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que no principio rao logos termo grep ue $e. costuma, ‘como Verbo, Mas hé pelo menos (ch Satea pos Tgos vem de lehein significa Sauilo que ordena, que recolhe e compreende, reine, er ona, De sua versio latina vem, ‘alaveas aparentemente muito as que na verdade compartillaam 5 alguma coisa ordenada~ jo -, mas também elegante, pois justamente aquela que seleciona, (Os gregos contrapunham.ao Togos uma outra forma de saber, outra possibilidade 45 ‘e modalidade de conhecimento, que chamavarn JE episteme. Mas epistere significa ah “ear Gima, sobrepor, aque jd se conhece, que jé existe, ‘milando-o de alguma forma Aquilo que serve de ainvengio da Terra que se est esta, como vimos, procede exatamente “Comiega quaiido sobre o logos, om v\ Sea, p) (Ficontéim a po forma da terra, de mod 23. cafiul3 O manto do Géu ea linha do horizonte ‘Ainyengao da Terra, portanto, avanca no Ocidente por via epistémica, isto é, colocando a forma a do log ex as Aguas, isto é entre 0 céu ¢ a terra, ¢ depois na propria terra, Trata-se de uma operacio que é a0 ‘mesmo tempo ideal ¢ material, pois € proprio dda natureza do logos, da matriz, apresentar tal duplicidade. © termo hebraico para criacio, “barah’, significa ao mesmao tempo seccionar ¢ entalhar, ou seja, comporta um processo que envolve tanto 2 mente quanto a milo, é0 mesmo tempo material ¢ ideal, Endo s6 no Génesis, mas em qualquer > cosmogonia, em qualquer narrativa sobre as origens “ste® do cosmo, criagio do mundo tomacse aarte de dar forma &, portanto, de controlar o que dentro da 3, tate Sobre a extensio, ainda estd sem formas ou, de alguma maneit pré-formado. 7 Tomemos fo © Enume Hlish, a narrativa da criagdo que era recitada na Babilénia, cerca de 2,000 anos antes de Cristo, na festa do ano que 24 iniciava. Como no caso do Génesis e diferentemente, por exemplo, do que acontece na cosmogonia grega, (pensemos, por exemplo, na Teogonia de Hesfodo), io se parte do caos, mas da existéncia de uma msgs para os babilénios ‘lestava separada ‘Mummu (termo que lembra muito de perto 0 nosso mami"), a névoa vaporosa. Para os babilénios, tudo comecava na dgua ¢ com a égua. Os préprios deuses, na auséncia de umn deus criador, nascem dela, e céu, nao existiaa terra, nao existia a altura, no existia a profimdidade, nao existiam os homens, quando Apsu era sé Agua doce, a primeira genitora, ‘Tiamat, agua salgada, e 0 retorno & sua matriz, A sua Mummu, quando nao existiam os deuses, ‘entio tudo comecou. Quando o doce e se misturaram, nenbum canigo ainda ti trangado, nenhuma lama turvava a igus nao tinham nomes, nao tinham natureza, nio tinham futuro, Entao os deuses foram criados na dgua por Apsu e Tiamat e na égua precipitou-se alam’, Portanto, quando a 4gua doce e a salgada miisturam-se, como narra 0 Eruma Flish, 0 poemna ‘babilénico das origens, a lama precipita-se Fy , det 35 Sobre a mistura e nascem os primeiros quatro deuses, E quando os deuses recém-nascidos ‘rescem, € entao, diz 0 texto, “que as linhas do céa e da terra alongam-se onde os horizontes se encontram para separar as nuvens da terra” A precisto é extraordinariamente importante do Antigo Testamento, ‘de maneira tao Ashar ¢ Cashar, os deuses que colocam em contato e ao mesmo tempo separam a terra do céu. De Ashar nasce ‘Anu, deus do céu vazio, que coloca no mundo Ea, deus das dguas doces e de uma sabedoria que templo, onde se celebra aquele que acabou de ser ‘orto, Esse templo estd construido sobre o abismo, acima da distincia: Apsu, de fato, significa oceano, abismo profundo, limite extremo, Dessa forma, abismo a uma medida, dele nasce Marduk, filho de es Lo = inha, als, daquelas J, 0.16 -% 26 anquiteto da eviaclo e a némesis de’Tiamat, cujo ‘Mas facamos uma pequena pausa. O mito, ensinava Karl Kerényi, ‘medida, dird o que diz todo o mito: quem comanda _nii € aquele que nasceu primeiro. O qu isso também nos repete que aprendemos algo de novo. Entio Marduk, o heréi que surpreende Tiamat ‘Tiamat é 0 abismo ¢ tenta explorar fofundidade, a prépria matriz, seu

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