Você está na página 1de 11
GEONOMOS. 3 (2): 69-81 ESTRATIGRAFIA DO SUPERGRUPO ESPINHACO NA REGIAO DE PLANALTO DE MINAS, DIAMANTINA - MG ‘Ana Maria Dias Chula (*), Luiz Guilherme Knauer (**) & Pedro Angelo Almeida-Abreu (***) ABSTRACT In the region of Desembargador Oton - Planalto de Minas (Norheasem Minas Gerais Stat, Brazil) two satigraphic anit of Precambrian age were recognize: the Espinhago Supergroup andthe Macadbas (Group. The metapelites ofthe Macasbas Group shythmites with associated diaries) represent varies ‘pth Gropstones which cover witha pronounced angular and erosional unconformity units ofthe Espinfago Supergroup, This supergroup is divided inte Hithstatiraphic units. The Paralto de Minas Formation {aris bose is composed bya thick sequence of grenschists (originated from metabasals) with variable rnesition and vee, loeally with intrealaions of thin quarts and phyllites. The Taperaand Sera ‘do Aatho fomations are bul up by laminated, micaceous metwarenites and pure or mieceous met rents, nonnally with coss bedding, respectively. Intercalation of phyllites and greenschists occur in both units nation the Serta do Aalho Formation cotans also emetic phylit and athin intercalation or muri, This vleanic, woleanoclsi, and clastic unis were deposited ina basin related tothe ‘nial phase (at about 1750 Ma) of custal extension ofthe Espinhago Rif INTRODUGAO © mapeamento geol6gico em escala 1:50,000 de ‘uma érea de aproximadamente 280 Km’ a nordeste de Diamantina, envolvendo as regides de Desembargador toni e Planalto de Minas, permitiu a obtengo de novos dados sobre o dominio de transigio entre as porgdes meridional e setentrional da Serra do Espinhago em Minas Gerais (Figs 1 e 2). Nesta érea afloram rochas proteroz6icas, agrupadas em duas unidades maiores, a saber: Supergrupo Espinhago e Grupo Macatibas. Seu arranjo estrutural é, A primeira vista, relativamente simples, marcedo por fatias alongadas segundo 0 meridiano e separadas por zonas de cisalhamento/falhas de empurrio, responséveis pelas eventuais inversdes estratigréficas observadas na Area. No dominio nordeste este padrlo ¢ rapidamente modificado, com clara inflexo das unidades para NE. ‘mas ainda caracterizando um transporte tectonico de leste para oeste, comprovado pela persistente lineagZo de estiramento mineral por volta de $70-80E. Este trabalho, apesar de apresentar algumas informagSes necessérias sobre o conjunto litol6gico do Grupo Macasbas, se limitard & proposigio de um arcabougo estratigrafico para as rochas relacionadas 80 Supergrupo Espinhaco, algo diferente daquele tradicionalmente proposto para o segmento meridional desta unidade. Maiores consideragGes & respeito da cearacterizagio estrutural, do magmatismo e da evolugao ‘geol6gica da érea se encontram em fase de conclusio, f sero posteriormente publicados (Chula, em prep.; ‘Almeida Abreu, Chula & Knauer, em prep.) ‘TRABALHOS ANTERIORES ‘A Serra do Espinhago vem sendo motivo de variados estudos e pesquisas desde o final do século passado e, portanto, existem algumas centenas de artigos, relat6rios © mapas tratando da geologia desse orégeno. Compilagses desses estudos, incluindo a evolugio dos conceitos, podem ser obtidas em Renger (1979), ‘Almeida Abreu (1989, 1993), Uhlein (1991) Renger & Knaver (1995) ‘A cstratigrafia do segmento meridional da Serra do -Espinhago foi estabelecida por Pflug (1968) ¢ Pflug & Renger (1973), sendo posteriormente refinada por Sch6ll & Fogaca (1979), Fogaca & Almeida Abreu (1982), Fogaga ef al. (1984), Dossin et al. (1985) © Almeida ‘Abreu & Pflug (1994), conforme demonstrado na Tabela 1 ‘A terminagéo sul do segmentosetentrional da Serra 40 Espinhago fj objeto de estudo por Karfunkel & Karfunkel (1975), quando apresentaram aestratigrafia desse dominio da Serra (Tabela 2). 'A regido de Planalto de Minas ~ Desembargador Otoni foi, também, objeto de algumas pesquisas. Hettch (1973) mapeou a Folha Carbonita na es 1:100,000 propondo, para esta regiso, a divisio estatigréfica apresentada na Tabela 3. Schrank ef al, (1978), apresentaram um esbogo geol6gico da érea deste trabalho e reconheceram as seguintes unidades informais (sem estabelecerem uma estratgrafia, pois consideraram apenas topo € base topogrticos) ~ Xistos_verdes: apresentando estruturas caractrizadas como zonas maciga, bandada, de bolsbes © amigdalide; = Allemincia (ALT): correspondendo a pacotes onde alternam-se leitos irregulares, em forma ¢ dimensio, de xistos verdes, ericitae/ou clorita xistos te quartzitos em proporgies variadas. Pr6ximo ao topo desta unidade aparecem sericita-quartzo xistos feldspéticos,interpretados como provaveis metariolitos (MRL): ~ Quattztos (QZL) e(QZO):quartztos decor clara, ‘granulagio fina, sendo localmente conglomerdticos € (¢) Mestrado em Geologia, CPMTCIIGCIUFMG (*) IGCIUFMGICPMTC o IGCEIUNESP Centro de Geologia EschwegelIGCIUFMG @ CPMTC/IGCIUFMG ESTRATIGRAFIA DO SUPERGRUPO ESPINHAGO NA REGIAO DE PLANALTO DE MINAS, DIAMANTINA - MG. [anne] romeo vro.oon im Reman ene TORRENS GERMBTEOREOUTOS | oe | 2 [BeRDR not reco rao 8] Gi _[e-comeconmona _REWTORRUROS wha REO. | 0 3| 8s 3 | gS ly-comecoonawoena [paras arewros 100-200 5 | 33 Tare ros GoM ema] | § | concconcstores SURINAME | soo oO |? |s-saanma [ruos: SOINADAMENTE ARENITOS 100-250 5 | Tee oomauer TGR tonite enonraTeeS [roe 2 Sass 2 |< [rtonmamome — harry om e/g TnterT08 neOiGS A GROSEEROS, PORGEOU a B| 2 |: vomoncunn cou ennee o-200 5 esac _ haeroarnos cu were RODROORS Eee 23] curoccensem [Emme umnnn RN _ E ese ; ge ‘anupo peoRo PERERA | TREMOUTA SEAPEXTINTOS, CLOATTANSTOS. 5 = isaac ree n a2 Zs eM NN sco cou [Seana evan [RINT BnGSATR TOUTES (GB)OKSA |g coca [RASS NEMA TT SOMNETE TEATS wane | Pee | PRREPAMEITE pares LoonowTE comes Insta muni sro cacao, exisocavas Pivosteharineoe occas eases FORMAGAO rees Sona Suenancas concconentend rou.os wonouricos cusanien's sonora Petossenos rurosnewarmeaseSTOSvENDeS SOPA-BRUMADINHO lnehros wocasevre svos vENOES ON PUTS aaaneoe Tabela 1: Estratigrafia da Serra do Espinhaco Meridional, segundo Almeida Abreu & Pflug (1994), Table I: Stratigraphic synthesis of the southern Serra do Espinhaco (compiled and modified from different sources by Almeida Abreu & Pflug 1994). Se eed eo = Formagao Califorme Quartzitos e quartzitos conglomerdticos =e — Ro Formagio Matao Meta-arenitos | 82 | tome 33 | remiotoaren | wocaw erperoaan iE Se anne Tabela 2: Estratigrafia da Serra do Espinhago Setentrional, regido de Itacambira, simplificado de Karfunkel & Karfunkel (1975). Table 2: Stratigraphy of the northern Serra do Espinhaco, Iacambira region, after Karfunkel & Karfunkel (1975). CHULA, AM.D, KNAUER, LG, ALMEIDA-ABREU, PA. n [Unidade| Litologia Espessura F Quartits finos a médios, s vezeslaminados 200m . Xistos verdes (tremoita-epidoto-cloritaxistos) 50 a 150m - Quartzitosfinos a médios, as vezes com estratifice 0 crizada, Na parte superior, acham-se, em vérios D niveis, magnetita e, em laminas intercaladas, mate - ~ tial argiloso esverdeado, 300m Formada por uma altemancia de filitos, metassiltitos fe quarzitos, em parte com seixos esporidicos. So caracteristcas as camadas grafitosas e/ou mangani - feras, sobre as quais se encontram localmente enti - cimentos superficiais de éxidos de manganés. Raras eee Yezes ocortem quartzitos earbonaticos ou rochas, ~ ‘arbonaticas puras, Em alguns locas 08 filitos e me~ tassiltitos passam para quartzo-muscovita xistos. ‘Metagrauvacas com seixos, geralmente nfo estratifi ~ ccadas, Na literatura foram designadas como conglo - ‘merados, brechas,tlites, diamictito, metagrauvaca conglomerética ou mixtito. Os seixos so compostos 200m por quartzito, quartzo opalino, rocha carbondtica, ro- cha pelitica, gnaisse, granito ¢ rocha bisiea. ‘Quartzitos basais, grosses a microconglomerdticos, sobrepondo, geralmente, os quartzitos do Supergrupo oc Espinhago em discordéncia angular. Presenga de ~ ° A cstratificagdo cruzada. Sfo caracterizados por interca- | 150 a 200m ages em forma de camadas e/ou lentes de conglo ee rmerados, com espessura desde 0,5 m a alguns metros, coe 5s seixos séo consttuidos de quartzo e quartzito. L+~~—. L Tabela 3: Coluna litoestratigréfica do Grupo Macaibas (Folha Carbonita) proposta por Hettich (1973). Table 3: Lithostratigraphic section of the Grupo Macaibas (Carbonita sheet), proposed by Hettich (1973). n ESTRATIGRAFIA DO SUPERGRUPO ESPINHACO NA REGIAO DE PLANALTO DE MINAS, DIAMANTINA - MG. possuindo intercalagdes de xistos com magnetitae leitos hematiticos. Sao frequentes estratificagbes eruzadas; + Sericita-quartzo xistos com seixos (M): xistos de cor amarronada contendo, em alguns locais seixos de rocha-feldspética grosseira, rocha carbonética, quartzo © quartzito. Presenca de intercalages métricas de quartzitos grosseiros e impuros. ‘As unidades reconhecidas por esses autores so aproximadamente equivalentes as formagGes Planalto de Minas (xistos verdes), Tapera (ALT) e Serra do Atalho (QZL) (Supergrupo Espinhago) e 20 Grupo Macaibas (M), respectivamente, propostas neste trabalho. ESTRATIGRAFIA Aslitologias aflorantes na drea deste trabalho, eem toda a regio a norte e nordeste da Serra do Espinhago Meridional, assim como as unidades da Faixa Aracuat Gig. 1) tém sido consideradas como pertencentes a0 Grupo Macatibas desde Moraes (1937). Deve ser destacado, no entanto, que oreferide autor considerava ‘a Formagao Macasbas (unidades do Grupo Macatibas, ‘no sentido atual) correlacionsvel com a Formagiio Sépa (parte da Formagio Sopa-Brumadinho do Supergrupo Espinhago, como definida atvalmente) que, por sua vez, ceram reunidas na Série Lavras. A impossibilidade desta ccortelacdo foi demonstrada por Pflug (1965, 1968), mas todos os autores que trabalharam no Ambito da regio do mapa apresentado por Moraes (1937) consideraram (05 metassedimentos / metavulcdnicas que bordejam a Serra do Espinhago como pertencente ao Grupo Macaibas (p.ex., Schobbenhaus 1972, Hettich 1973, Karfunkel & Karfunkel 1975, Pedrosa Soares et al. 1992). Obviamente este fato foi motivado pelas relagées ‘orogrétficas dos conjuntas litol6gicos expostos na regio em apreco pois, rotineiramente, considerou-se como “Espinhago” (no sentido estratigréfico) apenas unidades aflorantes na Serra hom@nima ou segmentos isolados de expressio orogrifica semelhante. Ora, o papel da estratigrafia na expresso orogréfica é secundétio em relagio & tectOnica e a isostasia. fato € que ziredes de metariolitos concordantes com as litologias da regitio abordada revelam idades da ordem de 1752 + 2Ma (Machado et al. 1989), semelhanga das idades obtidas, igualmente pelo método UIPb em zircdes, nos metariolitos do Grupo Rio dos Remédios (base do Supergrupo Espinhago da Bahia) 7 _Lecenps Figura I: Mapa geoldgico (simplificado) de partes da Serra do Espinhaco e dreas adjacentes, segundo Almeida Abreu 1995. 0 retiingulo localiza a drea deste trabatho. Figure 1: Simplified geological map of parts of the Serra do Espinhago and adjacent areas, after Almeida Abreu 1995. The mapped area is marked by a square. CHULA, AM.D, KNAUER, LG., ALMEIDA-ABREU, P.A B {que mostraram valores de 1752 + 4Ma (Schobbenhaus et al, 1994) e de 1748 + 4 Ma (Babinski er al. 1994). Por outro lado, datagSes por método semelhante em ziredes de rochas de origem vulednica que intercalam- se nas formagSes So Joao da Chapada e Sopa- Brumadinho na borda sudeste ¢ faixa central da Serra, do Espinhaco Meridional, revelaram idades de 1715 a 1711 Ma (Machado et al. 1989) e de 1710 Ma (Pb/Pb em zireées, Dussin & Dussin 1995), respectivamente. Esses dados demonstram inicialmente que: 1) as 3 unidades inferiores da drea mapeada (Fig. 2) so pertencentes ao Supergrupo Espinhago (Conforme jé sugerido por Knauer 1990 e Almeida Abreu 1993); 2) estas unidades so relacionadas as fases iniciais de distensio crustal do Rift Espinhago. 43) o Rift Espinhago foi bastante compartimentado, sua propagagio complexa e diacrénica (Almeida ‘Abreu & Chula, no prelo). Afora.os dados geocronol6gicos, aindividualizagio do Supergrupo Espinhago do Grupo Macaiibas na regio em foco ressalta-se pela profunda discordincia angular ¢ erosiva, considerando que os metapelitos (titmitos) desse grupo conformam coberturas onduladas sobre os homoclinais dos xistos verdes da Formagio Planalto de Minas (Figs. 2€ 3). LITOESTRATIGRAFIA PROPOSTA. Consideragbes Gerais ‘Conforme mencionado anteriormente, na dreadeste trabalho foram reconhecidas duas unidades tectonoestratigréficas precambrianas maiores: 0 Supergrupo Espinhaco- representado pelas formagses Planalto de Minas, Taperae Serrado Atalho-© 0 Grupo Macasibas (Fig. 2). Embora nfo seja escopo deste trabalho abordar ¢ EGENDA rancimuorQuarEswio 0 ese OD camarigens @-@sosocarig2 i Figura 2: Mapa geolégico simplificado da regidé de Planalto de Minas - Desembargador Otoni. Figure 2: Simplified geological map of the Planalto de Minas - Desembargador Otoni. 7% ESTRATIGRAFIA D0 SUPERGRUPO ESPINHACO NA REGIAO DE PLANALTO DE MINAS, DIAMANTINA - MG Figura 3: Segdo geoldgica simplificada ressaltando a discordancia entre o Grupo Macattas e 0 Supergrupo Espinhago (para localizagao e simbologia ver Fig. 2) Figure 3: Simplified cross-section emphasizing the disconformity between the Grupo Macaibas and Supergrupo Espinhago (the localization and simbols area in the Figure 2) descrever detalhadamente as litologias e estratigrafia do Grupo Macatibas, pode-se afirmar, com elevado nivel de confianga, que as seqiéncias que recobrem discordantemente as unidades do Supergrupo Espinhago na drea em apreco pertencem de fato a0 grupo em questio, visto que: 1) litologicamente & representado por espessas seqiiéncias de metapelitos, organizadas sistematicamente de forma ritmica, com ceventuais intercalacGes métricas a decamétricas de metadiamictitos com pequena quantidade de seixos ccentimétricos a decimétricos de quartzitos, metapelitos, uartzo e rochas granitsides (geralmente sub- a bem- arredondados), caracterizando, no conjunto, auténticos vvarvitos com “seixos pingados" (dropstones)revelando, Portanto, associagées litolégicas e ambientes sedimentares/climéticos semelhantes aos do Grupo Macatibas por toda a parte da Serra do Espinhago (Hettich 1973, Karfunkel & Karfunkel 1975, Walde 1976, Karfunkel & Hoppe 1988); 2) esta unidade flora, invariavelmente, nos altos topogrficos (e nfo nos topos estratigraficos da entidade subjacente) da regio ¢ cembora seus estratos mostrem frequientes variagdes de atitudes, em vista dos dobramentos/ondulagdes de escala decimétrica a métrica (raramente de escala maior), conformam, no conjunto, superficies sub- horizontais -nos seus contatos inferiores - que recobrem Iitologias do Supergrupo Espinhago estruturadas em hhomoclinais, as vezes recobrindo simultaneamente duas formagées desse supergrupo (Figs. 2. 3), © Supergrupo Espinhaco desta regio, por sua vez, tem identidade propria, considerando que a coluna representada pelas formagdes reconhecidas e descritas na dea abordada (Fig. 4) nio mostra semelhanga com aquelas da faixa central da Serra do Espinhaco Meridional (Tab.1) e tampouco com a coluna da terminagao sul da Serra do Espinhaco Sctentrional(Tab. 2) ssas variag6es na ltoestratigrafia de partes do Rift Espinhago ocorreram ndo apenas em fungao da distdncia geogréfica que separa os conjuntos comparados, mas também devido ao fato das unidades do Supergrupo Espinhaco da regido de Planalto de ‘Minas serem mais velhas que as unidades inferiores desse supergrupo da regido central da Serra do Espinhago Meridional(formagdes So Joao da Chapada Sopa-Brumadinho) as quais, provavelmente, sio de idades semelhantes as unidades da terminagéo sul da Serra do Espinhago Setentrional, em vista das semelhangas litoestratigrficas (ver Tabelas 1 € 2 ), Essas diferengas de idades estio explicitadas pelas datagées geocronoldgicas obtidas em diferentes dominios/unidades da Serra do Espinhago, conforme ‘4 mencionadas anteriormente, que revelam ui lapso de tempo da ordem de, no miaimo, 35 milhdes de anos entre a deposigio das seqléncias do Rift Espinhago da regitio abordada ea deposicdo da parte centrale sudeste 4a Serra do Espinhago Meridional [Neste particular, deve ser chamada a atengo, que ‘Formagio Bandeirinha (no sentido de Almeida Abreu 1993 e Almeida Abreu & Pflug 1994) aflorante nas ‘timas regides mencionadas € mais velha (e separada ‘Por pronunciada discordancia angular eerosiva) do que as formagies Sio Joao da Chapada e Sopa-Brumadinho « sendo assim, ndo pode ser descartada atéo momento possibilidade da mesma ser cronacorrelata com as lunidades ora deserita, Por outro lado, ndo pode deixar de ser ressaltado que as diferengas ltolégicas (e mesmo de ambientes) dos conjuntos em discussio sBo também devido ao stio de deposigdo/origem dos sedimentos/rochas no contexto do Rift Espinhaco visto que a regio de Planalto de Minas -Desembargador toni stua-se em expressivo dominio de segmentagio do rift (offset) relacionado, provavelmente, a atividades extensionais precoces que motivaram a formagéo e desenvolvimento do rift mencionado (Almeida Abreu 1993, Almeida Abreu & Chula, no prelo). Formagio Planalto de Minas Constitui-se na unidade basal do Supergrupo Espinhago no fmbito da dea abordada. Erepresentada por uma espessa seqiéncin de xistos verdes (metabasltos) que podem ser macigos, bandados ou amigdaloidais (feigbes j6 observadas e descritas por Schrank et a. 1978) ‘A denominagio desta formacao € oriunda do Povoado Planalto de Minas (distrito de Diamantina) aque esté assentado sobre esta unidade e nas suas imediagées, onde podem ser encontrados afloramentos representatives de todos 0 tiposltol6gicos da unidade em aprego. © contato inferior desta formagio no aflora na regido estadada eseucontto superior coma Formagso, Tapera € normal (ou por fala inversa- Fig. 2). 6 CHULA, AM.D, KNAUER, LG, ALMEIDA-ABREU, PA. 7 auniyf ays 51 uonozyrv00t ayy, "vax paddow ay fo snun oSouindeg odnuSsadng ays sof suouods onydeaBnoussoysry :p 24n8y pundif ou opSo2y0007 vpoadow opi8au op oSeyurdsg odnSsadng op seapoptun sv Duod swoufpsStroutsoomy spun) fp DanBiy Wed Auped MW yied lied negate |) J SzgSvNBOs 78 ESTRATIGRAFIA DO SUPERGRUPO ESPINHAGO NA REGIAO DE PLANALTO DE MINAS, DIAMANTINA - MG. Acespessura mfnima da Formagio Planalto de Minas na regigo central da érea pesquisada (Fig. 2) 6 superior 2850 metros podendo superar, aparentemente, os 1500 ‘metros de espessura. A sua segdo tipo expie-se nos Cérregos Quebra-Pés e Tapera, embora boas exposigdes aparegam também no Ribeirdo Campo Belo e Cérrego Barra. Deve-se observar que nas regides mais preservadas (65 conjuntos litolégicos mais ricos em amigdalas ‘mostram uma tendéncia de localizago do topo dos derrames, mas a eventual separacdo destes torna-se imposs{vel devido & sua frequente exposigio incompleta. Duas colunas litoestratigraficas locais para esta unidade esto representadas na Fig. 5. Os xistos verdes macigos apresentam cor verde escura, granulaeo fina, foliagio conspicua e lineagéo mineral definida por prismas de anfibdlio. Estruturas tubulares de dimensGes decimétricas (20 - $0 cm) aparecem localmente, cujos “‘lipséides” sto individualizados por peliculas de material esbranquigado ou esverdeado e podem ser, pelo menos icicialmente, interpretadas como estruturas do tipo pillow (Foto 1). B certo que no so, em termos de textura e geometria, almofadas vulcdnicastipicas. Seu aparecimento(e,eventualmente, até mesmo a pequena expressio do provavel material interpillow), em ambiente de calha sedimentar continental éfacilmente cexplicdvel pela passagem dos derrames por lagos xistos verdes - tremolita /actinotito, epidoto, titanita, plagiocidsio, (quartzo) (eloritol” xistos: P22" | amigdatoidat andado com cmigdalos SJ bondado [—2—| bendado com bolsces © | macigo, com estruturas tipo "pitiow" vveu macigo com balsobs | =e 8 ofp coe ® ee 8 6 lp Vv ¥| macigo Figura 5: Colunas litoestratigréficas locais da Formacao Planalto de Minas. Localizagdo: ver figura 2. Figure 5: Local lithostratigrafic sections of the Planalto de Minas Formation. See the localization in the figure 2. Foto I: Xisto verde da Formagiio Planalto de Minas com estruturas vulednicas do tipo pillow que apresentam-se como almofadas achatadas com material interpillow bastante fino, Photo I: Greenschist of Planalto de Minas Formation showing flattened pillows resembling volcanic pillow lavas with very thin interpillow material. CHULA, AM.D, KNAUER, L.G., ALMEIDA-ABREU, P.A 7 cursos dégua comuns neste areabougo geotectnico. Comuns, também, nos xistos verdes macigos s0 bolsdes sigmoidais (as vezes dsformes), centimétricos © métricos, que podem estar associados ou no as estruturas tipo pillow. Estes bolsGes podem ser interpretados como “brechas de pillow’ no sentido de Henderson (1953, in Carlisle, 1963) e/ou como bombas: valefinicas (material procléstic). So constituldos por tremolita-actnolta, epidoto(pistactae clinozisita), ¢ titanita (¢ outros éxidos de titénio) e, subordina-

Você também pode gostar