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Atividadle para Criago © Gesto de Pequenas Empresas ~ Tl Periodo tarde 4? feira 13h00 ~ 14h10 Entregar para o Prof, Douglas Filenga na aula do dia 13/5/14, Orientagaes: A partir do texto anexo, elaborar as competéncias necessarias a0 empreencledorismo relacionado & abertura de um pequeno empreendimento na area de TI para prestacio de ica servigos de inform Quais e de que maneira estas competéncias interferem no empreendedorismo na érea de TI como prestacdo de servigos nos pequenos negécios? Espera-se cerca de 2 folhas contendo esta anilise descrtiva Texto: Colocando luz em quem tem inosas”: Competéneias do Empreendedor de Base Tecnoligica xa Lacombe Autoria: Grace Vieira Becker, Beatriz Maria Br idéias Iuminosas’ Colocando Iz em quem tem Competéneias do Empreendedor de Base Teenoligiea Autoria: Grace Vieira Becker, Beatriz Maria Braga Lacombe Este trabatho estucla empresas incubadas, ou seja. pequenas empresas que nascem em fuangaio de uma idéia inovadora ~ um produto tecnologicamente nove ~ & que se instakam em um incubadora de base fecnolégica. Com a finalicade de auxiliar futuras ages da incubadora. foi izadla uma pesquisa com os empresirios na fase inieial de formagao de suas empresas. sendo os daslos obtidos analisados & luz dos conceitos ofereciclas pelos estudos. sobre competéncias individuais (em especial, Le Boterf, 1998: Ruas, 2001). O estudo das empresas em incubadoras de base tecnokigica sob a abordagem da gestaio de competéncias demonstra ser uma metodologia que pode ausiliar a identificar os problemas diversos © complexos que enfrentam os empreendedores na constituigsio de suas empresas. Os resultados mostram que, mesmo nessa fase inicial do projeto (quando o desenvolvimento da tecnologia parece ser primordial), a principal competéncia a ser desenvolvida pelo incubado é ‘agir de forma empreendedora’, Ao final do trabalho, foram construidos quadros tedricos onde essa competéneia é detalhada de acordo com os diferentes graus de complexidade encontrado nos esirios ¢ consultores entrevistades. rea A capacidade de inovagao e o desenvolvimento da teenologia tém sido temas muito presentes na fiteratura sobre gestio empresarial (Quinn, 1992: Hamel e Prahalad, 1990). Considerados elementos essenciais busca pela competitividade por parte das organizagdes, também podem desempenhar papel central no posicionamento do pais frente ao contexto globalizado e de acirrada competigio transnacional (Fillion, 1999: Dolabela, 1999a: Bolland e,Hofer, 1998). O desenvolvimento da inovagao ¢ da tecnologia pode acontecer de duas maneiras distintas e que tém diferentes implicagdes em relaglo a gestio das organizagdes: (a) surgem dentro das organizagdes. ¢ ai a preceupagao da gestio e da literatura tem sido em como desenhar ¢ imptantar modetos & processos que estimulem a criatividade, a inovagdo & o desenvolvimento de novos produtos € solugdes para clientes (Tid et al, 1997; Dunphy et al.. 1997): (b) pela iagdo de novos negécios ~ novas empresas ~ €. nese caso. a literatura ests mais voltada para’ os aspectos do empreendedorismo (Dolabela, 1999a: Fillion, 1999). Nessa literatura, ainda que no mencionadas explicitamente, se estudam as competéneins que precisam ser articuladas para que a inovagio, o desenvolvimento da tecnologia e, conseqiientemente, organizagdo, tenham sucesso. Num primeiro momento desta pesquisa. com a finalidade de se abter subsidies para orientar as fituras agdes da ineubadora, havia o interesse de estudar empresas que foram eriadas para produzir um novo produto ~ uma inov: e, mais especificamente. que nasceram dentro de incubadoras de base teenologica, sob a perspectiva da gestio de competéneias, Entretanto, a partir das primeiras entrevistas. pereebeu-se que em empreendimentos desta natureza € em estigio embriondrio de desenvolvimento, eriador & rialuraapresentavam-se indissoetiveis. ou seja. as competéncias do negécio eram as competéncias do empreendedor. Desta forma, © objetivo do trabalho se focalizou na andilise das competéneias desses empreendimentos de base fecnokigiea na fase inieial de incubagae, especial la pessoa do empreendedor, suas qualificagdes ¢ competéncias ¢ 0 ficado da criagio de uma empresa no seu historico de vida profissional, Dessa maneira, 0 estudo se estrutura da seguinte forma: apés esta introdugao, € feita uma breve revisio dos de gestao de competéncias e¢ como se aplicam ao empreendedor © a0 conceitos desenvolvimento de sua empresa e vida profissional © a empresa de base tecnoligica: em sevtiida so apresentados ¢ analisados os resultados da pesquisa realizada no CIETEC — Centro de Incubagao de Empresas de Tecnologia, localizado em Sao Paulo: por fim, com base thos resultados obtidos e na sua anilise sob 0 enfoque das competéncias. propde-se um quadro que sintetiza as competéneias especiticas bem como seus desdobramentos na primeira & segunda fase dos incubados nia modalidade de Hotel de Projetos. 2. Explorando 0 Conceito de Competi contribuigdes: da fiterat de recursos 2.4 Dimensfo Individual de Competé ins: do estoque & mobilizac A utilizagdo do conceito de competéncia no contexto organizacional ganha maior forga a partir dos trabalhos de McClelland. no inicio da década de 70, ¢ de outros autores norte americans como Boyatzis (1996) ¢ Spencer & Spencer (1993) nos anos subseqiientes. Esses autores, no entanto, apresentam a competéncia como /purt, ot as qualidades requeridas para 0 exercicio de um cargo (Fleury. 2002), conceito que nde consegue explicar ou operacionalizar o exercicio do (rabalho (ea qualidade desse trabalho) das pessoas nas organizagdes que hoje ‘operam em um contexto dindmico e incerto, Dutra (2001) propoe a competéneia como ouipr, ow seja, « anilise da agregagio de valor e da efetiva entreza do individuo, O deslocamento do cencial da nogao de competéneia do cargo para o individue implica numa nov forma, o significado de competéneias adquirit eixo re maneira de se “manusear” 0 concetto. De vida propria no sentido de ser flexivel, dinimico e em constante transformaga. Contribuindo para a “atualizagio” do conceito, Zarifian (1996) destaca que competéncia implica numa atitude social € pessoal do profissio sumir responsabilidades frente a0 Lrabalho. estabelecenco um distanciamento critico em relagio as suas ages. Ressaltando a dinamica da aprendizagem na nogio de competéncias, Zaritian apres conceito que relaciona a competéncia a um entenclimento. pritico de situ conhecimentos adquiridos (no se trata de empregar um conhecimento aulquirido e sim saber mobilizi-lo em fungio da situagdo) ¢ os transforma na medida em que aumenta a diversidade situagies do trabalho (Zarifian, 2001). Uma idgia que apresenta-se embutida no conceit de competéncias € 0 significado de evento, ot seja, a nogio de que as situagdes de trabalho silo revesticas de singularidade & imprevisibilidade, exigindo uma capacidade do profissional de mobilizar conhecimentos especificos preexistentes priprios para aquele tipo de atividade Nesta mesma linha de Zarifian. esti o conceito de competéncia de outro francés. Em poucas palavras. pode-se afirmar que Le Botert (1998) explica competéncias como um saber agit Fesponsdvel que € reconhecido através da mobilizagio. articukagao, transteréncia e integrago dle recursos (conhecimentos. capacidades) numa situagdo profissional especitica. Le Botert afirma que a competéncia aparece na ago do individuo € nio existe antes dela, O autor destaca ainda que a competéncia € © resultado do eruzamento de Wes dimensies: © sujeito (biografia, socializagio). sua situagio profissional € situagio de formagiio, Ruas (2000) complementa, salientando que “a competéncia nao se localiza no ambito dos recursos, mas nat mobilizagio destes recursos &, portanto, ndo pode ser separada das suas condigdes de aplicacio” (Ruas, 2000, p. 2) ‘Com bases nos estudos de Le Boterf, Ruas (2001) desenvolveu um feferencial que permite a wanizacio, definigto e visualizagio dos chamados recursos da competéneia. Segundo Ruas os recursos de competéncia sito atributos associadas ao individuo ¢ ao ambiente, que devem set mobilizados num contexto especifico e real da situagao de trabalho. A preocupagae do autor esti em construir determinadas referencias que possibilitem aos profissionais um eno local de trabalho, se apoia em entendimento sobre as demandas, em termos de recursos. na Definidos estes recursos 0 profissional poder’ idemtificar em quais deles necessita de aperfeigoamento © perecber mais claramente as situagdes de trabalho onde sua contribuigao & ais efetiva. A proposta do autor esti detathada na Figura | eno Quadro Ia seguir: Figura 1: Recursos da Competéneia ¢ Desdobramentos Possiveis SAHER FAZER (astiaes) Quadro 1: Explicativo dos Recursos da Competéncia FUNCOES Conheser 0 elementos do ambiente, a fim de poder amar de mane axdequads, Saber compreender e analisar as simagdes em que atin & Wath sistematicamente (métoeo), ‘Conecer os mélodos. procedimentos e nonmas associados a sas Tas ides peracionais Experiénc Profissional Associada ‘Atributos Profissionais | Saber perceher © apropriay aspectos que no Sao expliciados nas nommas, provedimentos © métodos, mas que esto. presentes vas atividades| profissionais,(eonhecimentos tcitos). "Atvibutos. que petmilem agir, comprometerse © Felacionar=se de Torna adequadda em sua atividade, Saber colocar em ago os eonhecimentos neg jos simagio Atributos Pessoa Fonte: Ruas (2001) Assim como Ruas, outros autores brasileiros estio mobilizados no sentido de contribuir na construgio e aplicagaio da nogio de competéncias (Fleury, 2002: Dutra. 2001, entre outros). 0 difereneial no conceito desenvolvido por Fleury & Fleury (2000) foi justamente destacar que a competéncia s6 efetivamente existira no momento que algum valor econdmico & organizagao ¢ Valor social ao individuo (Fleury & Fleury, 2000. p.21) 2.2 As Competi \s Pessoas. ws € 0 Desenvolvimento d 1s Organizages Partindo do conceito de complexidade apresentado por Jaques e Cason (1992) ¢ levando em. conta os conceitos de entrega € espago ocupacional, Dutra (2001) propse algumas formas de aplicagao e instrumentos para uma gestio com foco em competéneias, que integra as diversas fungdes da gestdio de pessoas e. ao mesmo tempo, atende as necessidades da organizagiio em. termos das competéncias essenciais a0 sucesso do negécio. A administragao das earreiras com, base em graus de complexidade e competéncias, por exemplo, esté intimamente vinculada aos sistemas de selegao, treinamento e remuneragao. Nessa forma de gestio, estabelecem-se os einos de carreita que sido atrelados aos processos ndamentais da empresa ~ administrativo, gerencial, tecnologico, mereadoligico, e assim por diante, Para cada eixo definemese as principais competéncias a serem desenvolvidas. que sto detalhadas em fungio de um continuum de ages, capacitagSes. conhecimentos & habilidades que vio desde um grau mais simples de complexidade até graus de complexidade maxima dentro da organizagde. As pessoas sic, entao, alocadas a um determinado nivel dentro de um eixo de carreira e vao se destocando ao longo daquele eixe de acordo com o aumento da complexidade do trabalho desempenhado e da entrega efetiva. Esse desenho permite, ainda, que as pessoas mucem o direcionamento de suas earreiras. do eixe tecnolbgico para gerencial, por exemplo, uma vez que contempla graus de complexidade semelhantes entre os eixos propostos 3. 0 Empreendedor ‘ino meio” ou “entre © termo entrepreuner vem do Francés © significa “o que e compradores”, Um dos primeitos empreendedores que se tem noticia foi Marco Polo, que tentou estabelecer rotas de comercio, Conforme salientam Hisrich © Peters (1992), durante todo © periodo que vai da Made Média ao século XX. a figura do empreendedor esteve principalmente relacionada ao risco. A nogao do empreendedor come inovader veio com \drio Schumpeter que propoe que “a fiungo do empreendedor é reformar ou revolucionar 0 | de produgio por meio da exploragfio de uma invengdo ou. mais genericamente, uma possibilidade (eenoligica ainda nao tentada para produzir um novo bem ou para produzir um bem antigo de uma novi maneira...” (Schumpeter apud Hisrich e Peters. 1992. p. 8). Hisrich © Peters (1992) ressaltam que todas as definigdes de empreendedores ineluem as caracteristicas de: (a) iniciativa: (b) ot io ou reorganizacio de mecanismos sociais ou econsimicos para tornar recursos € situagdes em pritica e (c) a aceitagdio do risco ou do, fracasso. Os autores definem empreendedorismo como “o proceso de criar algo diferente com valor dedicando tempo ¢ esforgo necessirios e assumindo 0 acompanhamento da siluagio financeira, 0s riscos sociais & psiquicos & recebendo os resultados em termes de satislagao pessoal e recompensas monetirias” (Hisrich e Peters. 1992, p. 10. A literatura vem estudando 0 empreendedorismo como resultado de caracteristicas pessoais, > empreendedora seria encontrada em individues com alto graw de necessidade de independéncia ¢ com capacidade e vontade de assumir riscos. No entanto, conforme aponta Dolabela (1999). os resultados de pesquisas no permitem conclusies, detinitivas. tanto pela falta de comparabilidade entre empreendedores € nao empreendedores como pelas proprias condigées enfientadas, Diante dessas contradiges, 0 autor, assim come muitos outros, vém sustentando que a postura empreendedora & muito mais fungdo de a nente uma caracteristien inata, @ que leva A noche de que pode ser desenvolvida Fillion (1999a) propde que o empreendedor & algugm que tem uma visio projetada no futuro do que pretende fizer em termos de produto ¢ empresa. O autor ressalta a importineia da auto-imagem como fonte de criagao e elemento de suporte a visio. Isso porque 6 auto-conceito refere-se ao julgamento que o individuo faz de suas habilidades para executa uma determinada tareta. Essa percepsao ajuda a definir que atividades vai desempenhar. em quais ambientes. com que persisténeia ¢ esforgo. Sendo, portanto, especifica para cada situagao. © trabalho de Fillon (1999) permite que seja inferida uma relaga empreencedorismo ¢ 0 conceito de competéncia apresentado por Le Boterf (1998). a0 apontar wile empreendedora que. ao fazer frente fs ntemente revista e adaptada, novos papeis aniza a imagem reo estado do a perspeetiva dinimica de que se reveste a mudan ios. precisi ser consta as € novos des su ido com a evoltigtio dos seus negécios, Dentro dessa linha, ser empreendedor signi mais do que reunir um conjunto de quatidades, & ter a eapacidade de aprender o que fo e realizar uma visto, Da mesma maneira, © dominio das -apaz de def necessiirio para desenvolve ferramentas gerenciais € visto como conseqiiéneia do aprendizado de alguem € criar contestos. Em termos de habilidades. Dolabela (1999) cria uma tipologia para o empreendedor. mostrada no Quadro 2. a seguir: Quadro 2: Contetido e Habil Contetido = Rnon-why (motivagbes. ates, valoresy AuroconTiangs, —_motivagao part realizar perseveranga, vontade do risco Knowhow thabilidades) Habilidades tenicas Know-who relagdes) Hobifidade para networking Know=ivhen (oportunidadey Eyparigncia i Know-whal (negicio) Percepeio de opertunidades Fonte: Dolahela, 1900{a), pall E interessante observar os elementos comuns as definigdes «do empreendedor — ¢ as stias caracteristicas e habilidades ~ e as definigdes sobre competéncias encontradas na literatura, Todos os elementos a definigao de competéneia elaborada por Le Botert (1998) estzio presentes na eonstituigo do empreendedor apresentado por Dolabela (199%) e Fillion (1999), A idéia de que a competéneia acontece na agio € que, portanto, sintetiza ndo apenas 0s conhecimentos de uma pessoa mas também o seu auto-conceito, a sua historia de vida pessoal € profissional ¢ a siltiagde especifica sendo vivenciada, aparece de maneira clara na definigaio da atividade do empreendedor dada pelos autores, Essa coincidéneia reflete. na verdade, a necessidade de alto grau de empreendedorismo na gestao das organizagies — 0 intrapreendedorismo — que vem modificar a maneira pela qual as pessoas siio selecionadas, avaliadas ¢ remuneradas. 3.1. 0 Empreendedor de Base Teenolégiea em empresas lucrativas, reduzindo os riscos durante © periodo inicial de formagao do novo empreendimento (Souza, 2001). Langado pelo Governo Federal, em 1998, 0 Plano Nacional de Apoio a Incubadoras de Empresas (PNI) define incubadoras como sendo instituigdes que se destinam a apoiar 0 empreendimento de micro € pequenas empresas. eriando condigies para seu o creseimento € desenvolvimento, Medeiros e Atas (1996). afirmam que o grande objetive das incubadoras & “estimular a eriagdo e © estabelecimento de empresas oferecendo ambiente apropriado © dotando-as de maior eapacitacdo técnica e gerencial” (Medeiros e Atas, 1996, p. 19), Quanto ao empreendedor de base teenologiea, Tidd et al. (1997) ressaltam que o inicio ea gestao dessas empresas diferem das demais porque so, em geral, formadas por pessoas de alla qualificagae, requerem vullosos investimentos ¢ sto caracterizadas pelo maior risco tecnico e de mercado, Essas empresas se desenvolvem, em sua grande maioria, em torno de tuniversidades ou! ao redor de grandes empresas que investem pesadamente em pesquisa. como a Xerox PARC ou a Bell Laboratories, que deram origem a Fairchild Semicondutors que. por sua Vez, yerour empresas como Intel, Advanced Memory Systems e Teledyne. Essas empresas recém-formadas tendlem a se concentrar geosraficamente perto da organizagdio-mae e umas, das outras por razies téenieas € de ordem pessoal (quando as pessoas eomegan umn ‘vamiente do emprego anterior). © que thes properciona iniimeras vantagens acaba por formar areas geogriticas especializadas em determinadas tecnologias. A taxa de mortalidade dessas empresas € bem menor que as das demais pequenas empresas. Nos Estados Unidos. os dados sao de 20 a 30% para um periodo de 10 anos apés a fundagao contra 80% para os outros tipos de noves negécios (Tidd et. al, 1997, p. 340). Uma das explicagdes para essa maior taxa de Sobrevivencia € justamente a dificuldade inieial encontrada, ow as barreivas & entrada, em termos de expertise técnica € capital: uma vez veneida essa etapa inicial, as chances dle sobrevivencia sdo grandes. as. com empresas de hase tecnoldgica levam Roberts (1991) a sustentar que, Jo determinantes do sucesso. alguns fatores parecem estar presentes em grande parte das empresas bem sucedidas. Entre eles, o autor destaca algumas caracteristicas do fundador grau de necessidade de realizagio sem ter said e| experigncia anterior como supervisor: um allo necessidade moderada de poder: a existéncia de séeios: por fim, o autor acredita ser essencial que o fundador tenha um profundo conhecimento da tecnologia, mas diz que. em geral. os fundadores com Ph.D. siio menos bem sucedidos do que aqtieles que posstiem apenas o grau de mestre (2 excegao dos biomedices). O autor também aponta a vantagem competitiva que advem da tecnologia em si sendo desenvolvida, uma vez que a empresa recém-criada ter’, provavelmente, poticas vantagens comparativas em termos dle marketing. nizagio do trabalho, etc. Desa maneira, quanto mais inovadora for a teenol chances de um bom comego. No entanto, 0 autor salienta a necessidade de se comegar a empresa com a orientagdo para o produto. ou seja, com a alengaio voltada para o desenvolvimento de pesquisa aplicada a um produto especifico a ser langado no mercado. Os resultados de suas pesquisas apontam que desenvolverprodutos especifics € melhor negdeio do que apenas oferecer servigos inovadores. Pode-se dizer. portanto, q preendedor dle base tecnolog técnico para o desenvolvimento do produto inovador e as qualidades do empreendedar. orga produto sendo desenvolvido, maiores serio isa reunir @ saber 4A Pesq) Este trabalho esti foealizado no estudo de uma Incubadora de Empresas de Base Teenoli situada em Sao Paulo, o CIETEC. Incubadoras de Empresas de Base Tecnole: intensivas em tecnologias, ou seja, aquelas que tem como matéria prima o conhecimento. Segundo Medeiros ¢ Atas (1996), neste tipo de Incubadora 0 valor agregado de produtes & fortemente baseado em conhecimentos & 0 peso do insumo tecnologia supera os custos de materia prima ou de mio de obra, Mais especificamente. @ trabalho focaliza as competéne do empreendedor na modalidade de ineubagio Hotel de Projetos do CIETEC. Esta modatidade apoia empreendedores que detectaram una opertunidade de negocio, mas que niio posstem condigdes suficientes para o inicio imediato do empreendimente. Atualmente o CIETEC apresenta trés modalidades de incubagio; Hotel de Projetos. Empresa Residentes. © Empre » Residentes (Assoeiadas). Estas modalidades represer basicamente, diferentes estigios do desenvolvimento do negicio da empresa e serio exploradas a seguir, a fio aquelas 4.1 Objetivos ¢ Justificativ: da Pesq a A. pesquisa tinha como objetivo inicial estudar, sob a perspectiva da abordag competéncias. as empresas da categoria Hotel de Projetos. a fim de se obter subsidios para orientar as futuras ages da geréneia do CIETEC, No entanto, com @ desenvoly estruturadas foram realizadas tanto om es trabalho de campo, onde entrevistas semi consultiores do CIETEC quanto — © principalmente ~ com os empreendedores. foi-se percehendo que as competéncias da empresa nesse estigio eram, na verdade, as competéneias de uma pessoa em especial ~ © empreendedor de base tecnoligiea. Ainda que muitos deles tivessem sécios. pde-se observar 0 quanto do andamento da empresa dependia da pessoa do empreendeder. que detém 0 conhecimento da tecnologia inovadora sendo desenvolvida. Essa mou-se fanto para os inieiantes ~ que haviam ingressado no CIETEC hi ir do Hotel © se tornarem Empresas pereepedo con! pouco tempo — como para aqueles ja prestes as Residentes, Dessa maneira, procurou-se investigar ¢ identificar quais do empreendedor de base fecnokigiea na cat seriam as especiticidades, em termos oria Hotel de Projetos do De acordo com um dos consultores entrevistados, esta primeira fase de estadia no CIETEC ~ que poder durar até 18 meses ~ é fundamental para o desenvolvimento de competéncias lo empreendedor pois € quando se di o inicio efetivo da empresa, Neste momento, © que era apenas uma idéia passa a ser um projeto sistematizado, com um Plano de Negécios. prazos e metas a serem cumpridos. A aprovagtio da empresa no CIETEC significa que a idéka do empreendedor fem grandes chances de se tornar técnica € economicamente viével, uma vez que 0 projeto € analisado por especialistas de diferentes reas para que possa ser aprovado ingressar na incubadora, Ademais. o periodo pasado no Hotel para o desenvolvimento do protitipo do produto & uma fase decisiva para a empresa que, se no consegue cumprir essa etapa, teri que fechar as portas, Portanto. havia grande interesse pela geréncia do CIETEC na identiticagao das competéncias do empreendedor a serem desenvolvidas neste estigio a fim de subsidiar as acdes gerenciais do proprio CIETEC bem como a dos empreendedores ali estahelecidos e desta forma, garantir a maior chance possivel de sucesso para 0 empreendimento, Este sucesso se traduz tanto na elaboragio de um prototipo, quanto em novas competéncias do empreendedor para viabilizar maiores investimentos na produgio comercializag’o de seu produto, Tendo conquistado este nivel de amadurecimento, 0 profissional estar’ apto a transformar © negécio em Empresa Residente, © que garantird sua sobrevivéncia e crescimento no mercado de atuacao. 4.2 Metodologia da Pesquisa ndo © entendimento analitico em A metodologia utilizada & de natureza qualitativ que a manifestagao pritica do fendmeno em questo se da. A abordagem da competéncia como owpur ou como o resultado da ago pressupde que ela seja passivel de observagio & avaliagao, No caso desta pesquisa, adotousse a premissa de que cada experiéneia viveneiada no Hotel — bem ou mal sucedida — dos incubados poderia constituir um exemplo de competéncia colocada em pritica e que esses relatos poderiam auxiliar os consultores. do CIETEC a orientar suas agdes em siltiagdes Tuluras. Buseava-se. também, identificar alum pado para as agdes bem sucedidas, que pudesse ser comunicado € trabalhade come uma competéneia especifiea. Sao considerados bem sucedidos os negdeios que conseyuem desenvolver um protstipo do nove produto tenham perspectivas asseguradas de financiamento da primeira fase de produgiio ~ a proclugao em pequenos lores Para tanto. o trabalho de campo foi conduzido por meio de entrevistas semi-estruturadas, com os consultores do CIETEC e com os proprietérios das empresas. As entrevistas ales realizadk foram gravadas e transeritas para andlise posterior. As duas pesquisadoras estavam press ‘em todas as entrevistas a fim de se fentar garantir, ao mesmo (empo, maior impareialidade na avaliagaio das respostas como também que cada pergunta fosse maximamente explorada em sta resposta. Foram entrevistades oito in Destes oito. quatro eram emprestirios que esta tempo ~ até 3 meses — e que ainda estavam na fase de ambientagio e explora do CIETEC, desenvolvendo o prototipo. Os outros quatro ineubados eram aqueles que ji haviam completado a fase de desenvolvimento do prototipo (assegurado a viabilidade teen se-mudir © tornarem-se Empresas Residentes. A opgaio pelas entrevistas com os dois grupos deu-se em fungao da impossibilidade, dado o tempo disponivel para a realizagao do trabalho ~ de se fazer um estudo longitudinal com os mesmo entrevistados ao longo de toda a suit perm Hotel. por exemple. Optou-se pela elaboragdo de perguntas que. ao invés de investigar a opinidio direta dos empreendedores sobre a 1m ser importantes para o sucesso ¢ empresa (0 que pressupde a definigao do conceito de competéncia. provedimento que poderia conduzir a resultados incertos), 0s levassem a contar a histéria de como surgiv a idéia do produto © da empresa, como € por que eles decidiram se instalar no CIETEC, qual a sua experigncia profissional anterior, como a empresa estava estruturada, quais foram os principais desafios encontrades © come foram contornados, @ assim por diante. Dessa maneira, acteditava-se que as competéncias articuladas em torno da empresa poderiam ser inferidas dos relatos. Fica claro que o método utilizado pressupde a interpretagdio das falas dos entrevistades pelas pesquisadoras. Essa interpretagio foi feita a luz das teorias sobre competéneias. que foram brevemente apresentadas no inicio dese trabalho. bem coma da literatura sobre 0 empreendedor como foco no desenvolvimento de inovagdes ¢ da tecnologia. ubados, de um total de 14, na modalidade Hotel de Projetos. am no estigio Hotel de Projetos ha pouce dos recursos do produto) & que est portanto, prontos 4.3 Ap entagio € Amilise dos Resultados Pesquisa AS entrevistas iniciais foram realizadas com os consultores do CIETEC, onde foram levantadas (i) as informagies referentes aos aspectos formais para a entrada e permanencia das empresas na incubadora: requisites para o empreendedor. legalizagdo de papéis junto a Srgios publieos. ete.: (ii) as informagdes sobre as agdes do CIETEC (como por exemplo. quais 05 principais instrumentos estio disponiveis para ajudar os empreendedores): e (iii) percepgdes dos consultores quanto as facilitadores e dificultadores encontrades pelos ineubados. Com base nesses dados ¢ na fiteratura sobre competéncias, foi elaborada uma fa que fornece um panorama dos eixos desenvolvides pelos incubados durante s no CIETEC. O fundo azul ressalta @ foco do trabalho sobre a Modalidade Hotel permanéneia de Projetos. Figura 2: Panorama do que se espera dos Incubados ne CIETEC 9 GRAFICO GRATICOR: 2B —_INcuBADOLOGO QUE ENT QUE SF ESPERA QUF 0 INCLBADO } HOTEL DE PROJETOS DESENVOLVA NO HOTEL DE PROJETOS Bg £5 2 : aan | Tempo Tempo GRAFICO 3: GRAFICO 4: QUE SEESPERA QUE OINCHBADO 3 O.QUE SE ESPERA OLEO NcUMADO DESENVOLVA NA EMPRESA RESIDENTE 2 DESENVOLVA NA EMPRESS ASSOCIADA z 3 Ee a Tempo Amplitude do eixo, Indica os esfongos de atuaao do incubado no eixo EIXO TECNOLOGICO, vbaie Indica o nivel de Peehicakdade —comesiade de stiagio do bade no eiso Relaedo quanto maior a amplinude, imaiores os esforgos a complesidade de atuagio do incubaddo no etso EINO GERENCIAL Indica o compostamento do eixo a0 longo do tempo, nacho do exo EINO MERCADOLOGICO Relaeao : quando aumenta o {empo, aumentam © EINO INDUSTRIAL, amadurecimento do nezbeio © a entreva do incubado Fonte: Elahorado pelas autoras com base nas entrevistas A Figura 2 destaca que. quando entra no CIETEC, o incubado do Hotel de Projetos esti concentrado no eixo teenologico, pois suas earacteristicas esto mais voltadas a um perfil de tecndlogo do que para um de gestor. Até porque, neste estigio o ineubado esti muito n preocupado com a geragao e desenvolvimento de tecnologia agregada a coneretizagio de sua idgia — que mobiliza seus conhecimentos téenicos e operacionais ~ do que no gerenciamento do negocio propriamente dito. Entretanto, € importante destacar que a representagao gritica, mesmo ressaltando o eixo tecnolégico, nao descarta a existéncia neste eixo de agdes ligadas ao eixo gerencial e mercadoligico que, embora incipientes. sao necessirias inelusive para a entrada do Incubado no CIETEC, Para entrar ne CIETEC, o ineubado deve participar de wm Curso para elaboragsio do chamado Plano de Negécies que demanda um referencial. ainda que minimo, de determinados conceitos de gestio de negocio ¢ mercado para o produto a ser concebido, Com a idéia concretizada (na forma de um projeto ou na forma de um prot6tipo) ¢ obtidos os recursos advindos das entidades financiadoras. 0 incubado se transfere para a modatidade Empresa Residente, onde contaré com um espago maior para poder armar as “baneadas necesstirias para a conteccao de sew produto. Com recursos financeiros e maior espago fisieo. intensiticam-se. nesta modalidade. as atividades relacionadas a produgao ¢ venda do produto. © incubado pode ficar nessa modalidade até 21 meses, Dada, portanto, a crescente importincia destas atividades & neste momento que as mesmas adquirem o siarus de eivo. Nesta etapa, conforme apresentado no Grifico 3 da Figura 2. o incubade ¢ incentivado tanto a ampliar e intensificar suas agdes em relagio ao eiNo gerencial, quanto a mobilizar agdes mais efetivas nos eixes mereadoligico ¢ industrial. Pode-se afirmar também que num determinado momento. depois que a idéia ji esta consolidada e comega a ser coneretizada na forma de produto, o eixo teenokigico diminui sua amplitude, Na verdade 0 que se quer representar nao é a diminuigdo da importaneia deste eixo (lundamental no desenvolvimento de um negécio de base tecnolégica) © sim uma concentragtio maior de esforgos do incubado nos outros eiNos. Essa contiguragtio dos eixos & uma tendéneia também nas Empres visto no Gratico 4 da Pigura 2. Nesta fase a empresa tem a preocupagio de produzir e vender tem maior escala. pois apesar de estar ainda vinewlada ao CIETEC. encontra-se fora de suas instalagoes e. desta forma, necessita movimentar uma quantidade maior de recursos para conseguir se manter & conquistar definitivamente seu espago no meread. A partir deste panorama pode-se concluir que cada fase implica o desenvolvimento de nova. competéneias nia empresa: m 1 modalidade Hotel de Projetos que reside a base para um Lransformagao pessoal e profissional do incubado, E neste momento que uma grande mudanga aconlece: © individu comega a romper com sua vida anterior de inventor, tecndlogo uma nova de empresirio, empreendedor. Essa tanstormagio € necessir le porque “no Brasil ndo se financiam idéias, sO econdmica” (consultor do CIETEC), Associadas, conforme JGcios com viabilidade Quanto aos resultados das entrevistas com os incubades, pode-se dizer que: =o xrupe dos iniciantes mostia um alto gran de homogeneidade e, embora os incubacos possam ter produtos em diferentes estigios de desenvolvimento — alguns dos empreendedores comecaram a desenvolver a pesquisa do produto antes da sua vinda para 0 CIETEC com recursos priprios. enguanto outros Vieram apenas com a idgia do produto ede como desenvolvé-lo~ as expectativas eo nivel de informagaio em relagdo ae CIETEC € outros aspectos se assemelham: = as dadlos referentes a0 historico da empresa fevam a erer que ha um longo period de incubacao" da propria idéia sendo desenvolvida: a idéia nasce da experiéneia profissiona do empreendedor que vislumbra uma oportunidade de introduzir_umv nove produto ne Isso significa a competéneia em (a) identificar oportunidades no ambiente. (b) izar a necessidade em um produto ¢ (c) detalhar © produto (0 que & precise para mater que seja produzido), Em geral. a idéia teve um longe periodo embr mais de 5 ou 6 anos. = todos 0 incubados, em geral, demonstram fer grande "Fé" no seu produto, que aereditam ser, no apenas inovador, mas que {rari benelicios sociais aos consumidores: = todos apresentam grande comprometimento com a idgia inovadora ~ © produto ~ © que nao tém vontade nenhuma de assumir a parte gerencial do negécio: = {odes continua exercendo atividade paralela para assegurar a sobrevivéneia linanceira: =o maior problema apontado foi, justamente, conseguir vencer a etapa de precisar ter dois trabalhos e. prineipalmente, conseguir financiamento para o seu produto = os empreendedores procuraram 0 CIETEC. principalmente. por considerarem que estariam sendo auxiliados nessa dificil fase inivial de suas empresas. Segundo 0s relatos. & muito importante a ajuda encontrada no CIETEC desde 0 inicio. com o curse que fazenn antes de se tornarem incubados ¢ a contéegaio do Plano de Negécios. Um deles mencionow mesmo que S6 apés toda essa fase preparatéria € que conseguiu ver o quanto a stia idéia era mal trabalhada anteriormente, Outro entrevistado disse que *o CIETEC vai mostrar 0 caminho pois nenhum curso mostra como 0 conhecimento vira fato econdmico. Os depoimentos do grupo dos ineubados da fase 2 (fase final de incubagao nia modalidade Hotel de Projetos) apresentam mais diferengas. Pica evidente que alguns levaram mais tempo para se adaptarem as regeas ndo explicitas dentro do CIETEC (como onde obter informagoes ou materiais, por exemplo), assim’ come para aprenderem a procurar por parceitos para o desenvolvimento da tecnologia e dos financiamentos necessaries, Hil um grupo que conseeuit efetivamente se envolver com os cemais incubados e desenvolver tuma ‘rede’ de auxilio miituo e fii outros que ficaram mais margem dos aconteeimentos dentro da ineubadora. Os primeiros deram depoimentos mais otimistas € parece que tiveram mais facilidade em vencer mario — por vezes, ‘5 absticulos dessa fase inieial No entanto, o que fica muito claro € a mudanga que essa fase envolve. que fiea evidente quando se comparam os depoimentos dos ineubados das duas fases (Iase 1 ~ inicial na modalidade Hotel de Projetos ¢ fase 2 - final). A andlise das narrativas dos incubados que esti prestes a ser ‘promovidos’ permite identiticar o desenvolvimento «le competéncias que ino esto presentes nas expeetativas dos incubados que esto inieiando suas atividades. Uma delas fica especialmente ressaltada: a competéneia de agir de forma empreendedora. E. embora todos os ineubados mostrassem grande resisténcia em assumir as_fungdes erenciais do nexécio € que os incubados iniciantes acreditassem que o sucesso dependis apenas do desenvolvimento da parte técnica dos seus projetos, os dlepimentos dos incubados dla fase 2 deisaram bem claro que agir de forma empreendedora & um fator de sucesso que permeia toclas as atividades pois. no inicio do negécio € s6 com sum propria eapacidade que © incubado pode contar. A competéncia de inventor nao € suficiente: ele precisa também construir competéncias como empresirio. ALE mesmo os aspectos do desenvolvimento tecnico do produto requerem atitude empreendedora Mais do que a necessidade de conhecimento para realizar esta mudanga € preciso também uma mudanga de atitude do incubado, E sob esta perspeetiva, que o CIETEC deve estraturar sta eontribuicio aos entrantes. Conforme visto na literatura, a postura empreendedora pode ser muito mais fungao do aprendizado do que propriamente uma earaeteristiea inata, 0 que leva a nogao de que pode ser desenvolvida tanto em nivel atitudinal eomo coznitive. Neste sentido. tudo indica que uma das competéncias necessiria ao incubado. inicial de estadia no CIETEC € agir de forma empreendedora conforme apresenta a Figura 3: Desenvolver a Competéncia “Agir de forma Empreendedora GRAFICO I INCUBADO ASSIM QUE ENTRA NO HOTEL DE PROIETOS. GRAFICO 2) © QUE SE ESPERA QUED INCLIBADO DESENVOLVA NO HOTEL DE PROJETOS Desenvotvera 1 Compotanct J °AGIRDE FORMA. ERIPREENDEDOIA, Tempo Fonte: elaborado pelas auras a partir das enteevistas A partir dos depoimentos dos incubados nas duas fases. foi elaborado. para cada situagio, um quadro que detalha a competéneia “agir de forma empreendedora”. Os quadros 3 ¢ 4 mostrados a seguir foram construidos a partir da construgdo de Ruas, sob a influéneia de Le Boterf. conforme apresentado anteriormente na literatura, sobre os recursos cas eompeténcias, Estes clados, interpretados a partir dos relatos dos entrevistados, indicam que existe uma sensivel diferenga na mobilizagao dos recursos de competéncia entre as duas situagdes. Esta realidade mostra que hai dle fato um desenvolvimento dos ineubados nos recursos mobilizados 0 atingimento da competéncia “agi de forma empreendedora” Quadro 3: Recursos da Competéneia “Agir de forma Empreendedora” Fase | HP. ‘Conhecimento de Ambite (lave ceecient do mercado cin fonecees, cetes smpestor cries da ett is; novos mater process cde falco do pra (petto sco pat, noras. vanes e roveenentes Jo a apes large jes € [> CETEC esencotsanenta geacan Pas de ne Comptia AGIRDE FORMS EMPREENDEDORA, | _[ expennciaPrtistonacapnetide de concer mia eres, prem e cnt es | dade | ee | ser, bsa tz ornare arr co pes fener espe ‘ie forma wots pinar cena de arater eto, capac de ever ames comets | gf ones dies sete eee om ‘ributos Pessoa: cratnlale, prse ean, ae dsaios. pte pan age “Gpevtmaddeseveveses chro meting Jo pred, cpacde de veconecet os pigs ees Fonte: Elaborado pelas autoras com base em Ruas (2001) ¢ mas enteevistas Quadro 4: Re ia “Agir de forma Empreendedora’ sos da Competé ineciment de Ambiente, cobs J iran aesedre, ents «ages ge 2 eve encase de ise oabecinenio snes | ‘ene de negocios pst hie die di ctor. operates otctts pelo CIETEC eeu shscunoe acu ‘Conbccimentos Geraive Teves Moneareio Eagio, defini de mise, vanes oes senesson Conecimentos Operacionas: novos mena poceso de fabricigd0 do polo pat ess = -b| ecarans neces cnateuics do poi: nas saree procedets do CIETEC Competénca amcne de nets CTETECY cates gs as roeeits ica rs de meramer svetdes J ce, ela copie de once maa ec states Capi selec sels constants eas Peofsonaks reba copie Je buscar, ulzre coe sess, apele on ‘eprns ies, aber deforma ntsc Heer ees dees, vlan cyte de rma esti e isto dc opr mena fae: tnt ce cer eco ren ‘optida de rene mobizar pes iio pi aha no abit de 3 dep. eit ie tecmeide odo (eo), aces peo who > | Nie tes Pessoa ee de vag, wctatva crise, perseverance tn pontine cece cl defi do ros, cpavhlde Ue ec Fonte: Elaborado pelos autoras com base em Ruas (2001) € nas entrevistas 1. © incubado desenvolve novas atividades complexos & Observa-se que. conforme apontadko na literati dentro de cada tipo de saber e que estes vio, ao mesmo tempo, se tornando mai medida que o negécio vai se tornando viivel. Portanto, a atividade que se inicia com uma simples idgia e crenca de que sera um bom neyécio, vai “tomando corpo” nessa fase, 0 que implica em um acréscimo dle complexidade na ago do incubado. Mesmo entre os incubados que estao para sair do Hotel, foi possivel observar diferentes graus de integragao e articulacao esses recursos. 0 que se refletia de maneira bastante clara no starus do negéeio. Um deles. por exemplo, conseguiu se integrar de tal forma dentro da incubadora que comegout a fabricar pequenas pegas ~ partes do seu produto ~ para outros incubados. o que the garantia uma forma extra de sobreviveneia. A partir dos depoimentos dos entrevistados da fase 2 (especialmente quando indagados sobre © que achavam que poderiam ter desenvolvio ou realizado de methor e sobre o que sentiam falta para aumentar sua seguranga em relago a transferéneia para Empresa Residentep das entrevistas com os consultores, foi possivel construir mais um quadro, que serviria como referéneia dos recursos que devem ser mobilizados para o atingimento da competéncia “gir de forma empreendedora”. O objetivo € utilizar o quadro como um modelo ideal para identificar os recursos que deverdo ser mobilizadas pelos incubados. Vale comentar que ainda que © quadro apresente alguns elementos que serie mais provavelmente desenvolvidos quando a empresa ji tiver passado a Residente, considera-se ser hecessirio trazer esses elementos ao conhecimento do empreendedor desde o inicio do sew projeto, a fim de que ele possa fazer um planejamento que inelua todas as etapas necessiirias no sucesso do seu empreendimento & que possa cuidar de desenvolver as competéneias que cele julgue estarem faltando. Quadro 5: Recursos da Competéneia “Agir de forma Empreendedora” crac: omecens, Conhesineat do Ambit consent do anereados octal “nina evel cence esha et cele ates Js ts azteca ane tputondads oes sl CIETEC e aries Mga eats, conbecmete dos octane dep: ese rege wave atrial por, enters de asc. Couhecimeatos Gerais ¢ Tes: cnhacinetos sve foes da alnstage e scencins Pinon Estate, dela se ms, sake oes eee pian Cane Cm | Competéncin AGIRDEFORM S| EMPREENDEDORS rs wove moles, process de aca, ona pp) tes do prod, evo, chee proces ds CIETEC ols a pro, cade de nist tees cane dakar prjees lmesde neci | | _ [ experincs Pretsiona:cpsene de Copscadeve |p] amen de nego CHETEC) cma fs, gcens cata rise ficken. ewes yee. | >| imernlve de nnn esac. rede de mpremicr expt, | sleiontenis. capcidoe de etsanndas | Atratos Petbshnsis: sas, tar, lz e cnt wv: apc caw os popu tes |_| ratte deel oon recon Aivibtos Pests eas. ita crtehle, seco acct deafos ease sc | seme pr ag opens sc lat def do ah capendae de eset 1s (2001) titi al construgao possibilita o incubado avaliar suas reais necessidades e id ar em quais dimensdes & forte © em quais s. Outra vantagem desta sistematizagio € strumentalizar o proprio CIETEC para que visualize claramente sob quais aspectos deve direcionar sua atuagao no sentido de aumentar a competéncia coletiva das incubadas nesta modalidade Consideragdes © estudo das empresas em incubadoras de base tecnolégica sob a abordagem da gesttio de competéneias demonstra ser uma metodologia que pode auxiliar a identificar os problemas dliversos © complexos que entrentam os empreendedores na constituigaio de suas empresas, Vale lembrar que esse trabalho foi realizade apenas com as empresas da categoria Hotel de Projetos ¢ que a extensiio do estudo as demais categorias seria um trabalho necessario para que a orientagao a gesttio do CIETEC fosse mais completa, Da mesma maneira, considera-se que a abordagem dada a competéneia individual neste trabalho ~ a avaliagao de competéncias individuais a partir da vivencia das pesseas ~ € inovadora e pode ser uma contribuigao ao desenvolvimento do quadro teérico-conceitual sobre geste por competencias A dificuklade do wabalho entrentado pelo empreendedor de base tecnolégiea que inicia a empresa pode ser amenizada pelo fato de se estar em uma incubadora, que atua como um nte facilitador tanto no provimento de auxilio em forma de consultoria financeira. comercial. administrativa, ete, como também na mediagio com Srgtos de financiamento e no contato com pessoas € institutes especializados para a viabilizagdo técnica da idéia, Ainda assim. no entanto, recaem sobre a figura do empreendedor atribuiges de naturezas diversas. que dificilmente poderiam ser delegadas a outta pessoa, uma vez que & ele o detentor do conhecimento da tecnologia. Se leva outras atividades p: sobrevivene mos em conta que esse empreendedor ainda trabalha em financeira e que. portanto, estar efetuando uma jande -mudanga em sua vida profissional. tem-se um quadro bastante complex. A compreensiio das diversas dimensdes envolvidas nese processo constitui um primeiro paso necessirio para que o planejamento adequado do empreendimento possa ser elaborado, Observa-se que a gestao da empresa se torna fungao direta da figura do empreendedor e de suas competéncias, No entanto, a abordagem da gestdio por competéneias, ao oferecer um, quadro teérico que prevé diferentes graus de complexidade relevancia dos diferentes eixos a longo do desenvolvimento da empresa, vem complementar os estudos sobre 0 empreendedorismo que tendem a ser mais centrados nas caracteristieas da pessoa do empreendedor, Nesse sentido, a abordagem das competéneias ajuda a detalhar as diversas poxlendo ser uma valios: IS esperadas e as atribuigdes a serem desempenhadas, ‘amenta para a gestdo. tanto da incubada como da ineubadora. A abordagem das competéncias permite. ainda, que © empreendedor possa posicionar a empresa em relag’io a0 set! momento profissional e pessoal, o que pode facilitar © processo de planejamento anterior 4 instalagdio. na incubadora e da primeira etapa de ineubagao. Conforme coloca Quinn (1992). as organizagdes inovadoras sto guiadas por visdes mas que. para serem bem sucedidas. tem. ai estd a fungaio da definigaio das competéneias: 0 que & ado. Diterentemente dha grande parte dos estudos sobre empreendedores. que fem a preocupagao de listar um conjunto de caracteristieas que © diferenciam dos demais profissionais, adotou-se nese trabalho uma abordagem inédita no sentido de privilegiar a competéneia sob a perspectiva da entrega, além de explicitar os recursos de competéncias necessirios A atuagao, de un tipo peculiar de empreendedor. Por serem empreendedores de empresas de base fecnoligica, os mesmos apresentam muito desenvolvido um perfil tenico eo que prineipalmente o diferencia dos demais € justamente sua capacidade de transformar-se de um. tecndloge em um empresirie, o que pressupde adquirir capacidades relativas & gesttio do zécio. A abordagem da competéneia permite, portanto, que se evidenciem os principais aspectos a serem desenvolvidos pelo empreendedor. Além disso, ressalta de maneira muito clara, a necessidadle do empresiirio desenvolver desde o inicio do negdeio, mesmo estando dentro de uma incubadora, as suas qualidades como empreendedor. Esse empreendedorismo precisa ser aplicado tanto para o desenvolvimento da tecnologia necesséria ao produto inovador como para a obteneXo do financiamento do nexseio. Por outro laclo, pervebe-se uma concentragdo de fungdes na figura do empreendedor q um fade, tem que desenvolver miiltiplos papéis — coordenar pessoas com diversas especializagdes. desenvolver e posieionar 0 produto, pensar na organizagao fitura do empreendimento, ¢ assim por diante: entretanto. muitos deles afirmaram nao apenas ndo saber desempenhar esses papéis mas também que nao gostariam de assumir fungdes mais gerenci ow administrativas, Finalmente, em indmeras partes deste estudo, considera-se o empreendedor como o principal responsivel pelo desenvolvimento do negécio, ¢ assim o é! Entretanto, uma andilise mais acurada, associa © amadurecimento do empreendimento a uma despersonalizagaio do empreendimento pelo incubado. Ou seja, assim que entra na incubadora. eriatura e eriador se confindem, Aos pouces. a profissionalizagdo do negdeio © uma aparente contradigao se apresentam ao empreendedor: © empreendedor precisa reconhecer que a empresa pode \lquirir vide propria, quee faz parte, mas & independente da sua que estar ancoradas na realidade, exatamente que se vai entregar ao cliente ¢ como isso seri ale 7. Referén as Bibliogt 16 BOLLAND, Erie J.. Hofer, Charles W.. Future Firms — how Amer companies work, New York: Oxford University Press. 1998, BOYATZIS. R. Competencies for HR Professionals: na Interview with Richard BOYATZIS. Human Resource Management. Spring 1996. Vol 35, Number I.pp 119-13 DOLABELa. Fernando, O Ensino do Empreendedorismo: 0 nat brasileiro IN: CNL IEL, Empreendedorisme ~ eiéneia. técnica e arte, Brasilia: EL, 1999. DOLABELA. Fernando. Oficina do Empreendedor. Sao Paulo: Cultura, 1999(a). DUNPHY. Steve. HERBIG, Paul A.. PALUMBO. Frederick, Structure and Innovation. 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