So Jos era merecedor de grande devoo entre os negreiros, alcanando
mesmo, por volta de 1757,
a posio de protetor particular dos homens de negcios que se dedicavam ao trfico de negros na Costa da Mina . Na capela de Santo Antnio da Barra da cidade da Bahia existia uma imagem do Glorioso Patriarca, com confraria erigida por esses mesmos comerciantes. Essa imagem foi enviada por ordem do Serenssimo Senhor Rey Dom Joo o segundo, no ano 1481, para o castelo da Mina, aonde se conservou at o ano de 1637, em que foi tirado o Castelo do poder dos Portugueses, sendo recolhida ou apreendida dita imagem por um dos potentados gentios daquela terra e conservada no seu barbado poder, passando-a de Pais para Filhos at o ano de 1751, em que o zelo e devoo de um Capito dos navios da mesma Costa a resgataram do poder daquela gentilidade, trazendo-a para a dita Cidade da Bahia no ano de 1752, sem macula alguma do tempo ou ofensa dos mesmos brbaros gentios, e com todo o devido culto foi colocada na dita igreja de Santo Antnio, com plausvel festividade e especial proteo para os negcios e comerciantes da mesma costa, a cujo santo se obrigaro por ser os mensrios da companhia e pelos seus particulares bens e despesa prpria, a festejar anualmente, para ter propicio to grande patrocnio, debaixo do qual crescero as suas felicidades, . Proporo do que lhes auspicia o nome do mesmo santo. Essa boa conscincia dos negreiros era total. Por volta de 1820, diversos comerciantes estabelecidos em Angola solicitaram ao rei de Portugal, refugiado no Brasil desde 1808, recompensas pelo zelo que sempre souberam demonstrar nessa espcie de atividade. Alguns dentre eles solicitaram promoo ao
grau honorfico de coronel; outros imploraram a graa de serem
condecorados com a Ordem do Hbito de Cristo... verdade que cerca de noventa e quatro por cento da receita de Angola provinham na poca, de taxas sobre o trfico de escravos exportados para o Brasil, principalmente em Recife, em Pernambuco. Da, o surgimento, dois anos mais tarde, de um movimento que preconizava a unio dessa colnia africana com o Brasil, j independente a essa altura em vez de permanecer ligada a Portugal. Apesar de tais tentativas, Angola continuou presa sua mo poderosa, protegia o navio brasileiro, permitindo-lhe escapar do perigo e entrar calmamente na enseada.