orientais e sul-americanos chorando. Corpos desnudos, a adolescente vietnamita fugindo da paz norte-americana; estudante chinês de braços abertos na Praça Vermelha enfrentando tanques de guerra.
É sempre assim: a mulher pobre violentada por
não ter direito ao seu próprio corpo.
É sempre assim: 174 o itinerário da morte dos
excluídos.
É sempre assim: meninas virgens grávidas
esperando o retorno do anjo e a bênção do bispo.
É sempre assim: a blasfêmia do apresentador de
TV diante da limpeza do ano velho pelos garis.
É sempre assim: a corrupção escondida nas meias
como presente de Natal.
É sempre assim: o ódio burguês dos intelectuais
derramado na incontinência das frustrações materiais.