Os dois poemas trabalham a sociedade e suas mudanas ao longo do tempo, presente
em ambos a preocupao com a nova sociedade que surge e os pontos positivos e negativos que ela pode oferecer. Em a flor e a nusea o poeta caracteriza as mazelas da sociedade na qual no v sada e os homens se tornam escravos do sistema. Somente com o desabrochar da flor percebe-se a viso de um novo mundo e uma possvel esperana de mudana. A intertextualidade nos faz perceber esses recortes, j que nos dois a vida urbana agitada e o homem busca sua identidade e funo na sociedade, enfrentando os problemas sociais e polticos. O tempo de misria e represso, o capitalismo cresce e os trabalhadores so substitudos por mquinas. No final do sculo XVIII e incio do sculo XIX, a Europa cenrio de grandes mudanas. A atividade produtiva sofre uma grande modificao, o processo manual de produo, no qual o trabalhador poderia controlar a produo desde a criao da matria prima at o produto final, substitudo pelas maquinarias homem passa a dirigir mquinas, a produzir em grandes volumes e trabalha para um patro, que quem obtm os maiores lucros. O homem moderno trabalha sob uma imensa quantidade de carga horria; sem olhar o fruto do seu trabalho. O trabalhador, que representa a maior parte da populao, um simples operrio/auto mata sem direito a pensar ou sugerir. Deve limitar-se a produzir. Em a flor e a nusea o poema apresenta o tema do eu-retorcido. Nele o poeta funde o tempo existencial e o tempo social. O eu lrico insere-se nos erros do mundo e acaba sendo levado nusea, que reflexo de sua indignao, de sua necessidade de expelir o mundo circundante que o incomoda.