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Noses de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores: Aline Santiago ¢Jacson Panichi ConcuRsos Aula 02 AULA 02: Dos Fatos Juridicos: Requisitos de validade do fato juridico. Prescrigao e Decadéncia. Olé amigo(a)! A aula de hoje talvez possa ser um pouco cansativa, principalmente pela quantidade de conceitos que abordaremos. Vé com calma, leia atentamente cada pardgrafo, buscando realmente entender o que estamos escrevendo. Com seu edital pediu somente os requisitos de validade do fato juridico, dé bastante atenc&o a estes requisitos, bem como a prescricao € @ decadéncia, julgamos que sera certa a presenga de algum dos assuntos desta aula em sua prova. Procuramos ser bem préticos na elaboracdo da aula de hoje, de forma que vocé possa ver os assuntos objetivamente, sem muitas divagacées conceituais. Lembre-se que estamos aqui para ajudé-lo(a), utilize o férum de dividas ou mande-nos um e-mail se n&o entender algo. Seu questionamento pode ser bastante simples, nao se preocupe, procuraremos esclarecé-lo da melhor forma possivel. Comecemos os trabalhos por hora! Coragem ©! OBSERVACAO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislacéo sobre direitos autorais e da outras providéncias. Grupos de rateio e pirataria sao clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br ide 67 Noses de Direito Civil para T)/ PA ~ Auxiliar Judiciéirio, Estratégia Professores: Aline Sntiago« Jcton Ponichl Concurso Aula 02 + Disposi¢des gerais ~ CC arts. 104 a 114, - Classificago dos negécios juridicos. . mm & & + Elementos do Negécio Juridico.. - Flementos acidentais dos negécios juridicos - Prescriglo e Decadén QUESTOES E SEUS RESPECTIVOS COMENTARIOS. LISTA DAS QUESTOES E GABARITO. Profs. line Santiago e Jacson Panichi ‘www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 2 de 67 Noses de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores: Aline Santiago ¢Jacson Panichi ConcuRsos Aula 02 - Fatos e Atos Juridicos. Caro aluno, os conceitos do que é fato e do que é ato, muitas vezes, nos livros de direito, acabam por mais confundir do que ajudar. Comecemos, entdo, pelo basico, qual seria a principal diferenga entre um *fato e um 2ato? O fato 6 um acontecimento, seja ele tnatural ou 2humano. Jé a ideia de ato deverd estar ligada a uma acao ("o ato de agir”), por isto o ato sera humano jé 0 acontecimento (0 fato) pode decorrer também de algo natural (e nao humano) Um fato (acontecimento) pode, no entanto, ser decorrente de um ato, este é 0 caso, por exemplo, dos atos juridicos que, na sua execugao, refletirao também em um fato juridico. Esta confuso ainda? Vamos fazer o seguinte entéo, primeiramente detalharemos 0 #fato juridico e posteriormente falaremos do ato juridico. Vocé compreendeu o que é um fato? Pois bem, o Fato Juridico é aquele acontecimento, para 0 qual uma norma juridica, atribui um efeito juridico. Ou seja, temos repercussio no mundo juridico, existe conexo entre o fato ocorrido e ailei. Este efeito, decorrente do fato, poderd ser: a aquisicéo; a conservacao; a transferéncia; a modificac&o; e a extingdo de direitos. A primeira anélise que vocé precisa fazer é a seguinte: O acontecimento, seja ele ‘natural ou *humano, para revestir-se da figura do fato juridico, precisa obrigatoriamente ter repercussdo no mundo juridico, sen&o seré simples fato sem importancia para o direito. 0 fato juridico (em sentido amplo) divide-se em: —+ Fato Juridico Natural (ou em sentido estrito), que é aquele que independe da vontade humana. Os Fatos naturais se subdividem em originarios (exemplos: 0 nascimento, a morte!, a maioridade, o decurso do tempo, a frutificagdo das plantas) ou extraordinarios (a exemplo do + Tanto o nascimento quanto a morte séo acontecimentos naturais. E so fatos juridicos que sero inscritos no registro publico. Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi ‘www.estrateglaconcursos.com.br Noses de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores: Aline Santiago ¢Jacson Panichi ConcuRsos Aula 02 ‘caso fortuito, ou forca maior’, das tempestades e dos terremotos que ‘ocasionem danos as pessoas). =» Fato Juridico Humano, que sera decorréncia de um Ato humano. (Exemplos: reconhecimento da paternidade, um contrato, uma doac&o). ~——Acontecimento Natural.) >| (fato juridico em stricto sensu) ee a Juridicos, ou seja, repercussao no direito, para Acontecimento Humano - Ato juridico (Ato Humano) ene eS at 0 ato, como jé falamos, é a agdo humana e poderd ser: 0 tato jurfdico em sentido amplo (ou ato licite) - dito de efeito voluntario e 0 2ato ilicito - dito de efeito involuntério. Sao duas as espécies de ato juridico licito: 0 *Ato juridico em sentido estrito (ou meramente licito) e 0 2Negécio juridico. Partimos da premissa que o ponto comum entre estas duas espécies é que ambas decorrem de uma manifestacéo de vontade, mas os seus efeitos sao diferentes. => Ato juridico em sentido estrito (meramente licito). E ato néo negocial. Seus efeitos estao previstos em lei, ndo importando a vontade das partes, ndo ha a chamada autonomia privada. Disto concluimos que hé uma manifestacio de vontade, mas os efeitos so gerados independentemente de serem perseguidos diretamente pelo agente’. Exemplo classico, que inclusive jé foi abordado em prova de concurso, € 0 do pai, quando reconhece a paternidade do filho havido fora do casamento. Neste exemplo a vontade é irrelevante, os efeitos do ato estdo previstos em lei. Segundo 0 cédigo civil aplicam-se aos atos juridicos meramente licitos, no que couber, as disposicées relativas aos negécios juridicos. ? Segundo Orlando Gomes, Introducao ao Direito Ci todo fato necessdrio, a cujos efeitos nao é possivel resistir”. Como requisitos necessarios temos: a inevitabilidade (requisito objetivo); e a auséncia de culpa (requisito subjetivo). 2 Caio Mario da Silva Pereira, Instituicdes de direito civil, volume I, 25 ed. pag. 397. “caso fortuito, ou forca maior, é Noses de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Prafemoron Allo Sting x hehon Perch CoNcURSOS Aula 02 Art. 185. Aos atos juridicos licitos, que nao sejam negécios juridicos, aplicam- ‘se, no que couber, as disposicdes do Titulo anterior. = Negécio juridico. Como veremos a seguir, este é o ato que tem como consequéncia efeitos juridicos desejados pelas partes. E ato negocial. Estaré presente a autonomia privada. O contrato é 0 principal exemplo de um negécio juridico. Entéo: |, Ato Juridico em sentido estrito - meramente licito II, Negécio Juridico O negécio juridico é fato humano, voluntario, que tende a provocar efeitos juridicos por meio de determinado ato. Os efeitos sio desejados pelas partes. Como falamos, é ato negocial. Revendo a estrutura apresentada até agora, temos o seguinte: Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Noses de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi Aula 02 Fato juridico lato sensu Fato juridico stricto (fato naturais) Fato juridico Hamano {ou ato juridico em sentido amplo) Ato juridico em sentido ‘estrito-meramente licito (art. 185) Negécio juridico {arts. 104 a 184) Segundo Caio Mario da Silva Pereira’: "todo ato juridico se origina de uma_manifestacéo de vontade, mas nem toda declaracéo de vontade constitui um negécio juridico.” Isto ocorre porque, por vezes, a declaracéo de vontade nao tera como objetivo realizar uma finalidade juridica. - Negocio Juridico. - Disposigdes gerais= CC arts. 104 a 114. O negécio juridico é uma da espécie do Ato juridico licito. Nao existe uma definig&o para o que seja 0 negécio juridico no Cédigo Civil. 0 Cédigo de 2002, assim como o de 1916, nao definiu, néo normatizou um conceito sobre o que seria 0 negécio juridico. Mas 0 conceito que mais comumente se encontra na doutrina é 0 seguinte: negécio juridico é uma declaracao privada de vontade que visa a produzir determinado efeito juridico, relativo a direitos e obrigagdes. Assim, 0 negécio juridico apresenta-se como uma norma concreta estabelecida pelas partes. Sua caracteristica primordial é ser 0 negécio juridico um ato de vontade que atua no sentido de obtenco de um fim * Instituigées de direito civil, volume I, 25 ed. pag. 399. Profs. Aline Santiago e Jacson Paniehi ‘www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 6 de 67 Noses de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores: Aline Santiago ¢Jacson Panichi ConcuRsos Aula 02 pretendido. Segundo Silvio Salvo Venosa®, "é por meio do negécio juridico que se dé vida as relagées juridicas tuteladas pelo direito”. A declaracao de vontade® é elemento essencial do negécio juridico, 6 seu pressuposto. A declaragéo de vontade, além de condigéo de validade, constitui elemento do préprio conceito e, portanto, da propria existéncia do negécio juridico. As pessoas detém autonomia privada (possibilidade de constituir, modificar ou extinguir uma relagdo juridica). strumento, por meio do “qual este poder se manifesta e |___ se concretiza, sera: © Negécio Juridico (atari ceed Uma vez certa a vontade, pressuposto do negocio juridico, é fundamental que ela se exteriorize, pois enquanto ndéo externada ndo ha de se falar em negécio juridico, a vontade obrigatoriamente precisa ser manifestada. Esta exteriorizagdo pode se dar de forma expressa, quando assume a forma escrita ou a falada; ou de forma tAcita quando a declaracao de vontade resultar apenas do comportamento do agente. Ambas as formas (expressa e tacita) so reconhecidas pelo ordenamento juridico como validas. Mas atengo! Ha casos em que seré necesséria a forma expressa e, além disso, no modo escrito. O testamento é um exemplo disto, veja mais alguns exemplos encontrados no CC: Art. 108. Nao dispondo a lei em contrério, a escritura publica é essencial 4 validade dos negécios juridicos que visem 4 constituicao, transferéncia, modificacao ou renuncia de direitos reais sobre iméveis de valor superior a trinta vezes 0 maior 806, A rendncia da heranca deve constar expressamente de instrumento pliblico ou termo judicial. Civil I, Parte Geral, 11 ed. pag. 333. ® Quando h ponto de acordo entre as vontades, dd-se o nome de consentimento ou miituo consenso. Este consenso implica, portanto, em duas declaragées de vontade que se encontram. 1 Santiago e Jacson Paniehl Noses de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professoes: Aline Santiago ¢Jacson Panichi Concurso’ Aula 02 Nas declaracées de vontade distinguem-se dois elementos principais: 1. declaracao propriamente dita (ou elemento externo)—é 0 comportamento que explicamos mais acima, € o ato de declarar a vontade; 2. vontade (ou elemento interno)=¢ 0 impulso da vontade, que se subdivide em: vontade da ago, é a desejada, voluntaria; vontade da declarago; e vontade negocial, onde o declarante deve ter a vontade de manifesté-la com 0 objetivo de praticar determinado negécio e néo outro. Para uma melhor compreens&o dos elementos da declaracao de vontade, vamos a um exemplo: suponha que Jodo foi a um leildo, temos ai a vontade da ag&o. Ocorre que, neste mesmo leiléo, Jo&o acena com a cabeca para um amigo e este aceno é interpretado como sendo uma oferta ou lance pelo objeto que esta sendo leiloado. Temos uma vontade de aco, mas ndo temos vontade de declarago, pois o gesto de Jodo foi interpretado de forma errénea. Entretanto, se este aceno de cabeca realmente tivesse sido um lance ou oferta, neste caso, teriamos as duas vontade, a de declaracgo e, também, a vontade negocial. - Classificagao dos negécios juridicos. Para a classificagSo dos negécios juridicos so observados varios Se nao hd uniformidade na doutrina, por isso acreditamos ser dificil, embora ndo impossivel, a cobranga em prova que exija do candidato conhecimento preciso da classificagaio quanto a este ou aquele critério. O importante é que vocé saiba 0 conceito de cada um dos termos que serao apresentados logo abaixo e em quais situacées eles se encaixarao. Procuramos colocar as classificagées mais comuns. Vamos a elas! 1, Quanto ao ntimero de partes e processos de formacao: == Unilaterais. Muito cuidado! A nocdo de partes nem sempre coincide com a de pessoas. Aqui o que se analisa é 0 objetivo. O ato em si pode provir de um ou mais sujeitos, mas o fim deve ser Gnico, o ato dirige-se no mesmo sentido, ha apenas uma declaracéo de vontade. (Por exemplo: duas pessoas podem juntas instituir uma fundacéo, o ato ser conjunto, no entanto unilateral, porque haveré apenas uma manifestacéo de vontade). Nosées de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi ConcuRsOS Aula 02 Havera aqueles atos que o conhecimento da outra pessoa (a quem é dirigido) ser necessario, mesmo que ela ndo manifeste sua vontade. Este & 0 chamado negécio recepticio. Como exemplo temos a revogacao de um mandato, em que o mandatério (quem recebe o mandato para agir em nome do mandante) deve estar ciente da revogacao. Havera, também, aqueles atos que o conhecimento da outra parte ser irrelevante, € 0 chamado negécio nao recepticio. Como exemplos, temos 0 testamento, a confissdo, a renuncia de heranga. O importante é que vocé entenda que no negécio juridico unilateral o aperfeicoamento do ato se dé com uma Unica manifestacéo de vontade. laterais. As declaragdes das partes dirigem-se em sentido contrario, mas so coincidentes no objeto, ha sempre a manifestacdo de duas vontades. Exemplos classicos de negécio juridico bilateral sao os contratos. Os atos bilaterais se subdividem ainda em: ‘simples e 2sinalagmaticos. No simples ha vantagens para uma das partes e nus para a outra. Como exemplos, temos o comodato e a doacéo. No sinalagmdtico haveré énus e vantagens reciprocos. Como exemplos, temos o aluguel e a compra e venda. Se 0 ntimero de partes envolvidas for superior a duas, 0 negécio seré plurilateral. E atencao! A doacio, embora possa num primeiro momento parecer negécio juridico unilateral, é bilateral (€ um tipo de contrato), porque se aperfeicoa com a aceitacao da outra parte. Hd, portanto, manifestacio de duas vontades. E um negocio bilateral simples, pois uma parte aufere vantagem e a outra arca com o énus. 2. Quanto as partes e ao tempo em que produzem efeitos: — Inter vivos. As consequéncias juridicas ocorrem durante a vida dos interessados (ex.: doac&o (estipulada em vida), troca, mandato, compra e venda, locac&o). Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 9 de 67 Noses de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores: Alin Santiago ¢Jacson Panichi ConcuRsOs Aula 02 — Mortis causa. Regulam relacdes apés a morte do sujeito, do declarante (ex.: testamento, legado). Segundo Carlos Roberto Goncalves’ estes negécios séo sempre nominados ou tipicos, ou seja, estdo definidos em lei, ndo podendo as partes, valendo-se de sua autonomia privada, criarem novas modalidades de negécios dessa natureza. 3, Quanto ao seu contetido: — + Patrimoniais. Originam direitos e obrigagdes de contetdo econémico, suscetiveis de aferig&o econémica. — Extrapatrimo! ou pessoais. Sao aqueles relacionados aos direitos personalissimos e ao direito da familia. Apresentam contetido no econémico. 4. Pela causa da atribuicéo patrimonial, quanto a seu objetivo (quanto as vantagens que produzem): — A titulo gratuito (benéficos). No hd contraprestacdo, sé uma das partes obtém beneficios. Uma parte aumenta seu patriménio em decorréncia da diminuicéo do patriménio da outra (ex.: doacées, comodato). =< A titulo oneroso. Implica miitua transmissao. Os sujeitos visam, reciprocamente, a obter vantagens para si ou para outrem (ex. compra @ venda, contratos em geral). Segundo Venosa®, os negocios juridicos onerosos podem ser ainda: comutativos, quando tem prestacdes equivalentes, certas e determinadas; e aleatérios, quando a prestacdo de uma das partes depende de acontacimentos incertos e inesperados. — Neutros. Sao aqueles em que n&o ha uma atribuigdo patrimonial determinada, ndo podendo ser enquadrados como gratuitos ou onerosos. Caracterizam-se pela destinacao dos bens para uma certa finalidade, sem prestacéo de qualquer das partes em beneficio da outra. Como por exemplo a instituiggo de bem de familia e cléusula de incomunicabilidade de bens de um cénjuge para o outro. — Bifrontes. Séo os negécios juridicos que podem ser onerosos ou gratuitos a critério das partes, como o muituo, o mandato e o depésito (que so espécies de contratos previstos no Cédigo Civil). $6 existe se o 7 Carlos Roberto Goncalves, Direito Civil Esquematizado, Saraiva, 29 ed., pg. 269. ® Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil I, Parte Geral, 11 ed. Atlas. Profs. line Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 10 de 67 Noses de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe Jacson Panihi ConcuRsos Aula 02 contrato esté previsto na lei como gratuito, de contrario a converséio nao é possivel, pelo fato de subverter a sua causa negocial. No entanto, nem todos os contratos gratuitos poderdo ser convertides. A doagdo e o comodato ainda que gratuitos na sua esséncia n&éo podem ser transformados em contratos onerosos, pois ficariam desfigurados, transformando-se em venda e locacao. 5. Quanto & forma: —» Formais (solenes). Exigem forma especial, prescrita em lei (ex.: testamento; negécios juridicos que visem a constituigdo, transferéncia, modificac&o ou rentincia de direitos reais sobre iméveis de valor superior a trinta vezes o maior salério minimo vigente no Pais). Art. 108, Nao dispondo a lei em contrério, a escritura publica é essencial 4 validade dos negécios juridicos que visem a constitui¢zo, transferéncia, modificacao ou rentincia de direitos reais sobre imoveis de valor superior a trinta vezes 0 maior saldrio minimo vigente no Pai — + Nao formais (n&o solenes). Nao exigem solenidades ou forma especial (a forma é livre). Podem, por exemplo, ser efetivados de forma verbal. Art. 107. A validade da declarac3o de vontade né ‘sendo quando a lei expressamente a exigir. dependerd de forma especial, Ad solemnitatem = formalidade exigida por lei para a validade do ato. - Elementos do Negécio Juridico® Para que o negocio juridico exista, ja vimos que é necessaria a declaraggo de vontade (pressuposto fundamental), agora vamos estudar os outros elementos essenciais do negécio juridico e que foram elencados do Cédigo Civil de 2002 como requisitos (condigédes necessdrias) de validade. O artigo 104 do CC diz: ® Nao hé uma unanimidade entre os doutrinadores quanto a denominacao que se deve dar aos caracteres estruturais do instituto. Deste modo, podem ser encontradas expressdes como: elementos, pressupostos, requisitos. Alguns autores até tentam fazer uma diferenciacao. Entretanto jé foram cobrados em prova, por exemplo, “os requisitos”, sendo que a prépria questo tratou-os como “elementos”. Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi ‘www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 11.de 67 Noses de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores: Aline Santiago ¢Jacson Panichi Concurso’ Aula 02 Art. 104. A validade do negécio juridico requer: I - agente capaz; II - objeto licito, possivel, determinado ou determindvel; III - forma prescrita ou néo defesa em lei. Além da declaracio de vontade, sao trés, entio, os fatores a serem ados, quais sejam: 0 tagente (as pessoas envolvidas), 0 2objeto (aquilo que esta em questao) e a forma (que conste da lei ou, entao, nela no esteja proibida). = Declaragio de vontade Gerais comunsa | © Elementos todos os negdcios essencias, juridicos) aoerrneaas requisitos de relacionados le validade e por ae ~ Objeto licito, possivel, determinado ou determinavel Particulares (de cada negécio — —__ : juridico) relacionados & forma, que poderd ser diferente para cada ato, desde que ndo contrarie o art. 104, Ill. Os elementos serao essenciais se forem indispensaveis 4 validade e por consequéncia a exist€ncia do negécio juridico. So gerais aqueles que precisam estar presentes em todos os negécios juridicos (como a declaracio de vontade; o agente capaz; o objeto licito, possivel, determinado ou determinavel) e séo os particulares aqueles que estao relacionados a forma adotada, lembrado que esta deve ser aquela prevista ou, entSo, nao proibida em lei. Analisando os trés incisos do art. 104, temos 0 seguinte: => Inciso I. Quanto 4 capacidade do agente: em nossas aulas passadas, estudamos tanto a capacidade das pessoas naturais como a capacidade das pessoas juridicas. Para a validade do ato, o Cédigo Civil exige agente capaz. Tal capacidade deve ser aferida no momento do ato. Isto quer dizer, conforme ja estudado, que a pessoa no momento do ato deve ser dotada de consciéncia e vontade, além é claro de ser reconhecida por lei como apta a exercer por si mesma os atos da vida civil. Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www estrateglaconcursos.com br Pagina 12 de 67 Noses de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi ConcuRsos Aula 02 As pessoas absolutamente incapazes serdio representadas pelos seus representantes legais e as relativamente incapazes serao assistidas. Isso jé foi questo de prova: Sabendo-se que a representac&o nasce da lei ou do negécio juridico, é correto afirmar que, na representac&o legal, 0 representante exerce uma atividade obrigatéria e personalissima. Nulo seré 0 ato praticado diretamente por pessoa absolutamente incapaz e apenas anulavel o realizado por pessoa relativamente incapaz. Ainda sobre este assunto temos 0 artigo 105 do CC: Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes nao pode ser invocada pela outra em beneficio proprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisivel 0 objeto do direito ou da obrigacéo comum. As pessoas relativamente incapazes sao assistidas nos negécios juridicos pelas pessoas indicadas em lei. A incapacidade é excec&o pessoal, sé pode ser formulada pelo préprio. incapaz ou pelo seu representante legal, Essa defesa ndo pode ser invocada em proveito préprio pelo interessado capaz, nem aproveita aos cointeressados capazes, a menos que ocorra a ressaiva legal, isto é, se for indivisivel"® 0 objeto do direito ou da obrigagéo comum. No que diz respeito & capacidade das pessoas juridicas, estas intervirdo por intermédio de quem as represente, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente. Além do que foi dito acima, em certos atos a lei nao se contenta com a simples capacidade civil, exigindo, ainda, 0 requisito da legitimagao. Aqui, jé nao. se discutem as qualidades intrinsecas da pessoa, sua capacidade, que a habilita para os atos da vida negocial. O que se discute € a posic&o de determinadas pessoas em face de determinadas situacées criadas por fora de sua capacidade, que agora ndo esté em discussao. Portanto, a legitimacio ou legitimidade depende da particular relacdo do sujeito com 0 objeto do negécio. Assim, 0 conceito de legitimacao € o de que as partes, em determinado negécio juridico, devem ter competéncia especifica para praticar o ato. — > Inciso II. Em segundo lugar temos 0 objeto, que nada mais é do que as vantagens que seréo auferidas pelas partes, podendo nesse sentido © CC Art. 258. "A obrigacao é indivisivel quando a prestacao tem por objeto uma coisa ou um fato no suscetiveis de divisdo, por sua natureza, por motivo de ordem econémica, ou dada a razdo determinante do negécio juridico.” Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi ‘www estrateglaconcursos.com.br Pagina 13 de 67 Noses de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores: Aline Santiago ¢Jacson Panichi Concurso’ Aula 02 estar, por exemplo, relacionado a um servico ou, entao, a um bem. Exige a lei que 0 objeto seja *possivel, afastando, deste modo, os negécios que tiverem prestagdes tanto fisicamente quanto juridicamente impossiveis. Conforme o artigo 106 do CC: Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto néo invalida 0 negécio juridico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condicao a que ele estiver subordinado, A impossibilidade, a que se refere o legislador, pode ser absoluta, comum a todas as pessoas, e pode ser relativa, alcangando apenas o agente. © objeto também deve ser 2determinado, ow ao~ menos determindvel, no momento de sua concretizaco. Para que seja idéneo 0 objeto, nao basta ser possivel, determinado ou determinavel, exige-se, igualmente, que seja 3l{cito (no é permitido, por exemplo, a exploragao da prostituig&o). A licitude do objeto é regulada pela forma negativa, ou seja, chegamos a compreensdo do objeto licito pelo conceito que temos de ilicitude. Disto podemos concluir que: O ato ilfcito embora seja um fato juridico, com repercussao no direito, nao é ato juridico, muito menos, um negécio juridico, porque este (o negécio juridico) precisa ser licito. A lei impée limitagdes ao objeto do negécio, que nao gozaré de protegdo legal quando for contrario as leis de ordem ptblica, ou aos bons costumes. A sancéo quanto ao objeto inidéneo, conforme art. 166, inciso I, é a nulidade do ato: Art. 166. E nulo o negécio juridico quando: II - for ilicite, impossivel ou indeterminavel o seu objeto; ==») Inciso III. Por ultimo, temos a forma (elemento essencial particular), que ao lado da capacidade, legitimidade, objeto e naturalmente da vontade, constitui, também, elemento integrante do negécio juridico. E requisito de validade dos negécios juridicos obedecerem a forma prescrita ou, ent&o, néo adotarem a forma proibida pela lei. A regra é que a forma seja livre, como dispée 0 artigo 107 do CC: Art. A validade da declaracao de vontade néo dependeré de forma especial, Sendo quando a lei expressamente a exigir. Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br_ Noses de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe acson Panichi ConcuRsos Aula 02 Os negécios juridicos que dependem de forma determinada para terem validade jé foram citados anteriormente, sdo os atos formais ou solenes - serao nao solenes ou nao formais quando sua forma for livre. A forma especial tanto pode ser imposta pela lei como pela prépria parte, que contrata com a cldusula de que o acordo nao tera validade sendo sob determinada forma, é 0 que esté no artigo 109 do CC: Art. 109. No negécio juridico celebrado com a cléusula de nao valer sem instrumento ptiblico, este é da substancia do ato. O Cédigo nao se referiu & causa, ou ao fim visado pelo agente. Mas a causa é parte integrante do ato de vontade. E o motivo com relevancia juridica. Numa compra e venda, por exemplo, 0 comprador pode ter os mais variados motivos para realizar 0 negécio, todos estes motivos, porém, no tém relevancia juridica. A relevancia juridica estara em receber a coisa, mediante 0 pagamento. Para o vendedor, por outro lado, o motivo juridicamente relevante é receber o prego. Sem maiores aprofundamentos, © que vocés devem entender, é que causa é o motivo juridicamente relevante. Os motivos podem ser muitos, masa causa deve ser entendida como aquele motivo gerador de consequéncias juridicas. Citamos agora os demais artigos, arts. 110 a 114, ainda no campo das disposicées gerais do negécio juridico, muitas vezes objetos de questées literais. Art. 110. A manifestac&o de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de nao querer o que manifestou, salvo se dela o destinatario tinha conhecimento. A manifestacdo de vontade, como vimos, é elemento essencial do negécio juridico e subsiste (mantém-se) mesmo que a pessoa que a manifestou tenha feito reserva mental. “Vocés podem explicar o que é reserva mental?” Reserva mental é uma declaracéo nao querida em seu contetido, tendo por objetivo enganar o destinatario, sendo que a vontade declarada no coincide com a vontade real do declarante. O declarante oculta a sua verdadeira intenc&o. Digamos, por exemplo, que José, por brincadeira, estipulou determinado valor para um contrato com Pedro (declaratario), se Pedro ndo tinha conhecimento da brincadeira, José Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www estrateglaconcursos.com br Pagina 15 de 67 Noses de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe Jeeson Panichi ConcuRsos Aula 02 (declarante) n&o_poderd invocar a reserva mental para anular negécio juridico que realizou. Importante: A reserva mental nao se equipara 4 simulacdo. A simulag&o pressupde 0 consenso, o acordo, sendo isto irrelevante para caracterizacdo da reserva mental. Por sinal, voltando ao exemplo acima, se Pedro (destinatario) tivesse conhecimento da reserva mental a doutrina tem o entendimento que ocorre inexisténcia do negécio juridico, por auséncia de vontade (falsa vontade). O desconhecimento da outra parte é relevante (6 necessdrio) para que o negécio subsista. Continuando com a anélise dos artigos: Art. 111. O siléncio importa anuéncia, quando as circunsténcias ou os usos 0 autorizarem, e nao for necesséria a declaracao de vontade expressa. © siléncio importa anuéncia (concordancia), mas séo duas as condicées necessarias: ‘as circunstancias ou os usos assim devem autorizar; @ 2a declaracéo de vontade na forma expressa ndo pode ser necessaria. Do que foi dito podemes deduzir que aquele famoso ditado popular “quem cala consente” ndio é de todo correto, uma vez que € necessario que as condicdes acima expostas estejam presentes para que o siléncio importe anuéncia. Art. 112. Nas declaragdes de vontade se atendera mais a intenco nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. A intenc&o dos contratantes prevalece sobre o sentido literal do texto. Exemplificando; se em um contrato de locacéio consta cldusula informando que a destinacéo do imével é comercial, mas a intencéo das. partes sempre foi dar destinagio residencial ao imével e isto foi o que de fato aconteceu, a existéncia da cldusula passa a ser irrelevante. Art. 113. Os negécios juridicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebracao. Art. 114. Os negécios juridicos benéficos e a rentincia interpretam-se estritamente. Negécios juridicos benéficos (ou gratuitos), conforme jd falamos, so aqueles nos quais uma das partes obtém beneficios sem qualquer Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 16 de 67 Nosées de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe acson Panichi ConcuRsOS Aula 02 contraprestago, apenas uma das partes aufere beneficio enquanto a outra parte assume a obrigag&o (como, exemplo, temos a doacdo pura). Este tipo de negécio juridico, assim como a rentncia, deve ser interpretado estritamente, ou seja, no momento da interpretag&o o magistrado deve restringir-se ao alcance da lei, portanto, sem amplié-la. Dando um exemplo j4 cobrado em uma prova (mas do CESPE), imagine que duas pessoas acordaram uma doacdo. Se surgir duvidas quanto a interpretagao de algum item acordado 0 juiz devera em sua analise interpreta-lo estritamente. - Elementos acidentais dos negécios juridicos Este € outro assunto que nao estd escrito de forma direta no edital, mas como temos a expressdo “fatos juridicos” existe a possibilidade de cobranca (acreditamos, é claro, que vocé deve dedicar uma atengio maior aos assuntos validade dos negécios juridicos).. Vimos que os negocios juridicos apresentam elementos essenciais, que s&o obrigatérios para sua validade e constituicéo, sio determinados pela lei. Porém, outros elementos podem ser acrescentados pela vontade do agente ou das partes e iréo modificar os negécios juridicos. S&o clausulas acessdérias e devem ser precisas e determinadas. Estes elementos facultativos, uma vez colocados no negécio, passam a integra- lo, tornando-se, de certa forma, essenciais. Sao chamados de facultativos (acidentais, acessérios), porque tecnicamente o negécio pode sobreviver sem eles. Em nosso CC temos trés_modalidades de elementos acidentais: 1condicao, 2termo e 2encargo (modo). "=> CondicSo: temos um conceito no art. 121 do CC: Art. 121. Considera-se condic&o a cléusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina 9 efeito do negécio juridico a evento futuro e incerto. a vontade das pes Serer (itaeer es) CRC as) (incerteza) Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 47 de 67 Preeti neciul} Noses de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi NeURSOS Aula 02 Do conceito apresentado no artigo 121, extraimos os elementos essenciais do instituto, quais sejam: a ‘tvontade das partes, a ?futuridade e a 3incerteza do evento. A condigo deve referir-se a fato futuro. Fato passado ou presente nao pode constituir-se em condig&o. Também deve relacionar-se a fato incerto (como veremos adiante, a morte, por ser fato certo, nao pode ser uma condigo, serd termo). A condig30 é elemento da vontade e somente opera porque os interessados no negocio juridico assim desejaram, deste modo, no negécio juridico néo ha condic&o derivada de lei. Enquanto a condicao no se realizar, os efeitos do ato ndo podem ser ainda exigidos. A eficdcia do negécio juridico dependerd da condig&o. Porém, ha certos atos que nao admitem condi¢céo (séo denominados atos puros), como, por exemplo, no caso dos direitos de familia e direitos personalissimos. Assim, 0 casamento, o reconhecimento de filho, a adogdo, dentre outros, no admitem condig&o. No art. 122 do CC temos duas condigées proibidas (defesas): Art. 122. So licitas, em geral, todas as condi¢des nao contrarias 4 lei, 4 ordem publica ou aos bons costumes; entre as condicées defesas se incluem as que *privarem de todo efeito 0 negdcio juridico, ou o *sujeitarem ao puro arbitrio de uma das partes, A condig&o precisa ser exequivel e 0 ato deve desencadear efeitos. Além disso, néo pode a condigao ser subordinada ao puro arbitrio de uma parte (a expresso “puro arbitrio” remete a chamada condic&o potestativa pura, sendo esta condicéo vedada no nosso ordenamento juridico). A condic&o também no pode ser contraria a lei, & ordem publica ou aos bons costumes. Ha determinadas condicées que invalidam os negécios juridicos, isto estd disposto no art. 123 do CC: Art. 123. Invalidam os negécios juridicos que Ihes sao subordinados: I- as condicées fisica ou juridicamente impossiveis, quando suspensivas; II - as condicées ilicitas, ou de fazer coisa ilicita; III - as condi¢ées incompreensiveis ou contraditérias. A condig&o é classificada quanto a varios critérios, mas, para fins de concurso, 0 critério mais cobrado é quanto ao modo de atuacéo, Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 18 de 67 Noses de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe Jacson Panichi ConcuRsos Aula 02 neste ela sera classificada em: *condigéo suspensiva e 2condicéio resolut 1Condicdo suspensiva é quando as partes protelam a eficacia do negocio juridico. Este so tera sua eficdcia apds o implemento de uma condigSo, um acontecimento futuro e incerto (ex: um pai estabelece uma condigao ao filho, “eu te darei meu carro quando passares no vestibular”). No se adquire o direito enquanto nos se verificar a condi¢&o (art. 125). Embora no se adquira o direito, a pessoa que estabeleceu a condicao n&o pode mais dispor livremente do objeto, realizando operacées incompativeis com a condic&o estabelecida - art. 126 (trata-se de uma limitagdo ao direito do titular que queira alienar 0 objeto do contrato com condig&0 suspensiva). A condig&o suspensiva devera atender ao art. 123, inciso I, ou seja, ela ndo pode ser fisicamente ou juridicamente impossivel, porque se o for o negécio sera nulo. Art. 125. Subordinando-se a eficdcia do negécio juridico 4 condic&o suspensiva, enquanto esta se nao verificar, ndo se teré adquirido o direito, a que ele visa. Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condicao suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto aquela novas disposicées, estas no terdo valor, realizada a condic&o, se com ela forem incompativeis. 2Condicdo resolutiva é quando se subordina a ineficacia do neg6cio juridico a um evento futuro e incerto. Enquanto este evento no ocorrer, vigorara 0. Negécio juridico, Uma vez verificada a condigo, se extingue o direito que a ela se opée. (Exemplo: “enquanto vocé estudar eu pagarei suas despesas”, uma vez que pare de estudar 0 negécio nao sera mais eficaz). Art. 124. Tém-se por inexistentes as condicées impossiveis, quando resolutivas, e as de néo fazer coisa impossivel. Art, 127. Se for resolutiva a condicéo, enquanto esta se ndo realizar, vigoraré © negécio juridico, podendo exercer-se desde a conclusdo deste o direito por ele estabelecido. Art. 128. Sobrevindo a condi¢So resolutiva, extinque-se, para todos os efeitos, 0 direito a que ela se opde; mas, se aposta a um negocio de execucao continuada ou periédica, a sua realizacao, salvo disposi¢ao em contrario, no tem eficdcia quanto aos atos ja praticados, desde que compativeis com a natureza da condicao pendente e conforme aos ditames de boa-fé. Com relagao ao artigo 124, entenda que no € 0 negécio que é tido por inexistente, mas sim a condig&o apresentada. Como na condigéo Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Nosées de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi Concurso’ Aula 02 resolutiva 0 negécio jé ocorreu 0 que fica comprometido pela condicao resolutiva impossivel é apenas a cessac&o da eficacia. Com relacio & segunda parte deste mesmo artigo, sdo inexistentes as condicées (sejam suspensivas ou resolutivas) de nao fazer coisa impossivel. Com relag&o ao artigo 128, temos que com o implemento da condigéo resolutiva extingue-se o direito. No que diz respeito ao negécio de execugao continuada, exemplificamos com a citag&o de Costa Machado e outros!!: “Em caso de contrato locaticio, que é de execugao continuada por serem os pagamentos das contraprestacées (aluguéis e demais encargos) periédicos, @ superveniéncia de condigao resolutiva do negécio néo leva a invalidade dos pagamentos jé efetuados, que constituem atos perfeitos e acabados, compativeis com a natureza da condig&o, que visava a extinguir somente o contrato principal”. Aspectos gerais das condicées: m=) A condicdo pode estar ‘pendente, quando ainda nao se verificou © evento futuro; pode estar 2implementada, quando se verifica a condig&éo; mas também pode ser *frustrada, quando no se realiza. Com o implemento da condicao suspensiva, inidam os efeitos do negécio; com o implemento da condicdo resolutiva, terminam os efeitos. Outro critério de classificagéo da condi¢gao é quanto a participacdo da vontade dos sujeitos, neste ela sera classificada em: tcondic&o casual (ou causal) e 2condi¢aio potestativa. Exemplo classico da condicéo casual é 0 seguinte: “te dou R$ 30,00 se chover amanha”, ela depende de fato alheio a vontade das partes. Quanto a condicéo potestativa, estas decorreram da vontade das partes, sendo certo que nao € admitida em sua forma pura, puramente potestativa, que é aquela que depende do livre arbitrio de uma das partes. Sera permitida se for a chamada condigao simplesmente ou meramente potestativa, que nada mais é do que aquela que néo depende exclusivamente do arbitrio de uma das partes, esta sujeita, também, a outras circunstancias. Exemplo de condig&o meramente potestativa encontrada no cédigo é a seguinte: ** Costa Machado, Cédigo Civil Interpretado, Manole, 5? ed., pag. 151. Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi ‘www.estrategiaconcursos.com.br a Nogées de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judicirio. égia Profemorer Alsi Sontag w kicson Pond oF Aula 02 Estra Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condic&o suspensiva, ainda que a coisa Ihe tenha sido entregue; endo se reputaré perfeita, enquanto o adquirente néo manifestar seu agrado. Citando Nelson Nery Junior!?: “A entrega da coisa é feita ao comprador para que ele experimente a coisa comprada e, agradando-se dela, torne-se definitiva a venda que se deu sob condicdo suspensiva (art. 125)". ==) Termo: © momento de inicio ou do fim da eficacia do negécio é que sera determinada pelas partes ou fixada pelo agente. Chama-se de termo inicial (ou suspensivo) aquele dia a partir do qual se pode exercer o direito e chama-se termo final (ou extintivo) aquele no qual se encerra a producéo de efeitos dos negécios juridicos. Assim, 0 termo inicial suspende a eficacia de um negécio até a sua ocorréncia, enquanto o termo final resolve seus efeitos. 0 termo pode ser: * Propriamente dito (ou termo convencional), quando derivar da vontade das partes. E colocado, por exemplo, em um contrato por vontade das partes; * Termo de direito, quando decorrer de disposic&o legal, decorre da lei; * Termo judicial, quando decorrer de decis&o judicial. O termo se aproxima muito das condigSes suspensivas e resolutivas, tanto que assim dispée o art. 135: Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposicées relativas a condicao suspensiva e resolutiva, A diferenga entre os dois institutos, é que o termo é modalidade do negocio juridico que tem por escopo suspender a execucao ou o efeito de uma obrigago, até um momento determinado, ou o advento de um evento futuro e certo. Ja a condigao se refere a evento futuro e incerto, desde modo, o implemento da condig&o pode vir a falhar e o direito nunca vir a se consumar. No termo, o direito é futuro, mas diferido, na medida em que nao impede sua aquisi¢&o, que iré acontecer, ela esta apenas suspensa. Apesar de o termo ser sempre certo, o momento de sua ocorréncia pode ¥ Nelson Nery Junior, Cédigo Civil Comentado, Revista dos Tribunais, 8 ed., pag. 606. Profs. line Santiago e Jacson Panichi ‘www.estrateglaconcursos.com.br Pagina 23d Nosées de Direito Civil para Ti/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi ConcuRsos Aula 02 ser indeterminado (incerto}. Sera certo quando se referir a uma data ja determinada, porque ela pode tardar, mas um dia chegaré. Seré indeterminado, por exemplo, se for relacionado a morte de uma pessoa, 0 momento aqui € indeterminado (n&o sabemos exatamente quando), porém & certo, pois todo mundo um dia morrera. Diante da exemplificagdo acima surgiré também a denominac&o de ttermo certo (determinado) e 2termo incerto (indeterminado). Esta diferenciagéo é de suma importancia, uma vez que a obrigagdo a termo certo constitui o devedor em mora, enquanto que a de termo incerto necessita de interpelacéio do devedor. “Trocando em milidos pra vocé": quando a obrigacdo de pagar, por exemplo, for a termo certo, chegada essa data, ou o termo, se o devedor no cumprir com sua obrigacéo, automaticamente sera constituido em mora, au seja, a partir daquela data serd considerado como devedor inadi . Mas, por outro lado, se a obrigagao é de termo incerto, nao se sabe ao certo quando é a data final para o pagamento, neste caso, 0 credor teré que interpelar o devedor, teré que cobrar o devedor. No termo inicial, néo se impede a aquisigdo de seu direito, apenas se retarda seu exercicio, é 0 que diz o art. 131: Art. 131. 0 termo inicial suspende o exercicio, mas nao a aquisica direito. O que o legislador quis dizer neste artigo é que a existéncia do termo inicial suspende 0 exercicio, ou seja, 0 exercicio ficaré suspenso até a ocorréncia do termo (ele ainda nao ocorreu). Lembrando que a aquisicao (parte final do artigo) é imediata. O direito que se adquire a termo surge No momento do negécio jurfdico, pois néo hd uma pendéncia (é diferente de condig&o), aqui o evento é futuro e certo. Vamos Ihe dar um exemplo: assinamos um contrato onde compramos © seu imével no dia 25 de maio préximo, Existe um termo para possamos gozar do exercicio do direito de usar o imével no futuro (atualmente quem dispde deste gozo é vocé), no entanto aquisicéo deste direito ja esta estabelecida, existe apenas a suspengéo da sua eficdcia (na letra da lei denominada exercicio do direito). Mas veja que, no exemplo acima, nés j4 podemos exercer sobre o bem os atos conservatérios (que assegurem o nosso exercicio futuro) como o registro do titulo, podendo inclusive exigir de vocé (que esta no gozo atual do direito) caugao. No exemplo dado o termo é inicial ou suspensivo, pois no momento da ocorréncia do termo é que poderemos exercer 0 direito. Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 22 de 67 Noses de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciéirio, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi ConcuRSOS Aula 02 0 terme, quando colocado no negécio juridico, portanto, indica 0 momento a partir do qual seu exercicio inicia-se ou extingue-se. Existem ates que nao admitem a colocagao de termo, como nos casos de direitos de personalidade, nas relaces de familia e nos direitos que, por sua prépria natureza, requerem execugo imediata. Nao se admite termo: a emancipagio, o casamento, a adocdio, o reconhecimento de filho, a aceitacdo ou a reniincia.!? NSo_h4 que se confundir termo com prazo. Termo € 0 limite inicial ou final. Prazo, por sua vez, é 0 lapso de tempo decorrido entre a declaragéo de vontade e a superveniéncia do termo. O art. 132 define disposigdes sobre a contagem dos prazos: Art. 132. Salvo disposi¢ao legal ou convencional em contrério, computam-se os prazos, excluido 0 dia do comeco, e incluido o do vencimento. § 1°, Se 0 dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-4 prorrogado 0 prazo até o seguinte dia util. § 20. Meado considera-se, em qualquer més, 0 seu décimo quinto dia. § 3°. Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual numero do de inicio, ou no imediato, se faltar exata correspondéncia. § 4°. Os prazos fixados por hora contar-se-o de minuto a minuto. O art. 133 prescreve a presuncgdo do termo em favor do herdeiro no caso de testamentos e em proveito do devedor: Art. 133, Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstancias, resultar que se estabeleceu 2 beneficio do credor, ou de ambos os contratantes. Nos testamentos, 0 herdeiro tem a contagem de prazo a seu favor, preferindo ao legatario. E a preferéncia do prazo em favor do devedor é que, no siléncio do contrato e na duvida, este deve ser beneficiado, em detrimento do credor, pois o primeiro deve cumprir a obrigacéo e esta geralmente em situacdo de inferioridade. O art. 134 dispde sobre o regramento para aqueles negécios para 0s quais nao se estabeleceu prazo (é 0 principio do vencimento imediato): * Carlos Roberto Goncalves. Direito civil I Esquematizado. 22 ed. 1 Santiago e Jacson Panichi Noses de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciéro, Estratégia Professores Aline Sontiagoe acson Panichi Concurso’ Aula 02 Art. 134. Os negécios juridicos entre vivos, sem prazo, so exequiveis desde Jogo, salvo se a execugao tiver de ser feita em "lugar diverso ou ?depender de tempo. Como regra geral, as partes fixam um prazo dentro do qual deve ser cumprida a obrigacao, € assim, o credor ndo pode exigir seu cumprimento antes do termo. Ainda que no haja esta fixagdo de termo, existem obrigagdes, que por sua natureza, s6 podem ser cumpridas dentro de certo lapso de tempo, como, por exemplo, um empréstimo. Porém, quando a obrigag&o permite e os contraentes néo fixaram prazo, a obrigagéo é exequivel desde logo (tem vencimento imediato), salvo em duas possibilidades: se a execugio ‘tiver de ser feita em lugar diverso ou 2depender de tempo. Esta exceciio € no caso de o negécio ter sido feito em um local com a sua execucéio em outro (seria impossivel estar nos dois lugares a0 mesmo tempo, por isto, neste caso é necessario. um lapso temporal). Com relagdo ao tempo (segunda possibilidade), vocé deve entender que, por exemplo, ndo é possivel a entrega imediata de uma safra se nao for o momento para a colheita. => O encargo ou modo: E uma restricdo a certa liberalidade que foi concedida. Por exemplo, quando um pai da um dinheiro de presente a um filho, mas diz que ele precisa usar parte deste dinheiro para comprar livros. Geralmente o encargo € colocado em doacées, mas nada impede que se refira a qualquer ato de indole gratuita (liberalidades). Exemplo: “doa-se determinado terreno ao Estado tendo como obrigacéo deste a construgdo de um hospital (0 encargo)”. Assim, 0 encargo apresenta-se como cldusula acesséria as liberalidades, quer estabelecendo uma finalidade ao objeto do negécio, quer impondo uma obrigagao ao favorecido, em beneficio do instituidor, ou de terceiro, ou mesmo da coletividade (como no exemplo acima). Nao deve, porém, o encargo se configurar em contraprestagao, no pode ser visto como contrapartida ao beneficio concedido. Se o encargo ndo for cumprido a liberalidade poderé ser revogada. Segundo Venosa': “O fato é que ninguém é obrigado a aceitar liberalidade. Se o faz, sabendo ser gravada com encargo, fica sujeito 20 seu cumprimento”. O encargo, assim como ocorre na condi¢&o, deve estar em obrigag&o licita e possivel. De acordo com 0 art.137, a ilicitude ou impossibilidade do encargo torna-o ndo escrito, exceto se for determinante da liberalidade e, * Direito Civil I, 11 ed. pag. 493. Profs. Aline Santiago e Jacson Panich -—-—~« www.estrateglaconcursos.com.br Pagina 24 de 67 ae Noses de Direito Civil para TI/ PA — Ausiliar Judiciéro, égia Professores: Aline Santiago e Jaceon Panichi rot Aula 02 Estra neste caso, sera invalido o negécio juridico. Também se o ato ¢ fisicamente irrealizavel, tem-se por nao escrito. Art. 137. Considera-se no escrito o encargo ilicito ou impossivel, salvo se constituir 0 motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negécio juridico. Citando novamente de Costa Machado e outros'> temos o seguinte exemplo de encargo ilicito: "Se 'A’ doa para 'B’ seus bens, exigindo que construa uma banca de jogo de bicho em sua meméria, sem que seja este © motivo determinante, esse encargo é desconsiderado, recebendo o beneficiério a doagéo sem nenhuma obrigagéo”. Quanto 4 aquisigao € ao exercicio do direito, assim fala o art. 136: Art. 136. O encargo nao suspende a aquisicéo nem 0 exercicio do direito, salvo quando expressamente imposto no negécio juridico, pelo disponente, como condig&o suspensiva. Deste modo, feita a doacéio com o encargo, a liberalidade n&io se suspende por seu nao cumprimento (tanto a sua aquisic&o quanto o seu exercicio), salvo na hipdtese de suspensdo ora enfocada (quando expressamente imposto no negécio juridico, pelo disponente, como condigao suspensiva). Lembre-se que a condig&o ora suspende a aquisiggo do direito, ora 0 extingue, j4 0 encargo nao suspende tal aquisig&o, que se torna perfeita e acabada desde logo, salvo a excecio do art. 136. © nao cumprimento do encargo poderd resolver a liberalidade, mas a posteriori. 0 encargo obriga, mas nao suspende, o exercicio do direito. Como falamos, 0 encargo embora seja semelhante condigéo com esta ndo se confunde, porque nele ha de certa forma coercibilidade o que nao ocorre no que diz respeito & condicao. Agora vamos passar para a ultima parte desta aula, onde estudaremos a prescricéo e a decadéncia. Tenha bastante atencdo no estudo destes institutos pois é praticamente certa a presenga em sua prova. © +5 Costa Machado, Cédigo Civil Interpretado, Manole, 5? ed., pag. 159. Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi Nosées de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi Aula 02 Antes de comecarmos a falar sobre o assunto, permita-nos fazer uma pergunta a vocé: Seré que o exercicio de um direito pode ficar pendente indefinidamente no tempo? Obviamente que no. Isto no pode acontecer. O direito deve ser exercido dentro de um determinado prazo. Caso isto nao ocorra, pode o titular deste direito perdé-lo, ou seja, pode o titular perder a prerrogativa de fazer valer seu direito. O tempo exerce influéncia abrangente no direito, em todos os campos, no direito publico e no direito privado. O direito, por exemplo, exige que o devedor cumpra sua obrigagao e, também, permite ao credor valer-se dos meios necessérios para receber seu crédito. Se o credor, porém, mantém-se inerte por determinado tempo, deixando estabelecer situac&o juridica contréria a seu direito, este serd extinto. Num primeiro momento, pode parecer injusto que uma pessoa perca seu direito pelo decorrer do tempo, mas se no fosse o tempo determinado para o exercicio dos direitos, toda pessoa teria que, por exemplo, guardar indefinidamente todos os documentos relativos a negécios realizados e até mesmo os documentos relativos as geracées passadas. Existe, pois, interesse de ordem publica na extingdo dos direitos o que justifica os institutos da prescricéo e da decadéncia. Deste modo em uma analise mais detalhada a prescrig&o e a decadéncia se mostram indispensdveis a estabilidade e a consolidac&o de todos direitos. Comecemos nosso estudo pela prescricao (arts 189 a 206). - Prescrigao Art. 189. Violado 0 direito, nasce para o titular a pretensdo, a qual se extingue, pela prescri¢&o, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. A partir do momento que um direito é violado, o titular deste direito pode agir juridicamente para garanti-lo, isto 6 0 que chamamos pretensao (a pretenséo a ago). E da leitura do art. 189 se desprende que a Brescrigdo é justamente o que extingue esta pretensdo, é 0 decurso do tempo habil, que dispunha a pessoa, para utilizar-se da pretensdo a aco. Prescrig&o é instituto de ordem publica. Sobre 0 assunto prescrig&o: Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 26 de 67 Nosées de Direite Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe Jecson Panichi ConcuRsos Aula 02 Jornada I STJ 14: "1. O inicio do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretens&o, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo; 2. O art. 189 diz respeito a casos em que a pretensdo nasce imediatamente apds a violacao do direito absolut ou nas obrigaces de nao fazer”. STF 150: "Prescreve a execucao no mesmo prazo de prescricao da aca Os casos de prescric&o estéio taxativamente elencados nos arts. 205 e 206 (veremos eles logo a frente), mas primeiramente vamos falar um pouco sobre este instituto. A prescricéo pode ser extintiva ou aquisitiva: A prescric&o extintiva - esta seré o foco principal do nosso estudo - conduz @ perda do direito de pretensdio a acdo por seu titular negligente, ao fim de certo lapso de tempo. A prescricso aquisitiva (usucapido) - consiste na aquisigéo do direito real pelo decurso de tempo, um modo de se adquirir a propriedade pela posse prolongada. Tal direito é conferido em favor daquele que possuir, com nimo de dono, o exercicio de fato das faculdades inerentes ao dominio ou a outro direito real, no tocante a coisas méveis e iméveis, pelo periodo de tempo que ¢ fixado pelo legislador. Portanto a prescrigéo é a perda da aco atribufda a um direito e, também, de toda a sua capacidade defensiva, em consequéncia do no uso, decorrido determinado periodo de tempo. Os elementos comuns a prescrig&o extintiva e aquisitiva so to tempo e 2a inércia do titular. Como requisitos da prescrigdo ou seus elementos integrantes, temos: = A existéncia de acdo exercitavel é 0 objeto da prescrigéo. Tendo em vista a violagdo de um direito, a acdo tem por fim eliminar os efeitos dessa violacéio. A aco prescreverd se 0 interessado nao promové-la. Logo que surge o direito de aco, j4 comeca a correr o prazo da prescricdo. ™ A inércia do titular da aco pelo seu no exercicio, ou seja, 0 titular do direito nada faz para proteger seu direito. A inércia é, pois, 0 ndo exercicio da ac&o, logo apés a violacéo do direito. E esta cessa com a propositura da acdo, ou com qualquer ato que e lei admita e que demostre que a pessoa iré defender direito seu. = A continuidade dessa inércia durante certo lapso de tempo é 0 fator principal da prescric&o. A inércia exigida para configurar a prescricaio 6 aquela continuada, ndo a momenténea. = A auséncia de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do curso da prescric&o. Existem casos que impedem, Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 27 de 67 Nosées de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi ConcuRso’ Aula 02 suspendem ou interrompem a prescrig&o, os quais, veremos ainda nesta aula. A regra geral é de que toda pretensdo é prescritivel, sendo a imprescritibilidade a excecdo. Esta é a ideia contida no artigo 205 do CC: Art. 205. A prescricao ocorre em dez anos, quando a lei nao Ihe haja fixado prazo menor. A regra de toda pretensaio sofrer prescricéio, entretanto, néo é absoluta, uma vez que existem direitos que por sua natureza, séo incompativeis com o instituto da prescricéo. Desse modo, nado se acham sujeitos a limites de tempo e néo se extinguem pela prescricéo, podemos citar os seguintes'®: os direitos de personalidade: o estado da pessoa; as aces referentes ao estado de familia; os bens publicos (CC art. 102); os direitos facultativos ou potestativos'”; a excegao de nulidade’®. Continuando no assunto prescrico, vejamos os artigos 190 a 196, muitas vezes objeto de questées literais: Art. 190. A excecao prescreve no mesmo prazo em que a pretensao. Os prazos aplicados as pretensées séo os mesmos aplicados as defesas e excecdes correspondentes. Art. 191. A rentncia da prescricéo pode ser expressa ou tacita, e sé valerd, sendo feita, sem prejuizo de terceiro, depois que a prescricao se consumar; tdcita é a rendincia quando se presume de fatos do interessado, incompativeis com a prescricao. Rendncia 4 prescricaéo é, entéo, a desisténcia, por parte do titular, de invocd-la. Nao pode ser antecipada, ou seja, nao se pode renun: la antes de consumada. E ato pessoal do agente, afeta apenas o 1° Washington de Barros Monteiro, Direito Civil 1, Parte geral, 43 ed., pag. 363. Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil 1, 28 ed., pag. 447. 27 Direitos potestativos so aqueles para os quais ndo se contrapée um dever de quem quer que seja, sao direitos sem pretensao, porque nao podem ser violados, trata-se apenas de uma sujeicao de alguém. Como exemplo, temos 0 direito do condémino de exigir a divisdo da coisa comum. © Por exemplo, o testamento feito por menor, com idade inferior a 16 anos é nulo, néo importando 0 tempo decorrido entre a realizacdo do ato e sua apresentaco em juizo. Profs. line Santiago e Jacson Paniehi ‘www.estrateglaconcursos.com.br Pagina 28 de 67 ome Nogées de Direito Civil para T1/ PA ~ Auailiarludiciri. égia Profemorer Alri Sontiag w kicsos Pict oF Aula 02 Estra renunciante ou seus herdeiros. N&éo pode haver, também, prejuizo a terceiro. “Art. 192. Os prazos de prescrigso nao podem ser alterados por acordo das partes. Art, 193. A prescrica0 pode ser alegada em qualquer grau de jurisdicao, pela parte a quem aproveita. Art, 195. Os relativamente incapazes e as pessoas juridicas tém agao contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa 4 prescricao, ou néo a alegarem oportunamente, O artigo 196 cuida da sucessao do prazo prescricional. 0 herdeiro do falecido dispord apenas do prazo faltante para exercer a aco, quando este prazo se iniciou com o autor da heranga: Art. 196. A prescrigo iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. Veremos a seguir o +impedimento, a 2suspensdo e a 3interrupcdo da prescric&o. Normalmente as questdes relacionadas a estes assuntos so muito préximas ao texto da lei, tenha apenas o cuidado para ndo confundir uma situag&o com a outra. Como dica de memorizag&o recomendamos que vocé faga um caminho imaginério, visualize primeiramente o impedimento, depois a suspensao e por ultimo a interrupcao. Das causas que impedem ou suspendem a prescricéo Observe que 0 cédigo nao diferenciou as causas de impedimento das de suspensao. Isto nao foi feito por um simples motivo, as causas serdo as mesmas. O que diferenciara o impedimento e a suspensdo sera o fato de ter ou n&o iniciado o prazo prescricional. Caso este nado tenha iniciado teremos o impedimento (no deixa o prazo iniciar), se j4 estiver correndo teremos a suspensao. 48, Sea prazo noe iniciou teremos | | 22. Se a iniciado o prazo prescrcional (IMPEDIMENTO sera caso de SUSPENSAO Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Nosées dle Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe lacson Panichi Concurso’ Aula 02 Art. 197. Nao corre a prescricéo: I - entre os cénjuges, na constncia da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; II - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. A seguinte afirmativa jé foi feita em provas "As causas impeditivas da prescri¢ao sao as circunstancias que impedem que seu curso inicie, por estarem fundadas no status da pessoa individual ou familiar, atendendo razées de confianca, parentesco, amizade e motivos de ordem moral”. Art. 198. Também nao corre a prescri¢ao: 1- contra os incapazes de que trata o art. 3; (absolutamente incapazes) IT - contra os ausentes do Pais em servico puiblico da Unio, dos Estados ou dos Municipios; III - contra os que se acharem servindo nas Forgas Armadas, em tempo de que! Se afirmdssemos que néo corre a prescrig&o contra os menores. Isto estaria correto? Nao. Isto estaria errado, porque o inciso I faz referéncia somente aqueles que forem absolutamente incapazes (lembre-se deles). Quanto aos incisos II ¢ III, vocé deve ter ateng&o aos termos que grifamos. Art. 199. Nao corre igualmente a prescricao: I- pendendo condigao suspensiva; II - no estando vencido 0 prazo; III - pendendo acao de eviccao". Os dois primeiros incisos tratam de causas de impedimento, pois enquanto nao ha o direito no ha de se falar em prescric&o. Jd o inciso III é causa de suspensao. 8 Evicgdo é a perda da coisa (propriedade, posse ou uso) em decorréncia de deciséo judicial ou administrativa, que a atribui a terceiro. Profs. Aline Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 30 de 67 Noses de Direito Civil para T// PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professoes: Aline Santiago ¢Jacson Panichi ConcuRsos Aula 02 Art. 200. Quando a ago se originar de fato que deva ser apurado no juizo criminal, néo correré a prescricéo antes da respectiva sentenca definitiva. Art. 201. Suspensa a prescricéo em favor de um dos credores solidarios, sé aproveitam os outros se a obrigac&o for indivisivel. O art. 201 ja foi objeto de cobranca em prova, se estivermos diante de uma obrigacéo com mais de um credor e este forem solidarios, quando houver suspensaéo da prescrigaéo contra um dos credores, somente haveré a suspenséo também para os credores solidarios se a ebrigacso for indivisivel?”. O macete para vocé nao esquecer este artigo estd no fato que se a obrigacdo puder ser fracionada, n&o ha motivos para a prescrig&o atingir todas as partes da obrigacao, os efeitos da presctigao no atingem o que pode ser destacado. © impédimento e a suspens&o da prescricSo fazem cessar, temporariamente, seu curso. Uma vez superada a causa de suspensdo, a prescrigfo retoma seu curso normal, computando o tempo anteriormente decorrido. Nos casos de impedimento, mantém-se 0 prazo prescricional integro, pelo tempo de dura¢&o do impedimento, para que seu curso somente tenha inicio com o término da causa impeditiva. Nos casos de suspensdo, nos quais a causa é superveniente, uma vez desaparecida esta, 0 prazo prescricional retoma seu curso normal, computando-se o tempo verificado antes da suspensdo. Na interrupgao da prescricéo (que veremos a seguir) a situagado é diversa, verificada alguma das causas interruptivas, perde-se por completo o tempo decorrido. O lapso prescricional iniciar-se-& novamente (passa a contar o prazo desde 0 inicio, recomeca). O tempo precedente decorrido fica totalmente inutilizado. Verificamos, portanto, a interrupgao da prescric&o quando ocorre fato habil para destruir o efeito do tempo j4 transcorrido, anulando-se, assim, a prescrigéio ja iniciada. Os casos de interrup¢ao est&o no artigo 202 do CC: Das Causas que Interrompem a Prescricéo Observe que a interrupcéio da prescrico sempre ser provocada: 2° CC Art. 258. “A obrigacao é indivisivel quando a prestacao tem por objeto uma coisa ou um fato nao suscetiveis de divisao, por sua natureza, por motivo de ordem econémica, ou dada a razéo determinante do negécio juridico”. Ou seja,_obrigacso indivisivel aquela que no pode ser fracionada, Profs. line Santiago e Jacson Panichl www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 31de 67 re Nogées de Direito Civil para T1/ PA ~ Auailiarldliciri. égia Profemoreri Alri Sontiege w kicson Povichd oF Aula 02 Estra Art, 202. A interrupgao da prescricao, que somente poder ocorrer uma vez, dar-se-4: I- por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citacdo, se 0 interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II- por protesto, nas condicées do inciso antecedente; III- por protesto cambial; IV- pela apresentacao do titulo de crédito em juizo de inventario ou em concurso de credores; V- por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI- por qualquer ato inequivoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Art. 203. A prescricéo pode ser interrompida por qualquer interessado. O titular do direito é 0 maior interessado em interromper a prescricao, geralmente é ele quem a promove. O representante legal também pode promover a interrupc&o, assim como o assistente dos menores relativamente capazes (contra os absolutamente incapazes nao corre a prescric&o).. Geralmente, os efeitos da prescrigdo so pessoais, de maneira que a interrupgao da prescricdo feita por um credor no aproveita aos outros, assim como aquela promovida contra um devedor ndo prejudica aos demais. Isto esta no artigo 204 de CC: Art. 204. A interrupeao da prescricéo por um credor nao aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupcao operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, ndo prejudica aos demais coobrigados. § 1°A interrupcdo por um dos credores solidarios aproveita aos outros; assim como a interrupcao efetuada contra o devedor solidario envolve os demais e seus herdeiros. § 2A interrupcao operada contra um dos herdeiros do devedor solidério ndo_prejudica os outros herdeiros ou devedores, sendo quando se trate de obrigacées e direitos indivisiveis. § 32 interrupcao produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. Observe que os trés pardgrafos apresentam situagées especiais, diferentes da apresentada no caput, mas estdo relacionadas a solidariedade. Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 32 de 67 Noses de Direito Civil para TI/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe Jacson Panichi Concurso’ Aula 02 Se a prescrigéo for interrompida em favor de um dos credores solidarios a todos aproveita. O mesmo ocorre na solidariedade passiva??. (art. 204, §1). Ainda, de acordo com o artigo 204, §2°, se um dos herdeiros do devedor solidario sofre a interrupcéio, os outros herdeiros, ou devedores, nao so prejudicados; o prazo para estes tiltimos, continuara a correr, a n&o ser que se trate de obrigacées e direitos indivisiveis. Neste ultimo caso, todos os herdeiros, ou devedores solidarios sofrem os efeitos da interrupcao da prescrigao, passando a correr contra eles o novo prazo prescricional. Por fim, no caso do paragrafo 3°, em se tratando de fianga, que é obrigag&o acesséria, se a interrupc&o for promovida apenas contra o afiangado, que é 0 devedor principal, o prazo, no entanto, restabelece-se também contra o fiador, conforme o principio de que o acessério segue sempre o destino do principal. Entretanto, a interrupc&o operada contra o fiador nao prejudica o devedor principal, jé que a reciproca néo é& verdadeira, isto é, 0 principal nao ¢ afetado pelo destino do acessério. - Decadéncia (arts. 207 a 211) A decadéncia é a extinc&o do direito, tendo em vista a inércia do seu titular. Veja que o objeto da decadéncia é o préprio direito. Enquanto a prescrigo atinge diretamente a aco e por via obliqua faz desaparecer 0 direito por ela tutelado, a decadéncia, ao contrario, atinge diretamente 0 direito material e por via obliqua acaba por atingir a aco. Segundo Maria Helena Diniz”: "A decadéncia dé-se quando um direito potestativo?? nao é exercido extrajudicialmente ou judicialmente dentro do prazo” Art. 207. Salvo disposicao legal em contrério, ndo se aplicam decadéncia as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescricao. Art. 208. Aplica-se 4 decadéncia o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. Art. 209. E nula a rendncia 4 decadéncia fixada em lei. 21 Solidariedade passiva é a dos devedores, aqueles que devem pagar alguma coisa. Credores S80 0s que estéo cobrando a divida de alguém, os que querem receber determinada coisa ou valor. = Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil 1, 28 ed., pag. 450. % Direitos potestativos so aqueles para os quais ndo se contrapée um dever de quem quer que seja, sao direitos sem pretensdo, porque ndo podem ser violados, trata-se apenas de uma sujeicio de alguém Profs. Aline Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 33 de 67 Noses de Direito Civil para T1/ PA ~ Auxiliar Judiciério, Estratégia Professores Aline Sontiagoe acson Panichi Concurso’ Aula 02 Conforme art. 208 aplica-se também a decadéncia o que se aplicava a prescric&o (art. 195 e 198, I), trata-se da primeira excegao legal ao art. 207. Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas juridicas t@m acdo contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa a prescric&o, ou nao a alegarem oportunamente. Art. 198. Também nao corre a prescrico: I - contra os incapazes de que trata o art. 32; (absolutamente incapazes) Art, 210. Deve 0 juiz, de oficio, conhecer da decadéncia, quando estabelecida por lei. Art. 211. Se a decadéncia for convencional, a parte a quem aproveita pode alega-la em qualquer grau de jurisdi¢éo, mas o juiz nao pode suprir a alegacao. Os art. 210 e 211 trazem as duas figuras da decadéncia, quais sejam: a testabelecida por lei e a 2convencional (oriunda, por exemplo, de um negécio juridico). ===> A seguir, vamos fazer uma pequena distinc&o entre os institutos da prescricéo e da decadéncia para melhor compreensao do tema. A decadéncia extingue diretamente o direito, e com ele a ado que o protege, enquanto que a prescric&o atinge a pretensdo a acdo e com isso atinge 0 direito que ela protege. A decadéncia comesa a correr, como prazo extintivo, desde que o direito nasce, enquanto que a prescrigéo nao tem seu inicio com o nascimento do direito, mas a partir de sua violacdo, porque é neste momento que nasce 0 direito a aco contra a qual se volta a prescrigdio. Ambos 0s institutos séio prazos extintivos. A diferenca é 0 momento em que comeca a correr este prazo. 0 prazo decadencial comegard a ser contado a partir do momento de nascimento do direito, tendo em vista que a decadéncia acarreta a perda de um direito subjetivo. J4 o prazo prescricional comegaré a correr a partir do momento em que ocorrer a violacdo deste direito subjetivo, que estava sendo plenamente exercido. Com esta violagao, nasce o direito de pretensdo & acao para sua defesa. Outra diferenca reside na natureza de cada instituto, pois a decadéncia supée um direito que embora nascido, nao se tornou efetivo pela falta de exercicio; enquanto a prescrigdo supée um direito nascido e efetivo, mas que pereceu pela falta de protegao por meio da acao, contra a violaciio sofrida. Profs. line Santiago e Jacson Paniehi www.estrategiaconcursos.com.br Pagina 34 de 67

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