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NORMA ABNT NBR BRASILEIRA 15495-2 Primeira edig&o 21.07.2008 Valida a partir de 21.08.2008 Pogos de monitoramento de aguas subterraneas em aqiiiferos granulares Parte 2: Desenvolvimento Monitoring wells of ground water and granular aquifers Part 2: Development Palavra-chave: Pogo de monitoramento, Descriptor: Monitoring Wells. Ics 13.060 ISBN 978-85-07-00829-3, assoaucio Numero de referéncia CRY ese son eas ane spe ‘@ ABNT 2008 ABNT NBR 15495-2:2008 © ABNT 2008 Todos 08 direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicagao pode ser reproduzida 4 utlizada por qualquer meio, eletrénico ou mecénico, incuindo fotocépia e microfime, sem permissao por escrito pela ABNT. ABNT Av. Treze de Maio, 13 - 28° andar 2031-901 - Rio de Janeiro - RJ Tel: + 55 21 3974-2300 Fax: + 55 21 2220-1762 abnt@abnt.org.br wow.abnt.org.br Impresso no Brasil ii (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 Sumario Pagina Prefacio... Introdugéo Escopo.. Ret 0 1 2 ncias normativas 3 Termos e definigées. svn 4 Importani 5 6 6 Objetivos do desenvolvimento de pocos de monitoramento Programa de desenvolvimento de pocos de monitoramento, 1 Proceso de desenvolvimento de POCO ..nnrnnnsnnmnensnn 62 Fatores que influenciam a escolha do método de desenvolvimento do poco 63 Inicio do desenvolvimento do poco 64 — Duragao do desenvolvimento 6.5 — Descontaminagao do equipamento. 7 Limitagées no desenvolvimento de pocos de monitoramento 8 jodos e processos disponiveis para desenvolvimento de pocos de monitoramento 81 Geral, 8&2 Pistoneament 8.2.4 Tipos de pistao .. 83 Superbombeamento e retrolavagem 84 — Jateamento. Fo a... 85 Jateamento combinado com bombeamento simultaneo 86 Desenvolvimento com ar. 9 Relatério Anexo A (informative) Modelo de formulario para registro do acompanhamento do desenvolvimento de poco de monitoramento.. (© ABNT 2008 - Todos 0s dietes reservados ABNT NBR 15495-2:2008 Prefacio ‘A Associagao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é 0 Foro Nacional de Normalizagao. As Normas Brasileiras, Cujo contetido 6 de responsabilidade dos Comités Brasileiros (ABNTICB), dos Organismos de Normalizacao Setorial (ABNT/ONS) @ das Comissdes de Estudo Especiais (ABNTICEE), sao elaboradas por Comissdes de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores € neutros (universidade, laboratério e outros). (Os Documentos Técnicos ABNT sao elaborados conforme as regras das Diretivas ABNT, Parte 2. A Associacao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atengao para a possibilidade de que alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT nao deve ser considerada responsavel pela identificagao de quaisquer direitos de patentes. A ABNT NBR 15495-2 foi elaborada pela Comissao de Estudo Especial de Avaliagao da Qualidade do Solo e da ‘Agua para Levantamento de Passivo Ambiental e Andlise de Risco 4 Sade Humana (ABNT/CEE-00:001.68), O seu 1° Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital n® 10, de 10.10.2007 a 10.12.2007, com o numero de Projeto 00:001.68-001/02, O seu 2° Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital n? 05, de 05.05.2008 a 03.06.2008, com o numero de 2° Projeto 00:001.68-001/2. Esta Norma 6 baseada na ASTM D 5521:2005. A ABNT NBR 15495, sob 0 titulo geral, “Pogos de monitoramento de aguas subterraneas em aqiiiferos granulares", tem previsdo de conter as seguintes partes: Parle 1: Projeto e execugao, — Parte 2: Desenvolvimento. Esta Norma 6 baseada na ASTM D §521:2006. © Escopo desta Norma Brasileira em inglés 6 o seguinte: Scope 4.4. This Part of ABNT NBR 15495 describes the monitoring well development methods and procedures for wells installed in granular aquifers in accordance to ABNT NBR 15495-1 4.2__ The applications and limitations of the monitoring well development methods described in this Part of ABNT NBR 15495 are based on the assumption that the goal of the installation of a monitoring well is the collection of representative ground water samples, as well as hydrogeological data of the aquifers. 4.3 Ground water monitoring wells that are developed in accordance to this Part of ABNT NBR 15495 shall result in ground water samples that are free of solids in suspension, 1.4. This Part of ABNT NBR 15495 does not address methods and procedures for the development of monitoring wells installed in open bore rock formations. iv (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados 2008 0 Introdugao 0.1 Esta Parte da ABNT NBR 15495 trata do desenvolvimento de pogos de monitoramento instalados em agiiiferos granulares, construidos de acordo com as recomendagdes contidas na ABNT NBR 15495-1. 0.2 A ABNT NBR 15495-1 apresenta os procedimentos pelos quais 0s pogos de monitoramento devem ser projetados, construldos ¢ instalados, com o propésito de obter dados representativos do agiifero © da qualidade da Agua subterranea 0.3 Os valores apresentados em unidade métrica devem ser considerados como padréo. Os valores em polegadas, apresentados entre parénteses, sao apenas referéncia.. 0.4 Esta Parte da ABNT NBR 15495 nao tem o propésito de abranger todos os conceitos de seguranca, no caso de existirem, associados com o seu uso. E responsabilidade do usuario desta Parte da ABNT NBR 15495 estabelecer os procedimentos de satide e seguranca e determinar a aplicabilidade das limitagées legais antes do seu uso, 0.5 Esta Parte da ABNT NBR 15495 oferece um conjunto de instrugées para realizar operagées especificas. Esta Parte da ABNT NBR 15495 nao substitui o conhecimento ou experiéncia e deve ser utiizada em conjunto com julgamento profissional. Todos os aspectos desta Parte da ABNT NBR 15495 podem ser aplicados em todas as circunstancias. Esta Parte da ABNT NBR 15495 nao pretende representar ou substituir outras normas pelas quais a adequabilidade de um dado servigo profissional deva ser julgado. Esta Parte da ABNT NBR 15495 ndo deve ser aplicada sem a consideragao dos aspectos especificos do projeto, © ABNT 2008 - Todos 08 direitos reservados v NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15495-2:2008 Pogos de monitoramento de aguas subterraneas em aqiiiferos granulares Parte 2: Desenvolvimento 1 Escopo 1.1. Esta Parte da ABNT NBR 15495 apresenta métodos e procedimentos aplicavels no desenvolvimento de pogos de monitoramento instalados em aqilferos granulares, construidos e instalados de acordo com as condigdes definidas na ABNT NBR 15495-1 1.2 As aplicagdes e limitagbes dos métodos de desenvolvimento descritos nesta Parle da ABNT NBR 15495 so baseados na premissa de que os pogos de monitoramento, onde aplicados, t8m por objetivo principal obter amostras representativas de Agua sublerranea e informagdes hidrogelégicas dos aqiilferos monitorados. 1.3 Pogos de monitoramento desenvolvidos com os métodos descritos nesta Parte da ABNT NBR 15495 devem produzir Agua relativamente isenta de sedimentos em suspensao. 1.4 Nesta Parte da ABNT NBR 15495 nao serdo abordados métodos de desenvolvimento de pogos instalados ‘na rocha, sem revestimento, 2 Referéncias normativas © documento relacionado a seguir é indispensavel aplicagao deste documento. Para referéncias datadas, aplicam-se somente as edigdes citadas. Para referéncias nao datadas, aplicam-se as edigdes mais recentes do referido documento (incluindo emendas) ABNT NBR 15495-1:2007, Pogos de monitoramento de aguas subterréneas em agitiferos granulares — Parte 1: Projeto e construgao 3. Termos e definicées Para os efeitos desta Parte da ABNT NBR 15496, aplicam-se os seguintes termos © definigées. 34 aprisionamento de ar far ou outros gases aprisionados no espaco poroso da formacao ou do pré-ftro, durante o desenvolvimento realizado com injegao de ar 32 bomba centrifuga submersa bomba composta por um motor elétrico selado de alta rotagao e sistema de rotores, que opera submersa 3.3 bomba centrifuga de superficie bomba que movimenta um liquido pela sua aceleragdo radial por meio de rotores para uma cdmara circular acoplada (© ABNT 2008 - Todos os dietes reservados 1 ABNT NBR 15495-2:2008 34 bombeamento por injegao de ar (air lift) processo conduzido com equipamento constituldo de dois tubos (linha de ar e tubo edutor), usado para bombear gua de um poco de monitoramento. A extremidade inferior dos tubos é posicionada abaixo do nivel da agua © ar comprimido é aplicado por meio da linha de ar, gerando uma emulsao ar-agua, a qual é deslocada para a superficie por meio do tubo edutor 35 ‘cagambeamento técnica de desenvolvimento por pistoneamento e bombeamento, na qual é utiizado um dispositive tipo cagamba 3.6 danos a formacao redugao da condutividade hidrdulica na parede do furo, causada pelo proceso de sondagem, como compactacao, espelhamento das argilas, obstrugdo dos poros com fluido de perfuragao (reboco) ou outras ocorréncias que possam ser relatadas 37 desenvolvimento de poco conjunto de procedimentos tecnicos necessérios para que sejam restabelecidas as condigdes naturais de um meio aqiiifera que sofreu interferéncias devido as ages exercidas pelas operagées de perfuragao 3.8 dispositive tipo cagamba dispositivo tubular aberto nas duas extremidades e com uma valvula de retengao na extremidade inferior, que é usado para remover agua e sedimento de um furo de sondagem ou do pogo de monitoramento 39 fluido de perfuragao fluido (iquido ou gés) que pode ser usado nas operagées de perfuragao para remover do furo os fragmentos do material perfurado, para limpar e resfriar a broca de perfuragao e para manter a integridade do furo durante a perfuragao 3.10 jateamento método de desenvolvimento que emprega um dispositive de jateamento acoplado a uma bomba de alta pressao, para forgar a agua através das ranhuras do tubo-filtro, do pré-fillro e, em algumas situacdes, para dentro da formagao, para deslocar os sedimentos finos e corrigir os danos causados & formagao durante a sondagem 341 linha de ar tubo utilizado para a injegao de ar, que se estende da superficie até préximo do final do tubo edutor 3.12 percursora equipamento de sondagem no qual uma ferramenta de corte 6 posicionada na extremidade de uma haste de sondagem pesada, que ¢ elevada e baixada no furo de sondagem de forma a desagregar os materiais da formagao para permitir sua remogao @ avango do furo 3.13 pistao dispositivo construido de discos de material flexivel (por exemplo, neoprene) intercalados com discos de material rigido (por exemplo, metal), que pode ser sdlido ou com aberturas, usado no desenvolvimento de pocos de ‘monitoramento 2 (© ABNT 2008 - Todos 08 direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 344 pistoneamento técnica de desenvolvimento na qual um pistdo ¢ movimentado para cima para baixo dentro do pogo, fazendo ‘com que ocorra um forte fluxo da agua entrando e saindo da secdo filtrante 3.45 ponte uma obstrugdo ao movimento de fluidos e sedimentos, que ocorre no pré-fitro ou na formagao adjacente ao pogo, provocada pelo acumulo de grdos de areia fina na forma de arcos através dos poros, causada pelo movimento de gua em uma unica diregéo durante 0 desenvolvimento de pogos de monitoramento, ocorrendo com maior freqiiéncia durante a execucao do superbombeamento 3.16 reboco sélidos do fivido de perfuragao depositados na parede do furo, formando uma fina camada com condutividade hidraulica menor do que a da formagao 3.47 retrolavagem fluxo reverso de Agua na segao filtrante do pogo de monitoramento, efetuado pela adigéo de Agua no pogo, realizado com a finalidade de quebrar as pontes que possam ter sido formadas e faclltar a remogo de materiais finos do pré-fitro e da formagao adjacente ao furo de sondagem 3.48 segao filtrante conjunto que permite a livre passagem de agua subterranea da formacao adjacente para o interior do pogo e que minimize ou impega a entrada de material de granulagao fina no interior do pogo 3.19 ‘superbombeamento técnica de desenvolvimento de pogos que envolve o boibeamento do pogo a uma taxa que excede a capacidade de produgao estimada para o poco 3.20 travamento por areia actimulo de arela e outros sedimentos nos equipamentos utilizados no desenvolvimento, enquanto eles estao operando na secdo filtrante, resultando em que 0 equipamento fique travado no tubo-fitro. Também se refere ao actimulo de areia e outros sedimentos nos rotores de uma bomba submersa, travando-a 3.21 tubo edutor tubo de descarga vertical usado no bombeamento 3.22 turbi caracteristica fisica da agua decorrente da presenga de substancias em suspensao finamente divididas, em estado coloidal ou de organismos microscépicos 4 Importancia e uso 4.1 Um sistema de pocos de monitoramento de gua subterranea adequadamente projetado e construldo fornece informagdes essenciais para decisdes referentes a um ou mais dos seguintes aspectos relativos ao monitoramento da agua subterranea a) propriedades geolégicas e hidrdullcas do aqulfero e aquitarde; b) superficie(s) potenciométrica(s) de unidade(s) hidrolégica(s) particular(es); © ABNT 2008 - Todos os direitos reservacios 3 ABNT NBR 15495-2:2008 ©) qualidade da 4gua subterranea, em fungo dos parametros indicadores de interesse: 4) caracteristicas de migragdo de substancias naturais e/ou antropogénicas na agua subterranea, 4.2 desenvolvimento ¢ uma importante etapa do proceso de instalagao de pogos de monitoramento. Fregilentemente esta etapa do proceso de construgao de um poco de monitoramento nao é realizada, ou 6 realizada de forma insuficiente. O desenvolvimento adequado melhora a capacidade da maioria dos pogos de monitoramento para gerar dados representativos, sem desvios quimicos e hidraulicos, assegurando o ‘cumprimento dos objetivos listados anteriormente, além de minimizar 0 potencial de danos nos equipamentos a serem ulilizados no monitoramento e amostragem. 4.3. Os métodos para o desenvolvimento dos pocos dependem: a) das caracteristicas da formagao geolégica na qual 0 pogo ser: ) do projeto @ dos detalhes de construgao do pogo: ) dos métodos de perfuragao utlizados; e 4) da qualidade da agua © método de desenvolvimento para cada pogo de monitoramento deve ser selecionado entre aqueles descritos nesta Parte da ABNT NBR 15495. 5 Objetivos do desenvolvimento de pocos de monitoramento 5.1 Pogos de monitoramento so desenvolvides principalmente pelas raz6es descritas em 5.1.1 a 5.1.4, 5.1.1 Retificago dos danos (entupimento dos poros da formagao, colmatagao da parede do furo ou ‘compactagao do furo) causados durante a perfuragao que possam alterar a condutividade hidraulica local da formagao adjacente (ver Figura 1) Tubo-filtro Parede-furo Pre-filtro Figura 1 — Exemplo da retificagao dos disturbios causados durante a perfuragao 4 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 NOTA Um dos objetivos do desenvolvimento 6 corrigir 0s danos causados na parede do furo durante a perfuragao, tals ‘como a camada de materials mais finos que acumulam na parede do fura quando so usados métodos de perfuragao rotalives ue utlizam fuidos de perfuragao. 5.1.2. Estabilizago do material da formagao e da segao fillrante (onde aplicavel) adjacentes ao tubo-filtro do pogo (ver Figuras 2 € 3) Figura 2— Arranjo dos materiais da formacdo apés o desenvolvimento NOTA pds 0 desenvolvimento do poro, os materiais da formagao em pogos desenvolvidos “naturalmente” (esquerda) © [pogos que utiizam pré-fitro (direlta) devem se establizar, de modo que a entrada de materiais de granuiometia fina seja rminimizada e que néo haja sedimentagao no funde do poso. 5.1.3 Remogao dos materiais de granulagao fina da formagao e do pré-ftro, mobilizados durante a instalagao do pogo, além de fluidos de perfuragao, os quais podem interferir na qualidade e representatividade das amostras de agua subterranea (ver Figura 3). Invasso do fuido de perfuracao Furo ae TRESETEE Figura 3 — Remocio do liquide perdido durante a perfurago NOTA Quando s&0 usados liquidos de perfuracdo @ base de agua, uma fragéo deles (fitrado) pode infitrar além da perfuracao, para zonas de maior permeabilidade. Um dos objetivos do desenvolvimento é remover os liquidos de perfuraeao perdidos para a formacao. (© ABNT 2008 - Todos os diets reservados ABNT NBR 15495-2:2008 5.1.4 Maximizar a eficiéncia do poco e a comunicac&o entre o pogo € a formacao adjacente, a fim de se ‘obterem amostras e dados representativos de agua subterrdnea e de ensaios hidraulicos da formagao. 6 Programa de desenvolvimento de pogos de monitoramento 6.1 Proceso de desenvolvimento de poco © processo de desenvolvimento de pogo depende das técnicas de perfuragao utilizadas, podendo conter até trés fases: pré-desenvolvimento, desenvolvimento preliminar e desenvolvimento final. 6.1.1 0 pré-desenvolvimento refere-se a técnicas usadas para atenuar os danos causados na formacao durante a sondagem com utiizagao de fluidos de perfuragdo. O pré-desenvolvimento consiste no controle das propriedades do fluido utilzado durante a operacéo de perfuracao e previamente a instalacao do tubo-fitro, do tubo de revestimento e do pré-fitro, com 0 objetivo de minimizar as alteragoes a formagao e facilitar a instalacao e desenvolvimento do pogo. 6.1.2 © desenvolvimento preliminar acontece apés a instalago do tubo-fltro, do pré-fitro @ do tubo de revestimento, porém antes da instalagao do pré-ftro secundario e do selo anular. Os métodos usados para esta finalidade incluem pistoneamento, uso de amostrador tipo cagamba, jateamento ¢ bombeamento com injegao de ar. O objetivo mais importante destas operagdes ¢ aplicar energia suficiente ao poco para retificar os danos causados a formacao pela perfuracao; remocao de materiais de granulagao fina do filtro, do pré-fitro e da formagao; estabilizacéo e consolidacao do pré-filtro; eliminagéo do fluido de perfuracao (em caso de uso); estabilizagao da interface entre 0 pré-fitro e a formagao (ver Figura 2). 6.1.21 Recomenda-se durante esta etapa a aplicagao gradual do método de desenvolvimento selecionado, aumentando a intensidade do proceso, desde que 0 pogo responda ao tratamento. O desenvolvimento intensivo de pocos que paregam estar entupidos aumenta o risco de se danificar ou destruir 0 poco de monitoramento. A resposta do pogo é geralmente evidenciada pelo aumento da vazao e da presenga de sedimentos 6.1.3 © desenvolvimento final do pogo refere-se aos procedimentos realizados por meio de bombeamento. © bombeamento é empregado como o passo final para se alcancarem os objetivos do desenvolvimento dos pocos, Caso o desenvolvimento preliminar tenha sido eficiente, o tempo necessério para 0 desenvolvimento final deve ser relativamente curto. No entanto, se o desenvolvimento preliminar nao gerar resultados satisfatorios, ou se as condigdes néo possibilitarem a aplicacéo dos métodos citados na etapa anterior, os procedimentos de desenvolvimento final devem ser aplicados até que 0s critérios de conclusao (6.4) sejam satisfeitos. 6.2. Fatores que influenciam a escolha do método de desenvolvimento do poco Uma série de fatores deve ser avaliada antes de se escolher(em) o(s) método(s) de desenvolvimento de qualquer pogo de monitoramento, tais como: a) projeto e construgao do pogo (ou seja, materiais utllzados no revestimento ¢ tubo-filtro, tipo e tamanho das aberturas do tubo-Titro, tipo de junta, comprimento do tubo-fitro, didmetro dos tubos, existéncia ou nao de pré-filtro @ sua espessura); b) _caracteristicas e condutividade hidraulica da formagao nas adjacéncias da segao filtrante; ©) qualidade da 4gua do aqiiifero no qual 0 pogo est instalado (ou seja, se 0 agillfero pode ou ndo estar contaminado, exigindo procedimentos de seguranga, acondicionamento ou tratamento da gua removida do pogo); 4) efeitos da introducao de outros liquidos no interior do pogo e do aqilifero (ar, agua, ou solugdes quimicas); €) _método de perfuragao empregado durante a instalagao do pogo: ) _profundidade do nivel estatico d'agua e altura da coluna d'agua no interior do pogo; 6 (© ABNT 2008 - Todos os dietes reservados 4) tipo dos equipamentos disponiveis; fh) tempo disponivel para se realizar o desenvolvimento; |) relagao custo/beneficio do método de desenvolvimento, ABNT NBR 15495-2:2008 ‘A Tabela 1 apresenta, de forma resumida, as vantagens e desvantagens dos métodos mais comuns de desenvolvimento de pogos de monitoramento. Tabela 1 — Aplicacées ¢ limitag6es dos métodos de desenvolvimento de pocos de monitoramento Método \Vantagens Desvantagens Pistoneamento Este método ¢ de baixo custo, facil | operagdo, remove residuos ¢ fluido | de perfuragao, assenta e rearranja 0 pré-fitro, igualmente aplicével a pogos de pequeno e grande diametro, movimenta a agua em ambas as diregdes (interior e exterior do tubo-ftro) Requer cuidado na aplicagao para evitar a danificagao do tubo-fitro. Em profundidades maiores que 15 m ¢ didmetros superiores 100 mm (4”) requer a utlizagdo de equipamento mecanizado ‘Superbombeamento Este método ¢ rapido, de facil ‘operacdo, eficiente na remogao de residuos e fluido de perfuracao Limitado para desenvolver a base do pré-ftro e formacao de pontes ‘causada pelo fluxo de agua em apenas uma direcao. Pode requerer (0 uso de equipamento de bombeamento com diametro incompativel com o diametro interno dos pogos a serem desenvolvidos; ode causar o travamento e desgaste por abrasao do ‘equipamento utilizado; gera grandes: volumes de gua que podem requerer armazenamento @ tratamento; nao desenvolve de forma uniforme toda a sega0 filtante. Deve ser utlizado em cconjunto com outros métodos de desenvolvimento Retrolavagem Este método ¢ facil operagao, assenta @ rearranja o pré-fitro Limitado para desenvolver a base do pré-ftro. Pode causar danos a0 equipamento de bombeamento, pode requerer a introdugao de agua no pogo e ndo desenvolve de forma Uniforme toda a secdo filtrante. Jateamento Este método ¢ eficiente para assentar, reatranjar o pré-fitro remover residuos de perfuragao Operagao trabalhosa; introduz agua no pogo 6.3 Inicio do desenvolvimento do pogo Qs trabaihos de desenvolvimento preliminar do pogo devem ser iniciados antes da instalagao do pré-fitro secundario e do selo anular, de forma a assegurar o assentamento total do pré-fltro primario e impedir a formagao de pontes. O desenvolvimento final deve ser realizado apés a finalizagao da construgao do poco de ‘monitoramento, da cura dos selos anulares, do assentamento e da cura da calda de preenchimento. © ABNT 2008 - Todos 08 direitos reservados: 7 ABNT NBR 15495-2:2008 6.4 Duragao do desenvolvimento A duragao necesséria para o desenvolvimento do pogo é descrita em 6.4.12 6.4.3. 6.4.1. Quando utlizado fi © volume perdido. jo de perfuracdo, o desenvolvimento deve garantir a remogao de no minimo 10 vezes 6.4.2 Deve ser baseada na resposta do pogo ao bombeamento. Um aumento na velocidade de recuperacao do poco indica que a redugdo na condutividade hidrdulica esta sendo retificada pelo desenvolvimento, o que deve ser checado durante os ensaios hidrogeologicos. 6.4.3 Deve ser anecesséria para a remogao dos materiais de granulagao fina, até que a Agua removida do pogo esteja visivelmente limpida ou atinja um valor de turbidez da ordem de 5 NTU (Unidade Nefelométrica de Turbidez). Este critério pode ser dificil ou impossivel de ser atingido, em formagées com fracao significante de materiais de granulacab fina NOTA _ Acstabilizagao de certos parametros indicadores (temperatura, condutividade elétrca, pH, potencial de oxi-reducao, oxigénio dissolvido) que so facimente medidos no campo pode ser um indicador de quando se obtém agua representativa da formagao, mas néo necessariamente de que 0 desenvolvimento do pogo esteja completo. 6.5 Descontaminagao do equipamento Qualquer equipamento ou material utiizado para desenvolver um pogo de monitoramento deve ser devidamente limpo e descontaminado. A limpeza deve ser realizada antes do uso de qualquer equipamento em qualquer poco de monitoramento e, entre usos, tanto no mesmo pogo como em pogos diferentes. 7 _Limitagées no desenvolvimento de pocos de monitoramento 7.1 desenvolvimento de pocos de monitoramento deve ser aplicado com bastante atengdo em pocos instalados em formagdes de materials com granulometria predominantemente fina (areia fina, silte ou argila) A turbidez da agua removida do pogo pode aumentar significativamente caso um desenvolvimento rigoroso seja realizado. Em algumas formac6es compostas de materiais de granulometria fina, nem mesmo um desenvolvimento mais intenso pode melhorar as condiges de condutividade hidraulica da formagao ou a eficiéncia hidraulica do pogo. 7.2 _Mélodos de desenvolvimento que requerem a adi¢2o de um fluido, tendo o conhecimento de que esta adigéo pode causar a alteragao da qualidade da agua na formacao, podem ser aplicados em pogos de ‘monitoramento de agua subterranea, 7.24 Qualquer agua que seja adicionada ao pogo de monitoramento com o objetivo de desenvolvimento deve ser de fonte conhecida e que ndo altere as propriedades quimicas da dgua do aquifero. O impacto que a adi¢so de agua a um poco pode causar deve ser avaliado previamente. Na medida do possivel, essa agua deve ser removida por bombeamento apds o desenvolvimento. Um possivel meio de reduzir problemas relacionados & adig&o de Agua a0 poco, & obter amostras de qualidade da agua somente depois que fluxo natural da agua subterrdnea tiver tempo suficiente para carrear os fluids remanescentes do processo de desenvolvimento para fora da zona de influéncia do poco. Outra altemativa pode ser a utilizagéo de agua da propria formagao (iss0 ¢, Agua bombeada da formaao até mesmo antes ou durante o desenvolvimento) para o processo de desenvolvimento. 7.2.2 Os métodos de desenvolvimento que utilizam ar comprimido (isto é, bombeamento por injegao de ar) devem ser realizados somente apds certificar-se que qualquer dleo proveniente do compressor, ou outras substancias da linha de ar, tenham sido removidos da tubulagao. O ar comprimido nao deve ser forgado para dentro da formacao ou ser liberado diretamente no pogo sem 0 uso de um dispositivo de contengao (isto 6, um tubo edutor conectado com o tubo de injegao). A injegao de ar na formagao pode causar um trapeamento de ar nos poros da formagao e do pré-fitro, causando redugo drastica na condutividade hidraulica da formacao Uma liberagao de ar descontrolada no pogo pode causar mudangas quimicas significativas na dgua do pogo © na formagao adjacente. 8 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 7.2.3 A adicao de fluidos, que nao agua de fonte conhecida ou ar filtrado deverd ser realizada, somente em situagdes extremas @ especiais. Fluidos como agentes defloculantes ou dispersantes (ou seja, polifosfatos), acidos (ou seja, solugdes de Acido cloridrico ou fivoridrico), surfactantes, ¢ desinfectantes (ou seja, hipociorito de sédio), podem produzir alteragdes quimicas severas e persistentes na qualidade da agua subterranea nas proximidades do pogo. Por estas razbes, 0 uso de produtos quimicos para desenvolvimento de pogos nao ¢ discutido em maiores detalhes. 7.3. Métodos de desenvolvimento que se baseiam somente em bombeamento, especialmente a baixas vazes, possuem as seguintes limitagdes: 1a) no estabilizam suficientemente os materials da formacdo e pré-fitro; b) nao removem efetivamente os materiais de granulometria fina: ¢ ©) nao retificam os danos causados na formagao durante a perfuragao (ver Figura 4). Um desenvolvimento efetive requer 0 movimento da gua nas duas direcdes através das aberturas da secéo fitrante do poco (ver Figura 5). Embora o bombeamento a baixas vazées possa resultar numa agua visivelmente limpida, qualquer atividade subseqiente que agite a coluna d gua no pogo (tals como ensaios hidraulicos, purga, ou amostragem com bailers) pode causar aumento de turbidez no poco. 7.4 0 desenvolvimento deve ser aplicado com muito cuidado em pogos onde se sabe, ou suspeita-se que haja contaminagao por compostos quimicos perigosos, principalmente aqueles que causem risco quanto a inalacao ou contato dérmico. A Agua e/ou 0 sedimento removido dos pocos de monitoramento durante o desenvolvimento devem ser estocados em tambores, tanques ou recipientes adequados até que sejam analisados e avaliados para determinar uma disposigao adequada ou método de tratamento. Direcdo de fluxo da agua NOTA A formagao de ponte nos materiais da formagao e do pré-fltro é causada por movimentagéo de égua em uma dnica direcao durante o desenvolvimento do poco, Figura 4 — Formagao de ponte nos materiais da formacao e do pré-filtro © ABNT 2008 - Todos os direitos reservacos 9 Tubo filtro Tubo filtro Direcdo de fluxo ~ dadgua Pontes de areia Figura 5 — Movimento da agua em ambas as direcoes 8 Métodos e processos disponiveis para desenvolvimento de pocos de monitoramento 8.1 Geral Os métodos disponiveis utiizados para 0 desenvolvimento de pocos em geral sao o pistoneamento, © superbombeamento e o jateamento de alta velocidade com bombeamento (ou a combinagdes de dois ou mais destes métodos). A metodologia mais apropriada para uso em uma determinada situacdo depende de uma variedade de fatores discutidos em 6.2. O usuario devera avaliar os métodos descritos selecionar 0 mais apropriado para cada situagSo. 8.2 Pistoneamento E realizado com 0 uso de um pistao fixado no final de um tubo, haste ou de um cabo, operando como um émbolo 10 interior do pogo. O movimento do pistao para cima e para baixo alternadamente, forga a agua a fluir para dentro {no fluxo ascendente) e para fora do poco (no fluxo descendente), similar a um pistao em um cilindro (ver Figura 6). fluxo descendente causa uma retrolavagem que desfaz as pontes existentes na formagao ou no pré-fllro, @ 0 fluxo ascendente entéo puxa os gros finos soltes para dentro do pogo. Este método é simples, igualmente aplicavel a pogos de pequeno e grande diametro. 8.2.1 Tipos de pistao Existem varios tipos de pistes para execugao do pistoneamento (Figura 7), como por exemplo, um pistéo sblido, um pistao com valvulas, @ um pistao com varios flanges ¢ um dispositivo tipo cagamba (Figura 8). NOTA Para determinados tipos de formagoes, um pistéo ¢ uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento de pogo. Na descida, a agua ¢ forgada para fora do pré-fitro em diregao a formagao; durante a subida do pistdo, 2 4gua, o silt, @ a arela fina S80 puxados para dentro do tubo. 10 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 8.2.2 0 procedimento apropriado para o pistoneamento é primeiramente efetuar 0 esgotamento do pogo para ter certeza que a Agua serd renovada, Se 0 fitro estiver completamente obstruldo © a agua no entrar no poco apés 0 esgotamento, isto significa que o pistoneamento nao deve ser usado, pois, a forte pressao negativa que seria criada no fluxo’ascendente do pistéo, pode causar um colapso do tubo-fitro. Uma vez comprovado que 0 pacote filtrante nao esté obstruldo, o pistdo introduzido no pogo, abaixo do nivel da agua, mas acima do filtro, € uma acdo de pistoneamento lenta e suave é iniciada. O pistoneamento deve deslocar qualquer material que esteja bloqueando a passagem de agua pelo pré-firo, para o interior do poco. O pistdo deve ser operado com ‘cuidado se a granulometria da formagao acima do tubo-filtro consistr principaimente de areia fina, silte ou argila, para evitar que estes materiais sejam mobilizados para o interior do pré-fitro. Assim que a Agua comecar a se movimentar facilmente dentro e fora do poco, 0 pistao é baixado (por fases) mais fundo no pogo e a velocidade {e, consegiientemente, a forca) do movimento do impulsionamento ¢ aumentada. Se o desenvolvimento inicial & muito vigoroso, particularmente em formacées de granulometria fina, o pistoneamento pode prejudicar a ‘comunicagao hidraulica do pogo com a formacao. Grande cuidado deve ser tomado para evitar danificar (isto 6, colapsar) o tubo de revestimento ou tubo-fitro pelo desenvolvimento vigoraso, devido as significativas pressées diferenciais que podem ocorrer durante o pistoneamento, {© ABNT 2008 - Todos 0s direitos reservacios 4 ABNT NBR 15495-2:2008 12 Haste ou tubo de perfuracao estatico Nivel d’gua Figura 6 — Pistoneamento mecanico (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados Artuea de ago | . Bocos de “ madeira >| las Armueta de aga Plugue Haste Trocos de madera Plague (© ABNT 2008 - Todos os diets reservados Gintas reve de espagamento Haste de perfragio Fanges passage Tubo de ABNT NBR 15495-2:2008 Diimetr extern dos locos, Didmetro externa dascintas Planta Didmetro externa dos blocs Dismettoexteno das cintas Hostede peuragso | Fonges Figura 7 — Diferentes configuragées de pistées 13 ABNT NBR 15495-2:2008 cabo de sustentagdo Fange Vala (Fechada) Figura 8 — Dispositivo tipo cagamba 8.2.3 Nos pogos com tubo-flto de até 1,5 m, pode nao ser necessério operar o pistao dentro do tubo-filtro para desenvolver o intervalo filtrante inteiro; nos pogos com tubos-fitro maiores que 3,0 m, pode ser mais eficaz operar © pistéo dentro do tubo-fitro para ter uma atuagéo mais eficaz em toda a segao fitrante. O pistoneamento deve sempre comegar acima do filtro e mover-se progressivamente para baixo para evitar que areia trave o embolo, prevenindo danos ao tubo-filro. O pistao deve ser abaixado em intervalos iguais ao comprimento do curso de movimentagao do pistéo, até que filtro inteiro seja pistoneado. Se o pistoneamento dos pogos com tubos-filtro maiores de 3,0 m for realizado exclusivamente no tubo de revestimento do pogo, especialmente nas situacoes em ue a formagao junto ao filtro & heterogénea, ele pode desenvolver preferencialmente somente a formacao junto a0 topo do tubo-filro ou As zonas mais permedveis da formacao. 8.2.4 A forga exercida na formacao depende em parte do comprimento do curso e da velocidade de movimentagao do pistao. O comprimento do curso depende do mecanismo usado para operar 0 pistao. Quando realizado um pistoneamento com equipamentos mecanizados (percussora) 0 comprimento do curso sera definido em fungao das caracteristicas e da forma de operagao do equipamento utiizado. Para o pistoneamento manual, 0 comprimento do curso é limitado a escala do movimento dos bragos do operador. Geralmente, de 0,6 m 1,0 m de curso @ suficiente para o desenvolvimento apropriado do poco. NOTA —__No dispositiva tipo cagamba provido de um émbolo para funcionar como um pistéo, as setas na Figura 8 indicam a diregao da agua durante o movimento de subida. 4 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 8.2.5 A velocidade vertical do pistao depende da forga exercida e da velocidade de retracao. Geralmente, uma velocidade vertical entre de 1,0 mis a 1,5 m/s & a mais eficaz. No curso descendente, 0 conjunto do pistao deve ser pesado o suficiente para descer através da coluna de agua no poco e criar uma movimentago vigorosa em diregao & formacao. © conjunto do pistdo deve estar ajustado ao poco permitindo uma descida retilinea evitando 0 choque entre o pistéo © a parede intema dos tubos. Para o pistoneamento com equipamento mecanizado (percussora) 0 peso necessério pode ser compensado com componentes dos equipamentos, Para o pistoneamento manual, somente uma quantidade limitada de peso pode ser adicionada a0 conjunio do pistao devido a dificuldade de se trabalhar manualmente com um conjunto pesado, Uma forga descendente & mais facilmente aplicével empurrando 0 conjunto do pistao para dentro do poco. A velocidade da retragao manual & controlada pela taxa em que o individuo é capaz de puxar 0 conjunto do pistao para fora do poco. 8.2.6 A cficiéncia do pistoneamento mecénico ¢ também definida pelo ajuste do pistéo a0 tubo do pogo (revestimento filtro). Se o pistoneamento for realizado apenas no tubo de revestimento, 0 diémetro externo do pistao deve ser 3 mm a 7 mm menor do que o menor diametro interno do tubo de revestimento. Durante a ‘montagem do pogo deve-se tomar cuidado para garantic uma superficie interna regular, especialmente nas juntas. Montagens malfeitas ou superfcies iregulares nas juntas podem resultar em danos 20 pisto, aos tubos ou em ambos. Se o pistoneamento for realizado no tubo-filtro, deve-se tomar cuidado para evitar que materiais finos da formagao provoquem 0 travamento do pistdo. Nestas situagées, recomenda-se que o didmetro do pistdo seja levemente menor do que o recomendado anteriormente, de maneira a possiblitar que mais agua passe entre o pistdo € 0 tubo, nos movimentos. ascendentes e descendentes, permitindo a passagem dos sedimentos finos a0 Tedor do pistio. Pistées com valvulas tem o mesmo efeito, E recomendado que estas dimensées (didmetro intemno do tubo @ externo do pistéo) sejam checadas proviamente ao inicio des trabalhos, A primeira secao de pistoneamento deve ser realizada por periodo curto, seguida de uma medigao do acimulo de sedimento no interior do pogo, com a finalidade de avaliar a velocidade em que ocarre. As secdes subseqiientes deve também ocorrer por periodos curtos, gradativamente aumentados a partir do conhecimento da velocidade de actimulo de sedimento dentro do poco. Quando o sedimento comegar a bloquear parte significativa do tubo-fltro (10%), deve ser providenciada a sua remogao, para evitar a perda da eficiéncia do desenvolvimento. Ressalta-se que o acimulo excessivo de sedimentos acima das ranhuras do tubo-fitro, pode causar 0 seu colapso durante 0 desenvolvimento. A operagao de remocao dos sedimentos pode ser realizada simultaneamente a0 pistoneamento, desde que utlizados equipamentos desenvolvidos com este objetivo (Figura 9). Tubode Tubo pertragio dear Le Fanges Figura 9 — Pistdo associado a bombeamento por injogao de ar © ABNT 2008 - Todos os direitos reservacios 15 ABNT NBR 15495-2:2008 A evolugéo dos trabalhos de desenvolvimento @ avaliada em fungéo da diminuigao da taxa de entrada de sedimentos. O trabalho de pistoneamento deve continuar até que pouco ou nenhum sedimento seja observado no interior do pogo, 8.2.8 0 pistoneamento manual pode ser realizado efetivamente somente em pogos rasos de diémetro pequeno {isto €, pogos com menos de 100 mm de diametro) e profundidade maxima de 15 m. Pogos com diametros maiores ou mais profundos podem requerer o uso de tripés/roldanas ou equipamentos mecanizados. 8.3 Superbombeamento e retrolavagem © método mais simples de remover os finos da formagao é por superbombeamento, ou seja, bombeando a uma taxa maior do que aquela a ser utlizada para purga e amostragem do poco. Teoricamente, rebaixando o nivel estatico 0 maximo possivel, teremos um aumento de velocidades de fluxo em direcao ao pogo, resultando num movimento de materiais finos do pré-fitro para 0 seu interior. O superbombeamento deve se estender até a obtengao de amostras que atendam aos critérios pré-estabelecidos para turbidez. As principais limitagdes do superbombeamento sao: Formagao de pontes (na formagio ou no pré-fitro) causada pelo fluxo de agua em apenas uma direcdo, resultando em uma estabilizagao apenas parcial destes materials {(veja figura 10); pode requerer 0 uso de equipamento de bombeamento com diémetro incompativel com o diametro interno dos pogos a serem desenvolvidos; pode causar o travamento e desgaste por abrasao do equipamento utiizado; gera grandes volumes de agua que podem requerer armazenamento e/ou tratamento; nao desenvolve de forma uniforme toda a secdo filtrante (gradiente maior no topo do tubo-filro ou em camadas mais condutivas). O superbombeamento pode ser efetivo em pogos instalados em areias nao estratificadas @ pogos com tubo-filtro com pré-filtro incorporado, nos quais 0 fluxo em diregzo ao poo & mais ou menos uniforme. ‘Também é eficiente para remover fluidos de perfuragao perdidos para a formagao. © superbombeamento normalmente 6 aplicado em combinagao com a retrolavagem, que é um método de desenvolvimento no qual é injetada agua para a criagao de um fluxo reverso. 8.3.1.0 procedimento comumente usado de retrolavagem, é bombear agua para o poco num volume suficiente para manter a carga hidrdulica maior do que na formacao. Isto requer um grande volume de Agua. Parte da égua a ser utilizada na retrolavagem pode ser aquela obtida pelo superbombeamento (apés a decantaco dos sedimentos) que foi armazenada em tanques. 8.3.2 Um dos procedimentos para realizar a retrolavagem consiste em inicier e parar 0 bombeamento intermitentemente para produzir mudangas répidas na carga hidraulica dentro do pogo. O retomno da agua contida no tubo de descarga da bomba cria uma agao de pistoneamento no pogo. A quantidade de agua contida no tubo de descarga, combinada com a recuperacao natural do pogo, pode ndo ser suficiente para causar um aumento do nivel da dgua acima do nivel estatico. Neste caso, agua suplementar ¢ geralmente adicionada ao pogo quando o bombeamento é interrompido. A duragao da retrolavagem e a quantidade de agua devem ser definidas considerando que a eficiéncia deste método depende mais da freqiéncia das reversées do fluxo do que da magnitude das mudangas do nivel da agua no pogo. 16 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 ‘Secao filtrante Figura 10 — Formagao de pontes durante o superbombeamento 8.3.3 _ Antes de iniciar 0 procedimento de retrolavagem, o bombeamento deve ser iniciado a uma vazdo reduzida, gradativamente aumentada até a vazao maxima, para minimizar perigo do travamento da bomba por areia. Quando a agua bombeada esta isenta de sedimenios, a bomba é desligada permitindo que a Agua do tubo de descarga retorne para o poco, a bomba 6 repetidamente ligada e desligada com a maior freqléncia possivel de acordo com o seu limite. A bomba utiizada nao deve ser equipada com uma valvula de retencao ou outro dispositivo de retengao de fluxo reverso. Para evilar danos em bombas submersas, a caixa de controle deve ser equipada com um bioqueio de acionamento, para que a bomba nao possa ser iniciada quando esta rotacionando 20 contrério. Durante 0 procedimento de retrolavagem, o poco deve ser bombeado ocasionalmente para remover © sedimento que vem sendo trazido pela acdo de fluxo reverso 8.3.4 Alguns pogos respondem satisfatoriamente a retrolavagem, mas em alguns casos o efeito de fluxo reverso nao ¢ vigoroso 0 suficiente para obter resultados satisfatérios. Além disso, esta metodologia é muito agressiva com os equipamentos de bombeamento. 8.3.5 Varios tipos de bomba podem ser usados para retrolavagem em um pogo de monitoramento, Para um desenvolvimento efetivo com este método, a bomba deve ser capaz de bombear a uma vazao de pelo menos 20 Limin a 40 Limin. Bombas centrifugas de superficie ou bombas de diafragma s4o capazes de ter essas vazbes, Porém, esto restritas a profundidade do nivel de agua estatico ser menor que 6.0 m abaixo da superficie Bombas centrifugas submersas com essas capacidades de bombeamento estao disponiveis para pocos de moritoramento de pequeno diémetro, mas os rotores destas bombas so relativamente faceis de serem danificados por areia devido & alta velocidade em que s80 operadas. Bombeamento por inje¢do de ar pode ser utlizado em um pogo de monitoramento de pequeno diémetro e essas bombas so capazes de alingir vazées de 40 Limin, porém, 0 uso destes equipamentos associados a relrolavagem resulta em uma mistura da agua aerada com a agua do poco e das formacdes adjacentes, alterando temporariamente a qualidade da agua subterranea © ABNT 2008 - Todos 0s direitos reservacios 7 ABNT NBR 15495-2:2008 8.4 Jateamento Onde as condigées permitirem, outro método efetivo disponivel para uso no desenvolvimento de pogos de monitoramento 6 0 jateamento. Devido ao tamanho exigido dos equipamentos, este método € normalmente aplicado em pogos de 100 mm (4") ou de maior diametro. O desenvolvimento pelo jateamento consiste na aplicagao de jatos horizontais em alta velocidade de agua no tubo-ftro do poco, de modo que os mesmos assem pelas ranhuras e retirem materiais de granulometria fina e residuos de perfuracao, do pré-fitro e da formagao (Figura 11). O material mobilizado move-se para dentro do filtro do poco e pode ser removido por meio de bombeamento. O jateamento é particularmente bem sucedido no desenvolvimento de formagdes nao consolidadas, com litologia estratificada, pocos em rocha consolidada, pogos de grande diémetro @ pocos com pré-fllro natural. © jateamento € recomendado para pocos consiruidos de acordo com as recomendacoes da ABNT NBR 15495-1 Ferramenta de ‘jateamento Movimento da ‘agua mento 8.4.1 © equipamento requerido para o jateamento inclui um jateador com dois ou mais orificios igualmente espagados, uma bomba de alta pressdo, mangueira e conexdes; coluna de tubos e um tanque de agua ou suprimento de Agua (qualidade conhecida) em grandes volumes. Os jatos de alta velocidade direcionam a agua através das aberturas do tubo-fitro, agitando e rearranjando as particulas do pré-fitro e da formagao ao seu redor. © reboco formado na parede do furo durante a perfuragao rotativa com circulagao de fluido a base de agua, 6 quebrado disperso, permitindo a sua remogao através do bombeamento. O jateamento também ¢ Util na correcao de outros possiveis danos causados durante a perfuragao, mencionados em 5.1.1 8.4.2 A Figura 12 mostra um jateador com quatro ofificios. Os orificios devem ser espagados igualmente ao redor da circunferéncia do jateador, ¢ geralmente variam 4 mm a 10 mm de didmetro. O jateador deve ser construido de modo que o seu didmetro seja o mais préximo possivel do diémetro do tubo-fitro, na pratica, aproximadamente 25 mm menor (1 polegada). Se o diémetro externo do jateador for muito reduzido em relacdo ao diametro do tubo-fitro, a energia do jato é dissipada pela turbulncia criada no interior do pogo. 8.4.3 A concentragao de sedimentos na agua usada no jateamento deve ser mantida baixa, A agua com sedimento que ¢ recirculada através do jateador provoca a er0sa0 do ofiicio de jateamento © pode produzir uma elevada reducao da pressao na superficie do orficio. Agua com sedimento ullizada no jateamanto também pode danificar os tubos-filtro se os jatos d'agua forem direcionados para uma area por um periodo prolongado de tempo. 18 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 NOTA 0 desenvolvimento através do jateamento emprega uma ferramenta operada no interior do filro com varios jatos horizontals em alta velocidade de gua, Fluxos de agua de alta velocidade so direcionados através do fio na formagao ou pré-firo, atingindo o material de granulometria fina disperso e residuos de perfuragdo, trazendo-os para 0 interior do poco onde sserdio bombeados para fora _ Orificio valvula de retencdo Figura 12— Ferramenta de jateamento com quatro orificios espagados a 900 ao redor da circunferéncia da ferramenta 8.4.4 Velocidade de jateamento em toino de 30 mls pode produzir resullados efetivos, embora methores resultados podem ser obtidos quando as velocidades de jateamento forem entre 45 m/se 90 m/s. Velocidade superior a 90 m/s talvez nao resulte em beneficio adicional suficiente para justificar um custo adicional. De maneira geral, 1380 kPa (200 psi) no orificio de jateamento & a press4o adequada para 0 desenvolvimento de pocos Construidos com tubos-fitro metalicos. Entretanto, muito cuidado deve ser tomado no jateamento de tubos-itro fabricados em PVC ou outros materiais de menor resisténcia a abrasdo. O jateamento de tubos-fitro de PVC deve ser realizado somente com dgua limpa, livre de sedimento para minimizar a abraso, e a presso usada néo deve exceder 690 KPa (100 psi). Em goral, pressdo superior 6 requerida ao trabalhar em formacoes granulares predominantemente finas ou em pogos com tubos-fitro com tubo-filto com pré-fitro montado. NOTA Avalvula na base da ferramenta fecha quando a pressio de agua ¢ introduzida na superficie abre para permit 0 bombeamento através da coluna de tubos apés a fnalizagao do jateamento, 8.4.5 A energia que mobiliza as particulas da formagao e do pré-filtro é fungao da velocidade e do diametro do jato de agua. A energia do jateamento dependera da capacidade da bomba (pressao maxima de saida e vaza0 nesta pressao) e do didmetro do orificio do bocal de descarga. © orificio do bocal deve ter o maior diametro possivel para manter presséo minima de 690 kPa (100 psi) para a azo minima da bomba. Para determinado diémetro do orificio (didmetro do jato) maior pressao resultard em maior energia para penetragdo no pré-fitro, A tubulagéo (haste) a ser unida ao jateador deve ter diémetro suficiente para minimizar as perdas de carga por fricgo em suas paredes, de modo que a velocidade do jato seja ‘a maior possivel. NOTA Qualquer método de desenvolvimento deve ser iniciado 4 partir do topo do tubo-firo para evitar @ formagao de pontes {© ABNT 2008 - Todos os direitos reservacios 19 ABNT NBR 15495-2:2008 8.4.6 Embora o jateamento possa ser realizado sem 0 equipamento de perfuracdo (sonda) ele deve ser realizado com equipamento que permita a rotagao do jateador e com bomba que permita alta pressao na saida do jato, como por exemplo as bombas utilizadas na circulagao do fluido de perfurag3o. Ao usar o equipamento de perfuragio 0 jateador é conectado a extremidade inferior da haste de perfuracdo e a sua rotagdo & controlada pelo equipamento de perfuragao. Para iniciar 0 jateamento a ferramenta de jateamento é posicionada no topo do tubo- filro e rotacionada lentamente, conforme vai sendo movimentada em diregdo ao fundo do pogo a velocidade da ordem de 1,5 mimin a 4,5 m/min. © material fino da formagao € os residuos de perfuragao sao mobilizados pela turbuléncia originada pelo jateamento no interior do pré-fitro e carreados para 0 interior do tubo-ftro, onde se acumulam no fundo do pogo, ou em um recipiente para depésito existente na base do jateador (caso este esteja sendo usado), enquanto a ferramenta de jateamento movimenta-se para baixo. Este material deve ser removido simultaneamente ou periodicamente. O movimento descendente e a rotagdo lenta e gradual do jateador expdem toda a superficie dos tubos-fitro a aco vigorosa dos jatos. Diversas passagens do jateador devem ser realizadas até que a quantidade de material fino @ residuos de perfuragao removidos se tornem insignificantes. Para evitar desgaste por efosdo do tubo-fitro e para garantir o bom desenvolvimento do pogo, 0 jateador nunca deve ser operado em posigdo estacionaria, seu movimento lento de rotacao e deslocamento vertical descendente deve ser constante. 8.4.7 Em geral a eficiéncia do processo de jateamento ¢ controlada pela espessura do pré-filro, pelo raio de aco do jato, pela velocidade do jato, pela distancia do orificio do jateador ao ponto de impacto no tubo-fitro @ pela relacdo entre a condutividade hidréulica dos materiais da formagao e do pré-firo. 8.4.8 A remogao étima de finos e residuos de perfuragao pelo jateamento depende da distribuigo de tempo alocado no processo. Como a energia do jateamento ¢ pontual e fica direcionada a pequena parte do tubo-fltro a cada momento, mais tempo seré despendido na operagao de jateamento quando comparada a outros métodos que atuam em grandes porgdes do tubo-fltro ao mesmo tempo. Resultados operacionais menos satisfatérios podem ocorrer quando o tempo alocado nao é suficiente para o trabalho completo, 8.5 Jateamento combinado com bombeamento simultaneo Embora o jateamento seja um método eficaz para retirada dos sediments finos ¢ residuos de perfuragao do interior do pré-fitro e da formacao, a eficiéncia maxima do desenvolvimento é conseguida quando o jateamento & combinado com bombeamento simulténeo. Esta combinagao de técnicas de desenvolvimento é particularmente bem sucedida para pogos instalados em areias e cascalhos inconsolidados. Nao pode ser aplicado sempre, mas deve ser considerado quando o didmetro do revestimento, o equipamento disponivel e os nivels da égua assim o permitirem. NOTA A utilzagio de _métodes de desenvolvimento que adicionem gua a formagéo em locais potencialmente Contaminados deve ser evitada sempre que possivel 8.5.1 A Agua adicionada ao pogo durante 0 jateamento fungdo do diametro do orificio do jateador e da pressdo da bomba. O volume da agua bombeada simultaneamente do pogo deve sempre exceder entre 1,5 vez a 2 vezes 0 volume adicionado sem causar 0 esgotamento do pogo, de modo que seja criado gradiente da formagao para 0 interior do pogo. A manutencao do flux de agua para o interior do poco iré garantir a remocao dos residuos de perfuragao © material fino da formagao. Este procedimento ajuda também na remogéo da agua adicionada ao poco durante o jateamento, minimizando a alteracao da qualidade natural da agua da formacao. 8.5.2 Vantagem adicional do bombeamento simulténeo ¢ que a agua retirada do pogo pode ser recirculada © reaproveltada no jateamento, desde que os sedimentos em suspensdo sejam decantados em tanques externos para evitar danos nos equipamentos de bombeamento, bocais dos jateadores, tubos-firo, etc. Isto minimiza também os problemas decorrentes da qualidade da agua adicionada ao meio. Esta agua pode ser alterada quimicamente durante o processo de bombeamento, particularmente se o equipamento nao for descontaminado antes do uso. © bombeamento pode servir também para avaliar a eficiéncia do jateamento, pela avaliacao do tipo, volume e tamanho dos graos dos sedimentos depositados no fundo do tanque de decantagao. 8.5.3 _Bombeamento por injegao de ar (Figura 13) é 0 tipo mais comum de bombeamento empregado nesta operagao de desenvolvimento, em fungao de seus pequenos diémetros e eficiéncia em remover o sedimento sem danos ao equipamento. Ocasionalmente o diémetro da tubulagao de injecao de ar e do tubo edutor, pode ter que ser diminuido de modo que eles possam ser acomodados no espaco anular do pogo junto com o equipamento de jateamento. O sistema de bombeamento por injecdo de ar opera melhor quando a linha de ar esta pelo menos 40% submersa (Figura 14) e a porgao inferior do tubo edutor é colocada acima da ferramenta de jateamento, permitindo que o sedimento seja bomibeado para fora do poco antes de sua decantacao. 20 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 NOTA De maneira geral os procedimentos de desenvolvimento s0 mais eficientes quando a descarga 6 maximizada, Portanto, a submergéncia deve ser t8o elevada quanta possivel dentro dos limites praticos, Calda de preenchimento Haste Tubo edutor Revestimento Tubo-filtro Pré-filtro NOTA Nesta configuragao, a ferramenta de jateamento e a tubulagio de adugdo de agua para o jateamento so separadas do sistema de bombeamento por airlift, de modo que 0 jateamento e bombeamento air-lit possam ser realizados simutaneamente, Figura 13 — Jateamento associado a bombeamento por injegdo de ar (air lift) 8.5.4 © ar comprimido usado para o desenvolvimento deve ser fitrado para assegurar que o dleo do compressor de ar ndo seja introduzido no interior do pogo. Na teoria, isto pode ser realizado com facilidade com 95 fitros de carbono de grande volume, Na pratica, entretanto, a eficacia dos fitros de ar/éleo na remogao do leo aprisionado é questionavel. € dificil assegurar que o ar usado tenha concentragdes nao detectaveis do dleo. Assim, © desenvolvimento com ar comprimido pode realmente introduzir 0 6leo no meio, embora em concentragdes muito baixas. Este dleo pode ter 0 efeito de interferir nos resultados analiticos da qualidade da gua. Alternativamente, (8 compressores sem dleo podem ser usados visando evitar os problemas inerentes com os compressores comuns, lubrificados a dleo. 8.5.5 Quando o bombeamento por injegao de ar for pouco pratico ou indesejavel, 0 bombeamento com bomba submersivel pode ser usado, mas isto somente & possivel em pocos com grande diametro. Geralmente, a bomba deve ser colocada acima da ferramenta de jateamento de modo que a quantidade de sedimento que passa através da bomba seja minimizada para evitar danificar a bomba. Assim, 0 material colocado temporariamente em suspensdo pela aco do jateamento 6 bombeado para fora do poco, mas ainda assim muito sedimento ficara depositado no seu fundo. Este sedimento deve ser removido periodicamente durante a operacao de jateamento/ bombeando de modo que toda a superficie dos filtros possa ser efetivamente desenvolvida, © ABNT 2008 - Todos os direitos reservacios 2 ABNT NBR 15495-2:2008 8.6 Desenvolvimento com ar Desenvolvimento com injego de ar diretamente no interior do pogo no é recomendado em pogos de monitoramento. A injegdo do ar no interior dos sedimentos da formacao pode alterar o potencial de oxidagao-reducdo da agua da formacdo e alterar seu equilibrio quimico nas proximidades das paredes do pogo. Os efeitos deste tipo de disturbio quimico podem persistir por diversas semanas ou meses apds o desenvolvimento, 8.6.1 © borbulhamento de ar (efeito de ferver 0 pogo) durante o processo de desenvolvimento pode fazer com que © ar introduzido pelas aberturas dos fitros fique aprisionado no envoltorio de pré-fitro. O ar aprisionado & Gificil de ser removido e pode reduzir significativamente a condutividade hidréulica da formacao reduzindo a superficie aberta efetiva da secdo fitrante do pogo. 8.6.2 Nas situagdes em que o pogo é instalado em uma area de agua subterrinea contaminada o desenvolvimento com ar pode resultar em exposigo potencial do pessoal de campo as substéncias perigosas possivelmente volatiizadas. Embora precaucdes devam ser tomadas para minimizar a exposig&o do pessoal, outros métodos de desenvolvimento mais eficazes podem ser aplicados visando minimizar problemas da exposigao. 8.6.3 Por estas raz0es, 0 desenvolvimento com injegdo de ar comprimido sozinho nao deve ser usado para desenvolver pogos de monitoramento. Bombeamento por injeg&o de ar (airlift), procedimento no qual o ar nao é liberado diretamente no interior do pogo, mas é confinado dentro do tubo edutor (ver Figura 14) néo produz os efeitos indesejados da injegao de ar e pode ser usado conjuntamente com outros processos de desenvolvimento. Desta forma, na aplicagao do bombeamento com injegao de ar (airlift) em pogos de monitoramento, nao deve ser realizado 0 fechamento da saida de agua, que resulta no desenvolvimento com ar. Desens ns dear Figura 14 — Configuragao ti dear 22 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 15495-2:2008 9 Relatorio 9.1 Manter 0 registro de todas as operagdes de desenvolvimento e do progresso @ evolucao dos resultados do pracedimento do desenvolvimento. Um formulério para registro do acompanhamento dos dados de desenvolvimento, como ilustrado no Anexo A, pode ser usado para esta finalidade. Devem ser relatadas no minimo as seguintes informacées: a) turbidez avaliada durante as diversas fases do desenvolvimento e ao seu final (para ser comparada com os niveis do turbidez obtidas posteriormente durante as operagdes de monitoramento do pogo); b) caracteristicas fisicas (cor, odor, etc.) volume e quantidade de sedimento contido na Agua adicionado ao pogo ‘ou removida do pogo ©) quantidades © tamanho das particulas do sedimento que acumulamiprecipitam no pogo ou tanque de decantagao durante as varias fases do desenvolvimento; 4) _tipos de equipamento usados durante o desenvolvimento; @) detalhes da construgao do pogo; ) nivel estdtico do pogo, antes, durante e apés o desenvolvimento; 9) data de inicio @ fim dos trabalhos de desenvolvimento @ tempo real de duracdo de cada etapa do desenvolvimento; fh) outros detalhes pertinentes ao procedimento e objetivos do desenvolvimento. {© ABNT 2008 - Todos os direitos reservacios 23 ABNT NBR 15495-2:2008 Anexo A (informativo) Modelo de formulario para registro do acompanhamento do desenvolvimento de pogo de monitoramento NP do Projeto: Projeto: Nedopogo: (7 Profundidadetundo poco: Mics Data da instalagao: Final: Data do desenvolvimento: Nivel d'agua estatico: Inia: ‘Tipo de bomba: Final: c de: Tino de cagamba: Capacidade: Ponto de referéncia das modigSes: Diametro interno do revestimento: Profesional responsével Empresa de perturagao: Hora | Volume de agua |, | Condutividade Percentual | _ Outras caracteristicas fisicas (odor, con removido especfica | Temperatura | "Ge areia ticulas, turbidez} 24 (© ABNT 2008 - Todos os direitos reservados

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