Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
KOCH, A Referenciação Como Construção Sociocognitiva
KOCH, A Referenciação Como Construção Sociocognitiva
Abstract
In this article labeling will be explored as analytic focus for reference
building under a sociocognitive perspective. It is pressuposed that
textual processing depends not only on textual characteristics but also
on language usera sociocognitive characteristics. Thus the text is seen
as the actual locus for interaction and interlocutors as active subjects
who dialogically build themselves through it an are built by it.
Keywords
Labeling; Sociocognition; Reference; Text.
Resumo
Neste artigo explorar-se- a rotulao como foco analtico da
referenciao como construo sociocognitiva. Pressupe-se que o
processamento de um texto depende no s de caractersticas textuais,
como tambm de caractersticas sociocognitivas dos usurios da
lngua. Assim, considera-se o texto o prprio lugar da interao e os
interlocutores como sujeitos ativos que dialogicamente nele se
constroem e por ele so construdos.
Palavras-chave
Rotulao; Sociocognio; Referencialidade; Text.
KOCH
202
203
KOCH
204
205
(1) ... e eu fui :: Europa e a Paris numa poca de muito frio eu fui...
precisamente nesta poca eu eu eu embarquei em novembro e voltei
nas vsperas de Natal... ento eu andava muito a p... circunstncia
que talvez no ocorresse se eu tivesse ido no vero...(NURC/SP
DID 137, p. 168-172)
(2) O tratamento do diabetes passa por uma grande transformao. Da
alada da endocrinologia, a doena ser de agora em diante considerada
tambm uma especialidade da cardiologia. Essa ampliao decorrente
da estreita relao entre o diabetes e os distrbios cardiovasculares.
(Veja, 16/06/04)
Os rtulos metadiscursivos ou metaenunciativos, por sua vez, recaem sobre
o modo do dito, isto , atribuem uma qualificao ao ato de enunciao realizado
pelos personagens a que se refere o texto encapsulado, de vrias formas distintas:
1. categorizando-o como um ato ilocucionrio, por meio de nomes ilocutrios
(cf. FRANCIS, 1994), como promessa, ordem, advertncia, assero,
conselho, etc.:
(3) A pior coisa que aconteceu aos judeus foi a colnia judia dos Estados
Unidos ter descoberto o holocausto. A afirmao de um judeu
norte-americano, Norman Finkelstein autor do livro A Indstria do
Holocausto (...) cujos pais estiveram em campos de concentrao
nazistas e que, ao contrrio do resto da famlia, conseguiram sobreviver.
(Emir Sader, O Lobby do holocausto, Caros Amigos, setembro de
2000, p. 21)
(4) O Ministrio da Sade informa: o cigarro causa impotncia. Essa
advertncia vem acrescentar mais um dano aos que vinham sendo
anteriormente anunciados.
(5) O presidente afirmou em recente entrevista que no um neoliberal,
mas que defende um Estado Moderno (...). A explicao no
convenceu os presentes.
2. categorizando-o como resultado de determinado tipo de operao cognitivodiscursiva: reflexo, ponderao, argumentao, constatao, crtica,
esclarecimento, comentrio, etc.):
KOCH
206
207
KOCH
208
209
Escala de argumentatividade
KOCH
210
211
KOCH
212
guisa de concluso
Em razo da multifuncionalidade dos rtulos, das operaes cognitivodiscursivas que pem em ao e do relevante papel que desempenham na
construo textual do sentido podendo, desta forma, constituir importante
recurso para o ensino de leitura e produo de textos em sala de aula , a
pesquisa sobre o fenmeno da rotulao e, em especial, de sua face cognitiva,
merece, com certeza, no s aprofundamentos tericos, como tambm propostas
de operacionalizao didtica.
Referncias Bibliogrficas
APOTHLOZ, Denis; Catherine CHANET. Dfini et dmonstratif dans Les
nominalisations. In: DE MULDER, Walter; Carl Vetters (Ed.). Relations anaphoriques
et (in)cohrence. Amsterdam: Rodopi, 1997. p.159-186.
CARVALHO, Maria Anglica F. O funcionamento textual-discursivo dos rtulos
em artigos de opinio. 2005. Tese (Doutorado) IEL/UNICAMP, 2005.
CAVALCANTE, Mnica M. Demonstrativos uma condio de salincia. II
Congresso Internacional da ABRALIN, Fortaleza, 2001.
CONTE, Elisabeth. Anaphoric encapsulation. Belgian Journal of Linguistics:
Coherence and anaphora, v. 10, p.1-10, 1996.
FRANCIS, Gill. Labelling discourse: an aspect of nominal-group lexical cohesion.
In: COULTHARD, Malcolm (Ed.). Advances in written text analysis. Londres:
Routledge, 1994.
JUBRAN, Cllia C. S. O discurso como objeto-de-discurso em expresses Nominais
anafricas. Cadernos de Estudos Lingsticos, Campinas, IEL/Unicamp, 44,
p.93-104, 2003.
KOCH, Ingedore G. Villaa. Expresses referenciais definidas e sua funo textual.
In: DUARTE, Llia Parreira (Org.). Para sempre em mim: homenagem a ngela
Vaz Leo. Belo Horizonte: CESPUC, 1999. p. 138-150.
KOCH, Ingedore G. Villaa. Desvendando os segredos do texto. So Paulo: Cortez,
2002.
MARCUSCHI, Luiz Antnio. A ao dos verbos introdutores de opinio.
INTERCOM Revista Brasileira de Comunicao, So Paulo, ano XIV, n. 64,
p. 74-92, 1991.
213