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Tex 03. ——CaRrHULO O PATRIMONIO: UMA QUESTAO DE VALOR Nc importa qu sojam os des depropedae, a dosti Ge um prddo histo e menumental nko deve ser peitda a cesses lgndbais espaculacores, cj iteresse os coga para a ona. (.) Hd duas cosas num ec: seu uso e sua beleza. Seu uso portence ao propritiro, sua telex todo © mundo; ‘est @, portant, exragobar © que € det, Visor Hugo ‘A questio dos patrinérics hstéfeos e artstions naconaiscostuma ser abor- ade tendo como foca 0 conurto de obeios que os consituem, ov, quando muito, 0 Gstutsos que 6s legimar, Neste trabaito, 0 cero da investigagdo seréo cs Processes € as pritcas de consingdo desses patiénins, condundos por aloes etnidos © om creunstncias espectias. Slo essas prétcas @ esses atores que atituem a deterinades bens valor enquanto patriméno, o que justicaia sua protec, Nesse sent, & 2 nogéo de valor que serv de base a toda a refer2o aqui desomovite, pois consdero que SB0 esses processus de etrui¢do de valor que possibitam ume melhor compreenséo do modo'como $80 progtessvamente constudes 08 patrimbnios a medida em que um dos tragos que dierencia as soredades sirpes das sosedades compenas & a oxistncs, nests dtimas, de um apareo esata, com regras propies € maior ou mencr autonoia em reac aos dierertes grupos so- tics «, conseqientements, & distngdo entre meméras coletives diversfcades & uma meméria nacional, neste capo procuo anatsar 0 modo especio de cons: trugdo do universo simbéico dos patiménics cuttals naconas: @ sua consitu- 0,2 parr de un esto juidoo pric, 2 sua propesipé, como uma fora de comunicagdo social, © a sua instuconaizacdo, enquanio objeto de uma poli «a pubic a No atign “A tistéa da are’, Gisio Carlo Avan’ pate de uma dngto ~ anireexsa @ valor ~ que seicd de base pare 2 ciscsséo, neste captuio, ego do patina: time vs ue a8 cia de ate so clas as ext aod om va, uss maoras de tbas, Pda peoeuparpea cis: rcs eric tesa, conv, rears, exh, copa, verbs ov, er, godt om mentovaorpesquar em que de cove, oa ogre tarsi, Se ecotace © wu (1928, p13) ssas dies mancias de abordar os fenbmenes aisteos ocarem tarbém 10 tmtarenio cos chamadcs bens garnorais. E ppc das policas de preserva: 0 estar voadas para as clsas © mesmo stom absowides por oat. A ne ceosido do restr a presstes no seido ca cestucto nto pr fares nat ‘ais como hanes), alada & reponsabiade, ncusive penl, do Estado © de tevenuas propelésos, em clagio ace bens tonbados, faz com que 0 cbietvo clessas poliicas acabe se reduando & protegdo de bens, convetendose askin as coisas n0 objeto principal da preocupege de atores envlvides, Consegieniemerte, 0 valor cual que se atibui a esses bens tendo a ser raturaado, sendo consderada sua propiedad insnssca, acessivel apanas a um ohar qalicado, Esta costume ser vio do trio, 60 restaurador, des responsive's, enfin, pela consewacio de intgtiade mtr dos bens, mas Ye rina por predominar também ene os fomelacres daquelas polices. Enivotant, considro que una pofca de preserardo co patindrio sbrenge aceesaamere um anit maior que 0 de um conto de aviades vsando & grcegao de bons. & ingrescinve ir além e quasionar 0 proesso de produedo esse uiverso que consti um petiméni, os orios que regem a salegdo de bons e jstlieam sue oroleplo;identicar os cores envobidos nesse processo 0s objeves que alagam para legtinar o seu taba; define a posigdo do Este do rdatvamente 2 essa pica socal e investoe 0 ru de envoimeto da socie dade. Tease de uma dmensio menos visivel. mas nem por i680 menas sgn fea, €8 polticas de oreservagéo, No caso dos panics histios e atistins nacenas, 0 valor que pemeit « carjunto de Ser, incependentamente de sou vaior histo, attic, enogr- feo ec, 60 valor nana, ou sea, aquelefurdado am tn senimento de pero: ‘Gimeno a uma comunidade, no caso 2 nagEo. Como observa José Reinaldo Gon- aves (1990), esses bins virlam cbjevar, confesrrealdade e também logiimar fsa ‘comunidade Imaginaca’ sca relagdo social, metiada por bens, de base mais afetiva que raclnal & relecionada 20 processo do corsiueio de uma identdade coleva ~ 2 Wentitade raciona~ pressupée um oato grau de consenso quanto a0 valor atbuido a esses bens, que justfique, inclusive, © investimento na sua prteclo, No caso dos pat imérios, essa capacidade de evoser a idéia do napéo decoreria da atibuiggo, @ ‘esses bens, de valores da oxdem da cultura ~ basicamente o histo e 0 atti. |A nog de patrimdnio ¢, porto, data, produzide, assim como a iia de na io, no final do séoulo XVI, durante a Revolugdo Francesa, ¢ foi precodida, na cwiizagéo coldeial, pela eutonomizagéo das nogbes de arte © oe tistéria. O his téreo @ 0 afisioo assunem, nesse caso, una dimenséo instrumental, ¢ passam ‘ser uflizados na construggo de uma representagéo de ragéo, Jé dzia Guizol, ro séeulo XIX, que 0 solo da Franga é simbolizado por seus monumentos.? Enquanto pritica sovel, a eonstivigdo «a protegio do pattiménio estéo ‘ssentades em um esau juice priprio, que toma vavel a gesio pelo Estado, fm nome da sociedade, de determinados bens, seleconades oom base em certos riggs, vaiéveis no tempo © no espago. A norma juréca, nesse caso, funciona ‘como fnguagem perfomatva de um modo bastante peculiar: ndo apenas define iretos © deveres para o Estado e para os idadios como também inscreve nO e8- ago secal deterninados ‘cones, figuragées concrelas e visivis de valores que se quer transmit @ present. A seguir, com base na idBia de patti tal como ¢ formulada em textos fut cos bresieires? vou procurar especifcar o mado come, no Brasi, se consti ‘essa nogdo enquante {ato juriico e enquanto {ato social V1 A waco oe punto cow cron wine Em temnos juridcos, @ nogéo de pattiminio ristrieo e aristico nacional § re {erida pela primera vez no Brasil (embora ago exatamente com essa denomi- raga), como sendo objeto de proterdo obrigatéria por gare do poder pice, na Consuigdo de 1934. Dia 0 ar. 10 das disposigbes pretiminares: ‘at 10 - Compete concern & Unio e 208 Eases: In, protege as beiezas natais« os monaco de valor hstnco ou artisizn,po- endo pedi a evaséo de cbs de ae, a PETA FH OED ‘rata an OTN GT OT i , no entanto, somente com 0 decretosel nF 25, de 30 de novembro de 1897, ‘que se reqamante a protegéo dos bens cuturas no Brasi, Esse texto, além de explictar 08 valores que justiicam a protegdo, plo Estado, de “Dens méveis € iméveist, tem como objetve resolver # quesido da propriedade desses bens. Desde enldo, todas as Conattuigdos brasiliras lém ratficado @ nogdo de pati ‘monio em termas de dirétos © deveres, a soren ebservados tanto pelo Estado como peios cidadios* ‘A primeira nha de relexdo que dessnvolvere diz respeito & questio do valor. Em todes 05 textos juris, 6 0 valor cultural ebvido 20 bem que justica seu reconhecimento como patiménio e, conseqientemente, sua proterio peo Estado. ‘A segunda linha de relexdo ~ vinculada & primeira ~ remote especiicamente questéo da propriadade, crucial nas implcagdes prticas do insituto do tombax mento, sobretudo quando considereas que a maior parte dos bens que compéem os pattiinios, e, cetamante, os mais signticatvs, so bens arqutetGnicos. Na medida em que sé0 consderados de inteesse publica, os bens torbados se con- vertem, em cero sentido, em propiedad da nagio, embora no percam seu card: tex de mercadotes apropridvesindividvalment © insta do tombameno - éspestve por meio do qua no decrtoei #25, 4 301137, solve a prcegao ce bans cutuais pel Estado ro Basi ~ ince ebro © sistema de valores dos bens por ele stmgidas @ sobre 0 estato da po- priedade desces bens de forma pacular,espesica, Para entender essa espe: Glicidade, & preciso relomar a cstngéo relaiés por Argan entre coisa € valor* Do porto 6 vite jroo ~ € per fins de egulamentagéo do drt de pro tedade - tanto 0 Codigo Cv como 0 Cékigo Penal besleres dsinguem bers_ raters, ob cia, &S bens matrias O Ovéto Ges Cosas, no Céigo.C, “Ya: ta da Goigd, @nguarte valor econdrrico apropriavel naividualmente, @ de suas relar hos pivadss” (Casto, 1991, p. 25). Disingue a coisa, aproptavel 6s bens ime Aeriais, no econémicos, que, no dizer do juriste Clovis Bevilacqua, "sao irradia es ca personalade que, porno serem sucetvels de medida de valor, rao fezem pare de nosso patimérot (epud Case, 1991, p. 2) ses bans imaeriis, ou valores, so objet espection, por exemple, do Thu J Il do Cdigo Pena do 1940. Do pono de via jcc, sé0 naproprives n= vidsamente ~ & dierenga dos bons matefais ~ © relatdo dos inividues com ‘esses bers s8 expresta jurdcamente sab a foma de drofos: 0 dreto & Yoerde- de, & vide, &insugdo ete, Nessa Inha se insreveram também os drétos cul turais, mencionades no art, 215 da Consttuigdo de 1968 e reconhecidos pela Unesco, desde 1988, na Desleragéo Universal dos Diretos do Home. (0 dicto, potato, além de ter por cholo interesses que se realzam dentro {do cteulo da economia, valte-se também para intoresses outros, tanto do incv- uo, quanto da familia © da sacedade. So 0s diretos metaindivduais, que tim como thvar no © Individuo, mas uma coletvidade mais ov monos abrangente Eire esses iteresses fiqua 0 interesse pico de que fala 0 art. 1° do decreto- loi nf 25, de 90.11.37. Pelas caracteristicas do sujlto desse tipo do intoresse ~ indetorninado (a socedade nacional, a humanidade tc) ~ do seu objeto ~ fuido (a identidade nacional, @ qualidade de vida, © meio ambiente etc) e, também, pela intensa ligiosidade de seus paramettos e pelo cardtar mutavel de seu conteddo {et Mancuso, 1991, p. 67-80, 0 interesse plbico se insere na categoria dos inte- ressee dtusos (© proprio direto & propriedade - enquanto dite de indiviéuo, consagrado pele Dito romano, lonte para o Direto brasiero - 6, no Cédégo Civil Brasil, lmitado pelo que seria a funglo social da propriedade, regulamentada pela legisar ¢ Gio. Nesse sentido, o exercicio do dito de propriedade scbro as coisas no se pode contragor a outras valores, nlo-econémicos, de interesse goral @, for isso, ‘0 exercicio desse ditelto & tutelado pole administregée pubic. \S No caso especie do bem tombado, a tuteia do Estado recal sobre aquetes ‘aspectos do bem considerados de interesse pilblico ~ valores culturals, rel réncias da nacionalidade. O valor patimonial 6 quallicado no texto legal: “quer por sua vinculagto a fatos memordveis de nistéria do Bras, quer por sev ex ‘cepcional valor arquedkigico ou etnogrdfco, bibiogrifice ou artista” (art. 12 de- ‘reto-lei nt 25, de 90.11.37). De acordo com © mesmo texto, o agente encarregado a atbuigdo desse valor, para fins de tuela publica, 6 @ autoridade estalal compe- tente = no caso, 0 Servigo do Patrménio Histrico © Aristico Nacional, através de seu Conselho Consultvo. Gabe a0 poder piblico, portanto, exercer tutela no sentido de proteger “os valores cultural rmentos, partcuaridades ou pocularidades ¢ sensivel a coletvidade @ importa de- fender e conservar em nome ca educagée, como elementos indicatvos da ongem, [ime fe da cultura nacionais’ (Rocha, 1967, p. 31). — y “Esso 6, lio sensu, 0 objeto das paiicas de preseragéo: gare 0 deo ‘cultura dos cidadis, entendida a cutura, nesse caso, como aqueles valores (rer spon ee rsrhee = 2 Kaien Gay Tran te 8 Tinton cutie eee ey itos no bem material, pibico cu particular, @ cuos predica: 9 Enetanto, embora a protagdo incida sobre as cosas, pols estas € que cons tivem 0 objlo da protagdo juridica, © objetivo da protegko legal ¢ assequrar a perranéncia dos valores cutturais nelas identficados. Essas valores $6 $80 alcar- ‘vals alravés das coisas, mas nem sempre coinider exatamente com uridades materia, Essa dstingde se toma mals clara quando consgeramos 0 tombamento de conjunos, sea de bens meveis (por exemple, coleges de museus) ou iméveis {or exemplo, cerros histrcas). Nesses casos, 0 objeto do tombamento é um tnico valor ~ 0 bem coletvo (0 sentido gramaticl do termo, de cenjunto de uni dades|, embera mateiaizado em uma mutipicidade de coisas, geratmente hete- rogénees. No caso do patimbnio, 08 valores no econdmices @ serem protegdos (val res cultura) esido insontos na propria coisa, em furgéo de seu somone ‘isico-maleia, @ 86 podem ser captedos através de seus abutos. Was, com 0 tombamente, © bem nfo perd 0 valor scandmico que Ie & pxépro,enquant cis, | passivel da epropiagdo individual. Por esse motivo, € preciso regular mals iglda-_j Irate ainda, ness caso, 0 execco do dria de aopfedade, — Sobre o mesma bem, enquanto bem tombado,incdem, assim, duas mocalisa- es de propsedade: & propriadade da coisa, alendvel,detemrinada por seu valor econémico, e a propriedade dos valores cultwais nea ientficades que, por meio do tombarento, passa a ser lheia a0 propriotio da enisa: & propriedade da na fo, ou sela, da sociedade sob a tutela do Estado. sce duplo exercicio de propredade sobre um mesmo bem gera, obviamente, uma série de problemas, pos 0 exercicio de um tpo de propredade lima neces: sariamente 0 exercicio do outro. E evidente que os confiios do interesses ~ sobre- tudo ene © interesse publica 0 privado ~ fcam, nesse caso, mais agudos, mesmo porque 0 chamado valor cutural de um bem no é regulado por um mer ‘cado specifi, mas se define no nivel da “economia das twocas simbélcas, De tudo que fi dio, fea caro que o rbto de uma politica de preseraéo ‘do patiméni vai muito além de mara protegso de bens moves ¢ imévels em sua feigdo male, pois, se as coisas funcionam como meciagéo imprescindivel dossa atvidade, ndo constivem, em principlo, @ sua justicativa, que € o inteesse pi tic, nem seu cbjeto imo, que so os valores cuts. , se 08 valores que se pretende presenar - conforme esté expicte na abordagem jurdica da questéo ~ ‘Bo apreendldos na coisa © comonte nela, no se pede dear de levar em consi= a roy doragko 0 fato ébvio de que os signficadcs nela ndo eslio conidos, nem the $80 inerentes: so valores atibuidas em fungao de determinadas rolagées entre alores socials, sendo, portant, indspensével levar em consideragdo 0 process0 de pro- dugdo, de reprodugio, de apropnagdo e de reelaboracdo desses valores enquanto proceso de produgéo simbélica e enquanto pratica social een. Mi 0 ‘uwbue 0 FORMA Oe COMUNE SOCKL ° gee ‘pattdniss Hatéiaes @ atistices nacionals se caracteraa pola heterogeneicade dos bens que 0 integrem, maior ou menor confomme a cox ‘copgdo de patio © de cultura que se adote: igrjas, pais, foes, chate- rzas, ports, esculuas, ginturas,vestgios arqueoégicos, pasagens, produges o chamade attesanato, colegdes etogratcas, ecuipament indus, para néo falar do que a Unesco denomina patiénio néorfisioo ou tatatal ~ lendas, can- tos, festas populates, o, mais recenlomente, fazees e saberes os mais dversos. ssa enumeragzo, proposaimente cadtica, visa a charrar a atengdo para o fato de que os bens enumerades acme perencem, enquanio signs, a sistemas e lnguagem cistnos: 8 arquitetura, as antes psticas, & misica, A etnografa, | arqueclogia te. Cada um desses sistamas tem, por sua vez, suas espectc- ddades @ seu modo pépdo de furconamento enquanio cétigo. Aim disso, esses bens cumprem fungées dferenciadas na vide econdmica ¢ socal Do que foi dio acima, pode-se deduri que 0 que denorinames patimério censtiui un decucso de segundo grau: as fungies e signifcados de deteminados bens 6 acrescentado un valor espciico enquanto patimnio, © que acaeta a res: semantzaggo do bem e leva a aleragdes no sou sistema de valores. O procasso de selegdo desses bens & conduido por agentes autorizadce ~ rpresentantes do Estado, com atibugbes defnidas ~ e dento de calegoris Fas, a prior! dotidas, relacionadas determinadas ciscoinas (ate, histira, arquedtega, eogratia ete). No caso brasiero, essas categories s80 os valores especiicados no dectto- lel 25, de 30.14.97! A essas categoras so superp6e va categota unfiadora «de valor nacional (Os signos referdes funcionam antes como simboles, no sentido szuseurano o terme, Pare Saussure (1968, p. 101}, 0 simbolo munca ¢ intiramerte arbi, le no € vazio, pois € construe com base em uma mativagéo cutual. © simbolo a justiga nfo podria ser uma carrvagem, Tamang a No caso dos bens patimonials, 0s atibutos da isa sBo considerados valor co euturalmente relevantes, sxoepcionas. No caso do Brasi, determinados bens come igeias des séculos XVII e XVI, casas de cémara © cadeia, fortes, oaicis, sedes de fezendas ete. foram argidos pelos agentes do Sphan em simbolos d ago por sua vincuagéo a fates memordveis mas, sbretudo, por suas qualdades constrtvas @ esticas, Cabe, portant, recorer & nego de simbolo, pois havea uma moticagdo, baseada na cutur, na consttuigde desses simboos. Pede-se concur que 0s paimérios funcionam como repetéios nos termos a defrigho de Umberto Eco: un repettrio prevé una Ista de simbolos. © even- luaimentefxa a equivaléncia ene eles e detorminados signifcados” (1987, p. 4). Neste ponte, quero chamar @ alecgdo pare a ditingto - até © momento néo ‘expictada - ene bem cutural @ bem patimonil, 4 itermediagao do Estado no segundo caso, através de agentes autoizades e de paticas sociamente deiides f juidcamente regularentadas, controui para fixer sentidos e valores, porzende una deterninada leture: seja a atfibigdo de valor histérco, enquanto testemunno de um determinado espagottempo vivido por detemninados atores; soja de valor atisco, enauant fonte de fuigdo estética, 0 que implica também uma modalidade specifica dé conhacimento; sea de valor etnogrdico, enquanto documento de processes @ organizagées scciais dterenciados, ‘Ao se considerar um dem como bem cutural, 30 lado de seu valor utr. fe econdmico (valor de uso enquanto habtagéo, loel de cult, omamento otc; & vale de toca, determinado pelo mercado), enfatize-se sou valor simbdlico, en ‘quan referncia a signfiagées da ordem da cultura. Na selegéo @ m0 uso dos mates, no seu agenciamento, nas técnicas de constuyéo € de elaboragdo, 108 rmoivos, sie apreandas reerécias ao rrodo © as condigdes de producdo desses bens, 2 um tempo, a um espago, @ ume organizaydo social, a Sstemas sibé- Tcos. No caso dos bens patrimoniais selecionades por uma instiigao estatal, considera-se que esse valor simbélico refere-se findamentalmente a uma iden Idade cole, cuja defrigo tem om vista unidades politcas (@ nagSo, 0 estado, © municipio), [Assim come corte na leratura, poranto, @ nas ates em geral, para que deterninados bens funcionem enquanto patriénio ¢ preciso que se aceite uma convengée: que esses bens conotam delerminadas signficagées ~ ou sea, Ue se enie no jogo, acetando suas regias. Isso significa que 0 intofocutor deve ter condigées de paripar do jogo nao s6 na medde em que tenhe algum dominio a TRON ER OTEG os efits ultzdos ~ no caso, as dereres inguagens -, como também que tena aces um deteminado universo uta. No caso do patimévio nfo bas ‘a, potano, selena e pretger ceterfosemente Um corunio de bens_€ preciso que haja sjetos dpestos e capazes de funcinarem como imerocutores dessa fea de comunicagho soil, sja para aceéva tal como € proposa, see pare contestila, seja para transforma (6 que quero size: € que a proto da intgridade ica dos bens petimonisis nda por 3&8 itine pore sutra tr poltica pbica de preserva. 10 pargae 2 letura de bens enquanto bens fatrimonicis pressupde as condigdes de acesso a signfcagées © valores que justiquem sua presarvacfo. Depende, oar: 1o, de outos fatores alam da mera presenga, num espayo public, de bens a que agenies estaais atiburam valor histtco, atistico etc, devidamente protegidos em sua feo materi Esse densdo da questo do atiménio ~ ou sel, @ considerardo dos bens so onto de vista de eva recapelo ~ no costa sar abordada, © ndo ser ever- tusmemte, pelos agentes insttusoras, Normainente, € do ponio de visa ca pro: ugdo dos patios que a questéo 6 trata, sea na afirmagdo do valor naio- ral dos Dens tombedos ~ ica do dscuso oil -, sea na erica ao modo camo so seleconates esses bens. Enretaro,pouces se vatam para andlise do mo- co @ tas contgées de recepcio desse unwverso simbdico pels diferentes seto 126 da socodade nacional - questéo que & partcuamente imporante no Brasi, ‘onde a diversdede cutweal é imensa, a escola compre muto precéa e tntada- mente uma de suas fungdes pincpas, que 6 a de formar cidados com uma base cuitural comm, e onde o hétito de consumo de bens cutuais ¢ incivelmente resto, Por esse mative, qualquer proposta de democreizario da politica de preserago que nao leve em conta essa reaidade core 0 sco de car no vaio, a medida em que os valores cutuals que se quer presen ~ fendedos, como IA tei cbsevad, nas noes de arte © de hist ~ 56 fazem senteo para um pe- ‘queno grupo. Outo problema, na mesma Knha mas em sentdo inverso, @ @ letra aque &s classes cua fazem da cutura popular, em garal a parir do uma pers pectva folorizante que entatiza 0 exotismo ou a dscuivel eatagofa da auten- ticidade™ Por esse motivo, vale @ pena consderar esse aspecto da queso, ou sea, © processo de aprpriago dos ens patimonais, Para Roger Charier (1968), todo receptor 6, na verdade, um protitr de serigo, toda latura é um ato de Tas use BEG poping, As sigiicagSes proguzas ples dfeenas fits podem, rely Shr, star bem stants da intngio ou 69 interese do auar da obra ~ 0, W& seep dos bere patria, das sgniicagbes ¢ vaoes que oF agentes sti ‘autorizados Ines avibuiram enquanto pattiménio. te um lado, 6 eviente que esses bens sero tanto mais neconals qvanio rai for 9 nimero de pessoas qu os Wanique cane patéei Por our ad eve consenso no signa neoessaiamerte que todos fazem @ mesma ea ce tem. S0 para dar um exonpo bastate ovo, 2 fej do Sonhor do Bont, fem Salvador, seré valtzada por alguns or suas qualdades estéicas, Por OF tes, como lal de euto calico, por outes ina, como paleo rae rus €& Tandonbt, pals trstas, mato provavenante co un dos sible 8 =P tal de Bahia © aus quero dao 6 que, gor mais requaretado ¢ cnkoado que preende cer 0 processo de eonetug dos paindsics, @ gor mals fos que possam Fa rsa etetos de um tonbarent, tanto raters camo serbins, a reeprie ce bene teroacos ter wa dindice pple an cos seis: peo, no de vrtaibade oo sinearbes valres atbuids a um mesmo ber em levees vrmentos Hse ~ mucanga ave dz repako indus 28 prépias concenes ie po sla tse, isto ea: segundo, no a ruiiitate de sae ‘ede valores albuidos, om um mesino momento ¢ um mesmo context, & Um mes: tho ber, por grupos ecenémica, social @ culualmente diferenciades. A poreapgo dass dnnicas rélatvamente ao patio € ferémero mais au manos recente, @ decoe de cicunslénclas aspeccas, que Sta0 ebordedas toy prinima capt. O que nessa ressatar aqui que & impresinel Wve las em conta na formulagio de uma pola de preservagéo. 0 tat @ que a8 andlses cas das poltca de preserva tem dado Sfese 0 jrozeeso de consngto dos patiméris, vsando a chara @ atereio pare Sit ‘teago como rumen ideoligin de tegtimagto do poder esata AO ci vom 0 sou carter els, atibuar-na apenas ao proceeso de selegdo de Dens, ‘pacer, ¢ que pig os monuments iericados com a cultura dorinare = ue, no caso do Bras, € a cultura usobasiera. Gonseqdentemontes 38 prix estas visando @ demacraizar © atindnio se cartam no vece do ova Sk frog ~ 0 sel, ra arpa do conto de patménio @ ra patixipagio da evedade na consttugdo e no gerencament deese patinénl, Flea de fra 2 questi da democraizagdo ca apronfanéo smbélica cesses bens ‘A democratzagéo de. apropiagde nfo deve, no entarto, ser entencda come mera ditusao cas signicapbes produzdas peles agentes institucional. Come oeora Roger Charles, uma aboragem que lve em conta a conplerdede do recessed repo Val camara ten para ot sas erencads que 9 fates dos mesmas bens, 0 que possi, incusive, sua aroprarao derenciada polos grupos sodas, mesmo em stuaco de desquliae ecordica @ ste por exo ldo, esse to de abordagem vai evdeniar os imtes que se irae a. essa aproptoglo, ¢ ue decnem da cfculdade de acess, pare. gues Soda ‘hitramerte destavorecios (entendida aqui cultura ooma as infommagées & periincas veiulades primoriamente pla adueapto forma}, 20 consume © S08 cbcigos de laura dos bens patimoniais. sca perspeciva néo impede que as derengas ejam idenficadas (Holsie as Serena com rizes econéicas © soa), mas desona a sta pipe ei va de entcacdo, una vez que néo impiza a quafcago socal as obras como tim todo Cautera kso-asie’ afteseraty’ “ate popular ee). Em vax Asse caracteiza as praticas que se apropiam, dsinivamente, dos mates que ore tam numa determinada sociedad (Charter, 1888, p. 232), As ardiges contradas no processo de constucéo dos patimérins so impor tenes, na medda em que prcuram desvendar 0 mado co detertinados iio fuss, em rome 6o Estado, conceber a “Wenidade naciona. Mas, uma vex a8 t imeresse na queso do patfimécio sea 0 02 entender o processo espection de cvcuagao dos bens atimeniis numa stcedade, a cansicragbo do vriog de vecopgdo ¢ indspensve tendo em vt 0 crater nico e avo do a=) per apmprigio soda. Apenas quand esse aspecto ¢ ddament incorporate ‘police estatl € que se pode falar em uma plea pice jaisnusnnss [13 0 rama coo oto o ru tL Para Oscar Ouask Gullerno ODonel, as pllcas esas seam ‘alguns cones de urn grocesso sca tecido em tno de um tema ou questi (1678, ‘7, Para Sober e Muley, 2 poieas pibicas conse Teniavas de oes Ae ‘eogao eave umn sore socndade ob (187.82) Em anbas as cece, pressupde-se um “Estado em age’, detto da imagem de um Estado uno. cue $F spreserta como ienticado & nago, de que gavanbfa 2 onesie, Nesse mage = todo Estao como um orgensmo que regua os movientos 62 soceade ~ Esato, ragio e sociedade pratcarente se fundem no imaginsio socal ‘A idéa de um “Estado om ago" implica, no etarto, a heterogencidade, @ Ita de poder € 0 confite de interesses, mesmo dente da burocraca estatal Logo, analsar 0 “Estado em ago" significa levar em conta sua dindmica inter« na, a partir das ages de diferentes sujtos, tomando-se dict recone, nese 1 modelos analficos que o reduzam a um insumento de classe, a gestor de ordem secial, a promotor do desenvolvimento, ou & qualquer outra concepgao que neuiralize os Inevitaveis antagonismos, tanto do Estado com a sociedade ‘quanto intemamente, na maquina estat |A imagem que se tem da poica fedoral de preservagdo no Brasil contadiz essa afimagéo, A dia de uma agdo politica menace, conduzida praticamente ‘sem coniestagSes pelo Estado, em nome do interesse pibico, foi, inchisve, refr ‘cada pala aura que, até hoje, ewolve a fase herdica do Sphan, Entretanto, como A trajera dessa politica estatal velo demonstrat, essa foi apenas uma entre fer rentes orentagbes possiveis - @ que, na época, se imps sem maiores dcu dades, como a mais apropiada ~ para se elaborar a questéo da idenidade na- ional na consituigSo de um patiiménio histren @ artistico. Partndo do pressupasto de que essa imagem é fornada com base em una situagdo conjuntural ~ 0 modo coma essa poltica vem Sendo conduida no Brest, © que uma andlse comparativa com outras polteas pode comprovar -. propuse me, neste trabalho, a abordar essa poliica esatal na sua relago com a seciedade, precurando apreender, ainda que nos limes de uma praca especifica ~ os tom ‘bamentos ~ a presenga de owros alores que néo apenas os agentes institucional. Pois € evidente que, se essa pole fol istawada @ se mantém ha mais de Cinglenta anos, & porque atende a algun tipo de demanda socal mais arpla, tia pescuise, procure sequir os passos dsciirados tarto por Ozack ¢ ODonne! quarto por Jobet e Muller para a andlse de polcas ilbcas: a definigdo da ‘uestéo © do mado como ela $2 tomot politcamente relevane, passando a ser jlo de una politica publica; a discriminagéo dos atores envohicos, esttals © ndoesttals, de cus insorgdo socal ¢ das iderngas que assumem 0 setor 0s recursos a que esses alores recarem para logtimar esse poltica, ou soja, a reb- fo de Um projeo setorial com um projeto global para 2 negée; 08 instumentos utizados. na sua implementagéo. No conjunto das paltcas implementadas pole Estado, a8 poticas cuturais se singuar pele tema, Mas, assim como as demandas nesse Area eo bem mais ‘fusas © ccstumam se concentra em grupos restites, também os objetvos des- sas pollicas nunca sio claramenle apresentados, tanto nas discursos oficiais quanto em definigdes formuladas em cutres insténcias.* Nesse sentido, ¢ mais rovetoso vetiicar como dterentes inhas de pensamento politico elaboram uma prética politica nesse campo. Nuva perspectva lboral, cabe & sociedade produit cultura. Ao Estado, cabe ‘apenas garantie as condlgdes para que esse dielto possa ser exercido por todos (0s cidaddos. Para Norberto Bobbio (1977), essas concigbes sio, basicamente, 0 raconhecimenio © 0 respelta a valores como a lberdade (enquarto auséncia de impedimentes fsces © moras), a verdade (anquanto espeto cco, em oposigo 120 dogmatismo, & intolericia @ as falsiicagdes) e a contianga no dingo, Bobbio faz um disingSo erire potica cutwrale poltica da cutura. A primeira 4 a planifcagdo da cultura feta pelos polices, em que a cultura figura como ins: ‘rumento para alcangar fins polticas. A segunda & a poltica dos homens de cul a, volada para garanti 3s condigées de desenvolvimento da cultura € 0 exerccio os direitos cultura Se, na perspective Tera, cabe ao Estado simplesmente assegurar © espago para a produggo e 0 consume de bens culuras, numa perspective socialite Estado liberal constura um instumento de classe. Nesse sentido, 0 que Bobbio denominou poica de culture sera invdvel numa sociedadé de classes. Considero que a postura oer é ineivével do ponto de vista de seus prin- ipios, mas, no caso brasileiro, seus pressupostos colidem com ume realdade fem que @ cidadania ainda néo 6 un bem colevo. Nesse caso, 2 fomulagéo de ‘uma pollica cufural democratica(atiouto que tanto os liberals quarto os socia- Fsias delendem em suas propostas) implica uma atuagéo necessariamente mais ala @ abrangerte do Estado, Tala-se nto sd de defender determinados valores, como de criar candigSes para implementidos numa sociedade onde os diritos minis da cidadaria, ne prtica, s40 exercidos por poucos. Ou seja, consdarar tdos 06 cidadios coro homens de cutura, assim como proputha Gramsci, em condlgbee de exercer os diretes cultursls, e atuar no sonido de converter esse inp ~ que no caso do Brasi 6 ainde um ideal ~ em realade. Na verdade, a implementacdo de uma proposta como esse ~ desafio que vem senda enfrentado sobretudo no @mbto das secretanas municipais de cutura® ~ requer um estorgo prévie, uma aluagso cidatica no sentifo de sedmentar uma nova cultura politica, cay i a ETS ‘Trac war Ga we WE 7 ‘Se essa ovlentagdo tam s@ mostrado compiex2 no amtito municipal, que di ua proposta de democratizago como a fomulade pela poiica federal de cura no inicio dos anos 80, zinda em plera vighrcia 6 regime milter. Naguele momen- to, além da traglidade dos mecanismos insituconais de representars0 police, aque 86 ertdo comegavam a ser reorganizados, @ das formas de partapayéo soxil, cespeciicamente na érga da cultura (2 no ser ene alguns produtores cuturais, come 0s cineastas,inexstiam macerismos de redagéo entre Estado e socieds- e, & era praticamente impossvel denifcar atres socials constuidos em toro de causas cuturis, Fleave no ar © pergunta (0, para alguns, a suspeta) sobve © sentido dessa propost: idelismo de alguns agentes insttucionais, insrumen- talzagdo da ultra por um goverro em crise de lagitimidade ou estratégiapoltica e resistincia, possivel num selor & margom dos grandes interesses do capital? Independertemonte da rasposta que se dB a assas indagagdes, 0 Talo € que, come observa Chantal Moufle (1988, p. 95), a mera enurciarlo, através de dis- cursos, de deterninados pncipias e diets ~ como 0 creo & iquaidade ~ cons: Sui fator que viabil2a a consliuiglo de novos sujetos socials (por exempio, os seravos como “homens’, as mulheres como ‘cicadas’ ett) © a vansformacdo de relagtes de subordinagSe em antagonismos. Nesse sentido, nos anos que $0 sé ‘uiram & formulagéo da proposta da Secrotaia da Cutura do MEC, em 1961, feou evidenta que e8se proposia velo atender a uma demanda social de valores demo: créscos, na medida em que seu discuss foi incorporado petas mais diversas ins- téncias, @ foi absorvido pela Consiuigéo de 1288. Entetanto, se party da Area federal uma prinelra revindicagéo pela democre- tizagdo da politica cuhural, na prética t€m sido 0s éroos muricipais que vem implementando com maior visitiidads propostas nesse sentido. E. passados vd- 108 anos da laboragdo do documento Diretizes para operacionaizardo da pol tive cutual do MEC (1981), fa no ar a pergunia: qual @ proposta hoje ~ em face de uma reaidade poftcamente cua, embora socal © economicamente ainda fo temente maroada pela desigualdade ~ da area federal para a cutura, em geral, para 0 patiménio, em particular? Esse trabalho nao pretence ~ nem see de sua atibvigho - oferecer resposta 2 essa pergunta, mas eperas contout com alguns subsiios para 2 formulagéo de propostas que, sfinadas com a reaidade presente, ndo deixem de levar em conta una expaiéncia acumulada, em mais de cinguenta anos, por uma poiica ‘que 82 tem diforenciado - tanto de vm ponio de vista positvo come negatvo ~ no conjunto das poltieas estatis brasleias, Nous Histoadr o eso de ate itaiano, calerico de Hitira da Are de Urvesoade de Roma, Tababou de 1853 a 1955 ra Adminsrapdo Estaal o Patino Arist ca. Foi elo prteto de cde de Roms, em 1876, e serador pelo Partdo Comuns ta lalano, am 1988. Sobre © wg ante histea © as ideclogias poeas, disse, em entevis, 0 his: tofador Efe Hotsbawm: hile & a mai-pora pare ides nacorats,#ricas ou lundamentastas, a mesa manera como as capoules so a materia gre os ‘veadas em nefina, © passado ¢ um elemento essai, tae até mesmo o ee Trento essencal neslas igeclagas. Guande no existe um pessado adeqvaco, sempre pode ser ivenado.” (0 Estado de Sho Paulo, 16 jan. 1904, Especial Oo- singe, p. D8) Evora algunas das coseagées que se segue lanham inaresse eral - ra. med dia em que se aplcan a outs contexes nacionais ~ sles dizem respete eperas an modo como, ne Bras, & consividajuiscamente a rojo de patinénio hitiica atlstes nacional Ct. Baruy, 1989, sobre as merges, nas Corstuées brasiees, lavas & cutua Lomtro que esse ditngdo - ere cosa & voor ~ 6 relerida gui apenas oa meds fem que & il como recuso para @ compreansio ds nogéc de patimério, Néo oe tm em mente doe ternos independentes 0 sim dus faces 62 una mesma moet como © par sgnicartelsricad, om Hnglistea Para fe de insorgio dos bens fonbados, deversse consdear os quate Linas do Tombo: Livro Arqeol6gen, Etnogréfioo @ Palsapisico, Liro Hite, Ueto de Be- las Artes © Liro de Ares Apicatas. Esse limo iva se ache em desuso, « die consiam apenas quae inscies Foi no sentide do relabear efcamante esses tpos d2 lata que varios poets to CNAC abordaram mantastagbas de cura popu. A paris dessa mesma visio foram cinsideadas as mandestagtes das doris eras, Sobre essa queso, sinetiza Euice Ourtam: “de um lado, 6 necesséio ebminar as bari educacionis ¢ materials que imgeder 2 malaria ds popuiagio de ter caso a06 bens curs, que alo monopolzados peas cesses dinates: de ol tr loo, &froorane racer @ tundra procueo cutural qe ¢ pxépra das ds- ses populares, garanindo seu acesso a instrmenos que faditen essa prosuco “perma sua canservaao @ vanessa" (apud Arantes, 1988, p. 34), Tania @ defrgdo de politea cutural formule Garcia Cancel so iqualente vagas © gendrias: pala Unesco quanto a de Néstor Cay ‘9 PuidinbeiD ba DCEO (aan USO WH o 1) Para a Unesse, plies cute const “un calurte de prétkas socks concien tes e dlberadas, de inlerengdes & nao:rervenghes, tendo oor abe ststaor carts recessidades cuturas peo mehar emprego posse! oe todos os ranureos mteras € umanos de que dsple ura socedade rum momento dato" (1969, p. 2 2) Para Carcin,polica altel 6 “um conjte de rtrvangbes reaizades peo Esato, fas rtp € os grupos comurtroscrganizados afi oe ofeniar 0 desenvaiinento ‘bho, satsfzor as necessidades cura da popag e aber consenso para Um fp order cu oa anslomagéo soca (1987, p. 28) ‘Ver Fafa Harton Jaoé Baneto de; Souza, Vai (or). Exparncias de gpao od tural cemocdca, Pais, Sb Paulo, n, 12,1982. Em ena a Gabi Cohn, Manena ‘Chau, nto serethia mural de culura da Sio Paulo, esdarece o seo dese po passa « para a valoragéo Goo ctea dos manuments, © © mode fate és, estate conralader, que se desenvoeu om oo ca oa de pang fe toma plartcada ereqularentca,vsando <0 aendenento de ineesses pol- Sons do Esato, Esse dimo model prederinoy erie os pases cops, e fi expotado, na pireira meade do sécuo XX, para nals da Ama Lain, como Bras a Argnina,e,apés @ Sequnda Guero Munda para as exons francesae. A eansenagdo dos morumercs, ne Franga, assur um cater eminente mente mutel6goo:iremedavelnante igados ao pasado, ess bars nao tam mals gat o fux0 da vida presente. ideal de motemizaylo « de progres Guido pala Helgi esata confea & presenagSo un compromiaso com © Saber um sonido de abvdade raconamerte dda ara tresses presents. proto utariteo de Haussvam Rua ben esa tage, J os pales an owes pedomingy, ete 08 pnciaisagetes de presevagao,o cto 20 passe dee a waozago de seus vesjos enquano reiquas, em deri do set do mas ago 6a nota cue na ingle, decor do coor com a du r= ldade da Revelugo Indusital. Para os ingeses, «pronto ea epetetado pola ciuizapio ave comeyava 2 se desenoter ca Anésica do Noe @ GUE 8 obser vardo iia ée Puskin, eum mundo sem uma lenbanganem ua il {apud Choay, 1992, p. 107). as lets dss © contartes sate a ersevagio de monunenos 1 ‘cos fram eeboradas, ro séeulo XIX, repacvaant, na Franga «na Ig lea: 2 de Jonn Ruskin @ a de VioetieDuc. vada de um maiz puiteno, a teria do crfco de are inglés John Ruskin via na. arqutetura um meio de consevar © passado, no s8 em suas produgies rraertis & modos de vida, como também em suas vitudes morals (4 maior dria do uma edeagdo no est em suas peas, ou no ouro que possa corer. Sua 6% ests om sua dade” (1958, p. 190). Bio. mais que estéten, o valor do mo _rumin bitin gare Ruskin 4 0 valor 6 padad, Tudo Go & ranean €& forgo hurano deve ser cbjto do reverénca, dal seu intito de presevar no apenas 0s monumentes excepeeras, camo também 0 mundo damésico @ 0 do taba. Na Inglaterra, pode-se dizer que o valor de nacionaldade fl eipsado elo valor de humaricade, , nesse sentdo, 2 preservacdo tambécn foi pensada fer escala mais ampl: jd em 1858, Ruskin popunha a cragdo de uma orgerize- ‘fo européia de prego dos menumentos tstores.” Para Pustin (1956, p. 201), € vestgios do passaco thar valor de requis; valam, porarto, em si mesmos, enguanto objotos “cagrados, incubstuivis, ©, nesse sentido, eram intocdvels: ‘Nlo tomas ditto algun de loeéles. Eles ndo sho nossos. Els pertrcem em pare aos que os consniiam, ¢ om parte a todas as goragdes da huranidade que Vitko depois de ns" foran-os legados por nossos antepasados ¢, do metro Inada, 80 um patio também das geragées flues. Logo, qualquer resiau- ragéo sera uma viaplo @ una imposura. p's fafa o monumento parecer dte- rete do que na reaidade é ov sea, una crago humana sujet ao fuo do tem 0 (to impossivel quanto reseusctar um marta &resauray 0 que quer que Yenta siéo grandiose ov belo em arqutetra” [uskin, 1956, p. 199). A auteur, nos textos de Ruskin, € assciade 8 vide da natureza © doe homens Jd Vallee-ue, engeneko de fomagio © mais voltado para una concepedo fonnal da arqitetua, pata da nogéo de monumento ideal, que do & nacessa- rismente a do projet ccgial, mas a mais adequada para cada caso, a ser tuscada palo retaurador em fungéo de cries tBenicos, esilisicos & prag- métcos. Segundo suas préprias palavras, “estaurar um edificio € restebelecé-lo sum esado completo ue aver munca tera exo ap Choy, 1982. 120). F eelauragao toma-se assim uma recracio legiimada, ov “restauragdo inter arma coro 6 Br Vicetle-Dos @ quaicave,e, sob sun orenagéo, se veltou para 06 monumerios gftces. Ele considrava que a verdadsira arqutetxa nacional Francesa ar a do sev Xl. Seus tabahos foram mais tarde dramente cade, sobrendo a par dos consis express na Carta do Veneza, ¢ 36 miko recentemente tém sido objlo de ceavaiagdo. a DHT Ta OTT int Fae wan Bh No tinal do séovlo XIX, com Camilo Bote," a teora do Volet-e-Due foi con testada no campo espectco da restaurayéo, Bato considerava que “o caréter acresceniado, adventicie, ononédico do trabalho releito deve ser ostensivamente mareado, ¢ no deve, de manera alguma, passar por orginal” (Choey, 1982, p 427). Desse modo, Boto resoleu, pelo menas 62 um ponio de visla contempor raneo, a contradigdo ont reslaurar € conserva, Pata Frengoise Choay, & doutrne de VileHeue visava a restr ao manu rrento 0 seu valor de documento integr, objeto de corhecimento, em detimente de seu valor enquanlo manumento,sujato as marcas do tempo. Diz, a propéste, ‘essa autora: “reconstsindo um tio, ele (0 resturador) formece um insruento ‘ddatco, que resttul ao objeto restaurado um vabr histen, mas néo Sua histo- reidade® (ibd, p. 121-122). Essa intervengdo ronpia com a corrente do tempo. ‘0s monumentos documentos eram selesionatos ene a8 obras notéves ¢ trata- os como modelos que era pracso ressaltar, dai a teona da mise-en-valeur para valoszar 0 essencial ~ o monumento excepcional ~ tudo que fosse pertubador ov acessdrio A sua pereepgao (emtendiéa aqui como visibiidade) devia ser eliinado. (0 tecdo ufbano era rempido em nome da funcionaldade, da higlene ¢ da segu: ranga polos urbanstas, @ em nome de uma esitica pelos aruiteas. Esses Gy ‘mos, ao buscarem wa suposta autentiidade esttca,atingiam em cheio a auter ticiéade histérica, 1k dissociagdo entre valores do conhecimenio e valores da sensibdade foi pereeida e expictada por Abcis Reg, no nico do soul XK. leg! proouou ana fisar a questéo dos monumentos histbcos no do ponto de vista do Estado, ov cenquarto represertagbes da nacionalidade, mas 2 partir das diferentes peroepytes ‘que © conlato com 0s morumentes suscta nos indviduos. A andise de sua teria dos valores arbuids acs monumentos histrices, que ¢ apresentada no pequene ras denso Tvio 0 cuto modemo dos monuments, pubicado na Austria, em 1903, tomace indcapées reas e supreendentemente duals para se refer sobre @ ques: tio da presarvagio em suas mibiplas verses, sobretudo se se tom em vista no 4 produgdo do patiménio ~ até hoje sob o corlrole homoganeizador do Estado ~ imag a complora e dlversfiade recepgo dos bens cuturals pelos dterentes es trates socials. see nquo do problema se apresenta, avalmente, Inclusive, sem escape tora, 208 agentes da preservagdo, A medida que a legtiacio da proleydo de ‘bens cuturais pelo Estado via nacionalismo ver declnando, junto com essa ideo- logia, nas Utimas décadas. A ciagio, aps Segunda Gusra Mundial, de orga rismas intemacionais especitcamente votados para a cutua e a incorporagio, pela ONU, da fgua de deltos cuturals, , pela Unesco, da figura de Petiimnio CCutural da Humanidade junta, nas mesmas expressbes, as 0gSes diusas de humanidade © de uma cultura universal, © a nogéo cada vex mais precisa de uma Cidadania fundada em ditetos diversiicados, para logtimar a atviade de pre- ‘servacao. a Para Reg (1984, p. 36), todo monumenta.tem, necessarlamente, uma dimensao tistérca @ uma dimenséo estética, pois ele parte do pressuncsto_de.que toda. me. 23 A mow 005 mots 0 Aas Res “Epes, seo sons. enter un eae Per cue af, ton, mon. it ico tam um morumero aise, pls exo un mars o minimo coro uma fa rasgeda razerdo uma nota breve © som impotinci, gon ‘PONG, Bay do seu valor histGnco, qe COREE & evologao da fabrcago do os: el da esortura, dos meios materiais utlizados para escrever etc,, toda uma série “BE eletMentos'éslétcos: a contiguragéo do fometo, a forma dos caracteres @ @ maneia de aus." ” A pogo de valor histérico é, porém, mais extensa, na medida em que “chama- 10s de fistfco tudo que fo, e foe no & mei (Fiegh 1984, p, 97). Nesse see td, Ugo que feou do passado como festemunho pode pretender um valor nist feo, 0 monumtta asin deve ser compreenddo coma um monumento da his tira ca arte, eeu ver, conidarado desse porto de vita, & menos arisico que Fistéeo. Por esse motive, Fig! considera que, a gor, ndo eabe mais falar em monuments histrios @ artisicos, mas aperas em monuments ristéios. No Renascimento, as nogdes de histérico € de artistico estavam imbricadas se tundamartava em um modo de conhecer © de avalar a Aniqudade. Pea primeira vez se estbelacau um sentido de relacao ene teporaldades distant, sthuiindo 0 passado um val de contemporancidae, Enrlani, dz Reg, ‘esse ponto de vista pemnanece normativo, diretivo (logo antigo-medieval}, mas nao his- ca no senide moderne, pos ro recone ainda nerhuma evohio" (dem, . 5312 0 homem do Renascimentoideicava nos grandes vos da Antigo dade cléssica os seus lgtimas ascendenes. = a raTatvTe a MALE sTcTo ve FRR, PRTC TH S ‘0 mesmo sentido nomratvo era confer, no Renascmeno, 20 valor atisco, cue, neste paige ea predarinat, A oogdo da ate, ro Renascineio, 6 BB save no pincipio d0 qve extra um cAnane asic ied, objeve © univers ‘port val, identicado nas prodoges da Angad, Essa iia, que vel ctl camer retomar na hitira dos estos astces, <6 val sor defnivamente supe: tada, segundo Rieg, no inicio ¢o séevo XK, a concep mederra de tatbia, aida de desenvoimento, de evoluo, ova superaga da nogso de clnone @ & aimaeio do valor especcn de cada pore, em Sunglo do pono de wsiacotonporiuo 2 cade momeio sic? © lugar, 0 tempo € 0 sto avelagso sf, ess, relatizades, E68 (ent ‘Fane wl calminar no séauo XX, com 2 emergénsia da consiéne'a Nistor” fff, Nowe campos do Saber, cor & anopkl,jénascom sob o sno 6 relativism ‘hs impleagtes desse rtnismo, ou sia, da pereongdo de que a abo «valor vata conforme 0 ponto de vista que se ade, vio se rele de forme iecisva nas poifcas de oreservacto, impasse que Pig] consequl antever erp 4003, Ha vina progressva amolagéo do que & consderado de valor histo, até quo se cheque 20 erase atal por Nod as realzaées, por menores que ‘jem, de todos os povs, quasar qe sian a aerengas que as separa de fon un trese pela hist da hurariface en era, aparecerde cada um do cous membros como pate intageanie de nds mesmes’ (tid, p. 51). ‘A rallexdo de Aiogl 6 supreendentemente inovadere por chamar @ atenedo ara a opordncia de Se lvar er carta, na forayo e ebrtu, na pri vse uma paltca de preservegio, aqueles valores no expictads, do nivel 6a Sercepeho mais imodiala,itutva, menos cata, que sBo aber aos bons talus: © valor de andianidade © 0 valor de novidade. 77 © valor de ancariade detva do valor Piston mas se dstingue dee: “Por psigo no valor de anciridade, cue epee o passado ems, 0 valor Titre vend 2 ledlar um momerio do desenolimentohistrcn © @ nolo apresentar de lum medo to presso que ele parece pertencer ao proses’ (ie, p. 88). 7” Figg se dé conta de que, para nés, moderos, o interesse suscitado por deterninades obras advém menos de seu poter de rememoragao 62 falos ou personagens noldvels, € mais por indcarem, sobretudo através de seu estado rratefal, 0 carter de antgas, evocadoras de um tempo passado. Nesse seni, ‘onetiuiarn morumentos, pos tam valor de rememoragéo, mas no monuentos in or ties oo sein tn gos aren npr“ reg 8 tempo transcortide desde sua criagao, que se trai @ nossos ‘oles pelas marcas Fe ee idea i ta Som, wen wero, co eo 2 oe ea ote ue pot omer ee Me ak ssa tos ronan fs rea tac Rain 08 reg, on teamed pepsi its, Oa Flag "0 rar are teatime io ob hc, ea taste Don ‘sivamente em valor de desenvolvimento” (ibid., p. 56). Embora calcado na sensib- wom ae, © wt doses vs uno seb 7X. Res on ne as 20 a sree 0 de YL 1408 kt Fores a pr seo Go vor Ge snands’ poe" ste 8c ese stn eh oan recs rao es, werteta zo hone do sis Xf, $9) see ped tt punanes contac aoe mvt ds ees vet on a set hata, © jars a Rae at ea wes cite eos Sango np da oo tae #0 see mcs te mamoyate goo ns pins Ge pena, 2m & snot Scot 8 pate Ds hats is wie ele coe pra Yo ae a poumets were 8 Sa ea metal 0 fa 08 a dades diretamente votadas para sua conservagao @ restauraglo. Se, pars o valor waco omeneno gta rua Szien relat wena b ane ya ta ra 9 ceh mse iego~ 0m pea @ vercne sperms vas eager pas erro aoe, aera wha an dene raul (nective, Ea no. inspirou a Carta de Veneza, elaborada em 1964, se contrade 20s principios da cae ners te 18 ta one es hnconlsns dx Ca (COB, Intemasinas de Arautetura Nodere). er ceo cam ete hn ar ener po 9 kao sor cg to pean pba ere Vedi Rost Re 86 oa (tea) mau en ao la sa or i ih ta os vo nape avn dos eas econ de epes are scicete to pata Mina soun co poe. ess Wok, 2 ‘oo Den dct ue, poco oo si, Pe] us sun wo een sea unease eft ds Sopris of geais, vabizando esin 0 stodmento do interests do Wistorador, estas We ricas penntem um tralamento dos manumenios colome as exigncias do valor ce ancianidace, Enivetarto, na segunda metade do século XK, um novo imperaivo passou 2 ce epresenar ara as polices de patio, com repercussoes sobre 08 cities Ge conservagho ¢ de restauragSo: a adoquagio a um consumo cul de massa. sea amplagdo do consumo de bens cutuais tonou mais evderis 23 exper Inivas estticas, por parte desse public, quanto 20 que Riegl danorinou ‘yalor de novidade’, que ele considerave 0 valor por exceléncia das massas, pois "aos thos da mutiddo, apenas o que & novo e Ikaco é belt (bid, p. 1). Proposlas ‘como a de Violate-Duc sefiam expresses do apelo a0 valor de novidede core aio 20 valor tistéco do bem, Do mesma mado o iteresse de pésocas em 1e5° teuar ou relormar suas paréquas, assim como o de prefetos em modemizat as cédades antias, evderca uma corjugagio do ver de navidade com 0 valor de too, Na mesma nha, a preceupardo, hoje, dos agentes cures com a malaga — animagéo cultural, recursos audiovsuais ele. ~ st insere 9 abjetvo de adequar a apresenagdo dos ronumertos 20 acesso de um maioecimero de reeaptoes, or outro lado, nao & apenas a mercanilizagso da vida cufural nem @ custo de valoes de moderrizaqao que vai infur, neste século, nas palieas de preser vagdo, O surgimento de novos Estadas-nagbes, sobreludo a parr da Segunda {Guerra Muna, no Terctiro Mundo, ¢, postenomente, a uta de grupos étricos disciminados nos Estados nacionais por seus srelios como cidadéos, levaram 1 mudangas na compesigio dos paltimbnios histériees « arfsees nacionas. © confito ente valor histérco valor de arcanidade se dé basicamente om um mio restito ~ 0 das camades cultas,e, sobretido, ene agentes dietamente ligados 2s prétcas preseraconsas: arqutetes ristoradores, rstauradores, mur sa6ioges et, em fungBo do trato do bem em sua felgdo matel, JA o conto contre 0 valor de ancianidade - que implica ure quase intoeabidade do bem & ‘a sacaizagdo do tudo que & antiga ~ @ 0 valor de novidade, envoveeatres mais ‘amples da sociedade e termina por aingt de modo mais extenso ouras eseras tas poiticas piblcas © a prépria nego de desenvolvimento, ‘Em seu texte, Rog! considera também a questo do valor de uso des menu: meni segundo @ perepectva da preseragio, S80 pouods os manumenios que ‘estatam totalmente fore de us0 atualmente, eniendendo-se também como uso & iio Te OTE exploragdo tuistea. A utlizago dos monumentas no é sb um imperative eco. néeico, como também & essencal & sua percepgao, mesmo quando provaioce © valet de ancanidede, Rigg considera que “uma parte essencial desse jogo anima: do das forgas da natureza, cja petoepgéo deterrina o valor de ancienidade, serie ‘nemedavelmenta perdda se os homens cessassem de wizr o monuments” (bi, . 81). Apenas runas ou sitos arqueotgios se prestam 8 aprecarao unicamente por seu valor de ancianidade. Por esse motivo Riagl considerava, em 1803, que (8 confitos entre esses valores seriam tacimente conternades. Eniretanto, considero que Riegl no vu ~ ou ainda rio pod ver ~ 08 proble: mas que @ mercatiizardo dos bers culuas acrescertaia a esse quedo. A cor- versdo de obras de arte em mercadoras, 0 desenvalvimento do mercado de ant- ‘guidades @ a valofzagéo do solo, eiicado e aedicand, sobretudo nas grandes ccidades, tomaram evidente a impotncia, hoje, de se consderar 0 valor de toca ra cinémica dos valores atibuides aos bens cutusis. ‘Nem disso, se consideranmos as exigéncias atueis do turismo de massa {questéo que, coviamerte, nBo se apresentava para Rieg), verenos que 08 con fitos entra valor de uso (para exploragdo econdmica), valor de novidade (para alender a ura sensbiiade menos cuta na apreciaggo dos monumentas} © valor Ge anciaridade se tomaram mais agudos. O proprio uso tris, assim como @ poi, consttuem hoje fatores destrutvos nao naturis, portanto, nao decor- renies da agdo normal do tempo, ©, nesse senido, contariam também os impe- ralivos do valor de ancanidade Per outro lado, hoje @ sida mais alual que no inicio do sécule a preocupardo ée Riggl com a mobzago social como fator necessério para a preservagao. ssa mobilzagdo, pare Feel, no passa pela persuasdo idechgioa - e nfo € por acaso que ete ndo aborda a questéo do valor nacional, nem utiiza, em momenio ‘gum, 0 terto patindrio ~ mas sim pela via do saber. Diz ele: “Seri necesso ge- ‘hat pare a causa do valor histco camadas sociais bem mais extensas, antes que a grande massa estja mackra para o cuto do valor de endoncado” (bi. 8) ‘Uma posta hunarista,insprada nos ideas tuminstas, & também a de Giuilo Caro Argan, que rele scbre a fnldade social da preservacio dos monumentos de um ponte de vista psicopedagice: [A pesenga de obras de ate 6 sempre caracerzadora de um eprtexto cue tisordade marta, Uma vez qv @ 0 conc que determina as dbase esa ‘tempo, etabelecend uma elago posiv ee indio ambit, sscaracttar ‘CONSTRUE 00 PATRIADIG: PASHRCTIE SISTDRIE Te) ambiente dsttro- de suas prasengas tise raicoras & una mania oe aveece a neuroses colvas, que 20 expire, ma farce en as de redo izato rises, ue vo ded 0 pequeno verde 0 barcisro operzade Sit os lndmenoe macroeotpices de vena € 6 trorsme = ¢ los saber aoe tee 0 pro a Se pao plo no deseado nfo da socedade do corso, (om nese, 1870, p87) Esse ipo de retiendo, asin como 3 de Reg, prescinde do naconalsmo pave legtimar preseragdo ds bens cutues, Rotomand a dmensio fomadors des valores caturais no contexto de ume cufura huranistca, iegl e Argan de eum ‘nodes identicam com 2 noggo ruskiniana de humaridade, e de uma demands oval fundada em valores étcos @ estélcos para jstfiar a preservazo de Dens fats, Também transcendendo 2 wea de nacioaidade, mas runs perspactva sein, essa deranca tom sido raduade, nas iimas o6adas, na nog reitos cultura 24 A saruscio ob NOriO Oe UREN ecco OOS HRS No séeuio XX, ficou evidente 0 avango do valor de ancianidade, que Rieg! jé sreoeuora a 15 © que 8 mans pon arpa de rosie cept ‘Comegam a ser introduzidas 0s patiiménios as produyées dos esquecidos pela. ison factual, mas que passaram 2 ser o objeto principe de inleresse da Histone ve mortahaee ot oes, ob camponeses ot iia, 6 mas tas Ace bons rena & Se gos st acrecenian of poses da 8 Tesi e remaneceis do und uA pri oe 145, 8 narasnos ‘que emergem nas ex-colbnias, ‘sobretudo as frencesas, nos continentes afrieano fe asiético, comegam também a se apropriar 62 ‘ogo europeia de patriménio. Se 4 oil campatiza 2 vere cesses ps de bers cum as exghoas rationals do patrmanio, em, arms de valor tst6roo e_ de valor artist, fram emeyata Z'a snopaioga que, réaient, loginaram sa rcs ness sami Gea, wlrganda Gscipinamerte seu valor cue. Enea ‘eis Snap Sa tor 62 pati, que lava & sperpsiao das nes Ten pamono! «bat cll eau te, coro te ebardo, ura ingore cerugde ple, & ajo de ea courte 9 pare de alas Hees “e gatmono, como Chase e Baba. Para asses aes, o sonido co pat weer ndssocvel da hia de i, 62 sane, que 88 o6 grandes mon vrs podem povcar A eooversao de cbs cons em bens pons ‘86 sewvida para stender aos ineresses mercantis dos antquéros, na medida em ‘ue transforma esses objets er antoutedes. Para Castel e Babelon (1960, p. 27), 0 valor etnagrico ro é compativel com a nogéo de patiméni: © objet vu sespeaco assume wn valor Ge sign comovent, incador de ui iste laborosa, eviadr human; a fazenda, a ofcna€ 2 Ia de antgarente temamse agora o ue hava st, para as gerapbes antral. sti eaueo- igo, o caste, Todo 0 equpamer antge das reside pases assin para 2 fk cedade ee antquto, pra o sto da cureidade, Em que med, no enano, esse ‘ewipamero eta no patiie? Pala piciade, qu se cp & nace da obra de ate, rexpendem os especial. Defnigo que demarda uma nova aboragem, anda no suicertement ceria. O objeto & 0 melo fornam um conto Igado do pots de vita etre, Retrads do ws0 © da ingle, eles ee cissocam. Recorheser © preserar nfo tim mais 0 mesme sentido nem as mosmas ooneoqUéndas de ants. Patios conessos da sacaizagéo do patirdno, Chastel ¢ Babelon séo profundamente cds em relagéo aos novos patriménios, © também quanto & extancio dessa noggo 20s palses do Tercero Nundo de tracSpéo cual dst a ctist-ocdental. Valores como monumentakdade, singularidads e excepcona- Inde sio consiorades por sles como fundamentals para despetar © senda co patrimério. Mas, a0 ciicarem a apkcagdo de citrios etrogrdios™ para a sele- ‘sho de bens paimeriis, e 20 defenderem 0 senda do sagrado como *o rico ossvel em uma época de agnosticism’, esses autores dea de lovar em con- ta a inevlével dmensdo poltca da questé, relorgando, por outo lado, sua d+ rmensdo ideoiigica A cttca de Chastel e Babelon esté fundada em cates princpios da pratica e preservagko superados pelas transtomagses soiss recertes. Em primeico lugar, a isla de que presowagdo 6 sinbrime de quarda de bens excepcionas, ara serem objelos de contomplago e forte de conhacimento,&, hoje, considerada uma postra museliica anccfnica, est, teno de um pono de vita puramen- te mercadolégco quarto de um porto de visa golce. A ida de democratzario to pattmdnio implica, qualquer que seia a persectva,o ato dé 10 GEV Ser 0 nied ator social & Se ervolver na preeervagdo do patiiénio Gul tural dé uma sociedade, Do mesmo mado, a idelogia do nacionaiom” Gi, du- ‘aie dos sous, susteriou as polices estas de patio, vem sendo subs studa pela nogdo de tres cutis oma nova forma de legitimar assas polficas. 0s drcitos humanos funcionam atvaimente, om vérios paises de democracia rdo-coneaidada, caso do Basi, como volres de uma lu politica pela demera- 1) ToTAtaTe TA OTE CGWGTRGCTO Om FADAIADWIO, PEBSAECLNA WISTORTCE nm) zagdo que se desenvoNe & margem © acima dos Estados nacionais, Essa Ia se expressa no apenas pela agdo da sociedade sobre os organisms esas for mma descentaizacdo adrinistatva e pela consoiapso de mecarismos dé represeragao pala, come também pela organizaiio ce associates cis ide pendentes, votadas para quesies espefeas (nsio ambiente, Hberdades iis etc) (ef, Campicnge, 1988). ‘A nogio de cidadenia envolve, atumenie, uma gamma dvesitcada de Gres: etios polticos (de primeira geragé, tundados ro valor da Uberdade); direitos fconémices, soca e cuturas (de segunda geract, fundados no valor de qual dade); e dralos de sadaridade (de teresa goraci, fundados no valor d Fler ridade) 1k Gversitcagdo dos ditetes humanos comespande uma crescente parteuar gio 60s sjelos 2 que se refrem esses dries. © home ou 0 cidade, ere quanto idenidade poli, nfo € mais espedeaco apenas por sua caconaidade tu dlasse socal Defne-ce também a parir de clegoias como sexo, ela rr so, ealtua et. De un cero pono de vista, os compenertes do ms ambiente tuna, doa. bitora ete) assumem também o sats de sites, na medida om aque passam a ser objeto de prclegio especca, Ess fo cena a vinci Ge que 08 dies huanos so histrcns e demonstra que sue fornuzagko acer panka 2g transformagbes socias. biz Norberto Bobbio (1992, p. 25) que 0 protema atual des direitos humancs do & 0 de seu fundamente © sim o de suas garntas, No caso dos diitos €oo- ‘omicos, sociais € outa, esse aspecto € mais complex, pois ngo basta sev recanhecimento juriico nem 0 estabelecimento de um regime democréica, ave respote as oerdades indiduais: € preiso que a ostuuca da sociecade poss bite a todos os cidadécs 0 acesso a esses dios. Portano, a real conduisla esses dretos depend de um empenho do Estado ¢ de uma mebiizayao dao rido pibica ~ 0 que, na maior parte dos paises, sobretudo os menos dosen- volvdos, estd longe de ser aleangade, Por outro lado, @ inegavel que a mengdo a esses distos om diferentes ciscur- sos ~ dearagdes intomacionis, constugbes naconas, ls, imprensa et. ~ core tftu para hes confer viskiidade @ para converts am objeto de interese palin. [A enpressio cretos cuturais sugju pela pimeira vez na Gonstiicdo soviet ca de 1918, mas sb foi recorhecida, em nie intemacionl, ta Desaragdo Unive sal dot Oiretas do Homem, da ONU, em 1946 (ar. 22). A formuiagao dessa de manda como dito s6 se Yornou possivel dapos que @ insingso e 2 educagéo {esta entendida como Bicung, como formagao) passaram a set consderadas bens recessérios a todos endo apenas interesse de alguns. Nia verdade, foram cera condigdes especticas do segundo pSs-guerra que levaram & fomulagdo dos dreits cufurais enquanto dretos hunanos. Por exemo, 4. a extingdo do cloniatsmo e o surgimento de Estados independents em reas de coionzagéo europa, que precisavam reconsiuir uma culture propa; 2.0 aumento do consumo de bers culurais, em decorténcia do maior ‘acesgo & educago formal @ do desenvolvimento dos meios de reprodusdo téeica 3, a antropologizagdo de conceito de cultura, que passou @ abranger @ alvidade humana em geal, © as manifestagdes de qualquer grupo hurano, © que fevou @ consciéncia da necessidade de defender es cultures priitvas, ou de rminoras, ameagadas por cuturas mais poderosas, © ato, porém, € que, até hoje, poucos tm conseguido tracutir a expresso iraitos cuituais em termos oe demandes defnidas. A peroepgdo da cultwa ~ & setla 0 caso de parguntar, que cultura? ~ como bem indispensivel a todas 05 homens ndo se expime, nas sociedades modemas, estratfcadas e com campos ‘ut6nomos, com a mesma contundéncia que a lute polos meios materiais de sobrevvéncia, Por esse motivo, talvez, as tentativas de formulagbes no sentido e explicit esses dretos provoram o efeo de uopias validas mas inexogiveis, ‘0 que core sobretudo em sociedades como a brasil, marcada por remendas esigualdades oconémicas @ sociis. Além disso, ¢ preciso lombrar que o com ‘eito de cidadania no Brasil esté tstorcamente atelado a uma concesséo do Estado, tornalizaco no que o cientsta poltes Wanderley Guilherme dos Santos (1987, p. 68) denominau “idadara reguace’, “cujas rizes encontram-se, nido em lum cécigo do valores potions, mas em um sistema de estratfiagéo ocupacional, efrido por nome lega? (1987, p. 68). Faia, portant, na cutura poitica bra sive, um sob fer para que se possa concratizar uma pratica potioa. na base de uma nogéo que pressupbe 2 crenga em un conceit de cdadania universal Pata Alcin Touraine, uma das dcuidades para a implentagao ca democraria ra Amética Latine & que el tem come pressuposto “uma conscincia propramente poitica de cidadana, de petencimerto @ uma eoletvidade poe” (1988, p, 442). 7 ornate ROTTS ‘Carutowe vatadiin Poecn TRT B ‘Aula pelos direitos humanes na América Laina sb pode ser compreendida 13¢ vneulada & resstincia go auloitasmo que, nos anos 70, predominava. 0 con lnente. Tetava-se de uma conjuture dieronte da europea, onde ocoria um es gotamento dos modelos de Estado: o do sociaisno sovitco © 0 do bermeslar social Dizem, a respeito, Calderén e dant: (0s dries humanes surgem unio & una revlorieagio oa demerada como censrugio,e nfo como ago dado «preeustort, Todks aqules valores que ear: ovo, @ que eortomavam ago asin coma un oxyito mimo de nornas eas ue se davam po acalas @ alem cas ais Se cram as has palicas ¢ sols tram que foar 8 se rconsuos,reclocads «revalrizados o partir da expe ‘inca de ua vag sstemdica pels goveros dtatrias. 1887p. 80) No caso dos dietes cuturais 2 quostio & mais completa, sobrtudo nos pa ‘ses quo se ofgiraram das colfias européias @ foram mareados pela escravido Esses paises herdarem uma nogdo de cura durlamente reste: nfo apenas ern termes de classes sociais - na medida em que no se reconhecia, do mesmo ‘modo que nas metrépces, © caréler de cultura as produgées © prtcas dos estre- tos peoulares ~ como também em termos geogréfeos, pois, mesmo apés a inde- pendénca, a verdadsira cultura era aquela importada das metrépoles euvropéias. ‘A node de direitos cuturals 6, portant, nesses paises, caronte de sentido para a maior pate da populagdo, do mesiro modo que @ noglo de cutwra. E $9, ‘como observa Eurice A. Durham, nos paises sen uma tradizgo democrtica con- solidada ‘so 08 movimentos sociis que oparem a Wanslormagao de necessi- dades « caréncias em dirstes", 0 que pode ser visto “come um amplo provess0 de revisio © redelnigéo do espaga da cidadania’ (1984, 9. 28), no cas0 dos res cutturis, elo menos no Bras, essas necessidades e caréncias em gran- de parte ainda deperdem, para serem formuladas enquanto direitos cuturais, da mediagio dos agentes estat. [A expresséo deltas cuturais foi inctuida ra Constigao brasera de 1908 (ar. 215), mas, sté hoje, a ro ser em casos excepcionas, essa temdtica nao joi ncorporada &s poticas pubicas na forma de propostas de trabalho, Nesse somtido, 0s dietes culurais no Brasil nfo passam de direitos tacos, meras de- claragées de boas intengées. ‘Teme cada vez mals presento nas agendas polices nacionas @ intemacio- ais, @ questio da cultura enconta, no Brash fortes resistincias por parte da ‘ase paitica, que costuma considera (nem sampre do forma oxpicta) que na sociedace brasileira hd necessidades muito mais prementes a arom atondidas {fe também, mute provavelmente, que esse tipo de csureo “no dé volo"). Aos clhos dz maior pate dos golticos brsieros, esse ndo ¢ un campo propio ao exerci @ & afimagéo do poder; @ essa postra fica evidente na austncia do toma em programas de paridos @ plalatomnas de eligdo. Por out lado, vem se ‘observando recentementa um crescents intresse de govemos de estados © muni= cipics em marcar sus atuagio com iniciatvas na free da cultura |A.questio se toma mals complexa quando considerams que, também no meio intlecual, a dlusio de ideolegia do relathismo cultura! toma problemétca quel quer concepeo universalista de cut ou de direitos cutuais, 0 que sigicara legitimar uma culture em detimento de auras. Essa problematica define também. as relagGes entre paises nos organiemos intemacionais. A propésito, o cienista paltico Paulo Sérgio Pinheiro ckservou, sobre @ Conleréndia Mundial dos Oicitos o Homem, realzada em Vieng, em julbo de 1993, que “foi o embate entre 05 pal 15 que reconhecem a universaldade dos dretes humaros ¢ aqueles que pre: tendem afimar a especificidade cultutal de cada sociedade" (Jomal do Bras 157.83, 9.11). Resumindo, se a emergéncia da nog 8 attistco ‘rab reaos 0 das comunidades locas, Nesse seo, nas Gia Gtmas Gc is ese 551 tscaiantzada, exkaplou 0 sou doit Vader, 0 dos Estados nacionais, e passou a envolver outros alores que nao apenas burocratas As oicagbes ne coceuaga.e.ro.geeniamente do ptiésio enquanto objeto de polticas publicas indicam. sua. ‘progressiva. apropriagSo como ‘emma politico por ne da sociedade, 0. que. trouxe conftos prética tradicio- Tagen das presbes soca. Nos prdxios capits, vou anlar a préiza de preseragéo dopatimanio cutral deservohida no Bra, procuanco, rete, stubla numa tajetira que tem ino no ial dos anos 30, para, em sequida, me cer nas mudareas iste Goals que occa a pat ds aros 70, com a enrada em cen de rows ates, adoro de uma concopgio ampa e abrangere de cutua, 0 ensao de novas formas de protege, sobetude, una proposta de demoraizag da poli de 7 Tamntno Ek OTTO ima is patimério em nivel federal, 0 objetivo dessa andise € esbocar as questées @ os confltos que emergem dessa nova orientagéo, no sentido do apreendor rofe- réncias para uma reflexéo tanto critica quanlo prospeciva Nos + -Acpeépra separagio anne espago ¢ tomgo & uns carectersice da modeidace. Di, & respeto, Antony Gisdens: “Nas socedades promademas, osago © tempo coincdem ‘anolanere, na mecca em que as dimensbes espa da via socal sp, para. a mala th popula, ¢ pare quase toe 0 estes, dominuéas ea Yresenga’- po atcades rccalzadee. O séverto da modemidade srance crsventenente 0 espero Co tempo ‘omottando ages onze cutis ‘suerte, lozaertedstares de quakuer siuepo dada ‘ov inerago ace a face" (199, 27) eomolgisemente, a pale monument ver do ati manumantum,o que raz armenia. J las alomd Derkmal& composta plo veto cerken pensar} e pelo substanivo Mal (casa) + Hos simos ars, vem se asstndo & um rove inersse par monumenios inlencioras. Na ina déceda, foram eonetids, ros Estates Unidos, 0 Mur do Viena @ 0 Must do Holocaust. Na. Franga do goveme Mitrand, ese foun cos ebeves dos Grands Travaux No Brel, foram deelaads monuenta en mami de Tancredo Neves, Uses Guimardes © L's Caros Preses, ene outros + Tanto cuura quate economia prodztas pola pita preservaconsa so resultado uma data ete © conenrvar @ 0 desu” antes, 1989, p. 16) + Hletadado da ate astiaco com fang om dela ¢ soi, Tabahou date vie ‘noe no Museu Austiaco de Aes Deoorlvas. Foi nomeade, em 1902, presidente do ‘Camiss Ausiiaca de Nonurartes HistScos, eenaragado Ge elborar ua nova Has lag para a concoragdo de monuments. Prosser henrio d Colége de France ranots, auto de vsias obras sobre hstfa de ‘ate. rigs 0 hverslo Geral dos Monumenos Hstsos ini em 1664 > tage Geel dos Arquivos de Fans; fancks, aig conservadr do Museu ce Wstra

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