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- Manual Pratico de — Producao Grafica PARA PRODUTORES GRAFICOS, DESIGNERS E DIRECTORES DE ARTE CONCEIGAO BARBOSA te ] | oo oes Dera La, Manual Pritico de Hrocuetn Gratien 101 T Pre-rerrssio O termo «pré-impressao» refere-se aos vdrios procedimentos por que quer texto, quer imagens iém de passar para serem reproduzidos via impressdo. Antes do dominio da informatica, a pré-impressdo baseava-se em processos fotograficos e mdo-de-obra altamente especializada. [As tarefas exigiam uma tal especificidade que os profissionais nao podiam variar de tarefa para tarefa, Hoje € frequente um designer ou director de arte ja ter sido maquetista ou arte finalista. A pré-impressio e a impressao passaram, nos tiltimos anos, por uma revolugao tecnolégica que est’ longe de ter chegado ao fim. Para tirarmos 0 maximo partido das potencialidades de cada processo de im- pressio, é necessirio conhecermos bem os seus procedimentos e as suas carac teristicas, Cada processo de impressio tem diferentes especificagdes, usa diferentes materiais ¢ exige diferentes procedimentos de pré-impress4o. E 0 sistema de impressdo que determina a forma como se processa a pré-impressao, mas € esta que determina a qualidade final do trabalho. Uma pega a imprimir em serigrafia € preparada de uma forma e uma pega a imprimir em offser € prepa- rada de uma outra forma. Independentemente do processo de impressao em causa, ha sempre tinta e um suporte a imprimir. E a reac¢ao da tinta nesse suporte que determina a qualida- de da pré-impressto e do produto final. Os suportes a imprimir ndo reagem todos da mesma forma quando recebem a tinta. Um papel reciclado absorve mais tinta, um papel revestido menos € na impressio digital 0 foner fica apenas na superficie, nao havendo nenhuma absorcao. Na pré-impressio, ha que ter este aspecto em consideracio, uma vez que ele esta relacionado com um fend- meno chamado «ganho de ponto» que ira afectar o aspecto final do trabalho e que sera explicado ainda neste capitulo. E na fase da pré-impressio que devem ser prevenidos todos os problemas que possam surgir na impressio, de forma a preparar adequadamente os ficheiros € CE garantir que o resultado final nao traga surpresas, nem para o cliente, nem para as soas envolvidas na producao. Para isso, € importante que todos os elementos envolvidos na producao, incluin- do © cliente, tenham conhecimento das caracteristicas do processo de impres- sio, principalmente das suas limitacées. Nés conhecemos as limitagdes dos processos de impressao, mas sera que os nossos clientes também os conhecem? Jd me aconteceu ver trabalhos com qualidade serem recusados pelo cliente, por este ter expectativas erradas face ao resultado final. Quando um cliente espera de um trabalho impresso em serigrafia a mesma qualidade de reproducao foto- grafica do offset, ira certamente ficar desiludido, mas nao pode afirmar que o trabalho em serigrafia nao tem qualidade! Convém explicar ao cliente qual vai ser o resultado final, quer através de exemplos de trabalhos ja feitos, quer atra~ vés de provas de cor analégicas, simulando 0 ponto da impress’o e mostrando a definicio final da imagem. Desta forma evita-se uma rejeicdo do trabalho por falsas expectativas. mexicard + 0 auutocolante da esquerda foi impresso em serigrafia, em vinil a 60 \pi. O trabalho foi recusado pelo cliente, pots este nao esperava que a trama da imagem fosse perceptivel A mesina imagem foi impressa a 175 \pi em oflset, desta vez em papel (imagem do centro) ea trama deixou de ser perceptivel. Uma outra versao, em vinil, foi impressa em serigrafia, sem imagem e em cores directas, para que ndo houvesse rama Cimagom da diretta). Podemos considerar que a pré-impressdo tem inicio com a arte final e pode termi- nar com os fotolitos ou com 6 CTP. Definimos, assim, dois tipos de circuitos — um convencional e outro digital — que explicamos nas paginas seguintes. jn G (ae) helt hae) i rorocrarias | | iLUSTRAGOES TEXTOS tayour SCANNER ARTE FINAL PROVA DE MAQUINA IMPRESSAO. ACABAMENTOS Circuito digital. No circuito digital tudo se processa mais rapidamente. Depois da arte final, 0 trabalbo fica praticamente pronto para ser impresso e pode ser aprovado directamente na maquina. ARTE FINAL A arte final € 0 documento criado no programa mais adequado para o efeito. Caso seja um trabalho de design editorial, a arte final é feita normalmente num programa de paginacdo, como © QuarkXpress ou o Pagemaker, enquanto que, se se tratar de um trabalho mais simples, como um folheto, um anGncio ou um cartaz, 0 documento é normalmente feito em Freehand ou Illustrator. Indepen- dentemente do software onde foi criada, a arte final € um ficheiro preparado com todo 0 rigor e pormenor, para depois ser enviado para a gréfica, As medidas devem ser as correctas, os textos devem estar revistos e todos os elementos —textos, imagens, ilustracdes, logotipos ou graficos — devem situar-se nos sitios certos. O facto de a arte final dever ou nao incluir margem para além das miras de corte (0 bleed) depende dos casos. Normalmente, para antincio de jornal, nao leva margem e diz-se que a arte final é feita a manchas, pois o jornal tem sempre uma moldura branca volta da area impressa, De resto, as artes finais so quase sempre feitas «ao cortes, com margem de seguranca para corte, ex- ina | 14 Manual Pit de Producho Grits cepto se nao houver imagem junto as miras de corte, «a morder. O bleed garan- Te que, mesmo que haja um desvio na guilhotina durante 0 corte, nao apareca 0 branco do papel a volta da imagem. desperdicio bleed— miras de corte “2 0 tamanbo do papel onde o wabalho & tmpresso & sempre maior do que 0 tamanbo final da peca, para poder incluir 0 bleed, as miras de corte e de acerio e todos os otitros indicactores importantes para a impressao. Relativamente as imagens, nem sempre as que sao enviadas para a grifica estado em alta resolucao. Muitas vezes, as imagens seguem em baixa resolucio, s6 para efeitos de localizagdo, sendo depois substituidas pelas altas resolugdes, previa- mente digitalizadas para o efeito. A arte final é enviada em suporte digital e deve conter as fontes utilizadas, caso nao tenham sido convertidas em desenho vecto- rial, bem como todos os elementos que fazem parte do trabalho, nomeadamente logotipos ou fotografias, previamente gravados em formatos adequados, como os TIFF (lagged image format file), o formato mais comum para gravar imagens) ou EPS (encapsulated postscrip0), o formato mais comum para programas de pagina- cao. As cores devem ir devidamente listadas no ficheiro, como CMYK ou panto- nes, conforme o trabalho seja para imprimir em seleccdo ou com cores directas, E na fase da arte final que as cores devem, finalmente, ser escolhidas, tendo em conta 0 processo de impressao a utilizar 0 material a imprimir, Durante o pro- cesso criativo, o designer ou director de arte nao estd muito preocupado com as cores finais. O seu objectivo é fazer com que, na impressora, as cores fiquem conforme ele pretende, para que a maqueta que vai para o cliente mostre as cores escolhidas. Nesta fase, € normal que as cores sejam escolhidas ou pelo ecra ou de acordo com a impressora. Depois de a maqueta estar aprovada, as cores devem ser todas rectificadas, pois se o ficheiro for impresso com as cores tal € qual estavam na maqueta, o criativo ira ter uma grande surpresa e possivelmente diré: Mas estas nao foram as cores que eu escolhi!, A forma correcta para esco- Iher as cores para impressio €, no caso das cores directas, através dos catélogos

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