréncia. Barra dupla com um aisjuntor. Barra dupla com dis disjuntores Barra dupla com aisjuntores e meio Barramento em Anel. 3.11. TIPO DE ATERRAMENTO. 3.114 Maha de terra. 29 29 31 3 32 32 32 33 34 34 35 35 36 36 38 38 4. CAPITULO IV - ESTUDO DE CASO: DIMENSIONAMENTO DE UMA SUBESTACAO 60/1SKV PARA FABRICA DE CIMENTO E ARTEFACTOS DE CIMENTO NO POLO INDUSTRIAL DE VIANA. 4.1. CONSIDERAGOES GERAIS 42. CALCULO DO NUMERO DE TRANSFORMADORES, 4.3. LOCALIZACAO DA SUBESTAGAO.... 4.4. ESQUEMA DE BARRAMENTO DA SUBESTAGAO 4.5. DIMENSIONAMENTO E ESCOLHA DOS EQUIPAMENTOS 45.1. ASA. 45.2. 453. 454, 455, 456, 457. 458. 459. 45.9.1 45.9.2, 45.9.3, 45.10. 451. ASA. ASN, 45.1.3, Generalidades .. CALCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO.... TRANSFORMADOR DE POTENCIA — DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO... DISJUNTORES - DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO...... CHAVES SECCIONADORES - DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO. PARA-RAIOS DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO. TRANSFORMADOR DE POTENCIAL — DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO. TRANSFORMADOR DE CORRENTE — DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO. BARRAMENTO ~ DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO. MALHA DE TERRA — DIMENSIONAMENTO. Protegdo e limites do corpo humano. Célculo da Seceao do Cabo de Terra Célculo da Tensao de Malha. SERVIGOS AUXILIARES. CALCULOS EM MEDIA TENSAO. Dimensionamento do Cabo de Media Tensao. Dimensionamento do Disjuntor de Entrada da Sala de Monoblocos. Dimensionamento do Disjuntor das Saidas da SE. 1 4 43 44 45 47 AT 48 56 57 57 58 59 60 65 75 75 78 79 82 84 84 85 86 CAPITULO V - CONCLUSGES... REFERENCIAS BIBIOGRAFICAS.. ANEXOS 89 1. CAPITULO I - INTRODUGAO O desenvolvimento de um pais a todos os niveis esta associado ao uso da energia elétrica. E impossivel ter um pais desenvolvido sem que seu sistema elétrico funcione e sem que existam garantias de que 0 mesmo acompanha o aumento populacional que é diretamente proporcional ao aumento das cargas. A implementagao e o desenvolvimento do sector industrial e a evolucao do sector das infraestruturas de telecomunicagées e tecnologias de informagao, imputam ao siste- ma energético de poténcia a necessidade de modemizar-se e expandir-se atingindo assim 0 maior ntimero de consumidores, e com isso, torna-se indispensavel 0 uso das subestagées elétricas, como né do sistema energético que garante a interconexdo e expansao do sistema Elétrico. A subestago 6 um conjunto de equipamentos elétricos interligados entre si com objetivo de controlar o fluxo de energia, modificar os niveis de tensdes e alterar a nature- za da corrente Elétrica e garantir a protecao do sistema Elétrico. As subestagées funcionam como ponto de controlo e transferéncia de um sistema de transmissao de energia, direcionando e controlando o fluxo de poténcia, transformando os niveis de tensdo e funcionando como pontos de entrega para consumidores. Durante o transporte, desde os C.P. E’s até aos C.C’s, os blocos de poténcias pas- sam por varias S.E’s onde sao feitas as modificagdes necessérias para a interligacao e continuidade da transmissao do fluxo de poténcia. Figura 1.1 - Subestagao da FILDA (Luanda) de 60/15kV ‘© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 1 1. OBJECTIVOS DO TRABALHO 1.1.1. Objetivo Principal Apresentar os passos necessérios para o dimensionamento de uma subestacao elé- trica, para alimentagéo de uma Fabrica de Cimento e Artefactos de Cimento no Polo Industrial de Viana, apresentando solugdes técnica-economias razoaveis e adaptaveis as necessidades do sector energético Nacional. 1.2, METODOLOGIA UTILIZADA Para elaboracao deste trabalho, tiveram em conta os seguintes recursos de informa- go: + Livros + Sites na Internet (empresas como ABB, Efacec, WEG, Siemens, etc). * Catalogos = Manual de Apoio Técnico * Consulta a Engenheiros ligados ao ramo do sector energetico 1.3. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA Este trabalho esta organizado em cinco capitulos, com as seguintes informagées; > No cap. |, encontra-se uma breve explicagao da necessidade da implementa- ao das SE, como um factor preponderante na expansao do sector electrico de potencia > Cap Il encontra-se uma breve explicagao sobre conceitos gerais relativos & classificagao das SE, e apresentagao dos principais equipamentos usados nas SE’s v Cap II, neste capitulo encontram-se desenvolvido de formas mais abalisada, 0s equipamentos utilizados nas SE, e suas mais diversas especificacoes e aplicagées > Cap IV, neste capitulo esta retrado o estudo de caso, onde se faz o dimensio- nameto dos equipamentos da SE, abaixadora 60/15kV e 15MVA de potencia instalada, para fornecer energia a uma fabrica de cimento e artefactos de cimentos no PIV ( Polo Industrial de Viana ). > Cap V, serao apresentadas as conclusdes deste trabalho. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 2 2. CAPITULO Il- CONCEITOS GERAIS 2.1. DEFINIGAO Os subsistemas de producdo, transmissao e distribuigao de energia, compée o sis- tema elétrico de poténcia que tem como finalidade fornecerem energia elétrica aos con- sumidores. Com o fim de alcangar este objetivo é necessdrio garantir a continuidade no sistema de transmissao. Por sua vez o sistema de transmissao é constituido por dois elementos primordiais; a linha de transmissao que tem a finalidade de garantir a condugao do fluxo de potencia e as subestacées elétricas, que garante as interconexées das linhas, elevando ou baixando © nivel de tensao em fungao do que se necesita. De acordo com o comité Internacional de Eletrotecnia (IEC), define-se por subesta- 40 “ parte do sistema de poténcia, concentrada em um determinado ponto, incluindo os terminais de linha de transmissao, distribuicao, os médulos de manobra, encapsulados, podendo inclusive incluir transformadores” De forma sonsita pode-se definir a subestagao com um né do Sistema Elétrico, constituido especificamente por um sector transformador e um sector seccionador. Podemos ainda dizer que 6 um conjunto de equipamentos seccionadores, equipa- mentos de transformagao e eventualmente equipamentos para compensacao de reativo, que garantem a diversificagéo através de caminhos alternativos a distribuigéo e/ou o transporte dos blocos de poténcia 2.2. CLASSIFICAGAO DAS SUBESTAGOES Existem maneiras diferentes de classificar uma subestagao. As subestagdes podem ser classificadas em fungao do servigo que iréo desempenhar no sistema. Neste caso podem ser; + subestagdes de transformagao + subestagdes de seccionamento, manobra ou chaveamento Outra maneira de classificar as subestagdes ¢ em fungdo ao modo de instalagao. Estas podem ser: + subestagdes ao tempo + subestagdes abrigadas Podem ainda ser classificadas em fungao do tipo de isolamento. Podendo ser; « isoladas a Ar (AIS - Air Insulated Subestation ) © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 3 + isoladas a Gas ( GIS - Gas Insulated Subestation ) + isolamento Hibrido ( HIS - Hybrid Insulated Subestation ) 2.2.1.1. SUBESTACAO TRANSFORMADORA Esta subestagao tem por finalidade garantir a elevacdo ou o abaixamento do nivel de tensdo de acordo com o que se requer. Podendo ser designada por Elevadora e abai- xadora, 2.2.1.1. Subestagao Elevadora E uma subestagao que tem por objetivo garantir a elevagao do nivel de tensao requerido para o transporte. Diminuindo consideravelmente o valor da corrente, permitin- do a utilizagao de condutores de secgées inferiores e a diminuigéo das perdas ao longo do transporte. Geralmente encontra-se montada o mais préximo possivel dos centros de produgao de energia 2.2.1.1.2. Subestacao Abaixadora E uma subestagao que tem por objetivo garantir 0 abaixamento do nivel de tensao requerido para a distribuicao. Geralmente encontra-se montada o mais préximo possivel dos centros de consumo ou de suprimento as industrias 2.2.1.2. SUBESTAGAO SECCIONADORA, DE MANOBRA OU DE CHAVEAMENTO. Sao subestagdes que interligam os circuitos de alimentacéo sob o mesmo nivel de tensao, garantindo as suas multiplicacées e também dotada para o seccionamento dos circuitos permitindo sua energizagao em trechos sucessivos de menor comprimento. 2.2.1.3. SUBESTAGAO AO TEMPO OU EXTERNA Sao subestagdes em que os equipamentos ficam expostos a agentes externos natu- rais (vento, chuva, poluigao, etc.).. Nestas subestacées 0 tipo de isolamento entre as partes ativas e 0 isolamento entre as partes ativa e a terra 6 0 ar. Normalmente sao subestagdes menos onerosas, mas em contra partida desvantagem na utilizagéo de uma superficie de ocupagao elevada, com objetivo de garantir a distancia requerida entre os equipamentos, de formas a haver iso- lamento por ar. Neste caso os equipamentos devem ser dotados de IP (Indice de Protegao) adequa- dos para funcionarem nestas condigdes atmosféricas adversas. A exposigéo dos equipamentos elétricos a esses agentes exteros pode reduzir a eficdcia dos isolamentos, devendo, portanto ser sempre necessario submete-los a cons- tantes manutengées capitais. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 4 2.2.1.4. SUBESTACAO ABRIGADA OU INTERNA Os equipamentos sao instalados no interior de infraestruturas de construgao civil, nao estando expostas as condigdes atmosféricas adversas. Podem ser também instala- das em camaras subterraneas, e em todo o caso constituidas de cabines metélicas ou blindadas e isoladas a gas, normalmente usado 0 SF6 (hexafluoreto de enxofre). As S.E externas ou instaladas a céu aberto tém o ar como o meio isolante entre os diversos equipamentos. Por este motivo sao muito mais espagosas. Com a evolugao urbana viu-se a necessidade de criar subestagdes mais compactas. Deste modo deixando de utilizar 0 ar como meio isolante entre os equipamentos, a solugao mais viavel foi o uso do gas SF6 (hexafluoreto de enxotre) e a utilizagao de isolamentos hibridos, que necessi- tam de instrumentos e equipamentos especiais para manusear o gas e pessoal qualifica- do para supervisionar. 2.2.1.4.1. Subestagdes Isoladas a Gas (GIS - Gas Insulated Substation) Nestas subestagées utiliza-se como meio isolante um dielétrico gasoso que é 0 SF6 (hexafluoreto de enxofre). Os equipamentos e os barramentos sao blindados com envolté- rio em aluminio, que no seu interior possui um gas que preenche os espagos entre a tubu- lagao e os equipamentos ativos. Estas subestagdes séo as recomendadas para serem instaladas em zonas com elevados custos de terreno ou onde a questao de espago é determinante, com suas caracteristicas particulares que facilitam 0 encapsulamento e a redugao das dimensées dos equipamentos. Recomenda-se também a instalagao deste tipo de SE nas zonas expostas a condigdes ambientais e compatibilidades eletromagnéti- cas severas (salinidade, poluigao, alto indice de interferéncias eletromagnéticas). 2.2.1.4.2. Subestagées com Isolamento Hil ido (HIS - Hybrid Insulated Substati n) Tem como meio isolador tanto o ar como o gas. E solugao de recurso vista do ponto de vista tecnico-economico em relacao a S.E blindada e a S.E isolada a Ar 2.3. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE UMA SUBESTAGAO Tratando-se de uma infraestrutura complexa, as S.E’s sao dotadas de equipamentos elé- tricos que permitem que a mesma cumpra o objetivo pelo qual foi dimensionada. Portanto dentre muitos equipamentos que podemos encontrar instalados em uma S.E, estéo aqueles que mais se destacam, pela sua fungao primordial no sistema e sua com- plexidade. Estes equipamentos serao analisados de maneira suncita nos pontos a seguir. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina S 2.3.1.1. Equipamentos de Transformacao, Como se sabe numa subestacao elétrica, dependendo da sua fungao, pelo menos uma das grandezas elétricas na entrada sera transforma na saida, isto pode ser em médulo (nivel de tensdo) ou mesmo sua natureza (continua ou alterna), para isso & necessdrio que existam equipamentos elétricos capazes de efetuar esta transformagao. Portanto de forma geral estes equipamentos tém por finalidade elevar ou baixar 0 nivel de tensdo ou de corrente para garantir sua utilizagao. Estes equipamentos sao: + Transformador de Forga = Transformador de Instrumentos (TP e TC) Como principal equipamento de uma subestagao, o Transformador de forga tem por obje- tivo garantir a elevagao ou o abaixamento do nivel de tensao conforme se requer. Sem ele seria praticamente impossivel fazer 0 aproveitamento econémico da energia elétrica, e em todo caso 0 aproveitamento energético dos blocos de poténcia produzidos nos C.P. E, tendo em conta a impossibilidade de fazer face as perdas ao longo do transporte, desde os C.P. E até aos C.C. Os transformadores de instrumentos tém por finalidade garantir a redugdo da tensdo e da corrente ha niveis compativeis aos valores de alimentagao aos relés de protegao e medi- da. 2.3.1.2. Equipamentos de Manobra Em uma S.E ha sempre necessidade ressurgente de interromper o fluxo de potén- cia, na entrada ou na saida da S.E, devido a varios fatores, alguns associados a necessi- dade de manutengao, outros associados a restrigdes de carga, etc. Para este fim 6 necessario que a S.E esteja equipada com equipamentos que facili tam a interrupgao do fluxo de poténcia, tanto em carga como interrupgées sem carga Os equipamentos usualmente usados que t8m esta finalidade sao; = Disjuntores = Seccionadores Os disjuntores s4o equipamentos de manobras destinados a operar em carga, podendo sua operagéo ser automatica ou manual Os seccionadores definem-se, segundo a NBR 6935 como “dispositivos mecanico capaz de abrir e fechar um circuito elétrico quando uma corrente de intensidade desprezi- © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 6 vel é interrompida ou restabelecida. Também capaz de conduzir correntes sob condigdes normais dos circuitos e durante um tempo especificado, correntes sob condigées anor- mais, como curto-circuito” As chaves seccionadoras sao destinadas a isolar equipamentos ou zonas de barra- mento, ou trechos de linhas, devendo operar normalmente sem carga. 2.3.1.3. Equipamentos de Compensagao de Reativos A utiizagao de componentes eletrénicos e outros fatores contribui para o surgimento da componente reativo da potencia nas redes de energia, 0 que causa a diminuicao do facto de potencia, de formas a fazer a compensacdo ou a diminuigdo das componentes reativa no sistema sao usados equipamentos fabricados para este fim Estes dispositivos ou equipamentos 40; = Compensador Sinerono = Compensador Estatico = Bancos de Capacitor = Reatores 2.3.1.4. Equipamentos de Protecao De formas a dotar a subestacao de um sistema de protegao contra surtos internos (sobre- corrente) e surtos externos (correntes de origem atmostéricas) sao instalados equipamen- tos elétricos de protecao, que tém por finalidade pér fora de servico os equipamentos em caso de defeitos, ou devido a surtos externos. Estes equipamentos sao; = Para-raios = Relés + Fusiveis 2.3.1.5. Equipamentos de Medicao + Frequencimetro = Amperimetro = Voltimetro = Wattimetros, etc. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 7 3. CAPITULO Ill - EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS DE PROTECCAO. 3.1. CHAVES FUSIVEIS A chave fusivel 6 um equipamento destinado a protegdo de sobre correntes de cir- cuitos primérios, utilizado em redes aéreas de distribuigdo urbana e rural e em pequenas subestagdes de consumidores e concessionaria. E dotada de um elemento fusivel que responde pelas caracteristicas basicas de usa operacao. 3.1.1. CHAVE FUSIVEL INDICADORA UNIPOLAR ‘As chaves fusiveis sio denominadas também corta-circuitos e sao fabricadas em diversos modelos para diferentes niveis de tensao e corrente. 3.1.1.1, CARACTERISTICAS MECANICAS ‘As chaves fusiveis, de forma geral, sao constituidas das partes estudadas a seguir. 3.4.1.1.1. Isolador Os isoladores séo normalmente de porcelana vitrificada. Dependendo do modelo, as chaves fusiveis podem ser constituidas de um ou dois isoladores. a) Isoladores de corpo tinico b) Isolador do tipo pedestal 3.1.1.1.2.. Gancho da ferramenta de abertura em carga (LOAD BUST) As chaves fusiveis nao devem ser operadas em carga, devido a inexisténcia de um sistema de extingdo de arco. A sua operagao somente em tensao é toleravel, o que é feito normaimente pelas concessionérias. No entanto, com a utilizagao da ferramenta load bus- ter, pode-se operar a chave fusivel com circuito em plena carga, respeitando-se neste caso, os limites da ferramenta mencionada. 9.1.1.1.3. Cartucho ou porta - Fusivel E 0 elemento principal e ativo da chave fusivel. Consiste em um tubo de fibra de vidro ou fenolite, dotado de um revestimento interno que, além de aumentar a robustez do tubo, se constitui na substancia principal que gera em parte os gases destinados a inter- rupgao do arco elétrico. Toda vez que a chave fusivel opera em servigo, ocorre uma pequena erosao no revestimento interno do tubo, porem as suas caracteristicas permanega inalterada por um longo periodo, durante muitas operagées. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 8 Ha dois tipos de cartucho que se diferenciam pela forma de evasao dos gases gera- dos no seu interior. Um primeiro tipo permite que a saida dos gases seja feita apenas pela sua extremidade inferior. Um segundo tipo permite que a saida dos gases seja feita pelas duas extremidades dos cartuchos, aliviando, assim, as forcas ocasionadas pela interrupgao. 3.1.2. ELOS FUSIVEIS E um elemento metalico no qual 6 inserida uma parte sensivel a correntes elétricas elevadas, fundindo-se e rompendo num intervalo de tempo inversamente proporcional a grandeza da referida corrente. © elo fusivel é utilizado no interior do cartucho ou porta - fusivel preso nas suas extremidades. Os eles fusiveis de ma qualidade constituem um grande transtorno para as conces- siondrias de energia elétrica, devido a sua queima intempestiva, sem que nenhuma ano- malia tenha ocorrido no sistema, acarretando custos adicionais de manutengao, perda de futuramente e comprometendo a imagem da empresa junto dos consumidores. 3.1.2.1. Caracteristicas Mecanicas elo fusivel deve ser construido de um material que nao se altere quimica e fisica- mente, de maneira permanecente, com a passagem da corrente elétrica ou com o decor- rer do tempo de utilizagao. O material apropriado que obedece a esta exigéncia basica é uma liga de estanho com o ponto de fusao de aproximadamente 230°C Existem dois diferentes tipos de elos fusiveis, cada um com a sua aplicacao especi- fica a) Elo fusivel de botao b) Elo fusivel de argola 3.1.2.2. Caracteris as Elétricas Os elos fusiveis sao caracterizados pelas curvas de atuagao tempo x corrente que permitem classifica-los em varios tipos. * Elo fusivel do tipo H E utilizado na protegao priméria de transformador de distribuicao e fabricado para correntes de até SA. Sao considerados elos fusiveis de alto surto, isto 6 apresentam um tempo de atuago lento para altas correntes. * Elo fusivel do tipo K © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 9 E largamente utilizado na protegao de redes aéreas de distribuicao urbanas e rurais. Esses elos fusiveis sao considerados fusiveis de atuagao rapida, sua corrente varia de 6 a 200 A, ou seja, de 6 a 200K. * Elo fusivel do tipo T Estes elos sao considerados fusiveis de atuagao lenta. Sua aplicagao princi- pal 6 na protegao de ramais primarios de redes aéreas de distribuigao. 3.2. DISJUNTORES Disjuntores sao equipamentos elétricos destinados a interromper e restabelecer as correntes elétricas num determinado ponto de um circuito. Os disjuntores devem sempre ser instalados acompanhados dos respectivos reles, que séo responsaveis pela detegao dos defeitos e que por sua vez, apés analisados por sensores devidamente calibrados podem emitir ou nao a ordem de abertura do disjuntor. A fungao principal de um disjuntor é interromper as correntes de defeito de determi- nado circuito com maior rapidez possivel. Os disjuntores so solicitados a interromper correntes de circuitos operando a plena carga e em vazio. O disjuntor é um dispositivo cujo funcionamento apresenta caracteristicas muito sin- gulares. Operam continuamente sobtensao e corrente de carga muitas vezes em ambien- te muito severo no que diz respeito a temperatura, humidade, a poeira, etc. Geralmente, apés longo tempo nessas condigées as vezes até anos, é solicitado a operar por conta de um defeito no sistema. Nesse instante, todo o seu mecanismo, inerte até entao, deve ope- rar com todas as suas fungées, realizando tarefas tecnicamente deificais, em questées de décimos de segundo. 3.2.1. ESPECIFICAGAO DOS DISJUNTORES Os tipos de disjuntores dependem dos meios que se usam para extingdo do arco elétrico. Independente de suas mais variadas aplicagées os disjuntores podem ser estu- dados, tendo em conta duas caracteristicas essenciais; o sistema de interrupgao do arco elétrico e o sistema de acionamento 3.2.1.1, QUANTO AO SISTEMA DE INTERRUPCAO DO ARCO Os disjuntores podem ser clasificados como a seguir; 3.2.1.1.1. DISJUNTORES A OLEO Nos sistemas de média tensao e pata aplicagao geral em subestagdes consumido- res de pequeno e médio porte, os disjuntores a dleo tém uma forte presenga no mercado, © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 10 devido seu custo reduzido, robustez construtiva, simplicidade operativa e reduzidas exi- géncias de manutencdo, dadas as suas caracteristicas de operagao desses sistemas. No entanto, vem perdendo mercado para seu principal concorrente que 6 0 disjuntor a vacuo. Os disjuntores a dleo podem ser fabricados de acordo com duas diferentes técnicas de interrupgao, ou seja, os disjuntores a grande volume de dleo (GVO) e os disjuntores a pequeno volume de éleo (PVO) 3.2.1.1.1.1. Disjuntor a grande volume de leo (GVO) Neste disjuntor os trés pélos encontram-se no interior de um tanque com grande quantidade de dleo mineral isolante. Os contactos de cada pélo sao instalados no interior de uma pequena camara de extingao constituida de um tubo de fenolite altamente resis- tente. Os contactos estao profundamente imersos no volume de dleo 0 que impede, den- tro dos limites da capacidade de interrupgao do disjuntor, o restabelecimento do arco através do resfriamento eficaz efectuado dos contactos dos gases ascendentes. A tecnologia dos disjuntores GVO esta ultrapassada, apesar de sua elevada capaci- dade de ruptura e éptimos desempenho. Por nao conseguir competir no mercado com os disjuntores a pequeno volume de éleo e com os disjuntores a vacuo praticamente desapa- receu do mercado Figura 3.1 - Disjuntor a grande volume de éleo (GVO) 3.2.1.1.1.2, _ Disjuntor a pequeno volume de éleo (PVO) Neste tipo de disjuntor, os contactos sao instalados no interior de camaras de extin- 40 individualmente separadas, e montadas juntamente com a caixa de mecanismo de comando numa estrutura de cantoneiras de ferro galvanizado. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 11 A camara de extingao é constituida basicamente de trés partes: 0 compartimento superior onde sao extintas as correntes de pequena intensidade; a base da cdmara, que permite, juntamente com 0 cabegote, a injecgao dirigida do éleo sobre o arco resultante de correntes de grande intensidade, e o canal anelar, destinado a conduzir o dleo até o arco, em alta pressao. de [/ ae8o direta camara de extingdo de, arco a dleo Painel de comando—! ‘Terminal de carga Figura 3.3 - Disjuntor a pequeno volume de éi )_ Camara de comprimento curto (PVO) Os disjuntores PVO sao normalmente construldos em duas versées: disjuntores de construgao aberta, e disjuntores de construgao do tipo extraivel (conjunto de manobra) a) Disjuntores de construgao aberta © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 12 Sao assim denominados os disjuntores que dada a sua construgao devem ser insta- lados em cubico de alvenaria ou metalicos devido A exposi¢ao de seus componentes acti- vos e cujo grau de protecgao ¢ IP00. Normaimente sao instalados em lugares abrigados b) Disjuntores de construgao do tipo extrafvel (Conjunto de Manobra) So assim denominados os disjuntores construidos para funcionar em cUibicos meta- licos apropriados, chamados de metal clad, dotados de contactos fixos que se acoplam aos contactos méveis externos do disjuntor. Esses disjuntores sao providos de intertravamento e bloqueio mecanico, que somen- te permitem inserir ou extrair a parte mével do disjuntor mediante a abertura dos contac- tos dos pélos, evitando-se desta forma, um seccionamento em carga, que poderia causar sérios danos as instalagées. 3.2.1.1.2. Disjuntores a sopro Magnético Sao disjuntores que usam o principio da forga electromagnética para conduzir 0 arco eléctrico a uma camara de extingdo, onde 0 arco é dividido, desionizado, restriado finalmente extinto. Esse tipo de disjuntor 6 muito utilizado para interrupgdo em sistemas de corrente continua, Também encontra larga aplicagao nos sistemas de corrente alternada, é consti- tuido das seguintes partes principal; Camara de extingao, Mecanismo de operacao, Sopradores, Invélucro metalico. 3.2.1.1.3. Disjuntores a vacuo Sao os que utilizam a cdmara de vacuo como elemento de extingéo do arco, Sao disjuntores constituidos por tr8s pélos individualmente instalados através de isoladores suporte em epoxy na caixa de manobra, dotada de todos os mecanismos destinados a operagao do equipamento A vida util dos contactos de um disjuntor a vacuo é muito longa, sendo indicado para instalagdes que requeiram um grande ntimero de manobras. Por ndo possuirem meio extintor liquide (6leo) e nem gasoso (SF6) sao também indicados para actuarem em redes eléctricas que necessitam de religamento, 3.2.1.1.4, Disjuntores a SF6 (hexafluoreto de enxotre) Sao disjuntores que tém como meio interrupgao de corrente o gas SF6. Existem desenvolvidas, varias técnicas para interrupeao das correntes eléctricas utiizando-se SF6; Dupla pressao, Autocompressao, Arco girante. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 13, 3.2.1.1.5, Disjuntores a ar comprimido Sao disjuntores que utilizam o ar sob alta pressao para resfriar e extinguir 0 arco eléctrico. Possuem um vaso que contém ar sob pressdo, de cerca de 200kg/em”, e que apresenta uma comunicagao com a camara de extingdo que contém os contactos fixo e mével e uma determinada quantidade de ar comprimido sob pressdo aproximada de 20 kg/cm? 3.2.1.1. QUANTO AO SISTEMA DE ACCIONAMENTO Quanto ao sistema de accionamento os disjuntores podem ser clasificados da seguinte forma: 3.2.1.1.1. Sistema de Mola E 0 mais comum no accionamento dos disjuntores, principalmente por apresentar grande simplicidade de operacdéo e custos reduzidos. E empregado basicamente em todos os disjuntores de media tensao e na maioria dos disjuntores de alta tensao O sistema de accionamento através de mola ¢ utilizado nos disjuntores a dleo (GVO @ PVO), nos disjuntores a SF6 a sopro magnético e vacuo. Consiste numa mola, ou um conjunto de molas, que ao se destravada liberta toda a sua energia mecanica armazena- da para o deslocamento da haste que porta o contacto mével do disjuntor. O sistema de accionamento por mola permite dotar os disjuntores de varios meca- nismos peculiares a cada fabricante. Esses mecanismos sao resumidamente descritos a seguir; Fechamento automatico, Fechamento a mola pré-carregada. 3.2.1.1.2. Sistema de solen: le E utilizado no carregamento da mola de abertura do disjuntor, ao mesmo tempo em que propicia a operacao do seu sistema de fechamento. E constituido basicamente de um solenoide e, em geral, empregado somente na abertura do disjuntor. Tem utilizagao limitada devido a pouca energia que consegue transferir para 0 carregamento da mola de abertura. 3.2.1.1.1. Sistema de ar comprimido Esse sistema é praticamente empregado nos disjuntores que utilizam o ar comprimi- do como meio de extingao do arco. Nesse caso, 0 ar comprimido exerce tanto a fungo do meio extintor do arco como a de accionamento do mecanismo de disparo do disjuntor. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 14 3.2.2. RELES DE PROTECGAO 3.2.2.1. GENERALIDADES ‘A protecdo de uma subestagdo é um conjunto de sistemas que faz monitoramento, cuja finalidade é atuar quando algum componente da subestagao esta sob defeito. A parte principal de um sistema de protegao é os relés, que s4o equipamentos com capacidade de detectar defeitos, e que por sua vez também fazem a conexao automatica aos equi- pamentos de patio que so integrantes do sistema de protecdo, mais precisamente cha- ves seccionadoras e disjuntores, operando-os de formas a modificar a topologia do circui- to permitindo o isolamento da regiao afetada pela falta. Os reles como ja vistos podem ser classificados como diferencial, distancia, direcio- nal, sobrecorrente, sobretenséo, subtensao e sincronismo dentre outros Os sistemas de protegao sao identificados como: * Protegdo principal e protegao auxiliar. * Protegao principal e protegao de retaguarda. 3.2.2.2. Tipos de Protegao Pode-se verificar que quando ocorre um defeito dentro da zona protegida, a prote- 40 principal devera atuar desligando todos os disjuntores com o objetivo de isolar 0 defeito A protegao de retaguarda atua no caso que a protegdo principal falha. A protegao auxiliar 6 constituida de fungées auxiliares das protegdes principais e de retaguarda. Seus objetivos sao sinalizagao, alarme, temporizacao, etc. 3.2.2.3. Caracteristicas dos Relés Como o érgao mais importante do sistema de protegao, o relé 6 um equipamento sensivel que garante a confiabilidade em sua aplicagao. A sua atuacdo esta associada as seguintes caracteristicas importantes no sistema de poténcia. a) Velocidade — a protegao deverd ser eficiente, garantindo rapido desligamento do trecho ou equipamento em defeito. b) Seletividade — a protegao tem total flexibilidade de modificar a topologia quando ocorrer um defeito. Deste modo evita-se interrupgdes desnecessarias. ©) Fiabllidade — a protegao pela sua caracteristica deve garantir que as protedes atuarao em caso de defeito. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 15 3.2.2.4, Filosofia de Protecao Utilizada O sistema de protegao para a subestagao em causa é composto pela protecao das linhas de 60kV, do barramento de 60KV, dos transformadores de poténcia, do barramento de 15 kV e do servigo auxiliar. Segue-se abaixo a caracteristica do sistema de prote¢ao normalmente usado em subestagao: 3.2.2.4.1. Protegao Diferencial LT Esta protegao baseia-se no principio diferencial ou seja na comparagao entre a cor- rente elétrica que entra e na corrente elétrica que sai de um determinado ponto do siste- ma a proteger. Esta analise diferencial é feita a partir de relés conectados a transformado- res de corrente. Para um relé diferencial tem-se a seguinte relacao de operagao: Tontada = Isaida + bots Quando temos as condigdes de lenrada = Isaisa © lentada ~ lsaia S Ijuste do rele, proteccao no actua, devido ao facto de nao termos um diferencial no valor das correntes que entram e saem, ou ainda devido ao facto de que a diferenga entre as correntes que entram e saem é menor do que a corrente ajustada para a atuagao do relé. 2 Elemento protegido — Bobina de rmagnetizacio do h elk de scbeocoerente c— ¢* z Figura 3.4 - Esquema de Operagao da Protecgdo Diferencit 3.2.2.4.2. Protegdo de fancia relé de distancia funciona baseado na impedancia, admitancia ou reactancia vista pelo relé. Como estas grandezas sao proporcionais a distancia, é bem aplicado o nome de relé de distancia. Na verdade este relé pode ser dividido em relé de impedancia, relé de admitancia ou relé de reactancia. Ele opera medindo o parémetro impedancia da linha de transmissao até o ponto de curto-circuito ou da carga © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 16 3.2.2.4.3. Protegao de Sobrecorrente Direcional O relé direcional atua com o relé sobrecorrente, para que o mesmo funcione apenas no sentido de flux de carga. Eles s6 contribuem para o disparo do disjuntor para um determinado sentido da corrente de defeito. Este relé atua comparando a corrente de ope- ragao com a tensao ou corrente de polarizagao. Quando tivermos uma diferenga nos sen- tidos destas grandezas, o relé de sobrecorrente direcional atua, abrindo o disjuntor. A figura a baixo demostra com este relé esta conectada a barra. Joy 3E 67 Figura 3.5 - Ligagdo de Relé Sobrecorrente Direcional a Barra 3.3. RELIGADORES TRIFASICOS Sao aqueles destinados a proteccao de redes aéreas de distribuigao, onde é neces- sério 0 seccionador tripolar simulténeo para se evitar que cargas trifésicas ligadas ao ali- mentador funcionem com apenas duas fases. Os relevadores podem ser também clasificados quanto ao sistema de controlo, em; a) Controle por acgao electromagnética b) Controle electrénico 3.3.1. RELIGADORES AUTOMATICOS DE INTERRUPGAO E OLEO So equipamentos cuja distupeao da corrente eléctrica ¢ feta no interior de um reci- piente cheio de dleo mineral Os relevadores de interrupgao a dleo podem ser fabricados em unidades monofasi- cas ou trifésicas e sao adequados para instalagao ao tempo ou abrigada. Podem se cons- truidos para instalagdes em subestagdes de poténcia ou para aplicagao em redes aéreas de distribuigao urbana e rural 3.3.1.1. Religadores de interrupgao em dleo para Subestacdo So equipamentos préprios para instalagao fixa no solo, o que garante atributos para operar na protec¢ao de alimentadores em subestagdes de construgao abrigadas ou ao tempo. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 17 Outra caracteristica dos relevadores para subestacdo é a utilizagao de fonte auxiliar em corrente continua e alternada em baixa tensao para alimentagao dos reles de protec- 40, do motor de carregamento da mola, da sinalizagao, ete. Os relevadores a éleo mineral para subestaco podem ser classificados, quanto ao volume de liquido contido no recipiente de interrup¢ao de arco, em: * Religadores a grande volume de dleo (GVO) + Religadores a pequeno volume de éleo (PVO) rinco de — era Figura 3.6 - Religador Automatico GVO 3.3.2. RELIGADORES AUTOMATICOS DE INTERRUPCAO A VACUO S40 equipamentos dotados de cAmara de extingdo de arco em cujo interior se fez vacuo e se instalou os seus contactos principais. 3.3.2.1. _Religadores de interrupgdo a vacuo para Subestacao Em termos de caracteristicas externas os relevadores a vacuo para subestagées so idénticos ao religador PVO. Este religador normalmente 6 tritasico, proprio para instalac4o ao tempo, com a estrutura fixada ao solo, automatizado pela aceao de relés de sobrecorrente, acoplados & propria estrutura do religador e com a operagao coordenada pela actuacao do relé de religamento 3.4. SECCIONADORES De acordo com a NBR 6935 define o seccionador como um dispositivo mecanico de manobra capaz de abrir e fechar um circuito, quando uma corrente de intensidade des- ‘© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 18 prezivel é interrompida ou restabelecida e quando nao ocorre variagao de tensao signiti- cativa através dos seus terminais. O seccionador é capaz de conduzir correntes sob condigées normais do circuito e, durante um tempo especificado, correntes sob condigées anormais, tais como curto- circuitos. Os seccionadores so utilizados nas subestagées para permitir manobras de circui- tos eléctricos, sem carga, isolando disjuntores, transformadores de medida e de protec- Gao e barramentos. Também sao usados em redes de distribuicao, para isolar as redes que podem ser submetidos a manutengao ou realizar manobras previstas pela operagao. Os seccionado- res podem ser fabricados tanto em unidades monopolares como em unidades tripolares. A operagao em carga do seccionador provoca desgaste nos contactos e pée em tis- co a vida do operador. Porem pode ser operado quando sao previstas, no circuito, peque- nas correntes de magnetizacao de transformadores de poténcia e reactores ou, ainda, correntes capacitivas. Os seccionadores podem ainda desempenhar varias e importantes fungdes dentro de uma instalagao, estas podem ser: + Manobrar cirouitos, permitindo a transferéncia de carga entre barramentos de uma subestagao, + Isolar um equipamento qualquer da subestacao, tais como transformadores, disjuntores, ete, para execugéo de servigos de manuten¢do ou outra finalida- de. + Propiciar 0 By-Pass de equipamentos, juntamente os disjuntores e relevado- res da subestagao. 3.4.1.1. CARACTERISTICAS CONSTRUTIVAS As caracteristicas construtivas dos seccionadores dependem muito da finalidade e da tensao do circuito em que sao instalados Os seccionadores podem ser constituidos de um s6 pélo (chaves seccionadoras unipolares) ou de trés polos (chaves seccionadoras tripolares). Os seccionadores tripola- res so dotados de mecanismo que obriga a abertura simultanea dos trés pélos, quando impulsionado manualmente ou por acgao motora. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 19 3.4.1.1.1. Seccionadores para uso Interno Os seccionadores para uso interno sao destinados & operacdo em subestagdes de consumidor, em geral de pequeno e médio porte, de instalagao abrigada, livre das intem- péries. Quanto construgao, os seccionadores de instalag6es abrigadas podem ser classifi- cados como; Seccionadores Simples; Seccionadores com buchas passantes; Seccionado- res Fusiveis. Seccionadores Interruptores; Seccionadores Reversiveis. 3.4.1.1.2. Seccionadores para uso Externo Usado normalmente em redes de distribuigéo urbanas e rurais ou ainda em subesta- es de instalagao externa de pequeno, médio e grande e grande porte. Os seccionadores podem ser classificados quanto a aplicacdo, em seccionadores de redes de distribuigao aérea e seccionadores de subestagdes de poténcia 3.4.1.1.2.1. Seccionadores para Subestacao de Potencia S40 normalmente de fabricagao tripolar e apresentam diferentes tipos construtivos, estes podem ser; = Seccionador de Abertura Lateral Singela (ALS) Este tipo de seccionador se caracteriza por apresentar as hastes condutoras se abrindo lateralmente. O comando é feito numa das colunas insontes que gira em tomo do seu préprio eixo até atingir um angulo aproximadamente de 60° Uma haste metalica pode ligar rigidamente o comando de trés chaves, formando um conjunto Unico de accionamento tripolar. Figura 3.7- Aspectos dimensionais das chaves seccionadoras ALS © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 20, = Seccionador de Abertura Central (AC) Este tipo de seccionador se caracteriza por apresentar duas hastes conduto- ras de comprimento iguais ambas abrindo lateralmente, conforme Fig 3.8, Figura 3.8 - Chave secclonadora de abertura central com tubo metalico, classe 138kV = Seccionador de Dupla Abertura Lateral (DAL) Estes seccionadores sao construidos de uma lamina condutora fixa no ponto central da chave, que gira juntamente com o mecanismo de manobra, con- forme Fig 3.9. Figura 3.9» Chave seccionadora de dupla abetura abetura lateral, classe 72,5 kV. Esta lamina gira lateralmente, conforme Fig. 3.9 uma haste metélica pode ligar rigidamente os trés seccionadores, formando um conjunto tripolar de aciona- mento simultaneo das trés fases. = Seccionador de Abertura Vertical (AV) Sao seccionadores constituidos geralmente de trés colunas isolantes cujas laminas condutoras principais sao articuladas a partir de uma coluna interme- didria abrindo verticalmente, conforme se pode observar na Fig.3.10. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 21 tema Figura 3.10 - Chave seccionadora de abertura vertical com lamina de terra, classe 72,5kV = Seccionador de Pantografico Sao seccionadores cuja operagao é feita verticalmente. Sao construidos de um contacto fixo, em geral montado no barramento da SE, e de um contacto mével fixado na extremidade superior de um mecanismo articulado, que for- mam uma serie de paralelogramos, chamados pantégrafos e suportados por uma coluna isolante fixada sobre uma base metélica acionada por uma colu- na rotativa paralela a anterior, como mostra na Fig.3.11 Figura 3. 3.11 - Indicagées dimenisonais de um seccionador pantografico = Seccionadores de haste vertical Sao seccionadores de opragao semelhante aos seccionadores pantograficos, mas constituidos de uma haste vertical abrindo lateralmente em substituigao ao sistema de pantégrafos. Tem como exemplo a chave vista na Fig. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 22, mised eabesaio 2 mene le a ecaniso de mano ao conta de _— Avance de mancoes Quao de comand Base ache Figura 3.12- Seccionador de Aste Vertical 3.5. TRANSFORMADORES DE CORRENTE - TC Os transformadores de corrente s40 equipamentos que permitem aos instrumentos de medigao e de protecgao funcionarem adequadamente sem que seja necessario pos- suirem correntes nominais elevadas. Na sua forma mais simples, eles possuem um pri- mario, geralmente de poucas espiras, e um secundario, no qual a corrente nominal trans- formada 6, na maioria dos casos iguais a5 A. Deste modo os instrumentos de medig&o e protecgao sao dimensionados em tama- nhos reduzidos com as boninas de correntes constituidas de pouces fios de cobre Os TC's so utilizados para alimentar aparelhos de pouca resisténcia elétrica, tais como amperimetro, relés, contadores de energia, de poténcia, etc. Os TC's transformam; através do fenémeno de conversao eletromagnética, corren- tes elevadas, que circulam no seu primario, em pequenas correntes secundariam segun- do uma relagao de transformagao. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 23, A corrente priméria a ser medida, circulando nos enrolamentos primétios, cria um fluxo magnético alternado que faz induzir as forgas eletromotrizes Ep e Es, respectiva- mente, nos enrolamentos primérios e secundério. Desta forma, se nos terminais primarios de um TC, cuja relagdo de transformagao nominal é de 20, circular uma corrente de 100A, obtém-se no secundario a corrente de 5 A, ou seja: 100/50 = 5A © TC opera com tensao variével, dependente da corrente priméria e da carga ligada no seu secundério. A relagéo de transformacao das correntes primarias e secundarias é inversamente proporcional a relagao entre o ntimero de espiras dos enrolamentos prima- rios e secundario. 3.5.1. ESPECIFICACAO DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE Os TC's podem ser construidos de formas diferentes e para variados usos, sendo: 3.5.1.1. Formas Construtivas a) TC tipo barra E aquele cujo enrolamento primario é constituido por uma barra fixa através do néicleo do transformador. b) TC tipo enrolado E aquele cujo enrolamento primério 6 constituido de uma ou mais espiras envol- vendo o niicleo do transformador. 3.5.1.2. TC’s de média e alta tensao Para sistemas de MT, os TC's sdo normalmente isolados em resinas sintéticas. Sao, também construfdos TC’s isolados a éleo mineral, em que o nticleo estd imerso num tan- que metalico cheio de éleo isolante, e os terminais primarios sao constituidos por isolado- res de porcelana. JA os TC’s de AT, normalmente empregados para uso externo, sao constitufdes com isolamento porcelana-oleo. Existem ainda TC’s isolados a gas SF6. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 24 berate /—Tarpadestimtio (_— naeader dove do 00 Neo Terminal Erolamentessacundlos ~ Ervolamentossoeunrioe too isolante recto seinen S\— healador de peratana Figura 3.13 - Detalhes Construtivos de um TC 3.6. TRANSFORMADORES DE POTENCIA - TP Os TP’s sao equipamentos que permitem aos instrumentos de medigao e de prote- 40 funcionarem adequadamente sem seja necessario possuir a tensao de isolamento de acordo com a da rede a qual estao ligados. Na sua constituigao simples, os TP’s possuem enrolamento primario de muitas espi- ras @ um enrolamento secundario através do qual se obtém a tensdo desejada, normal- mente padronizada em 115 V ou 115/(3)"?V. Desta forma, os instrumentos de protegdo e medigao s4o dimensionados em tamanhos reduzidos com bobinas e de mais componen- tes de baixo isolamento. Os TP’s so usados para suprir aparelhos que apresentam elevada impedancia, tais como voltimetros, reles de tensdo, bobinas de tensdo de contadores de energia, etc. Sao empregados indistintamente nos sistemas de protegao e medi¢ao de energia de energia elétrica. Em geral sao instalados junto dos TC's, Os TP’s e os TC’s devem ser fornecer corrente/tensdo aos instrumentos conectados nos seus enrolamentos secundarios de forma a atender as seguintes prescrigées: * O circuito secundario deve ser galvanicamente separado e isolado do prima- rio a fim de proporcionar seguranga aos operadores dos instrumentos ligados ao TP. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 25, * A medida da grandeza elétrica deve ser adequadamente aos instrumentos que serio utilizados. 3.6.1. ESPECIFICAGAO DOS TRANSFORMADORES DE POTENCIA Os TP’s sao fabricados de formas a se adequarem ao tipo de instalagao, levando em conta o tipo de ligagdo requerido, as tensées primérias e secundarias necessarias. Os TP’s para aplicagao em sistemas de poténcia podem ser construidos a partir de dois tipos basicos: TP’s indutivos e TP’s capacitivos. 3.6.1.1. TP’s do tipo Indutivo Os TP’s funcionam com base na conservagao eletromagnética entre os enrolamen- tos primarios e secundarios. Assim, para uma determinada tensao aplicada nos enrola- mentos primérios, obtém-se nos terminais secundario uma tensao reduzida dada pela relagao de transformagao de tensao. Do mesmo modo se for aplicado uma tensao no secundario, obtém-se nos terminais primarios uma tensdo elevada de valor dado pela relagdo de transformagao considerando. 3.6.1.2. TP’s do tipo Capacitivo Basicamente sao constituidos por dois conjuntos de capacitores que servem para fornecer um divisor de tensdo e permitir a comunicagao através do sistema Carrier cons- truido normalmente para tensées iguais ou superiores normalmente para tensées iguais ou superiores a 138KV, A nao ser pela classe de Exatidao, os TP’s nao se diferencia entre aqueles destina- dos a medi¢ao e a protegao. Portanto sao classificados de acordo com o erro que introdu- zem nos valores medidos no secundario. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 26 Figura 3.14 - Transtormador de Poténcia TP 3.7. PARA-RAIOS As linhas de transmissdo e redes aéreas de distribuigéo sao muito vulneraveis as descargas atmosféricas que em determinadas condigbes, podem provocar sobretensées elevadas no sistema (sobretensées de origem externa), ocasionando a queima de equi- pamentos, tanto os da concessionaria como os aparelhos dos consumidores. Para proteger as instalagées contra surto de origem externas e em alguns casos de origem interna (durante a manobra de chaves seccionadoras e disjuntores), sao instala- dos equipamentos apropriados que reduzem o nivel de sobre tensao a valores compati- veis com a separabilidade desses sistemas. Esses equipamentos protetores contra sobre- tensdes sao os chamados para-raios. Os para-raios sao utilizados para proteger diversos equipamentos que constituem uma S.E ou simplesmente um Unico transformador de distribuigdo instalado em poste. Os para-raios limitam as sobretensées a um valor maximo. Esse valor 6 tomado como o nivel de protegdo que o para-raios oferece ao sistema. 3.7.1. ESPECIFICAGAO DOS PARA-RAIOS A protecao dos equipamentos elétricos contra as descargas atmosféticas ¢ garanti- da pelos para-aios que utilizam as propriedades de nao linearidade dos elementos de que so fabricados para conduzir as correntes de descarga associadas as tensées indu- zidas nas redes e em seguida interromper as correntes subsequentes. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 27 Existem dois elementos de caracteristicas nao lineares capazes de desempenhar as fungées anteriormente mencionadas a partir dos quais s4o construidos os para raios: car- bonato de silicio e éxido de zinco. 3.7.1.1, Para-Raios de Carboneto de Silicio Os para-raios de carboneto de silicio so aqueles que utilizam como resistor nao linear 0 carboneto de silicio (SiC) e tm em série com este centelhador formado por varios gaps (espagos vazios). 3.7.1.2, Para-raios a Oxido de Zinco Sao para-raios que utilizam 0 éxido de zinco como resistor nao linear, @ ao contrario do para-raios de Carboneto de Silicio este nao possui centelhadores serie. Figura 3.15 - Detalhes Construtivos de um para-raios 3.8. BARRAMENTOS O barramento é um componente importante da subestagao, pois ele 6 responsavel por fazer a interligagao dos circuitos que entram na subestagao (barramento principal), assim como a interligagao dos equipamentos pertencentes a este circuito. A estrutura do barramento deve ser bem demissionada de formas a suportar os esforgos mecanicos e elétricos requisitados pela instalagao (curtos circuitos, ventos fortes). Os barramentos podem ser rigidos (tubos de aluminio) ou flexiveis (cabos). Os con- dutores rigidos apresentam como vantagens a simplicidade, facil visualizacao das confi- guragées de operagao, facilidade no acesso para o transtormador ou patio dos equipa- mentos para manutengao, facilidade de ampliagéo da subestagao, facilidade na verifica- © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 28 go dos efeitos das forgas eletrodinamicas, répida construgao e pouca area de aterramen- to para a instalagao. Algumas desvantagens encontram-se na demora para 0 By-Pass dos disjuntores em ambos os lados da subestacdo, na possibilidade de ressonancia mecdnica entre a estru- tura de tubo e a frequéncia de rajada de vento e a dificuldade para viabilidade dos tubos e dos suportes dos materiais em; Os condutores flexiveis apresentam como vantagem o uso dos mesmos materiais empregados em linhas aéreas e 0 uso de condutores mittiplos com diametro apropriado para reduzir 0 efeito corona nas extremidades em subestagées. Apresentam arranjos fisi cos complexos para esquemas simples, dificuldade de verificagdo da resisténcia das for- gas eletrodinamicas, utilizagéo de barramentos superpostos, considerdvel impacto ambiental, dificuldade de empregar chaves pantograficas e semi-pantograticas e dificul dade na ampliagao da subestacao. A escolha da melhor soluco muito depende a possibilidade de se encontrar estes equipamentos no mercado, é comum em um projeto 0 uso dos dois tipos de condutores, onde varias combinagées podem ser efectuada. Uma delas 6 0 uso do condutor rigido no barramento principal e na interligagao dos equipamentos, e 0 condutor flexivel nas cone- x6es entre os equipamentos e a linha de entrada da Subestagao. 3.9. TRANSFORMADORES Transformador 6 um equipamento de operagao estatica que por meio da indugao eletromagnética transfere energia de um circuito, chamado primario, para um ou mais cir- cuitos denominados respectivamente, secundario e terciario, sendo, no entanto, mai a mesma frequéncia, porem com tensGes e correntes diferentes, Nos Sistemas elétrico de poténcia, os transformadores sao usados desde aos Cen- tros de Produgao, onde a tensao é gerada é elevada a niveis adequados para permitir 0 transporte econémico dos blocos de poténcia, até aos consumidores, onde a tensdo é reduzida ao nivel necessario a distribuigdo e consumo. 3.9.1. CARACTERISTICAS GERAIS 3.9.1.1. Principio de Funcionamento Na sua concegao mais simples, um transformador é constituido de dois enrolamen- tos: 0 enrolamento primario e um secundario, o primario recebe a energia do sistema supridor e 0 enrolamento secundario transfere esta energia para o sistema de distribui 40, descontando as perdas internas referentes a esta transformagao. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 29 No seu estudo de funcionamento, os transformadores devem ser analisados nas suas trés situagées particularmente mais importantes que assumem durante a sua opera- 40 como se vera a seguir. + Operagao a vazio Quando um transformador est energizado e no hé nenhum aparelho con- sumidor ligado a0 seu enrolamento secundério, diz-se que opera em vazio Neste caso, uma tensao V; é aplicada ao seu enrolamento primério, fazendo aparecer no enrolamento secundédrio uma tensao V2. Desta forma, no enrola- mento primétio circulara uma corrente 0, denominada corrente a vazio. * Operagao em carga Quando uma carga é ligada aos bornes secundarios do transformador, circula neste enrolamento uma corrente de valor lz que, em consequéncia, faz surgir no primario, além da corrente de valor lg, uma nova corrente que circula no primario |; A forga magnetomottiz gerada no secundario com a circulagao da corrente de carga lz * Operagao em curto-circuito Quando se ligam os terminais secundarios de um transformador através de um condutor de impedancia desprezivel, a tensdo que se mede entre esses terminais ¢ praticamente nula. A forga eletromotriz gerada nessas condigées resulta numa corrente secundario desfasada de um Angulo $cc dado pela seguinte equagao tan % geome Onde Xz e Re podem ser observados no diagrama equivalente de um trans- formador apresentado na figura 3.10 aauaes pe Wer ee Wey [ t | Figura 3.16 - Diagrama equivalente de um transformador © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 30 | Bonservador de 620 _-Relé dé Buchholz 7 Busha pra bat ncn — Placa de identiicagaio Ventilador \ Termémetrds Figura 3.17 - Transtormador de Forca 3.9.1.2. Formas Construtivas 3.9. .1, Quanto ao numero de fases Considerando somente os transformadores de distribuigéo e de forca, podem ser construfdos, quanto ao nimero de fases, de acordo com a caracteristica da carga que i ser alimentada, os seguintes tipos: a) Transformadores bifasicos So aqueles que sao construfdos para operar individualmente em redes de dis- tribuigéo rural ou em formaca0 de bancos de transformacao, em poste ou em cabines. Quando usados sozinhos atendem a cargas monofasicas. Quando ope- rados em banco podem alimentar cargas monofasicas e trifésicas b) Transformadores trifasicos Sao os mais usados, tanto nos sistemas de distribuigao e transmissao de energia elétrica das concessiondrias, como no atendimento a cargas industriais. Sao constituidos de um niicleo de laminas de ago empacotadas, com colunas envolvidas por um conjunto de bobinas, normalmente de fios de cobre, que for- mam os enrolamentos primarios e secundarios, iniciando uma estrutura rigida ‘© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 31 com a aplicagao de barrotes de madeira ou vigas de aco, devidamente fixadas de modo a prender o conjunto laminado. 3.9.1.2.2. Quanto ao tipo de ligagao Os transformadores trifasicos, os mais comummente utilizados, podem ter os seus enrolamentos ligados de trés diferentes maneiras, dependendo da conveniéncia do siste- ma em que seré aplicado a) jagao triangulo b) Ligagao estrela ©) Ligagao ziguezague 3,9.1.2.3. Quanto ao meio isolante Os transformadores so clasificados quanto ao meio isolante em dois grandes gru- pos: transtormadores em liquido isolante e transformadores a seco. a) Transformadores em liquido isolante Sao de emprego generalizado em sistemas de distribuigao e forga e em plantas industriais comuns. Existem trés tipos de liquidos isolantes que sdo usados em transformadores: 6leo mineral, silicone e ascarel. b) Transformadores a seco So de emprego bastante especificado por se tratar de um equipamento de custo muito elevado, comparativamente aos transformadores em liquido isolante. Sao utlizados mais especificamente em instalagdes em que os perigos de incén- dios sao iminentes, tais como refinarias de petréleo, indistrias petroquimicas, grandes centros comerciais, em que os documentos normativos profbem 0 uso de transformadores a éleo mineral, além de outras instalagdes que requeiram um nivel de seguranga elevada contra explosées de inflamaveis. 3.10. ESQUEMA DE BARRAMENTO DA SUBESTACAO Define-se como arranjo fisico de uma subestacao ao layout de conexao entre as diferentes partes constituintes de uma subestacao, neste caso falamos das linhas, trans- formadores e as cargas da subestacao. Pode-se definir como a configuracao dos equipamentos electromecanicos que cons- tituem um patio pertencente a um mesmo nivel de tensdo, de tal forma que a sua opera- ¢40 permita dar a S.E diferentes graus de confiabilidade, seguranga ou flexibilidade de © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 32 manobra, transformagao e distribuigéo de energia. Os esquemas de manobra ou arranjos fisicos mais utilizados sao: Barra Simples esquema de barra simples como apresentado na figura 6 aquele em que todos os Circuitos se conectam ao mesmo barramento e na ocorréncia de alguma falta, estes cir- cuitos serdo desligados 441): Aterramento Disjuntor Chave Seccionadora Figura 3.18 - Diagrama unit lar de uma SE (Barra Simples) Devido a perda dos circuitos na presenga de uma falta ou na manutengao do disuntor, esse arranjo é utilizado em subestagées de pequeno porte. Esse arranjo para uma subestacdo ¢ 0 que apresenta o menor custo de implementagao, e uma menor area necessdria para a sua instalacao. 3.10.1, Barra Simples com utilizagao do By-Pass © esquema Barra Simples pode apresentar uma melhor disponibilidade com a utiiizago de uma chave de By-Pass para a alimentagao dos circuits. O diagrama unitilar de uma subestagao com uma chave de By-Pass é apresentada abaixo Aterramento t cf ( Chave Seccionadora ome-myidis de Lod Figura 3.19 - Diagrama unifilar de uma subestacdo Barra Simples com By-Pass. As Caracteristicas apresentadas por um sistema barra simples com a utilizagéo de uma chave de By-Pass 6 a mesma apresentada pela configuracao barra simples. Esta © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 33, configuragao se diferencia da configuragao barra simples por possui um custo um pouco mais elevado devido a utilizagao de chaves de By-Pass. Outra caracteristica desta configuragéo 6 que o circuito perde a protecao e a seletividade da protegdo na ocorréncia de uma falta, ou seja, 0 defeito em um dos circuitos causa o desligamento em todos os circuitos ligados a esta subestagao 3.10.2. Barra Simples Seccionado O esquema Barra Simples Seccionado 6 utilizado quando se deseja alguma seletividade. O barramento da subestacao é seccionado utilizando um disjuntor e duas chaves seccionadoras. © esquema unifilar desta configuragao 6 apresentado a seguir: Distr 3 Barra Secconada one TP Seccionador 4 pe P ] ye Aterramento Alimentadores Figura 3.20 - Diagrama unifilar de uma subestagdo Barra Simples Seccionada A presenga das chaves seccionadoras do disjuntor tem a finalidade de isolacao desse na necessidade da manutengao do disjuntor. Uma limitagdo desse esquema é que na manutengao do disjuntor o circuito associado a ele tem de ser desenergizado. 3.10.3. Barra Simples e Transferéncia O esquema Barra Principal e Transferéncia é um sistema mais complexo comparado com os esquemas anteriores e apresenta uma maior confiabilidade. A seguir sera descrita uma breve sintese da operagao deste esquema elétrico. Na necessidade de manutencéo e/ou desligamento da barra principal, os seguintes procedimentos devem ser adotados: * A protegao do sistema 6 colocada na posigao intermedidria, ou seja, 0 disjuntor dos alimentadores eo disjuntor de transferéncia irao atuar na presenga de uma falta ‘+ O disjuntor de transferéncia 6 fechado, de modo a barra de transferéncia e a barra principal possuirem o mesmo potencial, © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 34 * Acchave seccionadora dos alimentadores ligada a barra de transferéncia é¢ fechada, e o mesmo potencial 6 transferido para o final do disjuntor. ‘* Abrimos 0 disjuntor ligado a barra principal + Aprotecao é colocada na posigao transterida. y .L bisuntor U lransferénci =r Disjurtor Lt Lt Alimentadores Figura 3.21 - Diagrama unifilar do esquema eléctrico Barra Simples e Transteréncia 3.10.4. Barra dupla com um disjuntor © esquema Barra Dupla é uma evolugao do esquema Barra Principal e Transteréncia, A vantagem do esquema Barra Dupla em relagao ao esquema Barra Principal e Transferéncia 6 que na falha de um dos disjuntores e/ou um dos barramentos néo resulta no desligamento da subestacao. Esta vantagem concebe a Barra Dupla uma maior confiabilidade. areal \ aarrall Figura 3.22 - Diagrama unifilar do esquema eléctrico Barra Dupla 3.10.5. Barra dupla com dois disjuntores © esquema elétrico de operagao de uma subestagdo no esquema Barra Dupla com dois disjuntores é uma adaptagao do esquema Barra Dupla, de modo a apresentar uma confiabilidade dos circuitos © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 35, ss hr ‘Aimentador » 4 [] Distuntor o ‘Aimentador ( \ crave ? Seccionadora, ol [| Distuntor » 4 | Barratt Figura 3.23 - Diagrama uni lar Barra Dupla com dois Disjuntores 3.10.6. Barra dupla com disjuntores e meio O esquema elétrico operacional Barra Dupla com Disjuntor e Meio 6 outra adaptagao do esquema Barra Dupla tradicional. Este esquema & uma evolugao do esquema Barra Dupla com Dois Disjuntores, com vistas a redugéo do custo de implementago. O esquema Barra Dupla com Disjuntor e Meio mantém praticamente todas as vantagens do arranjo anterior. 3.10.7. Barramento em Anel Um titimo esquema a ser apresentado é 0 barramento em anel. O barramento em anel apresenta as seguintes caracteristicas: * Necessita apenas um disjuntor por circuito * Apresenta uma fiabilidade relativamente boa com o custo de implementacao reduzido. + Nao utiliza a barra principal. * Se uma falta ocorre durante a manutengao de um dos disjuntores, o anel pode ser separado em duas segées. * Religamento automatico e circuitos complexos. * Para efetuar a manutencdo e/ou ampliagéo de um circuito a protecdo deixara de atuar durante esse periodo. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 36 Alimentadores Chave Disjuntor Seccionadora Figura 3.24 - Diagrama unifilar Barramento em Anel ca 4+— Abaixo 6 apresentada uma tabela com o resumo das principais caracteristicas dos esquemas elétricos operacionais da subestagao. Arranjo Fiabilidade Custo Area de Instalagao Barra Simples Menor fiabilidade. Falhas simples podem provocar o desligamento da SE Menor custo, devido a ‘menor niimero de componentes. Menor area Transteréncia Baixa fiabiidade semelhante a barra simples. Melhor flexibilidade na operacao e Custo moderado. Poucos componentes Area pequena para a instalagao. manutencao. Custo moderado. Barra Dupla um Fiabilidade Numero de . Disjuntor Moderada componentes um Area moderada pouco maior. sjuntor Dap Noderada custo elevado Grande Area Disjuntor Duplo. Barra Dupla, Disjuntor e Meio. Alta fiabilidade. Falhas simples isolam apenas 0 circuito. Custo moderado. Numero de componentes um pouco maior, Grande area. Barramento em anel Alta confiabilidade. Custo moderado. Area moderada Tabela 3.1 - Os principais arranjos de subestacées e suas principais caracteristicas, © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 37 3.11. TIPO DE ATERRAMENTO Aterramento consiste fundamentalmente numa estrutura condutora que é enterrada propositadamente ou que jd se encontra enterrada, que garante um com contacto elétrico com a terra. De formas adotar o sistema elétrico de uma adequada continuidade de servi- ¢0, bem como desempenho seguro de protegdo, e garantir os limites de seguranga do pessoal operador é importante que o sistema de aterramento merega um cuidado espe- cial Os objetivos principais do aterramento neste trabalho sao: Obter baixar resisténcia ao escoamento das correntes de defeito, manter os potenciais produzidos pelas correntes de defeitos dentro de ii s de seguranga de modo a no causar fibrilagéo do coracéo humano, fazer com que os dispositivos de protegdo sejam sensibilizados e isolem rapi damente as falhas a terra, proporcionar um caminho de escoamento para terra de des- cargas atmosféricas, garantir 0 escoamento das cargas estaticas geradas nas carcacas dos equipamentos. Existem varias maneiras para proceder o aterramento de um sistema elétrico de poténcia, desde a utilizagéo de uma simples haste, passando por placas de formas e tamanhos diversos, chegando as mais complicadas configuragdes de cabos enterrados no solo, conhecidas como malha de terra. Preferencialmente o sistema de aterramento deve constituir um anel circulando o perimetro da infraestrutura. A eficiéncia de qualquer sistema de aterramento depende das condigées locais do solo. As caracteristicas e a efi cacia do aterramento devem satisfazer as prescrigdes de seguranga das pessoas e fun- cionais, tais como tensdo de passo e toque, tensdo na periferia da malha, etc. A Equipo- tencializagao, o arranjo e as dimensées do sistema de aterramento sao mais importantes que 0 préprio valor da resisténcia da malha. Mais o valor de resisténcia de aterramento deve satisfazer as condigdes de protegao e de funcionamento da instalacao elétrica de acordo com o esquema de aterramento utilizado. Em subestagées é exigida a configuracao tipica de uma malha de aterramento, com todas as partes metélicas nao ativas interligadas a esta malha. 3.11.1. Malha de terra Uma matha de terra é um tipo de aterramento usual em instalagées de grande porte, sendo essenciais em sistemas de energia elétrica, em particular nas usinas e subesta- goes. Trata-se de um reticulado de cabos horizontalmente enterrados, interligados por juntas mecAnicas ou soldadas, e hastes cravadas verticalmente. A malha de terra é um © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 38 aterramento com baixa resisténcia elétrica, atendendo a todos os equipamentos como uma referéncia "zero" de tensao. Do ponto de vista da protegao contra choque elétrico, o objetivo de uma malha de terra é proporcionar uma superficie equipotencial no solo onde estéo colocados os com- ponentes da instalacdo elétrica e onde as pessoas estao pisando. Esta superficie equipo- tencial ira garantir que quando uma corrente circular pelo aterramento, seja ela provenien- te de uma falta ou de uma descarga atmostérica nao aparecerd diferenga de potencial entre diferentes pontos acessiveis a pessoa. Como pode ser visto na Figura 3.18, esta superticie s6 ser equipotencial se a condutividade do material da superficie for nula. Isto 6, no entanto uma situagao irreal, impossivel de ser realizada e desnecesséria ‘A malha de terra é indicada para locais cujo solo seja extremamente seco. Esse tipo de eléctrodo de aterramento normalmente é instalado antes da montagem do pavimento e se estende em quase toda a area de construgdo ou em boa parte do seu perimetro. E sempre necessario efetuar 0 cAlculo da malha de terra deforma a assegurar que os valores de resisténcia da malha de terra fiquem dentro dos valores limites de projeto. Para o céleulo da malha de terra é necessario ter as seguintes grandezas definidas: + Resistividade aparente do solo + Resistividade da camada superior do solo * Resistividade do material de acabamento da superficie da subestacao * Corrente maxima de curto-circuito fase-terra + Tempo de duragao da corrente de curto-circuito fase-terra. Um dos aspetos principais para a proteco contra sobretensées em subestagdes é disponibilizar uma malha de terra adequada, que interligard os neutros dos equipamentos das estruturas metalicas, dos tanques dos equipamentos, dos para-raios e qualquer equi- pamento que tenha parte metélica e que devem estar com o potencial da referéncia. Encontra-se listado abaixo a importéncia para se ter uma rede de terra em subesta- Goes. a) Proporciona uma impedancia de curto-circuito mais baixa para a circulagao da corrente de terra, oriunda do defeito. b) Evitar que durante a circulagéo da corrente de terra, existam diferengas de potencial, quando ocorrer uma falta, em pontos diferentes de uma subestacao, tornando-se assim um perigo para as pessoas que circulam no interior da subes- tagao. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 39 c) Facilita a identificacao do defeito pelos relés. d) Possibilitar maior continuidade e confiabilidade dos servicos elétricos BARRAMENTO ENTRADA crave ‘SECCIONADORA ALIMENTADOR 150cm min -€9KV sem min = 2304 eed fo ob fot bdo PRE SEC TP TC DISY SEC TRAFO SEC DIS TP TC SEC BS Figura 3.25 - Equipamentos de uma SE; a) Diagrama Unifilar, b) Vista de superior © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 40 4, CAPITULO IV - ESTUDO DE CASO: DIMENSIONAMENTO DE UMA SUBESTACAO 60/15kV PARA FABRICA DE CIMENTO E ARTEFACTOS DE CIMENTO NO POLO INDUSTRIAL DE VIANA 4.1, CONSIDERACOES GERAIS © Polo Industrial de Viana (PIV), erguido ha 15 anos, ganha dinémica com a instala- 40 de 470 empresas num espaco de seis mil hectares, onde se prevé a construcao de mais 500 unidades fabris até 2017. Mais de cem unidades industriais de diversos ramos de atividade estao instaladas no PIV, com o objetivo de ajudar a diversificar a economia e contribuir para a redugao das importagdes em Angola. No polo estao instaladas indiistrias ligadas 4 metalomecanica, camionagem, emba- lagens, tintas, vernizes e revestimento, materiais de construao, cosméticos, panificado- ras, fabrica de blocos, sofas, colchées, mobilidrios, tubos, sabao e artefactos de plasticos. Existe uma diversificagao de fabricas, mas a maioria recai para as unidades de materiais de construgao. Neste contexto sera erguida uma industria de fabricagéo de Cimento e Artefactos de Cimento. Esta fabrica sera constituida essencialmente por 9 sectores de fabricagao parcial- mente independentes, e uma zona reservada para escritério e estacionamento, servigos comuns, conforme tabela em anexo: ZONA DESIGNAGAO POTENCIA ESTIMADA (kVA) 1 Central de Betao 330,6 2 Central de Asfalto 420,6 3 Fabrica de Artefactos de Cimento 1.297,92 4 Fabrica de Tubos e Manilhas de Betéo 1.667 5 Fabrica de Vigotas e Painéis 1.395,72 6 Volteadoras (fabrica de New Jersey e canaletes) 153,24 7 Fabrica de Paneletes 337,68 © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 41 ZONA DESIGNAGAO POTENCIA ESTIMADA (kVA) 8 Fabrica de armaduras p/ Betéo armado (Corte e 1.130,28 moldagem de ferro) 9 Fabrica de Cimento (duas Centrais de cimento) 6.600 10 Zona de Escritérios / Servigos Comuns 100 TOTAL PREVISTO 13.433.04 Tabela 4.1 - Designagao e Consumo previsto das Areas da Fabrica A fabrica de cimento tera duas centrais com uma produgdo total de 4.800 td. Sendo que metade desta produgao abastecera as restantes infraestruturas que usarao o cimento como base de fabricacao de outros artefactos, uma segunda metade sera usada para comercializacao do cimento a granel e em sacos, conforme Fig. 4.1. PRE-HOMOGENIZACAQ ‘ar A PERFURAGKO TRANSPORTE MOAGEN DE CARVAD acorn ct Sak GAN ABA ca ane Teme "Soon got EXPEDICAO EM GRANEL Figura 4.1 - Pormenor da Fabricacao e Expedi¢ao a Granel da Fabrica de Cimento Tendo em vista o grande consumo previsto para a industria, estimado em 13.433,04 KVA, e assente no facto de que a EDEL nao fornece energia elétrica diretamente da sua rede, para uma poténcia superior a 10 MVA conforme Fig. 4.2, toma-se necessatio a ins- ‘© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 42 talagao de uma S.E privada que teré objetivo garantir a continuidade de alimentagao da energia elétrica com os niveis de poténcias de consumo solicitados pela respectiva Fabri- ca. TABELA DE VALORES/POTENCIA SOLICITADA item Poténcia ‘Valor da Comparticipagao | ‘Obs. (usp) i 04 | 134.662,04 2 0,5 | 168.327,55 3 0,63 212,092,741 f 4 08 269.324,08 =a 1 '336.655,10 maT [-s 1,25 420.818,87 Ea 2 673.310,20 s 3 1,009.965,30 9 4 1.346.620,40 ar 20_| 5 1.683.275,50 ii 6 2.019.930,60 2 12 7 2.356.585,70 [aaa] BLE 2.693.240,80 | 14 ota —3.029.895,90 EEE 10 3.366.551,00 (“46 [Mais 10 MvA_ | Construcao de Subestacao | Figura 4.2 - Extrato do Critério de Compar jpacdo da EDEL. 4.2. CALCULO DO NUMERO DE TRANSFORMADORES Tendo em conta a poténcia prevista de consumo de 13.433,04KVA, considera-se ainda uma folga de 25% da poténcia prevista. Desta forma tem-se que: Pinst = Peons + 0.25%P cons Desta forma considera-se o seguinte calculo: Pinst = 13.433,04 + 0.25x (13.433,04) 6.791.03 kVA Neat Pinst) / (Prom do Trate) Obs.: Nao sendo possivel encontrar no mercado um transformador de poténcia Standard 16MVA, para este calculo consideramos importante ter como referéncia um transformador de 15MVA, tendo em conta que jd esta reservado uma folga de 25% da poténcia prevista. De formas as nao sobredimensionar a subestagao nao achamos oportuno ter como referencia a potencia Standard de 10MVA, porque implicaria uma poténcia total instalada de 20MVA, que diferia consideravelmente do valor previsto de consumo acrescendo a sua. reserva de 25%. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 43, Deste modo o ntimero de transformadores é calculado tendo como base a poténcia de 15MVA. Nerafo = (Pinst) / (Prom do trate) = 16.791.03 kVA / 15.000 kVA = 1,11 Portanto, desta forma fica justificado a utilizagdo de um transformador de 1SMVA, para a SE a ser dimensionada. 4.3. LOCALIZAGAO DA SUBESTAGAO Figura 4.3 - Implantagao da Fabrica de Cimento e Localizagao da Subestacao A subestagao a ser instalada sera de 60/15kV, e com uma poténcia instalada de 15MVA, funcionaré em regime permanente, devera ser simples e acima de tudo sera econémica, segura e mais simples possivel de formas a permitir um funcionamento flexi- vel. Sero dimensionados e instalados todos os equipamentos necessérios para a prote- Gao e manobras, permitindo o seccionamento sem a interrup¢do no fornecimento de energia a fabrica. A subestagao sera instalada no polo industrial de Viana, conforme indicado na Fig.4.3. Esté reservada uma area de 8.000 m? para a instalagao da mesma. O tamanho do terreno permitira nao somente a construgao inicial da SE, mas garantira em termos de espaco ampliagdes futura. @ Francisco Domingos Lima Manuel, 2013, Pagina 44 Os acessos a SE possuirao caracteristicas que permitem o transporte de grandes equipamentos, em caso de manutengao ou em caso da substituicao de equipamentos, contendo largura suficiente e poucas curvas, e caso existam as mesmas devem possuir raios de curvatura adequados. A subestagao sera composta basicamente por 4 sectores principais, nomeadamente © setor de tensao mas alta, sector de tensao média, sector de mais baixa tensdo e a casa de comando/sala de monoblocos. Os dois primeiros sectores devem ser bem localizados de formas as permitirem a entrada e saida de novas linhas e acessos para os equipamentos pesados setor de mais baixa tensao deve localizar-se em zona estratégica, permitindo a saida de alimentadores, desta forma devem estar localizados paralelamente a fabrica ou estrada que facilite a instalacdo de todos os consumidores possiveis. Relativamente a casa de comando, esta devera ser bem localizada de formas a permitir uma maior visibilidade do parque de linha, e das instalagdes externas da SE. Esta sala deve ter area suficiente para instalagao da sala de controlo, com todos os painéis de comando, protegao, servigos auxiliares, sala de telecomunicagées, sala de baterias, equi- padas com um sistema de refrigeragao e condicionamento de ar. 4.4. ESQUEMA DE BARRAMENTO DA SUBESTAGAO Como ja referenciado a instalagao da subestacdo (60/15KV) requer uma Area minima de 8.000 m?de formas a viabilizar a construgao da subestacao, com base no pla- neamento para a instalagao da mesma que terd duas entradas de linha com barramento seccionado no sector de 60kV, um transformador de poténcia de 15MVA, que alimenta o barramento de 15kV com 4 saidas previstas. ‘A configuragao da subestacao esté mostrada na Fig. 4.4, seré uma configuragao do tipo barra simples seccionada com By-Pass (este é um recurso para garantir continuidade na alimentagao em caso da necessidade de colocar fora de servico o disjuntor principal), esta configuragao foi escolhida de formas a aumentar os niveis de confiabilidade do sis- tema e garantir melhor imperatividade do préprio sistema, primando-se também no factor econémico, por ser de facil instalagao e manutengao, devido & complexidade dos equi- pamentos usados. Esta configuragao permite que os equipamentos de protegao e manobra sejam reti- rados de servigo para manutengao, permitindo que o sistema permanega sem interrup- 40, mas em todo o caso a manutengao é¢ feita de modo faseado, ou seja, uma por uma © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 45 Em caso de avaria ou manutengao ha garantias fidveis de que a alimentagao a Fabrica sera efectuada, a operagao normal da SE é efectuada a partir de um disjuntor e duas chaves seccionadoras que interligam 0 barramento de 60KV. Em caso de manuten- 40 do disjuntor principal existe um disjuntor que efectua o By-Pass de formas a assegu- rar a continuidade na alimentagéo da Fabrica. Do mesmo modo uma falha no disjuntor principal no barramento de 15kV esta garantida a continuidade no fornecimento de ener- gia elétrica a partir de um Bypass, conforme Fig.4.5 BoKV Figura 4.4 - Esquema de Barramento da Subestacao - Barra Simples Seccionada © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 46 Figura 4.5 — Esquema de Barramento da Subestagao e Saidas previstas 4.5. DIMENSIONAMENTO E ESCOLHA DOS EQUIPAMENTOS 4.5.1. Generalidades Como referido a S.E tera como finalidade alimentar a rede de Media Tensao exis- tente na respectiva fabrica. Prevé-se instalar-se uma S.E abaixadora 60/15KV de 15MVA, com 4 saidas previstas que alimentarao os respectivos PT’s como descritos na tabela abaixo: © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 47 POSTO DE TRANSFORMACAO ZONA LINHA DE ALIMENTAGAO (ASAIDA DA SUBESTAGAO) PT ZONA 1, ZONA 2, ZONA 3 LINHA 1 e LINHA 2 PT2 ZONA 4, ZONA 4.1, ZONA 4.2 LINHA 1 e LINHA 2 PT3 ZONAS LINHA 3 e LINHA 4 PT4 ZONA 6, ZONA7 LINHA 3 @ LINHA 4 PTS ZONA 8, ZONA 9 LINHA 3 e LINHA 4 Tabela 4.2 - Saidas Previstas em Media Tensao 4.5.1.1, CALCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO Define-se como curto-circuito a alterago abrupta num sistema eléctrico de energia, causado pelo estabelecimento de um contacto eléctrico entre dois pontos de potenciais diferentes. Os curtos circuitos ocorrem nos barramentos das Subestacdes, em PT’s, Quadros eléctricos, geralmente devido a accao de elementos externos; Ocorrem também em Linhas areas, devido a sobretensdes de descargas atmosféri. cas ou acgao de elementos externos (aves, ramos de arvores, etc.), ruptura de conduto- res, isoladores e apoio: ‘A magnitude de curto-circuito nao se mantém constante durante o tempo que se sustenta a falha, A sua magnitude varia com o tempo ja que segundo a Lei de Lenz, 0 fluxo magnético nao pode variar bruscamente seu valor em um circuito indutivo, visto que aparece uma forga contra electromotriz que tende a manter o seu estado anterior e tem trés valores principais: 0 valor da corrente subtransitéria lec”, o valor da corrente transitoria lec”, 0 valor da corrente permanente lec. + A corrente subtransitéria: 6 0 maximo valor da corrente de curto-circuito. Esta corrente dura tao pouca que se desenvolvem geralmente durante 0 tempo de inércia do interruptor. + A corrente transitéria de curto-circuito: 6 0 valor da qual decresce 0 maximo valor da corrente de curto-circuito. Este valor da corrente que o interruptor realmente interrompe. + A corrente permanente de curto-circuito: o valor estavel da corrente de curto- Circuito, ou seja é 0 valor até o qual decresce a corrente de curto-circuito se nao ¢ inter- rompida. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 48 Os curtos circuitos tém com consequéncia as correntes elevadas que se durarem demasiados tempo provocam o aquecimento dos condutores e a deterioragao irreversivel do equipamento. Estas correntes elevadas provocam também esforcos electrodinamicos entre fases dos elementos condutores dos equipamentos, tais como barramento, enrola- mentos, ete. Torna-se necessario 0 cailculo da corrente de curto-circuito para efeito de dimensio- namento dos equipamentos da rede, tais como; Os condutores, isoladores e cabos, devem suportar 0 aquecimento causado pela corrente maxima do CC, durante o tempo de atuagao das protecgées. Os suportes, os barramentos e enrolamentos devem suportar os esforgos electrodi- namicos para a corrente maxima de CC. Os disiuntores devem ter poder de corte para a corrente maxima do CC, de igual modo os relés sao ajustados para correntes de CC cal- culadas em diversos pontos da rede e para diversos tipos de CC. Portanto na andlise ao curto-circuito podem-se verificar varios tipos de curto-circuito. Neste caso os CC simétricos, o que envolve as trés fases com uma impedancia de defeito igual em todas as fases Os CC assimétricos que sAo os que envolvem apenas uma fase (fase-terra), ou duas fases (fase-fase e fase-fase-terra). Ocorrem também em Linhas Areas, devido a sobretensées de descargas atmosféricas ou acao de elementos extemos (aves, ramos de arvores, etc.), rotura de condutores, isoladores e apoios; Para o calculo da corrente de curto - circuito torna-se necessario conhecer as gran- dezas eléctricas que afectam directamente sua amplitude, deste modo 6 necessario expressa-las num esquema equivalente, conforme mostrado na Fig.4.6. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 49 Xs & 08.0.0 XL 20 Figura 4.6 - Esquema Equivalente da Subestacao Onde: © Xz- Reactancia do Sistema X,- Reacténcia Kilométrica da Linha Ry - Resisténcia Kilométrica da Linha © Xr+Reactancia do Transformador © Rr- Resisténcia do Transformador Para o calculo da reactancia do sistema considera-se a seguinte expressao; © Xe~ Reacténcia do Sistema Se- Poténcia de Base - 100MVA © Sec Poténcia Curto-Circuito do Sistema - 2500MVA = toma °° 2500MPA © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina SO Para alimentagao da SE, considera-se um cabo eléctrico do LA-56/60KV, com as seguintes descricdes; © Ro - Resisténcia Kilométrica do cabo - 0,6130/km © Xo - Reactincia Kilométrica do cabo ~ 0,4210/km © L- Comprimento da Linha - km Considera-se para base de célculo uma distancia de 15km (desde a SE, alimentado- ra 4 SE receptora). Ruswe = Rok & Se _ 421 X15 x 1oN.10% okies (e007 OT 5; 1S XLS x 100, 10° ig _ YSIS NES X 100.10" = os ur (Gao Para 0 cAlculo da Impedancia e Resisténcia do Transformador consideram-se as seguintes expressées; u, Xp =Xp —= Strago Nota: Para o transformador de 15MVA considera-se uma perda maxima a 75°C de 118.998W e uma tensao de curto-circuito (%) de 9,5. Para o calculo da X; do transformador é necessatio o calculo da Rr-, desta forma tem-se que: APce Rp =e SO 1 Strage 2 Be = Geol "210 = 08 © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina SI Desta forma j4 é possfvel efectuar o célculo tanto da impedancia do transformador bem com a resisténcia do transformador utilizando as equagdes préprias para o cAlculo, deste modo temos; S}xezom | Z Figura 4.7 - Esquema Equivalente da Subestacao com as reactancias e resisténcias Com os valores das reactancias e resisténcias dos sectores que constituem a subes- taga correntes de curtos circuitos nas trés zonas escolhidas, conforme Fig. 4.7 torna-se possivel o calculo das impedancias e subsequentemente o calculo das © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 52 Para 0 calculo das correntes de curto-circuito, torna-se imperial indicar os passos a dar e indicar as grandezas que serao calculadas pelas formas a seguir apresentadas; » CAlculo da Impedancia Equivalente na Zona do Curto-Circuito - Zi. > Calcul da Componente Periédica da Corrente de Curto-Circuito na Zona de Defeito - Ipo Js Fann [ng = Onde: J, - Corrente de Servigo na Zona de Curto-Circuito (kA) Z,n-da Impedancia Equivalente na Zona do Curto-Circuito > Calculo da Componente Aperiddica da Corrente de Curto-Circuito na Zona de Defeito - lar Onde: Igo - Componente Periddica da Corrente de Curto-Circuito na Zona de Defeito (kA) T = (Ta + Tp; Ta~ Tempo de abertura propria do disjuntor (0,035 s), Tpr Tempo de aber- tura das protecgdes (0,030 s). v Definigéo do Coeficiente de Impulso - Kug v Calculo da Corrente de Impulso - lug hag = VE yor hiug >» Calculo da Corrente Total de Curto-Circuito - Icc Teg = VE alge + bas Torna-se também necessario o calculo das correntes de servigo nos diversos secto- res deste modo, tem-se que; © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 53 * Parao sector de Alta Tensao ___ * 15.108 144,534 Soar 2) EF tage SX 60.10 * Para sector de Media Tensao s 15. 10° = ST7354 el T NC SETET CORRENTE DE CURTO - CIRCUITO EM K-1 Nota-se a partir do esquema que a impedancia nesta zona sera simplesmente a reactancia do sistema, deste modo temos; Zk.1 = Xs= 0,04 A corrente periddica do curto-circuito nesta zona sera: 144,33 Gea =3,60ieA Define-se deste modo para um tempo de disparo das protegdes de 0,03s ¢ 0,035s para o tempo de abertura propria do disjuntor. O valor de tau sera T = 0,065s e Ta = 0,03s. A corrente aperiédica do curto-circuito nesta zona sera; Tyg = ¥2 3,60, 97 8088/008 58k Para a corrente de impulso tem-se que; lug = VE Mggrkigg = VEX 360 X 1,72 = 8,75KA A corrente total de curto-circuito nesta zona sera; Tog = VE lpg + lag = VE X 58+ 0158 = 59584 le © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina S4 CORRENTE DE CURTO - CIRCUITO EM K-2 Nota-se a partir do esquema que a impedancia nesta zona sera somatério das reac- tancias do sistema, da linha e a resisténcia da linha deste modo temos; Ziggy = 0 (BP + ig +H, )? = V'(0.25)? + (0.044 0,175) = 0152 A corrente periddica do curto-circuito nesta zona sera: Ig _ 146,33 Faun USB leg = 0.45k4 Define-se deste modo para um tempo de disparo das protegdes de 0,03s ¢ 0,035s para o tempo de abertura prépria do disjuntor. O valor de tau sera T = 0,065s e Ta = 0.0248. A corrente aperiédica do curto-circuito nesta zona sera; Tong = VB algyee WH = VIZ 6 O45 Xe ROEM = O07 Para a corrente de impulso tem-se que; = V2 lyookiyg = VE XO45 XK 1,1 = O70 A corrente total de curto-circuito nesta zona sera; Tog = VE olgg + lye = V2 O45 + 0,042 = 0,674 CORRENTE DE CURTO - CIRCUITO EM K-3 Nota-se a partir do esquema que a impedancia nesta zona sera o somatério das reactancias e resisténcias do sistema deste modo tém; Bggt VB yt Rp Pt Oy ta, tay F = (O24 3aL0FF + (Gest O17 + FARO) = O95 A corrente periédica do curto-circuito nesta zona sera’ © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 55 Define-se deste modo para um tempo de disparo das protegdes de 0,03s e 0,035s para o tempo de abertura propria do disjuntor. O valor de tau seré T = 0,065s e Ta = 0,008s. A corrente aperiédica do curto-circuito nesta zona sera; f, = VF l,pe U7 = VE 1,74: Xo 868/088 = OL0O7KA Para a corrente de impulso tem-se que; lug = VE olggoliigg = VE 61,74 K124 = 3,054) A corrente total de curto-circuito nesta zona sera; Tog = NB agg + fog = VE 1,744 0,007 = 2,46kA Zona de CC po (xa) Lat ay Tg (kay lee (kay Koo Tais) K-A 3,60 0,58 8,765 5,95 1,72 0,03 K2 0.45 0,042 0,70 0,67 41 0,024 K-3 1,74 0,007 3,05 2,46 1,24 0,008 Tabela 4.3 - Resumo das Correntes de Curto- 4.5.2. TRANSFORMADOR DE POTENCIA — DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO Como referido anteriormente o transformador a ser usado devera ser de 15MVA, da WEG ou equivalente, com as seguintes caracteristicas prescritas; a) Poténcia: 15000/18750 kVA b) Norma de Fabricagao: NBR 5356 ©) Refrigeragao: ONAN/ONAF - Gleo Natural, Ar Natural com segundo estagio com Oleo Natural, Ar Forcado imerso em leo isolante mineral. d) Classe de Tensao (kV): 72,5 KV ) Tensao Primaria: 69,0 KV + 8 x 1,25% f) Tensao Secundaria: 13800/7967 V 9) Primario: Triangulo (delta) h) Secundario: Estrela com neutro acessivel i) Deslocamento Angular: 30° © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 56 i) Freqtiéncia nominal: 60 Hz k) Elevagao de Temperatura: 65°C no ponto médio dos enrolamentos 1) NBI- Primario: 350kV m) NBI Secundario: 110 kV n) Perdas totais: 118.998W ) Corrente de excitagao: 0.65 % p) Impedancia a 75°C: 9% )) Comprimento (C): 3400 mm 1) Largura (L): 3650 mm s) Altura (A): 3880 mm t) Peso: 21500 kg 4.5.3. DISJUNTORES - DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO Para escolha do disjuntor considera-se o seguinte quadro resumo; Condigao de Escolha Caracteristica do disjuntor | Caracteristica da Rede na 2 In Sobre consulta 144,33 A Una 2 Una 75,5V 60kV Indest 2 Ipo 31,5 kA 3,60kA Tabela 4.4 - Tabela para Escolha do Disjuntor O disjuntor sera do modelo EDF SK 1-1 da ABB, conforme anexo 8 com as especifi- cagées tecnicas do disjuntor escolhido, 4.5.4. CHAVES SECCIONADORES - DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO Para escolha do seccionador considera-se o seguinte quadro resumo; Condigao de Escolha Caracteristica do Seccionador | Caracteristica da Rede Ina 2 In 3.150 A 144,33 A Una 2 Una 72.5 KV 60kV Nigacao lug 114 kA 8,765kA leestig.nom = lar 125 kA 0,58kA ‘Tabela 4.5 - Tabela para Escolha do Seccionador © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina $7 Os seccionadores a serem usados serao 0 SHD-72.5 da ABB, serao do tipo horizon- tal, de trés colunas rotativas, com abertura central (SHD), de polos separados, para insta- lagao exterior. Devera ser fornecido com comando motorizado, local e a distancia O fecho e a abertura sao realizados pela rotagao dos bragos de contato méveis num plano horizontal. OUTRAS CARACTERISTICAS; = Facil instalagéo e manutengao; * Certificagao IEC/ANS!; = Resisténcia a fenémenos sismicos; = Operagao sob gelo; + Dupla abertura lateral e/ou abertura central; Foi escolhido este seccionador tendo em conta a especificidade da SE, pelo facto de no ser uma subestagao de grande porte, e a nivel de espaco de utilizagao da mesma consideraou-se razoavel a utilizacéo do seccionador de abertural central, com as caracte- risticas electricas indicadas em anexo 3 4.5.5. PARA-RAIOS DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO Sao dispositivos destinados a protecgao dos outros equipamentos contra sobreten- s6es transitorias elevadas. Normalmente estes equipamentos devem entrar em servigo de formas a limitar a magnitude dos impulsos de tensdo, 0 que permite diminuir os riscos para outros equipamentos. Estes equipamentos devem entrar em servico de formas a: + Limitar impulsos de tenséo em equipamentos, canalizando para a terra a cor- rente de surto que atinge a SE. * Ter boa capacidade de isolagao a tensdo nominal, ou seja, nao adicionar ris- cos ao barramento ou a linha ao qual esta conectado, a) Tensao nominal - é a maxima tensdo de operacao para qual 0 para-raios é capaz de interromper a corrente na frequencia do sistema (no nosso caso 50Hz). E a maxima tensao eficaz fase-terra em que o para-raios pode ser instalado. esta tensao dita a escolha do equipamento, Vnom = Vmax x factor de aterramento x factor de seguranga Onde; © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 58 Vmax = Tensao maxima de operacao do sistema Factor de ateramento= ,8 para sistemas efectivamente aterrados Factor de seguranca 05 b) Corrente de descarga - é a corrente de impulso ou de surto que percorre o para-raios. ©) Corrente nominal de descarga — ¢ 0 valor de pico da corrente de descarga para uma forma de onda 8/20ps, utilizada para classificar os para-raios. 4d) Tensao disruptiva de impulso - é 0 maior valor de tenséo de uma onda de impulso de polaridade determinada, que da maior valor aplicado aos terminais de para-raios, antes de sua descarga ¢) Tensdo disruptiva 4 frequencia industrial - é o valor eficaz da menor tensao senoidal, de frequencia industrial, que produziré descarga quenado aplicada aos terminais do para-raios. Os para raios a serem utilizados neste projecto, serao do tipo oxide de zinco, para uso externo em posigao vertical, autosustentaveis, com base de montagem em aco fundico ou aluminio e montados sobre isoladores de base. As especificagées dos para-raios encontram em anexo 4. 4.5.6. TRANSFORMADOR DE POTENCIAL - DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO Este equipamento tem com finalidade garantir a medigdo de tensdes em sistema superior a 600V, transformando-as de modo equivalente nos circuitos do seu secundario em baixa tensao. Deve-se representar em seu secundario, de forma muito precida 0 que 0 ocorre no sistema. O dimenisonamento detes equipamentos dar-se-a pela tabela abaixo, no que toca as cargas nominais estabelecidas. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 59 Poténcia | Fator de Designagéo | Arsronte Resisténcia Reatancia | Impedéncia (va). Poténcia) (0) | Indutiva(a), (A) P 125 425 o10| 1152, 1.1462) 1.1520 P25 25, _070| 403.2 4113) 576.0 P35 35 020 825 4027) 411.0 P75 75, 085| 163.2 101.1 192,0 P 200 | 200) 085| 612, 37,9 72,0| P.400 400 oss| 6 19,0) 36,0 Tabela 4.6 — Cargas Nominals Transformador de Pontencial Acclasse de exatidao é indicada na tabela a seguir; Relagio de | Angulo de fase __tensao (%) | (minutos) 1 £5 10 . 220 21,0 240 | +3.0 no especificado Tabela 4.7 — Classe de Exatidao para Medico TP’s Relagao de | Angulo de fase | Slasse | ‘tensao (%) | (minutos) | 3P = L 6P +60 Tabela 4.8 — Classe de Extidao para Protegao TP’s O secundario do transformador de potencial a ser utilizado nest projecto tera como caracteristica de 69kV e 69/3 em seu enrolamento secundario. As cargas a serem conectadas no secundario do TP permitem dimensionar este equipamento tendo em conta todas as grandezas padronizadas do sistema. As caracttis- ticas do TP a ser utilizado é 0 indicado em Anexo 5. 4.5.7. TRANSFORMADOR DE CORRENTE — DIMENSIONAMENTO. DO EQUIPAMENTO Os TC’s normalmente sao escolhidos de acordo com as cargas que serao ligadas no seu secundario. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 60 Para um transformador de corrente, a carga secundaria representa 0 valor ohmico das impedancias formadas pelos diferentes aparelhos ligados a seu secundario, incluindo 08 conductores de ligagao. Podemos definir com carga secundaria nominal, a impendacia ligada aos terminais secundarios do TC, cujo valor corresponde a potencia para a exatidao garantida, sob cor- rente nominal, e 6 expressa pela seguinte formula; P, Bs = He g Onde; Pre - Pontencia do Transformador de Corrente I, - Correntes do Secundario do Transformador de Corrente Portanto a carga dos aparelhos que devem ser ligados ao TC devem ser dimeniona- dos criteriosamente para a escolha do TC de carga padronizada compativel. Deste modo, como os aparelhos sao ligados aos TC’s ateves de conductores, normalmente de grande comprimento, é necessario calcular-se a potencia dessipada nesses condutores e soma- las a potencia dos parelhos correspondentes. Desta feita a carga de um transformador de corrente, indepenmdemente de ser detinado a medigao ou a protegao, pode ser calculada pela Equacao; Ste = DSep + Lex Ze X Is? (VA) Onde; Sse - Soma das cargas correspondents dos aparelhos considerados, em VA; ls - corrente nominal secundaria, normalmente igual a SA; Zc - impedancia do conductor, em Q/m; Le = comprimento do fio conductor, em m (ira ser considerada uma distancia maxima de 20m) Atabela 5.4 em anexo fornece as cargas médias dos principais aparelhos utilizados na medig&o de energia, demanda corrente, etc. Considerando que os conductores mais utiizados na interligagao entre aparelhos © o TC sejam de 4, 6 @ 10 mm, as suas resis- tencias chmicas so, respectivamente, de 5,5518, 3,7035 e 2,2221 mOim. De acordo com as normas ABNT, os TC’s so divididos em dois grupos * Classe A — Possui alta impedancia intema, isso significa que 0 TC tem impe- dancia de disperssao do enrolamento secundario consideravel © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 61 * Classe B — Possui baixa impedancia interna, isto é aquele cuja reactancia de dispersao nao possui qualquer valor consideravel Os TC’s a serem usados neste projecto serao os da Classe B, ou seja, com baixa reactancia de dispersao. Desta foram é mostrado o principio para diemnsionamento destes equiamentos, levando em conta cada finalidade dos enrolamentos secudario, seja para TC’s para medi- ¢a0 ou protecgao. Em TC’s de medigao normalmente é utilizado a classe de exatidao de 0,3 - 0,6 - 1,2%. E no caso dos TC’s de Protec¢ao normalmente é utilizada a classe de exatidao 2,5 - 5,0 - 10% Temos de obedecer a dois criteriso basicos para a escolha dos TC’s a) O TC deve funcionar adequadamente em condi¢ao normal de opera- 40 (corrente de longa duragao) Ie (oom TO) 2 K-lp inomrato Onde k é um factor de sobrecarga, 1,45. b) OTC nao deve saturar sob condigées de falta maxima (Curto - Circuito) 20.IP inom to) 2 loo RTC = loo / (5x5) No qual a corrente de 5 A continua a ser a corrente nominal do secundario, e o fator de sobrecorrente 5 ( Te’s tipo B), corresponde a quantidade de vezes que 0 enrolamento do TC de protegao deve suportar sem perder suas caracteristicas, no que toca a saturagao. Desta forma teremos; Barramento de 60 kV Io (oom 76) 2 Kalb (noma) = 1,45 x 144,33 = 209,24 A RTC = loc / (5x5) = 5.950 / (5x5) = 238 A => 1190 5 Logo é escolhido um TC com o seguinte TAP, conforme tabela 4.6; Jo (oom To) = 1200 A Is (rom To) = 5 A © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 62 Relacao de TAP's 2000/1600/1500/1200/1 100/800/500/400/300 - 5A Tabela 4.9 - Relacdo de TAP’s As cargas ligadas no secundario serao as seguintes, e sua respectiva potencia con- forme Tabela 4.8; Amperimetro (considerando amperimetro digital - 1,5) Wattimetro (considerando Wattimetro digital - 1,5) Wattimetro hora (considerando Wattimetro hora digital - 0,94) Vatimetro hora (considerando Vatimetro hora digital - 0,90) Deste modo temos que; Sic = YSap + Lex Zc X Is?(VA) Ste = (2,5 + 2,5 +0, 90 + 0, 90) + 20 x 3, 7035.10° x (5)? = 7,32 VA), A carga total ligada ao secundario do TC é de 6,65 VA, deste modo a impen- dancia sera; Zre = (7,32) /5°= 0,290 % = arccos (0,8) = 36,9° Zro= 0,29 |. 36,9° A tensao maxima induzida no secundario do TC sera; Von = 5 x 20 x Ze = 5 x 20 x 0.29 = 29 V normalizado para 50 V. 1ado (VA) Aparethos — aoe - Ampertinetos registragores 05835 Ampertmetros indicadores 10225 Wattimetros registradores 015 935 Wottimetrs indicadores 1025 IMeataores ce rase regstraaores 2a Mecidores de fase indicadores 2585 Relés drecionais de corente 25065 Reiés de distancia 2008 Reiés diferencias de corrente 2008 Medidor de KW ~ kwh 094 Medidor do kvarh 094 Tabela 4.10 - Aparelhos comumente ligados no secundario do TC © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 63, = TC normal aren 5 = Classe A Classe B 25, ano 10 cs. 20 820 12,5 0 850 25 100 a100 8100 can 200 A200 200 e100 400 A400 8400 200 800 A800 8500 Tabela 4.11 - Tensées maximas induzidas no secundario dos TC’s Logo, escolhemos um TC de baixa resistencia no secundario, que pela norma ANSI teré a seguinte especificagao: TC: 1200 - 5 ; 12,5 VA ; 2,5 B50 Barramento de 15 kV Io (oom 70) 2 Kal (noma) = 1,45 x 577,35 = 837,15 A RTC = loc / (5x5) = 2.460 / (5x5) = 98,4 A => 492: 5 Logo ¢ escolhido um TC com o seguinte TAP, conforme tabela 4.6; Ip (nom 16) = 800 A Is (nom To) = 5 A As cargas a considerar sera igual as consideradas no sector anterior, deste modo teremos; Ste = YSap + Lex Zc X Is? (VA) Ste = (2,5 + 2,5 +0, 90 + 0, 90) + 20 x 3, 7035.10%x (5)? = 7,32 VA), A carga total ligada ao secundario do TC é de 6,65 VA, deste modo a impen- dancia sera; Zre = (7,32) /5*= 0,290 $ = arccos (0,8) = 36,9° Zro= 0,29 L.36,9° A tensao maxima induzida no secundario do TC sera; Von = 5 x 20 x Zp; = 5 x 20 x 0.29 = 29 V normalizado para 50 V. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 64 Logo, escolhemos um TC de baixa resistencia no secundario, que pela norma ANSI tera a seguinte especificagao: TC: 800 - 5; 12,5 VA; 2,5 B50 As caracteristicas electricas dos TC’s a serem utilizados é indicado em anexo 6 4.5.8. BARRAMENTO - DIMENSIONAMENTO DO EQUIPAMENTO CONDICAO DE AQUECIMENTO A verificagao da condigéo de aquecimento ¢ feita através de uma simples compara- ao entre a corrente de servico da S.E e a corrente maxima admissivel pelo barramento a ser escolhido. Esta corrente maxima admissivel pode ser encontrada na Tabela 6-35 em anexo 7, Deste modo inicia-se por escolher um barramento, que seja adequado a corrente da instalagao em regime permanente RESISTENCIA MECANICA AO CURTO-CIRCUITO Deve-se verificar se 0 barramento escolhido consegue suportar os esforgos electro- dinamicos a que podera ser sujeito em caso de Curto-Circuito. Deste modo torna-se necessario 0 calculo da corrente de choque - I, que € a maxima corrente o barramento ter de suportar em caso de curto-circuito. Desta forma esta corrente sujeita o barramento a um maior esforgo eletrodinamico. O calculo de Ich tem-se pela expressao: Tey = 1.8 (7 * dretary Onde: © Ich - Corrente de choque (A ou kA) © lee - Corrente de Curto-Circuito inicial (A ou kA) Apés isso calcula-se a forga eletromagnética exercida entre os perfis percorridos pela corrente de choque adequado a ocorréncia de um curto-circuito, que é dado pela expressao: F, 712,04 107 x 1, (2) Onde; © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 65 © Ich - Corrente de choque (A ou kA) © Fe - Forga Eletromagnética (N) © 1- Distancia entre dois apoios (mesma unidade que a) © a-distancia entre fases (mesma unidade que |) Desta forga resulta o momento flector - Mfdada pela expressao: Fy xt 16) Mp= Onde; © Mf- Momento Fletor (kgt / cm) © Fe -Modulo de Flexao (kgf) © 1- Distancia entre dois apoios (cm) Por fim, deve-se consultar 0 médulo de flexao W referente ao perfil escolhido. O médulo de flexao pode ser entendido como o memento a flexao, por parte do perfil. E 0 maximo momento que o perfil poder desenvolver, estando fixo, para contrariar um movimento de rotagao imposto por um factor exterior. Esta grandeza depende apenas da morfologia do perfil e nao do material pelo qual constituido. E uma grandeza que pode ser calculada com base na forma e dimensées do perfil em causa. Desta forma o momento flector admitido por um perfil de médulo de flexdo = W 6 dado pela expressao: Onde; © Mf- Momento Fletor (kgf/cm) © W- Modulo de Flexdo (cm*) © 0 - Carga de seguranga 4 flexao do material escolhido (kgf /cm*) Desta forma deve-se escolher um perfil que cumpra a seguinte condigao: © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 66 M, ure gr Caso esta condigdo nao se verifique 6 necessario escolher outro tubo que verifique a condigao. Quando for encontrado um perfil que verifique a condigao, esta concluide o cél- culo da resisténcia ao curto-circuito. ESFORCOS TERMICOS DEVIDO AO CURTO-CIRCUITO Em seguida deve-se também dimensionar os barramentos tendo em conta os esforgos térmicos devido ao curto-circuito. Este dimensionamento é baseado no calculo do tempo de fadiga térmica de um condutor, que 6 o tempo durante o qual o condutor pode suportar a corrente de curto-circuito. Esse valor é obtido através da seguinte formula f=6K Tats Onde: © Ich - Corrente de choque (A) © K-- Factor relativo as propriedades térmicas do condutor: © S- Secgdo do condutor (mm?) © t= tempo de fadiga do condutor (s) Portanto devido ao problema da actuagao das protecgées, opta-se por assumir o tempo de fadiga térmica como sendo igual ao tempo de actuagao das protec¢ées e procura-se garantir que 0 condutor tenha sec¢ao tal que nao entre em fadiga térmica antes de as pro- tecgdes actuarem. Essa secgao ¢ facilmente encontrada resolvendo a expressao anterior em ordem a S: I, Sure Fev Desta forma, definimos 0 t como o tempo de actuagao das proteccdes e Smin a secgao minima que © condutor deverd possuir para nao entrar em fadiga térmica em caso de cur- to-circuito. Porém é necesséario, ainda encontrar os parametros K e Ith. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 67 K é um factor adimensional que quantifica a rapidez com que o condutor entra em fadiga térmica, e cujos valores utilizados encontram-se na Tabela 4.9 FACTOR K Condutores nus em cobre 159 Condutores nus em aluminio 104 Condutores nus em liga de alu 7 Tabela 4.12 - Factor K rapidez com que o condutor entra em fadiga térmica A corrente térmica Ith 6 o valor da corrente instantnea que produz a mesma quantidade de calor, que a corrente real de curto-circuito, de componentes continua e alternada, des- de que acontece o defeito até que este se extingue. Essa corrente depende dos parame- tros da rede e pode ser obtida através da seguinte expressao: Jon, = dee KF Onde: © Ich - Corrente de térmica (A) © lee - Corrente de curto-circuito (A) © m- factor adimensional; © 1- factor adimensional; Estes valores m e n sao factores que traduzem 0 efeito térmico da corrente de curto- circuito, Deste modo o factor n traduz 0 efeito da componente alternada da corrente de curto-circuito e seu amortecimento. E o factor m traduz o efeito da componente continua do curto-circuito e seu amortecimento. Estes valores podem ser extraidos dos Abacos ilustrados na Tabela 4.7 Tora-se necessario para consulta deste abaco no caso do factor m, o conhecimento do factor X, que pode ser ilustrado na Tabela 4.10, bem como o tempo de actuagao das pro- tecgdes. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 68 2.0) 1,6] 14 }—.|_|_} | | | | oO 02 O4 0.6 o8 10 12 RIX BBC 70668 Tabela 4.13 - Abaco BBC 70668 referente ao Factor X E sabido por experiencia que, para este tipo de rede, X raramente ultrapassa 1,8 ocx] No caso do factor n é necessério, conhecer além do tempo de actuagao das protec¢ées, 0 factor lec/Ip. Este factor é também um parametro da rede, andlogo a X, mas que por sua vez, quantifica o decréscimo da componente alternada da corrente de curto-circuito. E sabido também por experiencia que este factor para redes de AT e MAT, nao deverd ultrapassar os 2,5 Uma vez definidos estes paramentos, facilmente se pode encontrar a secco minima que © condutor deveré ter, de formas a respeitar os requisitos supracitados. Caso o perfil escolhido no momento nao possua uma secgao inferior a Smin, deve-se escolher entao um novo perfil que respeita a condigao. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 69 I 128 oa-—+ on] — 20 ‘BBC 736908 aor 0) 08 ay 2 os a8 810 ' Tabela 4.14 - Abacos BBC 736966 com factores men FACTOR DE RESSONANCIA Neste passo procura-se garantir que na ocorréncia de um curto-circuito, a frequéncia de ressonancia do barramento, nao se encontra proxima da frequéncia eléctrica da insta- lagao, barramento estara sujeito a oscilagées e vibragdes, caudados por varios factores, um deles 6 exactamente, devido aos esforcos electrodinamicos. Em regime normal de funcionamento estes esforgos sao muito pequenos, que até podem ser desprezados, mas na ocorréncia de um curto-circuito estes esforgos aumentam consideravelmente. De formas a garantir que isto nao venha a acontecer, deve-se consultar trés para- mentos inerentes ao batramento escolhido; ‘© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 70 Médulo de Elasticidade - Quantifica a rigidez de um material solido. & obtido dependendo do material utilizado como barramento, e assume os valores apresentados na tabela 4.9. LIMITE DE ELASTICIDADE Cobre 110 000 N/mm’ Aluminio 65 000 N/mm? Pantal 70 000 N/mm? Tabela 4.15 - Limite de Elasticidade (Modulo Young) Momento de Inér - E a grandeza que mede a distribuigdo da massa de um corpo em toro do seu eixo de rotagdo, bem como a tendéncia do mesmo para manter 0 movi- mento (ou auséncia dele) que possui. Esta grandeza depende apenas da forma e dimen- s6es do perfil escolhido Peso Linear - E 0 peso do perfil por unidade de comprimento e depende tanto da forma, das dimensées e do material que é constituido o perfil escolhido, de modo mais conereto depende da sua densidade Determinados estes valores, esté-se em condicées para iniciar 0 cAlculo da frequén- cia propria de oscilagao do barramento, através da seguinte expressao; & Brie a Onde; p frequéncia de ressonancia do barramento (Hz) E - Modulo de elasticidade do barramento (kg/cm’) J - Momento de inércia do barramento (cm*) p - Peso linear do barramento (kg/cm) |- vao entre apoios consecutivos (cm) © valor calculado para a f deveré estar suficientemente afastado do valor da frequéncia eléctrica da instalagao e seus multiplos. Este valor devera ser 10%. Por experiéncia, 6 sabido que para os valores praticados em SE, a frequéncia de resso- nancia do barramento apenas se pode aproximar da frequéncia eléctrica ou do seu dobro, deste modo f,deverd situar-se fora deste intervalo © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 71 [f- 0,1 ff + 0,1 AU[2f— 0,1x2f; 2f+ 0, 1x 2f Onde; I frequéncia da rede para f= 50 Hz — [ 45;55] U[ 90,110] Caso a frequencia de ressonancia se situe nesse intervalo, é necessdrio escolher um novo perfil, ou definir um novo vao maximo entre apoios consecutivos. Apos estas consideragées, efectuamos o calculo do barramento, tendo em conta os seguintes dados; Parametro Simbolo Valor Corrente de servigo is 577,35 A Corrente de curto-circuito lee 5.950A Frequencia da rede f 50 Hz Factor X x 18 Factor lec/lp Iecilp 25 Distancia entre apoios L 4 Distancia entre fases A 15 Tempo de actuagao das Proteccées T 0,038 Material do barramento - Cobre Carga de seguranga a flexao ° 1200kgt/em2 ‘Tabela 4.16 - Dados Necessérios ao Dimensionamento do Barramento Observa-se que a corrente de servigo é de 577,35A, consulta-se a tabela 6-35 em anexo, e verifica-se a corrente admissivel em regime permanente para condutores de cobre de secgdo tubular, e escolhe-se um que tenha uma corrente admissivel superior ou igual a corrente de servigo da rede. Para este projecto o tubo a escolher sera o de 40X28 mm, cujo médulo de flexao de 4,78cm* © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 72 Preontay secgt Peso Linear Mise do Fone Momento de Tnétcls Yerficar tubo Figura 4.8 - Caracteristicas do Perfil 40x28 Seguidamente calcula-se a corrente de choque, a forca electromagnética e 0 momento flector, de formas a verificar se 0 peril escolhido cumpre com as condigées impostas, destas formas tem-se que; Fen = LEX VE X Kecary = 49 X V2 M595 = 15,144 t 4 R= 309K 8x (2) =209% 15,147 x yg Ma = 124,79 kof xt 124,79 x 400: mf — BATE AMO 5.419,7Shgf few 16 16 Apos estes calculos tém de ser verificado se o médulo de flexao é adequado, conforme Fig. 4.8, 0 médulo de tlexao do perfil escolhido é de 4,78 cm®. Verificando a condigao; wef 124,79 Wa SWE are z oo Nota-se que este médulo de flexao cumpre com a condi¢ao imposta. Em seguida deve verificar se os esforgos térmicos devido ao curto-circuito estéo garanti- dos. Deste modo torna-se necessatio o calculo da corrente de choque e a secgao minima. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 73, lh = keg MV A partir da Fig, 4.8, pode se verificar o seguinte; m = 0,09 en = 0,78 Deste modo; Fay Slog XVM FTES S950 VOUT F OTT = 5.5494 s xX ten Sent 00S = 6.16 mm Consultando a Tabela 6-35 em anexo, verifica-se claramente que a sec¢ao do tubo esco- thido 6 adequada, visto que seu valor é superior ao valor da secgao minima (S = 641 mm’). Por fim deve-se verificar a condigao de ressonancia, tomando inicialmente o calculo do peso linear e momento de inércia do perfil escolhido; = 5,72 x 10° kg/em J= 9,54 cm* Deste modo é possivel o calculo da frequéncia de ressonancia do perfil escolhido: =112, 2% ts \ pxt Verifica-se claramente que a frequencia de ressonancia do perfil nao se encontra dentro do intervalo da frequencia da instalagao, nem do seu dobro. [Lf -onfsf + Of JU 2s -01x 2:2 + 01x26] = [45;50]U [903 10] Deste modo esta fora de questao a possibilidade de o barramento oscilar entrando resso- nancia, desta forma conclui-se que 0 barramento escolhido para esta SE, deveré ser 0 tubo - 40x28 mm do material cobre. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 74 4.5.9. MALHA DE TERRA — DIMENSIONAMENTO Para o dimensionamento da malha de terra torna-se imperial 0 estudo abalizado do solo, colectando informagées, sobretudo a respeito da humidade, sais, acidos e alcalinos que afetam diretamente a resistividade do solo. A instalagao da malha de terra devera ser realizada o mais proximo possivel das areas mais hmidas, garantindo assim uma menor resistividade. Esta em anexo a tabela com a resistividade/metro relativa a diferentes tipos de solo. Tipo de Terreno Resistividade (O/m) 100 Rocha solida 10000 Tabela 4.17 - Resistividade do Solo Referir que o valor da temperatura ambiente afecta significativamente o valor da resistividade do solo. Com valores de temperaturas inferiores a 0° C a resistividade do solo cresce consideravelmente e temperaturas menores decrescem. Para a subestagao a ser dimensionada, considera-se para termos de andlise uma temperatura ambiente de 25°C. 4.5.9.1. Protecdo e limites do corpo humano Em caso de defeitos a terra, os niveis de corrente so muito altos tanto por descar- gas atmosféricas quanto por defeitos em equipamentos. Estes defeitos produzem um valor elevado de correntes de faltas, perigando qual- quer individuo nas proximidades de cada ponto em contacto com a terra, dependendo do valor das correntes de defeito, estes podem ultrapassar os limites do corpo humano, atin- gindo érgaos vitais como o coragao e provocar a morte E possivel conter estas correntes elevadas, sem causar qualquer dano ao corpo humano, por limitar o tempo de exposigao a estes surtos. Para se efetivar esta medida de seguranga usa-se a seguinte expressao que traduz o tempo de exposigao e a quantidade de corrente a ser suportada pelo corpo humano; Ee =0,0135 ‘© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 75, Onde 0 ké 0 valor de corrente suportavel pelo corpo humano, e t € a duracéo do tempo em segundos. Normalmente usa-se Resisténcia do corpo humano com valor de 1000ohms, sendo Pa a resistividade do solo imediatamente abaixo dos pés. Figura 4.9 - llustracao das Tensées de Contactos e Passo Para 0 calculo da tensao de contacto e a tensdo de passo usa-se as seguintes f6r- mulas: (2ove + 6ea)0,116 id ve (1006+ 1,5pa)6,116 rr Onde: t tempo de desligamento maximo do defeito, garantido pela operagao P. resistividade superficial do solo na subestagao, sem brita (em Q.m) Vp - potencial de “paso” toleravel maximo (Volts) Vc - potencial de “contacto” toleravel maximo (Volts) Em uma subestagao que tem sua superficie coberta por brita, é necessario ressaltar que existe uma correcgao a ser considerada, no que toca o célculo das tensdes de * pas- © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 76 80" e “contacto”. Isso se deve ao conjunto formado entre o solo e a brita, proporcionando uma nova resistancia. Neste caso as novas equagées serao dadas da seguinte forma: (1000+ 6gacs)o,116 VE (1000+ 1,5pat's)0,116 vt Onde: Cs € 0 factor de correcgao do solo/brita, que ¢ expresso por: ps resistividade superficial da brita (em £.m); hs espessura da camada de brita (0,10 m); Por motivos de seguranga, esses valores podem ser escolhidos de uma maneira conservativa, com se segue: a) Pode ser adotado o valor de f = 0,03s, que considera o defeito s6 sera desligado apés 1,8 ciclos, o que 6 extremamente conservativo para os sistemas modemos de protecao. b) Geralmente para a malha da subestacdo adota-se o valor Ps = 3.000 Q.m, que corresponde a camada recobrida com a brita, e para a area sem brita adotou-se © valor de Pa= 330 Om ©) O fator de correcao do solobrita para este caso sera; 1-& 1-5 =1-0,106) ——**— ] =1- —_ 0 _} ~ 9, ¢s—1 —o,06| Fee | 1 —0.206 | ee | ~ 060g Com base nos dados indicados podemos calcular as tensées de “ paso”, tensao de “contacto” que nao ultrapassam o limite do corpo humano, > Zona sem brita © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 77 C1uG0+ Lage)olie (10uu+ 15 x a yt yous > Zona com brita vy — (igunt Gaaesioaré (Hea 6x 2000x 3301) x DALE — $807,017 Fa vG0R 1000:+ Egat: 116 ( 1600+ & “ 2000 « G.6S16) « Olle ox (ides Spate)Gare _ (10004 €m SONG OFA) wOILE oo. a id Voor Tipo de Tensao (V) Com brita Sem brita Vp - potencial de ‘passo” toleravel maximo (Volts) 9.007,01V 1.995,78 V Ve - potencial de “contacto” toleravel maximo] — 2.754,04 V 1.001,24V (Volts) Tabela 4.18 — Val. Max. das tensdes de passo/contacto nas zonas com brita e sem 4.5.9.2. Calculo da Secgado do Cabo de Terra E necessario 0 calculo adequado da seccéo do condutor da malha, de formas a assegurar que em caso de curto-circuito seja possivel a evacuagao destas correntes a terra, deste modo a expresso a seguir, permite determinar a corrente maxima que um condutor de secgao (A) pode suportar durante um tempo (t) para que a temperatura nao se eleve acima da temperatura limite (Tm) partindo da temperatura ambiente (Ta). Essa expresso considera que toda a energia térmica fica retida no condutor, devido a pequena duragao do curto-circuito 1 corrente maxima suportavel, em Amperes; A secgao transversal do condutor, em Circular Mils; t tempo de elimina¢o do curto-circuito, em segundos; © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pégina 78 Tm temperatura maxima suportavel, em °C; Os valores abaixo podem ser considerados para as temperaturas: Ta 10°C; ‘Tm = 1083°C, temperatura de fusdo do cobre; Para efeito de calculo e temamos como tempo de duragao do curto-circuito de 0,03s 0 que corresponde a 1,8 ciclos eléctricos. Neste caso tomamos também como referencia a corrente de curto - circuito a que ira impor as condigdes mais severas, portanto com base na Tabela 4.3, o valor a considera sera 0 curto-circuito em K -1, igual a 5.950 A, desta forma tem-se que; a=soso x [2X03 _ ss anasens “ee 250 — 40, “ ogo (age7a07 1) Nota: 1MCM = 0,5067 mm? O valor calculado da secede transversal do condutor é: A= 11,90 MCM é equivalente a 6,03 mm? Tendo em conta que a secgao do cabo de terra nao deve ser inferior a 25 mm’, e levando em conta 0 tipo de instalagao considerada e a amplitude dos defeitos passive de ocorre- rem, assume como valor da secgao do cabo a de 95 mm’, garantindo certa medida de seguranga, 4.5.9.3. Calculo da Tensao de Malha Define-se como tensao de malha a diferenga de potencial, entre o condutor da rede de malha e a superficie do terreno ao centro do retangulo da rede de terra. A tensao de malha devera ser calculada com base na seguinte expressao: _ En He, Onde: Km - coeficiente que caracteriza o efeito do ntimero de condutores em paralelo n, em relagéo ao espaco entre eles D, do diametro do condutor de a profundidade h da rede. O valor de Km 6 obtido a partir da seguinte relagao: © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 79 Ki 6 um factor de corregao por irregularidade do fluxo de corrente através da malha de terra p €a resistividade media do solo, em ohm-metro, que vale 3300.m: \ 6 a corrente total efectiva maxima, em amperes, que flui através da malha de terra até a terra, ajustada esta através de futuras topologias do sistema. Neste esta corrente é a de curto-circuito no sector K-1 (5.950 A) L 6 0 comprimento total do condutor na malha de terra, Este comprimento é calculado ao igualar a tensao da malha ao potencial de contacto toleravel maxima (em V), deste modo temos; Kim. Kt Hot [Lao + 1 Bawls] O06} Portanto a determinagao dos coeficientes Km e Ki dependem da forma como sera definida a malha de terra. Para esta subestago adoptaremos a forma D, pois apresenta uma distribuigao de potencial mais uniforme na area da subestacao, conforme Tabela 4 © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 80 173 | 183 | 1.33 | 1.73 474 474 133 | 1.16 | 1.16 | 1.33 183 1.33 | 1,16 | 1.16 | 1,33 474 174 173 | 183 | 133 | 1.73 Malha A Malha B Malha C 191.6] 1.4]12] 12] 14] 16] 19] [1.0[09]oR]o8] 10]0.8] 08 08] safr2[rafafaafaafi2|ie] [oafo7jo7jo7} palo7fosjo7| |, vala.t}1.4] 1.0] 4.0] 1.4]1.1] 14] [oslo7[oslo7 - oajocHyos] =” 12[1.4]70] 4.0/1.0] 4.0/1.4] 12| [OBlorfoz|o7 o.8)0,7] 08 |o7 4.2]1.4].0] 1.0] 4.0) 4.0 4.411.2 Fr) ER ERJERO EK ERIE EE) aa 223 aise 16] 1.2] 1.4] 1.4] 4.4] 1.1] 12] 16] x9} t4) 3.4) 4.2}4.2] 1.4] 4] 19] Malha D Matha E Malha F Tabela 4.19 - Alternativas de Malhas de Terra Matha alelec ov ele Valor Méximo de Km x Ki 183 | 174 | 1.73 | 1,90 | 223 | 2,23 Coeficiente Km Calculado por Método Descrto | 1,82 | 1,90 | 1,18 | 0,85 | 1,90 | 1,50 Gosficlente Ki = Km xi (expenmental) km aon | aan | 147 | 921 | 440 | 1.40 ‘Tabela 420 - Cocficientes Km e Ki para alternativa das Malhas Apos ser definido a malha D, o que nos orienta a utilizar a relagdo km x Ki no valor 1, 90. Op. a ser utilizado serd aquele associado ao valor da tensao de contacto maxima, ‘ou seja, em regiao com brita 3.000 O.m, deste modo leva-se em consideragao a correc- cao Cs ‘© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 81 © tempo t é de 0, 5 segundos, sendo a condigao mais severa, considerando todos estes valores teremos 0 seguinte comprimento total da malha. 1,20.% 5950 x 350% VAT = L714 (1004 15 wSOXOSTIETOLIG| ™ De formas a termos um valor exacto e exaustivo na obtengao da tensao da malha arredondamos este valor para 1.750 metros. Deste modo o valor da tensao de malha deverd ser 0 seguinte; 1,08 Tso X5950 X 330 = 2.1318" Toma-se também necessério 0 calculo da resisténcia da malha de terra, este calcul 6 feito tamando como referencia a seguinte expressao; Age = 2-42 e Tp EL f — € oraio da circunferéncia equivalente a Area total ( consideramos uma rea para a instalagao da malha de 4.000 m*), e 6 achado usando a seguinte expresso; Desta forma a resisténcia total equivalente da malha de terra tera; op _ 330 330: Rea Ga LE * 23568 * L750 2,50 9 Desta forma na fase de execugao da malha de terra, devera ser garantido que o valor da resisténcia da malha de terra, nao ultrapasse este valor. 4.5.10. SERVICOS AUXILIARES. Este sistema 6 muito importante dentro de uma subestagao eléctrica, pés tem como fina- lidade alimentar, em baixa tensao, os dispositivos e equipamentos referentes aos siste- mas de proteccao, controle, supervisao, bem como a iluminagao da subestacao e outros servigos comuns. Esta reservada uma area prépria dentro da Subestacdo, onde devera ser instalado todos os equipamentos afetos aos servicos auxiliares. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 82 O sector de servigos auxiliares da subestagao ird possuir duas alimentagdes, sendo uma proveniente do transformador da subestagao e outra a partir de dois grupos gerador a funcionar em sincronismo. A alimentagao através do transformador da subestagao de 60/15KV, alimentara o trans- formador de servigos auxiliares de 15/0, 04KV - 100kVA. A linha de alimentagao feita a partir de dois geradores de 100kVA, funcionado em alter- nancia, que seré ligado a um inversor rede/grupo, em seguida alimentard um Q.G.B.T Est4 também associado a este sistema um conjunto de baterias em UPS que garantirao a continuagao na alimentagao dos servic6es auxiliares. Este sistema alimentara simples- mente os equipamentos prioritarios, ligados aos sistemas de controlo e comando da subestagao. © Q.G.BT alimentaré os sistemas Ininterruptos que por sua vez através de um dispositive comutador alimentaré os referidos circuitos de comando e controle, garantindo total fiabi- lidade na alimentagao destes equipamentos, na Figura 4.4 é apresentado o diagrama de distribuigao de energia do sistema de servigo auxiliar da S.E. ver. Rede/Grupo Figura 4.10 - Diagrama de Distribuigao de Energia do Sistema de Servicos Auxil res © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 83, 4.5.1.. CALCULOS EM MEDIA TENSAO 4.5.1.1. Dimensionamento do Cabo de Media Tensao O dimensionamento dos circuitos e respectivas protecgées foi realizado tendo em conta as condigbes de aquecimento e queda de tenso indicadas em regulamentos vigentes a) condigao de aquecimento, em que a intesidade de servico deverd ser menor ou igual A intensidade maxima admissivel na canalizacao. b) A queda de tensao devera estar dentro destes limites estabelecido: * Queda de tensdo maxima na rede de sistribuigao e na alimentagao de equipamen- tos — 5% a) Dimensinomento do cabo de Media tensao = Cabo de Entrada no Sector de MT © Condigées de Aquecimento Considerando a corrente de servigo neste sector de 557,35 A, leva-se em conside- ragao que | secgao de curto-circuito _ YEX Tee Sec E Onde: t— tempo de abertura da protecgao k - 143 (coeficiente para cabos com alma conductora em cobre e isolamento em PEX). Tendo em conta que a corrente de curto-circuito calculada para este barramento 6 de 2,46 kA, de acordo com a tabela 4.3, vamos considerar para termos de célculo, o valor do curto-circuito no sector de K-1 que é 5,95kA. Para este célculo iremos considerar um tempo de abertuta manjorado de 1 s, deste modo a seceo minima para o curto-circuito sera; ¥Ex 5.950 - 2 ey 44,60 mene See © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 84 Deste modo a canalizacao ser composta por 3 conductores XHIOV - 1x400 enter- rado, no solo e em disposigo em triangulo, conforme criterio de escolha decabos de MT,em anexo: Iz = 666 x Kr Kr=1 [z= 666A Deste modo fica definida a utilizagéo do cabo XHIOV - 1x400 mm’ por fase, na interligagao do sector de MT do parque de linha, até ao sector de MT da sala de monoblocos. 4.5.1.2. Dimensionamento do Disjuntor de Entrada da Sala de Monoblocos Para o dimenisonamento deste disjuntor consideramos a corrente de servigo neste sector que é de 577,35 A O dimensionamento das protecgdes sera realizado de acordo com os regulamentos vigentes, verifcando as seguintes condigées; a)Issinsiz b) Its, 45 Iz Iz=lexkr Onde; Is — Intensidade de Servigo In — Calibre da Protecgao Iz —Intensidade maxima admissivel pela canalizagao If —Intensidade de corrente de funcionamento das proteccdes Ic — Intesidade admissivel do cabo escolhido 1,45 Iz — Sobrecarga admissivel pela Canalizagao (45%) Os cabos escolhidos para as saidas s4o de 300 mm’, por fase, o que implica uma corrente maxima admissivel de; Iz = 587 x Kr Kr=1 [z= 666A © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 85 Deste modo usando tabela propria para a escolha do calibre do disjuntor, escolhe- mos um que se adecua a seguinte condigao; 577,35 $ 577,35 $666 577,35 $630 $ 666 Deste modo escolhemos um disjuntor de calibre nominal 630 A. 4.5.1.3. Dimensionamento do Disjuntor das Saidas da SE Para o dimenisonamento destes disjuntores consideramos como valor de corrente de servigo de cada saida, o cociente da divisao da corrente total de servico do barramento de 15kV, com o numero de saidas na SE Considerando que existe 4 saidas previstas a cabo, e o valor da corrente total de servigo no barranento de 15kV é de 577,35 A desta forma tem-se que a corrente de servi- 0 a considerar em cada saida da subestacao 6 de 144,3375 A, normalizando para ter- mos de calculos em 145 A. O dimensionamento das protec¢ées sera realizado de acordo com os regulamentos vigentes, veritcando as seguintes condigées; a)Issinsiz b) If, 45 Iz Iz=lexkr Tendo em conta que o valor da corrente de servico neste sector para cada saida a proteger 6 de 145 A. Os cabos escolhidos para as saidas sao de 120 mm’, por fase, o que implica uma corrente maxima admissivel de Iz = 357x1 = 357 A. Deste modo usando tabela propria para a escolha do calibre do disjuntor, escolhe- mos um que se adecua a seguinte condigao; 145 $200 $357 Deste modo escolhemos um © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 86 5. CAPITULO V- CONCLUSOES Neste trabalho foi verifcado, atravez de um estudo de caso, o dimensionamento de uma subestagdo electrica de 15MVA, e que os procedimentos utilizados podem ser usa- dos para dimensionar subestagées de grande porte, tendo em conta alguns factores as- sociados aos niveis de tensées. Foi vista a necesidade do uso de um transformador de 15 MVA, atendendo a de- manda presvista na Fabrica, levando em conta uma futura evolugao do consumo presvis- to, Todos os equipementos foram escolhidos criteriosamente, de formas a operarem em regime normal e a responderem em caso de defeito, quando o sistema assim obrigar. Pode-se destacar como aspecto relevante ao desenvolvimento deste trabalho o fato de existir poucas especificagdes tecnicas dos equipementos electricos, pois alguns deles ‘sao fabricados por encomenda, deste modo foram anexados catalogos neste trabalho de formas a facilitar a escolha pontual dos equipamentos a serem utilizados. Concluimos que ¢ viavel a implementacdo das solugdes apresentada neste projecto podendo ser executado, com garantias de que o mesmo respondera as necessidades de potencia previstas, e os equipamentos a serem instalados responderdio as solicitages do sistema. Este trabalho fica em aberto para futuras revis6es, levando em conta que 0 mesmo focalizou-se simplesmente na escolha/dimenisonamento dos equipamentos associados a tranaformagao e corte, de forma que alguns deles foram dimensionados, mas esperam algum reajuste, pelo facto de nao estar ainda dimensionado o sistema de protecgao da subestagéo em causa. Referimo-nos ao redimensionameto dos TP’s e dos TC’s especificamente, devido ao facto de ndo estar definido de modo concreto todos os dispositivos de protecgdo e medida que estardo ligados no secundario destes equipamentos. Fora estas atenuantes podemos considerar 0 nosso projecto como satisfatério, e contar com uma possivel implementacao do mesmo. (© Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 87 ANEXOS Anexo 1 — Estimativas de Custo ESTIMATIVAS DE CUSTO EQUIPAMENTO Qnt | P.Un (uso) | P.total (USD) Transformador de Poténcia 15 MVA 1 296,488.44 296,488.44 (leo para Isolamento Electrico 3 1890.04 567012 Transformador de Poténcia 100 kVA, 1 64,438.00 64,438.00 Grupo Electrogeneo de 55 kVA, 2 13,584.29 27,168.58 Disjuntores 60 KV 5 3112616 155,620.80 Seccionadores de 60kV 9 17,058.84 104,929.56 Para-raios 1 5,895.00 5,895.00 Transformador de Poténcial. 3 18,000.00 45,000.00 Transformador de Corrente 3 8.50000 25,500.00 Cabos Electrcos - XHIOV 1x 300 ( 1600 m) 1 6978177 6978177 Clas de 15 Kv 4 25,429.79 101 719.16 Esirutura Metaica 1 268,066.76 268,066.76 Seccionador de 15KV 4 3073.16 12,292.64 Total 4,479,870.80 Os precos aparesentados s4o meramente indicativos, pelo que se requer da parte do em- preiteiro uma aferigdo dos mesmos, no mercado, visto que para este caso nao esta inclui- do a prestagao de servigo “Mao de obra’. Foram apresentados apenas os pregos dos principais equipamentos, a serem instalados na Subestagao Electrica, pelo que outros equipamentos como caixas de unides, cabos electricos, assessorios de ligacao, etc deverao ser previamente confirmados e cotados. © Francisco Domingos Lima Manuel, 2013 Pagina 89 Anexo 2 — Esquema de barramentos da Subestacao Anexo 3 - Especificacées Tecnicas do Transformador de Poténcia Anexo 4 — Especificagées Tecnicas do Transformador de Potencial Anexo 5 - Especificagées Tecnicas do Transformador de Corrente Pégina 94 Anexo 5 - Especificagées Tecnicas do Seccionador de 60kV Anexo 5 ~ Especificagées Tecnicas do Disjuntor de 60kV

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