PROVA 139/5 Pags. EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDARIO 12. Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.° 286/89, de 29 de Agosto) Cursos Gerais e Cursos Tecnolégicos Duragio da prova: 120 minutos 2. FASE 2004 PROVA ESCRITA DE PORTUGUES B Esta prova é constituida por trés grupos de resposta obrigatéria. Néo 6 permitido 0 uso de dicionério. VS.FF. 39/1GRUPOT Leia atentamente o seguinte texto: 1309/2 10 Xxil Como quem num dia de Vergo abre a porta de casa E espreita para 0 calor dos campos com a cara toda, As vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa Na cara dos meus sentidos, E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber Nao sei bem como nem o qué... Mas quem me mandou a mim querer perceber? Quem me disse que havia que perceber? Quando © Vero nos passa pela cara Améo leve e quente da sua brisa, 6 tenho que sentir agrado porque é brisa Ou que sentir desagrado porque & quente, E de qualquer maneira que eu o sinta, Assim, porque assim o sinto, 6 que isso 6 senti-o. Alberto Casio, «O Guardador de Rebanhos», in Poesia, Lisboa, Assirio & Aivim, 2001Apresente, de forma estruturada, as suas respostas a0 questionério. 1. Releia os primeiros quatro versos. Caracterize a percepgao que 0 «eu» tem da «Naturezay. 2. Descreva 0 estado de espitito do «eu» tal como & expresso nos versos 5 @ 6. 3. Explicite a relevancia das perguntas que constituem a segunda estrofe. 4. «Quando 0 Verao nos passa pela cara / A mo leve e quente da sua brisa» (w. 9-10). Refira dois dos valores expressivos da personificago presente nos versos transcrites. 5. Comente o sentido do ultimo verso enquanto conciusao do poema. GRUPO TI Num texto expositivo-argumentativo bem estruturado, de cem a duzentas palavras, refira a importancia da representagao do quotidiano na poesia de Cesario Verde. Fundamente a sua opinigo com argumentos decorrentes da sua experiéncia de leitura de poemas deste autor. Observagées: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequéncia delimitada por espagos em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hifen (ex: /dr-se-al). Qualquer nimero conta como uma dnica palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (« (2004/). 2. Um desvio dos limites de extensao indicados implica uma desvalorizagao parcial do texto produzido. VS.FF. 139/3810 15 20 25 30 GRUPO II Resuma 0 excerto a seguir transcrito, constituldo por trezentas e cinquenta e sete palavras, num texto de cento e cinco a cento e trinta palavras. ‘Antes de iniciar 0 seu resume, lela atentamente as observagdes apresentadas em final de pagina. Entre os povos primitives, 0 céu era frequentemente encarado como outro mundo, situado acima da Terra. Essa maneira de pensar levou & ideia de que no céu haveria também planicies, povoadas por espiritos considerados seres supremos. Tal analogia conduziu, em casos extremos, a ideia de que o céu teria também o seu proprio céu. Entre os mitos de muitos povos, é comum a suposigéo de que o céu e a Terra se encontravam inicialmente muito proximos (concepgéo do abrago original) e que depois se separaram. Para justificar a elevagao posterior do céu, imaginaram-se varias explicagdes: Gigantes que elevaram o céu sobre os seus ombros; uma serperite que se ergueu, levantando o céu nos seus anéis; plantas que cresceram prodigiosamente e afastaram 0 o&u da Terra, Estas tentativas de explicagdo desempenharam para os primitivos um papel semelhante nossa curiosidade cientifica. No entanto, as suas ideias sobre o Universo eram excessivamente influenciadas pelas aparéncias, apoiando-se no testemunho, muitas vezes enganador, da percep¢ao imediata. [...] Por este motivo, as primeiras concepgdes sobre o Universo sao fundamentalmente geoestéticas, isto é, admitem que a Terra esta fixa, eventualmente apoiada em algo. Sdo também concepgdes geocéntricas, pois consideram que a Terra ocupa o centro do Universo, movimentando-se o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas em torno dela. As estrelas, muitas vezes imaginadas como um cenério permanente de fogueiras distantes ou como almas que ascendiam ao céu, permitiam, apesar de tudo, referenciar as posigdes dos astros que mudavam de posi¢do [...]: 0 Sol, a Lua @ os planetas. Os povos da Antiguidade rapidamente se aperceberam da vantagem de agrupar as estrelas em constelag6es, o que permitia identificd-las posteriormente com maior facilidade. As posig6es relativas das estrelas sugeriam-lhes figuras no céu que, com grande imaginagao, foram associadas a representagdes de animais, de herbis e outras figuras lendarias, de que ainda hoje restam vestigios nos nomes actuais de muitas das constelagdes. Também os planetas, sem excepgao, receberam nomes de antiges deuses, tradig&o que chegou aos nossos dias. No entanto, paralelamente a esta imaginagéo exaltada, alguns povos desenvolveram calendarios, cujo rigor hoje nos espanta, e conseguiam prever alguns eclipses e até as posigdes aproximadas dos planetas. Maximo Ferreira e Guilherme de Almeida, Introdugéo @ Astronomia 8 Obsorvagées Astronémices, 2. Ed., Lisboa, Pistano, 1995 Observases: 4. Hé uma tolerancia de quinze palavras relativamente ao total pretendido (noventa palavras como limits minimo, @ canto @ quarenta @ cinco como limite maximo). Um desvio maior implica uma desvalorizagao parcial do texto produzido. 2. De acordo com o critério de contagem adoptado nesta prova ~ ja explicitado no grupo Il -, 0 fragmento ‘a seguir transcrito 6 constituido por nove palavras: «As/ posig6es/ relativas/ das/ estrelas! sugeriam-thes/ figuras/ nol cul. FIM 139/4COTAGOES DA PROVA .. 100 pontos : 20 pontos Conteudo (12 pontos) Organizagio ¢ correcgao linguistica (8 pontos) 20 pontos Contetdo (12 pontos) Organizagao e correcgao linguistica (8 pontos) . 20 pontos Contetido (12 pontos) Organizago e correcgdo linguistica (8 pontos) 45 pontos ‘Contetido (9 pontos) Organizago e correcgéo linguistica (6 pontos) : .. 25 pontos Contetido (15 pontos) Organizago e correcedo lingutstica (10 pontos) GRUPO 40 pontos. Contetido.. Organizagao e correcgao linguistica GRUPO II .. .. 60 pontos Contetide ... Organizago e correcgéo lingulstica Total . 200 pontos 13915