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Francoise Choay nmin Gostaria de saudar aqui aguelescuja obra em favor do patriménio me serviu de estimulo para escrover este liv, eiciamete lacgues Houle, Raymond Lemaire Michel ‘Agradeco também a Alexandre Melisinas, Michel Rebut ‘Sarda e Jean-Marie Vincent, que fizeram a gentleza de reler Intradugio MONUMENTO E MONUMENTO HISTORICO Ptriménio* Esta bela antigepolavraestava, na origem, ligada as esiraturas Faraliares, econdmicas e juridicas de uma sociedade ‘stivel,enrizada no espago e ao tempo, Requaliicada por diversos Adjtivos (genética, natural istrico, etc) que fzeram dela ur con- etoile’, cs segue hoje uma tajetraciferenteereturbante atrimdnio historico, A expressio designa uen bem destina ddo 90 usufruto de uma comsnidade que se amplion a dimensies planetérias, consttuido pela cumulacio continua de uma diver Sidade de objetos que se cangregam por seu pasado comum: obras ‘cobras-primas das belas-artes e das artes apicadas, trabalhos & produtos de todos of ssberes savoir faire dos seres hurmanes. Em noseasociedade errante, constantemente transformada pela rmobilidade e ubiqlidade de seu presente, "patrimdnio histérico” fornou-se uma dis palavras-chave da tribe miditica. Ela remete a uma insttnigio ea uma mentalidade. ‘A teaneferéncia seminticasofrida pela palavra revela a opaci- lade da coisa, © putrimOntohistorita es cndutis w ele associa tencontrams-se prasos em estratos de significados cujas ambigtida- = Fiee depen que € wnat segundo 2 is dbs pais ds nes 25 Si line a enue nga de Li 1, Dies ige aur, De cont ome, sb resi el, Stenger, Pa Sout 987 les ¢ contradigées articulam e desarticulam dois mundos e duas visbes de mundo. (© culto gue se rende hoje a0 patrimdnio histdrico deve rerecet de nés mais do que simples aprovacio. Ele requer um Guestionsmento, porque se constitui num elemento reveladr, ne- fligenciado mas brilhante, de uma condigio da sociedade © das Guestées que ela encerra. E desse ponto de vista que abordo 0 tema oq Entre os bens incomensuraveis e heterogéneos do patrimn nig histérico, escolho como categoria exemplar aquele que se re laciona mais diretamente com a vida de todos, 0 patriménio histérico representado pelasedificagies. Em outros tempos fala amos de monumentos histérices, mas as duas expressses no sio mais sinGnimas. A parte da década de 1960, os monummentos hhistdricos jf ndo representam senio parte de wma heranca que no pira de crescer com a inclusio de novos tipos de bens e com © alargumenta do quadro cronolégico e das ireas geogrificas no interior das quai esses bens se iascrevem. (Quanda crist-e, na Franca, a primeira Comisso dos Monu- smentos Histércos, em 1837, as trés grandes categories de monu- Imentos histéricos eram constituldas pelos remanescentes da ‘Antiguidade, ox edifcios celigiosos da Made Média e alguns caste- Tos. Logo depois da Segunda Guerra Mundial, o-nimero dos bens invention dernplicara, mas sua natureza era peaticamente » ‘hestna, Eles pravinham, em esséncia, da arqueologis eda historia do arquitetutn erudita, Posteriormence, todas as formas da arte ‘de constr erucitace populares, urbana e urs, todas as cateporias te ecifcios, pablicos eprvados,suntwiiosewiltrios foram ancxs- tos, sob nove denominagSes arquitetura manor, temo proveniente ta Ila para desgnar as construches prvadas no manumentais, fem geraledifiadas sem a cooperacio de arquitetos, arguitetura bvemacular term inglés para distinguit os edificios marcadamente locas; arquitetura industrial das usinas, das estages, das altos- formes, de infcio reconhecida pelos ingleses?. Eafim, © dominio cos ua ei cd ps dri Com Superior do oman ose 186 patrimonial no se limita mais os efcis individuats ele agora Compreende os aglomertdos de edificacSes ea malha urbana: alo- tnerados de casts ebairos, aldelas, cdades ineirase mesmo con- juntos de cidades', como mostra “sista” do Patriménio Mundial Estabelecida pela Unesco. “Até a década de 1960, o quadro cronolégico em que seins: creviam os monuimentos histricos era, como hoje, praticamente Tlimitado "a montante",coincidindo, nese aspecto, com oda pes (quisa arqueolgica. "A jusante” ele do ultrapassava os limites do Século XIX. Hoje osbelgs lamentam o desaparecimento da Matson dda Peuple (1896), obra-prima de Horta, demolida em 1968; € 05 franceses, Les Halles, de Baltard, destruido em 1970, apessr dos vigorosos protestos que se levantaram em todaa Franga ene mundo {nteiro, For mais prestigionas que fossem, e559 vozes eram de ums peqvena minoria diante da indiferenca geral. Para aadministacio € para a maiora do pic, os pavilhdessuspensos que Napoledo it ¢ Haussmann haviatn consteuido tinkam apenas win funcio trivia, {que no hes dava acesso& categoria de monumentos. Alm disso, les pertenciam a uma epoca famosa por set mat gosto. Hoje, pa teda Paris de Haussmann esta tombada e, em principio, intocivel «lagu por diante, O mesmo se ds com a arguitetura “modern style “representada, na Franga, na virada do século, por Guimard, Lavirote e pela escola de Nancy —, que foi muito efémera.e, por tee0, depreciods (0 propre sécula x forgon as portas do dominio patrimonial rovavelmente scram tombodosepeoteidos, je, Hotel Imperial de Taguio,abra-prima de. L. Wright (1915), que resstiuaosss naturals, mas fot demolido em 1968; os atelis Esders de Per (1919), demolicos em 1960; as lojas de departamentos Schocken (1924) de Mendelsohn, em Stuttgart, demolidas em 1955; 0 dlispensério de Louis Kahn na Fladélba (1954), emolido em 1973, [Na Franca, uma recém-constiutda comissio do "patriménio do século 23 estabeleceu eritéris e wma tipologla para no deixar ‘scapar nenlum testerunho historicamente signifieativo. Os pro prios arquitetos interessam-se pela indicacdo de suas obeas para 3 Roc nal ade dei de Wich, me As tombamento, Le Corbusier fex que suas abrasfosser protegidas; Stualmente, nce dels estio tombadas eeatorze mnsentas nur in- ventério uplementar. A mansio Savoye motivau virias campa inhas pela restauragio, send esta mais dispendiosa que. de muitos ‘monuimentos medievais. Eni, a nogio de monumiento hist6rico eas priticas de con- servacio que Ihe sio associedas extravasaram os limizes da Euro: pi, onde tiveram origem e onde por muito tempo heviam feado CGircunseritas. E verdade que a década de 1870 assist, no con: texto da abertura Meiji i discreta entrada do monumsento histé- rico no Japio': para ese pais, que vivera suas tadigbesna presente, ‘que nio conhetia outa hstéria sendo a dindstica, que no conce bia arte antige ou moderna senso a vive, que no conservava seus -monumentos Sendo mantendo-os sempre novos mediate recons ‘ucio ritual, aassimilagio do tempo ocidental passava pelo reco- nhecimento de uma histéia universal, pela adocao do museu © pela preservacio dos monumentos como testemunhos do passado Na mesma época 0s Estados Unidos foram os primeitosa pro- teger seu patrieénio natural, mas pouco se interessavam em con- servaraquele consitwido pels edficagses,cuja proterao€ recente ‘-comegon por levar em conta as residéncia indviduais das gran- ‘des personsldades nacionss, Por se lado, a China, que ignoravs fesse valores, comecou a abrir € a explorarsstematicamente 0 fifo de seus monumentas hstéricos a partir da década de 1970. Da primeiea Conferéncia Internacional part a Conserv clos Montimentos Histérica, que aconteceu ern Atenas erm 1931 ‘6 prtiiparam europeus. A Segunda, em Veneza,nazna de 1964, Contou com a participario de tr8s pases ndo eutopeus ‘Tans, ‘0 México €0 Peru. Quinze anos mas tarde, otentspates das cinco continenteshaviam assinadlo a Convensio do Patsimeaio Mend ARE esd del conser upon are lg thio In Word Ths of Unity Dies, Ate ofthe VA Cameo he Far of ve (3, por Latin ol The emote Sune Univer re, 189 p98 '. Rha, “The Chinese Ae wrth ut hi aepel Sa ha Nagi BBN), tea. 1 A tripla extensio — tinol6gica, eronoligica © geosrdfica — dos bens patrimoniais € acompanhada pela crescimento exponen= taal de seu pablic. ‘O concerto patrimonial e 9 concertamento das pritias decom: servagio nio deixar, porém, de apresentaralgumas dissondncias. [Base creseimento recotde comega a provocarinquictago. Results rile na destruigao de seu objeto"? Os efeitos negativos do turismo ‘io sbo pereebidos apenas em Florenca eer Venez A cidade anti tnnde Kyoto se degrada a cada dia. Foi necessiriofechar, no Egito, fos timulos da Vale dos Reis. Na Europa, como em outros lugares, 8 inflagdo pateimonialé igualmente combatida e denunciads por ‘outtor mofivos: custo de manutencio, inadequacdo aos usos atuais, « paraisagio de outeos grandes projetos de organizacio do espaco ‘urbana, Mencions-stambém a necesidade de movar eas dislticas db destruigao que, a0 longo dos séculos, izeram novos monumen- tos se sucecerem 20s antigos. De fat, sem remontar& Anti {de ou Idade Mest, consderando apenas a Franc, basta lembear fas centenas de igrejas gticas destrutdas nos séculos Xvi © XVII, para fine de “embelezamento, substitu por edifieos barrocos ‘1 clissicos, Pierre Pate, oarquiteto de Luis XV, preconizavs, era ‘seu plano para resaurar © embelerar Paris, que ee "abandonasse"™ ‘tod a construgses géticas. Nem mesmo os monuments da Anti- sidade, por mais prestigio que tenham tido na era cléssica, deiea umde serdemolidos, coma famoso paliciode Tatele,em Borda, 7. Chard arma carl, ea, Bese, 1976. Rass de Canrbory ‘ee ron ue ern, documento propio, pap Lamar, ‘Gb, Univer de en 1980. 41am hie de Lois XY; Pai 176, No gu despite de (Calc cher "Com ogo de Notre-Dame, gue contra sends ps. cide © ded tes Exner nfvei nndo s eseve 9, snl en 1677 por ode de Ls XIV, Simin conserved prin Pins por). Andrus du Coren Lured arhsctur, 159) « por aad Fem deen, Blots Nason a rney, marty 2471) Ete Simo forum dene enainads i ef mo ide nun Vonage ar Tn rr Fat Laven 1c ‘edi de Vira (1584) ‘uma vee que atrapathavamn os projetos de modernizagio das cida dese dos terrtéros. Ne rang tradigo de destruigio construtiva e de moder. nizag, de que dio provas esses exemplos, serve atualmente de justiliativa a grande nimero de autoridades para sua oposicgo fos parsceres dos arquitetos dos eificos frangeses, das Comis Sees des Mommentas Histsricas e das setores sab protegio do Estado, Foi ern nome do progresto téenicoe social e da melhoria das conligses de vida de sew entorno que se substitu o teatro de [Nimes elemento-chave de uan conjunto neoclissico nico na re- tio, por uin centro cultural polvalente. Nos paises do Magreb bho Oriente Prénimo ainda o u2aes oe mesmoc argumentoe para justfion e destruigso ou a adulteragio dos bairzos muculmanes ha Tans, asim como na Siria ou no Ie, a vontade politica de Inoverezago fo auniada pela deologi co movirnento dos CLAM! fedesns vedetes. De su parte, os arquitetosiavocam o direito dos artistas & cragio. les desejam, como seus predecessors, marcar 9 espaco tarhana no querem sor relegados para fora das muros, a conde rads, as cidadeshistGricas, aa pastiche. Lembram que, a0 longo dds tempos, os extilos também coexistiram, justapostos e artic lads, uma mesma cidade ou num mesmo edifieo. A histéria da arguitetua, da época romana ao géticoflamejante ou ao barroco, pode sr Tida numa parte dos grands edificios religiosos euro peus:catedrais de Chartres, de Nevers, de Aix-en-Provence, de {alénci, de Toledo. A sedugio de uma cidade como Paris deriva dle divesidade estiitica de suas arquiteturas e de seus espacos. [Arquitturas e espagos allo devem ser fxados por uma idéia de Consereagointransigente, mas sim manter sua dingmica: este €@ aso di pirdmide do Louvre Csproprietirics, por sua vex, reivindicam o dirito de dispor livremente de seus bens para dees trar 0 prazer ou 0 proveite ‘que bem entendam. O argumento se choca, na Franca, com uma OD Pola La Madina de Ts, Pace, Pe a CNRS, 1990. [1 Cergesceierason de Artes Mec adem 1828 em Sars, at legislacdo que priviegia ointeresse pablico. Ele contins, porém, a prevalecer nos Estados Unidas, onde limitagio do uso do pa trimtnio histrico privado é considerada um atentado contea & berdade des cidadsos. 'As voues discordantes desses apositores sio to poderosas quanto sua determinacio, Cada dia trz uma nova mostra diss. ‘Contuda, as ameagas permanentes que pesam scbre opatrim®nio no impedem usm ampla consenso em favor de sua conservacio © de sua protesao, que sio oficialmente defendidas em nome dos ‘ralores cientificos,estéticos, memerias,sociais eurbanos, repre Sentados por esse patriménio nas sciedades iodustrais avanga dda, Um entropslogo american pode afirrnar que, pela mediagio {do tariomo de ate, o patriménio representado pels edificasdes ‘consituird oelo Federative da sociedad mondial!” CConsenso/contestacio: as razées e os valores invocados em favor das das respectivas posigesrequerem wma andlise e uma avaliacio crticas,Inflagio: foi ates a uma estratégia politica, ‘comporta evidentemente uma dimensio econ8mica e marc, com ‘erteza, uma reagio contra a mediocridade da urbanizagio con temporinea, Essas interpretaghes cas condutas patrimoniais no bbastam, porém, para explicat seu eatraordindvio desenvolvimento, las nio he esgotam o sentido ‘O que me interes & precisamente 0 enigma desse sentido: zona semantica do patriménio construfdo durante sua constitu ‘io, de dificil acess, friae ao mesmo tempo abrasadora. Para me frientar,recuarei no tempo em busca das origens, mas nso de lumi histGria;utlizares figuras © pentos de referéncia concretas, ‘mas sem a preocupagdo de fazer um inventirio, De antemio, é inecessirio precsar, a0 menos provisoriamente, 0 conteido ¢ a diferencs dos dois termos subentendos no conjunto das prticas patrimoniais: monument e monument histérco TEm primeiro higer, o que se deve entender por monumento? (O sentido original do terma & 0d latin montmentum, que por sua vez deviva de moneve (‘advert "lembrar"), aquilo que traz TEP Nc Gora Tere Medi Tris A Now Tho he Lee Cle, Lend Nort 196 4 Teesbranga alguma coisa. A naturezaafetiva da seu propésito & fessenciah dose tata de apreseatar, de dar uma informagio neu ta, mas de tocar, pela emagdo, uma meméria viva. Nesse sentido primero, chamar-se-4 monumento tudo 0 que for edificado por {ima cominidade de individuos para rememorar ou fazer que ou tras geragSes de pessoas rememorem acontecimentos,sacifcios, ‘tos ou crenges. A especificidade do monumento deve-se preci- samente 20 seu modo de atuacio sobre a mem6ria. No apenas clea trbalha e 2 mabsliza pela mediagio da afetividade, de forma ‘que lembre o passado fazendo-o vibrar como se fosse presente Mas este pussada invocado, convocado, de certa forma encanta do, no € um passado qualquer: ele élocalizadoe selecionado para fins vitis,na medida em que pode, de forma direta, contrbuir pora maater e preserva 3 identidade de urna comunidade étnica Su religisa, nacional, tribal ou falar. Para aquces que eificar, {assim como para os destinatsios das lembrancas que veiculam, 9 ‘omumento € uma defesa conta otraumatismo da existénci, we Eispostivo de seguranga, O monsimenta assegura, acalma, tean- ‘iliza,conjurando a ser do tempo. Ele constitu uma garantia‘das ‘rigens edisipaa inguietacio gerada pela incerteza dos comeyos. Desafio 8 entropia, A agio dissolvente que o tempo exerce sobre todas a colsas naturals earificias, ele tenta combater a angistia dda morte e do aniquilament, ‘Sua relagio como tempo vvide ecom a meméria, 0, dito de coutra forma, sia foreao aneropligica, constitu: a esséacia do ‘monumento. O resto € contingentee, portunto, diverse varivel, Ho constatamos no que di respeito aos seus destinatirios,e 0 mesmo scontece em relacio aoe seus génerore formas: tim, temple, coluna, arco de trnfo,estela,obelisco, totem. ‘Omonumeato muito seassemelha a um universal cultural Sob nips formas, ele parece presente em todos os continentes @ em pratcament todas as sociedades, dotadas ou nfo de escrita, O mo humento, depencdendo do caso, recs as nscrigdes ou as acolhe, ora ‘Com parca, ora de forma bem liberal, chegando is vezes 8 2 deixar cobre por elas, tendendo a acumlar tras Fangees. ‘O papel do monumento, porém, entendido em seu sentido original fo: perdendo progressivamente sa importincia nas soce Ades ocidentas, tendendo a se empara, enquanto 0 préprio terme sdquiria outros significados. Os léxicos atestam-no, Em 1689, Furetitre & parece dar so termo wm vslorarqueoléico, em det _mento de set valor memorial: "Testun que nos festa de alguma. jrande poténcia ou grandeza das sécdlos passados. As pirimides do gio, 0 Calisen, so belos monuments da grandeza dos ris do Egito, da Repablia romana”. Algunsanas ras tarde, © Dictionnaire de VAcadémie situa de forma clara 0 monumento e sua fancio ‘memorial no presente, mas seus exemp os traem um deslocamento, desta ver em directo a valores estétzos e de prestigi: "Mont ‘mento iuste, soberbo, magnifico, durive,glorioso™™. TEssaevolugdo ve confirma um sécalo mais tarde, com Quatre rmére de Quincy. Este observa que, “‘salicada is obras de arquite- ‘urs, essa palavra“designa ui edifice construtdo para eterizar a lemibranga de coisas memoraveis, ou concebido, erguido ou ‘isposto de modo que se tome um for de embelezamento ¢ de magnificéneia nas cidades. Bele continua indicando que, “0 i timo cato, a idGia de monumento, mai iad ao efeito produsido pelo edificio que ao sew fim ou destiragso,ajusta-se e aplicase a todos 0s tipos de edificacoes"™ E verdad que os revolcionériosde 1789 no pararam de so- shar com monumentos ede construir no papel os edificios pelos {uals queriam afirmar anova identidace da Franca! Erbora efeti- vvamente destinados a servir 4 meméri das geragées Futuras, esses projetos funcionam também em wm outro nivel. A evolcdo que fe depreencle dos dicionssios do seul XVil era irreversivel. "Mo- rnumento” denota, a partir dai, 0 pode grandeza, abelez: eabe- the, explicitamente, afiemar os grandes designios pablicos, promoverestilos, falar & sensiblidadeestétca Hoje, 0 sentido de “monuments” evo um pouico sais. ‘Ao prazer suscitado pela beleza do eficio sucedew-se o encanta- mento ott 9 espante provocadas pel proeza técnica e por wma versio modems do colossal, no qual Hegel vis o inicio da arte nos 15. Fame 1038 14. Disrnate de rcs 2, aia IK 15. M. Oru LaF nino, 1789-19, Pats Glia, 1970. over d ala Antgodade ovens. A partir dt 0 monmento se Imps atenlo sem pano de fundo stun noinsante sebeaets dose antigo sas de sgno pelo de sina, Exempen wens do loys em Londes, fore da Breton em Nantes, ote a Defense en Pare. ‘A progressiv extingo da Fangio memorial do monumento certamente tem muitas eau. Mencionate! apenas dane nabs gente i longo prazo.A primeira refeeset mpartincs es, ene atibutda ao conccto de arte” nas sociedad cxtloteg artic do Renacimento. A principio, os monumentoy, destnadce 8 avivar nos homens s memra de Dew ou dems colin da Cris, exigm dagucles que os contrat 0 tabalhe na perfeit © mais bem realiado eventualmentes proeee der Zs 0 omamentodariqueza. Nao se pens em beens Donde ber un identidhd e seu estat, endo dla noone da arte, © Quatrcento a asociva toa clcbagio ligeee es todo memoril.Enbre o proprio Albeo prince wines ia brlevaarquitetOnica, tea conserade, piedsoamene oe original de monument, le bru caminonneasedoeles tres dota de mem plo ea bles Segunda causa reside no desenvolvimento, aperfeigoe mento difisio das meméras artfiias: Plea fes as connes seu paradigina venenos” A hegemonia memorial de sant mento ndo fo, porem,ameagada antes de simprenta sere do 3 eserita uma frga sem precedentes na qu ds espana perspex Charles Peau se encanta por ver desaparcey, bela multipicngio dos vos, as lntayoes que posman ee, meméra: “hoje (.), no aprendemr quase mai nec cor Borde habitual emer gue eu Se wen demos recorrer quando nccessik, © cos passagens pole oy citadas cle forma mas Segura transcrevendoran de quccentenshs pro: 16S ia pe hand teal ay No es, spend 36 pi eho Ses ‘dour ofthe History of ews, wok MUL 18ST ae 'V-O.uclecans, oto df de pron Cl. Dey Le hamaie ‘de Platon” in La Disséminavion, Paris, Le Seuil, 1972, = a mem6rie, como se fina autora, Entregue 0 se ents tro de letado, ele nfo red conta de que omens teouro do Saber, clacad disposi dos doutos, tat congo a pitic Jo Sueciment, nem ques nove protetes da emit copin. Slo nfs paras emai rgnia,A partir do final de eéalo ov, “bistri"desgna uma dsgplinacjo saber, acum © Snr de oma cas emt he res ar ari da memoria vive ao mesmo tempo em ques spans ele tr at forger Contd, *s strate const quando € ola, para el, € precio calocarse fora dela" 9 formula demons. tras dlflerencao papeivern do monument, enarepa, por fun preseac come abjeto meafrco, de reuscar um pasted Prilegiad, mergthando nel aqueles que o lh. LUmstaloe tsa depts daaploia de Perl, Vitor Hugo pronunclava a oraio fncre do monument, condenad har {e pela venga da imprena®. Sun intigb vanaf conti tad pela crigio pelo aperfigoamento de nova formas de nsrrago do paeade meméra das tcncas de gravida ia gem ¢ do som, que aprsionam ecesttuem o pasrado sob uma frm mais conte, porn se diem detrente ss sntios cb sensiblidade, "mora dos temas letrnicos rai ab ‘Vejimor caso da fotografia. Rolnd Barthes compen eset antopeecamente nov no visa fer concor ‘lncia ner contestar, nom jetta pnts, "No eta de ‘Arte nem de Comuniags: sore fundadrs da fotografia Referéncia" Bla aparece asim como tna protese de um gencro Inet: te "am nova tpa de provi, estcertera que nena ‘erto pode dar” Ete poder de confer astenticdae elaiony Seccerarmene ns eagesquiics gu far da fotografia “ma so mesma tempo, Ihe conerem tr TR Palle der ancien des modems, get. 6, Pci 16889 gam ne meres se tad. 19, Barche, Lt chambve la, Pa Cahir ds cin, Calle Sei, Dae de Pr, apa "Cet tava edo, [isto mata agi’ a bem opaer de tesuscitar, Porque pela mediago de uma emulago dle prata"a foto do ser desaparecidochegaaté mim como or at, dle tuma extee Banthcsconsequi percebere analisr a duphickade da foto traf, a duas faces desse novo phdrmakon que tem 0 singular der de jgae com os dos plans da remeiabona na Mt Fine resucitar um passado moto, Dal vemos ses decamfualoc de usrpagio, Barthes os denuacta nomeando as das formas coms 8 fotografia ata sobre ns, studlum designa un atativasenes, ‘6, um intereseextero, mas de qualquer modo acto. O éxtase, que fa ota &consciécia "a propria leta de tempo”! € ‘momento revilsivg,alucinaténo, a propésito do qual se evoca, ‘mult ene, a palavaloucura, Or, es loucura da fotografia «que faz oincidivoser eo afeto€ da mesma naurera que genta tamento pelo monument. Vimos contrabalangar, eto, fr, toagiode La Chambre claire, segundo aula sciedade madera ‘emunciow 40 monument, afimand que a fotografia € wine de suas formas adaptada ao indvidallsma de nosa pc: 8 tome mento di sociedade privada, que permite 4 cada um conseguis

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