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RIO - Agncias de publicidade e seus clientes devem repensar a estratgia de

deslocar aportes da mdia impressa para os canais on-line. O debate foi


provocado por Martin Sorrell, fundador e presidente da WPP, maior empresa
de publicidade do mundo e que movimenta robustos oramentos no segmento.
Em encontro com a associao britnica de jornalistas Broadcasting Press
Guild, semana passada, ele afirmou que os veculos tradicionais de mdia so
mais poderosos do que as pessoas vm pensando.
H uma discusso acontecendo agora sobre a eficcia de jornais e revistas,
mesmo em seus modelos tradicionais, e talvez eles sejam mais eficazes dos
que as pessoas esto supondo, disse Sorrell.
Segundo ele, pesquisas recentes mostram que a mdia tradicional pode ser
mais engajadora, e que leitores tendem a registrar melhor a informao
veiculada em revistas e jornais impressos do que a partir de contedo on-line e
mvel.
A declarao de Sorrell est sendo vista como uma guinada nos atuais rumos
do mercado de mdia em todo o mundo, num momento em que a plataforma
digital foi eleita como aposta para investimentos, projetos e publicidade.
muito importante que um dos maiores nomes da propaganda mundial faa
esse reconhecimento da fora da mdia impressa. Sobretudo porque jornais e
revistas tm como principal fonte de receita a publicidade avalia Ricardo
Pedreira, diretor executivo da Associao Nacional de Jornais (ANJ).
Ele destaca que os jornais, principalmente, tm fora nas duas plataformas,
impressa e digital:
Nunca se leu tanto jornal quanto hoje, o universo de leitores cresceu,
incluindo as pessoas que leem o noticirio dos jornais em plataformas mveis.
Orlando Marques, presidente da Abap, associao que rene as agncias de
publicidade no Brasil, faz coro com Pedreira.
Todo mundo est preocupado com o negcio digital. importante e veio
para ficar. Mas ainda no temos comprovao dos resultados. A mdia
tradicional comprovadamente eficaz. Traz muita confiana e credibilidade ao
contedo veiculado.
No se trata, alerta ele, de dar um passo atrs e abandonar os avanos e
investimentos no digital. Mas de usar as duas mdias de forma complementar,
em vez de encarar o meio eletrnico como antagnico ao tradicional.

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