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Perer Burke O que é historia cultural? Tradugie Suwaio Goes Pata ‘adn at dome nae ‘Secombe ng orange pre 0205: ses tbat bbe Ste sutharcom br ‘A repro nfronarnn dst pablig. no to net oan eee dena: 58) i. tranCesiogao-m fone Sine Nasal don aor de Ui Sumario do 1 AGeawe TenoieI0 ir car cca Cats seine ‘sect p07 2 Promuewas On Histomia CULTURAL clon rete Debts ant ‘bgandons aa ‘ats pple gato Oat aa? 3 AVez on Anenonotocie Misr6nck espns da cats ‘nord napa tc rameae Feecaenaima eterno 4 Uns Nove Paracicsen? uo eee ec presente ‘dn oop 5 Da Rernesenracho & Constmugso Fetrmaesse castes Daconstue 6 Alt 04 Vina CuLroRAL? ra de fut Pole vlna ees ina dara sn tava tr cao tsa bat tus completes Aadecinets Inder is Introducao ‘A fusténa cultural, outrora uma Cinderela entre disaplinas, desprezada por suas irmie mais bem-s- cedids, fot redescoberta nos anos 1970, como sugere a lista cronologica das publieagdes ao final deste vo- lume. Desde entso vem desfrutando de uaa renova~ fp, sobretado no mundo académico — a hustée.a apresentada na televisio, pelo menos na Gri-Breta- ‘aha, continua sendo enn sua mator parte militar po litea e; em menor extensio, social. Para alguém, como eu. que vem pracicando a discipline ha erea de 40 anos. essa renovagio de iteresee 6 extremamnente srauificante, mas anda exige wma expliasio (© propéstto deste liv exatamente explicit ro apenas a redescobert mas também o gue & his tna cultura ou melhor o que os historedares cul turns fazem, Para 0, dodia-ce is diferenqas aoe de- ‘bates econitos ma também aos nteresees tadigbes compartillhados. Assim, tontaae agn combinar duas abordagens opostas embora complementares: sma delas interna, preocupada em resolver oe sucessivos problemas no interior da disciplina © outra externa. relacionando o que os historiadores fazer a0 tempo em que vivem 8 Ocareneronn cumin? ‘A abordagem interna trata da presente renovago de his- ‘6ra cultural como uma reagio as tentatvas anteriores de es tadar o pavsado que derxavam de fora algo 20 mesmo tempo dificil e portance de se compreender. De acordo com esse ponto de viste, ohistoridor cultural abarca artes da passedo ‘que outros histoniadores no consoguem alcangar. A énfase fem “culturas” intetras oferece uma saida para a atval frag mentagio de dsciplina em especualistas de histéri de popula {e.diplomacta, mulheres. elas. negécis. guerra eassim por dance. ‘A abordagom externa ou visio de fora, eambém tem algo 8 oferecer Em primeiro lugar vincula a ascensio da hist cultural a uma “virada cltural” mais ampla em termos de ines polinea, geografa, economia. pacolog. antropologia © “estados culeursis” Houve um deslocamento nessas disciph nas, pelo menos entre uma minor de aeadémcos que passa ram da suposigio de uma ractonalidade amutvel (9 teona da escolharaconal em clesgées ou em atos de consumo, por exem- plo) para um antereece ceacente nos valores defendidor por frupos particulares em locas perfodosexpecticos. ‘Um sinal dos tempos é a conversio do cennsta politico rorte-smeniano Sami P. Huntington a reéia de que, 0 mundo de hoye. as dstingbesculeuras 0 mats umportantes que as polities e econdmicas de modo que, desde o fim da Guerra Fao que vemos nio éanto um cont mternacional dente essa, mas um “choque de avilizagies”. Outro indicador do clima intelectual éo sucesso internacional dos eatudos clears Na Rissa da década de 1980. por exemplo, a Kulturologtje {como li se chama) tornou-se disaplina obigatne nos cursos ‘uperiores,pariclarmente preocupada com a rdentdade rusca le uitas vezes ministrada por ex~profesores de marxismo-le- -smusmo, que antes unlham uma interpreta econdanucs das téna ese conwerteram s uma interpretagia cltural! Essa vireda cultural é cla mesma, parte da stra cultaral da lama gerasio. Fora do dominio académuco, esti ligada 2 Juma mudanga na percepoio manifeseada em exprossoes ceda ‘yee mais comune, como “cultura de pobreza”, “cultura do ‘medo", “cultura das armas", “culrara doe adolescentes” ou “cultura corporativa” (ver pS} ¢ também nas chamadas sguerras de culraraz” no Estados Unidos e no debate sobre 0 “mtcultralismo” em muitos paises Diversas pessoas atual~ mente falam de “culeura”arespesto de situagdescotdianas que hi 20.04 30 anoeteriam merecido 0 subresntvo "socedade” ‘Como sugere a papulanidade de expressbes como esas € cada ver mais dif dizer © que no faz parte da “culeura”.O tarda de histna nio éexcesio a esa tendénciageral-O que é hustona cultural” A pergunta foi feta pubicamente hi mais de tum séclo, em 1897, por a histonadar alemie proneito e de certo modo também um dissidente, Karl Lamprecht. Para 0 bbe ou para eal « questo snd cepera uma respost defi ‘iva, Nos dlumos tempos. foram apreentadas 203 leroreshis- ‘cnascalturis da longevndade do prs, do arame farpado eda smasturbagio. As fronteras do cemacertemente © ampliaram. mas ests fiend cada vex mas dificil dizer exatamente 0 ie las encerram. ‘Uma solu para problema da definigio de hsténa cul tural padeta tr declocarsatencio dos objets para os métodos de estudo. Aqui também. no entanto,o que encontramos & va riedade e controvérsia. Alguns histortadores cuturaistraba- Tham intwitivamente, como Jacob Burckhardt decarou fazer. Pouicos tentaen usar métodos quanticanos. Alguns descrevern fu trabalho em termos de uma procura de significado, outros focalizam as prion e as representagbes. Alguns veer seu ob Jeno como eseenaiaimente descriwvo o acreditam que a his- tna cultural como. hsténa poliuca, pode e deve ser apresen ‘ada como ume narranva. so Cre evome carvan? ‘O terreno comum dos histonadoresculturis poe sr des- cern como a prescupacio com o simbleo e suas interpret sea Simbolos conectentes ou no, padens ser eneontados em todos 0s lugares da arte vida cotiiana, mes a abordagem do passado em termos de simbolism & apenas uma entre outas. Ue histnaealearal dae case, por exemplo,& diferente de urna hsténa eeonémuca sobre o mesma tema, assim coma ua seria culeural do Paslamento seria diverea de wina historia polities de mesma insttuiio, [Nessa situagio confusa (segundo aqueles que a desapro- vem) ou de dslogo (para aqucles que a julgom estimlance), ‘© caminho mats sabio pode ser adaptar » epigrama de Jean Paul Sartre sobre @ humanidade e declarar que, embora 3 hustéra cultural ndo tenha essence, ela possus utoa hietoria propria. As atividades de [ere escrever sobre o passado esto tio presas ao tempo quanto outros, Porsanto, este live fars ccasionalmence comeneitios sobre a historia cultural da his- téria cultural, eatando-a como exemplo de uma tredigio da cultura em perpétua transformasio, constantemente adap= tada a noves circunsténctas Para ser um pouco mats precso,o trabalho mdividul dos histonadores elturate precisa ce lcilizad em uma das dife- rentestradicbes cultura geralmente definidas em termos na- ‘sonar A mportinea de adi germnica do final do sé Xvi em diane ficari evdente nas paginas que se reguem — embora a ausénea relatva de uma contnibuigio alemi de peso pra esse upo de hier noe sltmos 50 anos constitus ui problema a ser tratade por am fararo historidor cultural. A tradigio holandesa pode ser vista como um produto da ams mas consinucu a floresce: No mundo de lings mgless corre lum contrastesgmifieatvo entre a tadicio da América do Norte de interesse pela histna culeural ea tdi snglesa, de rese= téncia cla, De modo sernelhante por muttos nos os antropé Jogos britinicoe desereveram a st mesmos como “socials”, es- quanto seus colegas norte- americans sedenominaram “cult- sais”. No caso da histéria culturl, foram acima de tudo oF nerte-amenicanos — especialmente os deseendentes dos mi- trates de lingua alema, de Peter Gay a Carl Schorske-— que seromiram a tradigio alema, rransformando-s durante exe procesteA ligagio entre o interesse american pels cultura © 2 tralgio da urugragio parece ser musto préxima. Se assim fo 3 Iustéeta cultural na Inglaterra devers ter um grande futuro. ‘A tradizio francesa édstnts, entre outa cosas por evar ‘ocermo “culeura’ — pelo meno ate epoca bern recente-—© or Ainge ofoco, ma vez disso. pera cviliation. mentalté alec Des e uuaginare socal Hi ts ou quatro geracdes os hstora- doves assocuils evista Annales vim fazendo wna série not vol do contribuigbes umportantes nerse campo: para histna das mentalidads, sensbiidades ot “representagdescoletvas” ina época de Mare Bloch e Lucien Febvre: para hstia da cul ture materal (cilistion matérelle, na épocs de Fernand Braudel: para. a histnia das mentalidades (de novo) ¢ da rma ‘imasio social, na época de Iacques Le Gofl, Emmanuel Le Roy Taderie¢ Alain Corbin. A permanente cratidade de wana = clade fstonadoves durante ts ou quatro geragGes€ tio nots vol que roquer uma explicago histéiea. Mena hipdtese, se & aque fa tem umportinesa, ¢ que o: lidereseram suficentemente cansméticos para atatr eguidorestalentosos, mas também abertos 0 bastante para derxéloe se dessnvolver a seu modo, Essa tadiglo distneaestava atsonada ao que se pode chemar de “resistencia” ao estilo lero de histor cultural ermbora oen- tusiasmo de Febvre por Johan Huizinga meresa eer mencio- nad}. Tal resistencia parece estar sendo tompide & proporgio que a tradigio hstonogrfica francesa se tonna menos vive. ‘Como na hustérn da cultura em geral. veremos, nas préxi- mas pigunas que movimentos ou tendéncias muitas vezesche- Oca e ston cusuna? ‘gam am fi sbrapto aio por eagotaresn seu poteneial mad porque foram suplantados pelos concorrentes. ses concorren- tes, 05 “filhos”, pode-se dizer normalmente exageram a dife- renga entre sa propria abordagem ca de seus pais e mies det sando para a geragio seguinte a tarefa de pereeber que seus avis ntelecruns eram,afinal expazes de ter alguns sights ‘Cone historadar cara que hi ance vern pond ern pri- tc varias das diferentes abordagens discutidas nas proximas pigines — histor socal da culeura elevada eda cueura popu- lar aneropologiahistnes hist da performance —, gosta- na de dizer como Baith Piaf Ye ne regrette rien”, e acho que todas essas abordagens continuam a produzir maights. (Os capitulo que se seguem io trata em ordem cronolé- sca, de algumas das prneipass manesras peas quats a hsténa Cultural coutumava ser, sed. pode ou deve aer excita no fu taro. Ae discunr exemplos concretos, renter — medida que _meu conhecimento parcial de um campo fragmentado permite eangir uma espdce de equilbria entre diferentes perfados Iustérieos. partes do mundo e depertamencos academics. in- luindo os de arte, arquitetura, geografia, literature, musica ‘deneisalém do departamento de “hist” ‘0 prego dessa deta fot omar necessaramente bos parcela 4o estumulance crabatho mais atual, grande parte dele relizado por amigos ecolegas meus Noentanto, quero devtar lara desde Togo que ha agar um levantamento de tenders ihustradas por meio de exemplos. «nao urna renatva de str ou dseutr todos ‘or melhores rabalhos produeidas pela lama goragio. (Os estudosctados no texto sio apresentados com a daa da pblicagio orginal” Quando, nas abras ctadas em noras. nto “Rams menaneadas no xs qe 2 encntam eadaas arn pr ‘agus veram acetal ct de cde sonata i aparceero ger da publicaia, ate € sempre Londres. As infor- Images sobre termos téancos e pereoss meneronadas no texto podem ser encontradasno indice ‘enalagios conn: Manteve-e no tnt dat da publ ong ‘a endow vata perpen ronal eps pol stor (NT) 1 A Grande Tradicao A histées cultural nfo & ume descoberta ou invencio ‘ova. Jé era pratcada na Alemanha com esse nome (Kulturgeschichte} hé mets de 200 anos. Antes disso havi histérias separadas da filosfia, pincura,litera- ‘ure, quimucs,linguagem e assim por diante.A parar 41780 encontrams hte da cura humana ox de deermunadas replies ot nagies! [No sécula XIX, o termo Culture, ou Kultur, for cempregado com frequéness cada ver maior na Ingls- terra ena Alemenha (os franceses preferiam falar em dos da Europa Central fx com que os estudioeos brtinicos € rorte-americanos tomassem uma consciénci mate aguda de relagSo entre cultura e socedade, No casa brtinica, sm papel srucial for desempenhado por trés hingaros:o socidfogo Kar! Mannheim. seu amigo Arnold Hauser eo hustoriador de ate Frederic Antal Os tes avian sido membros de sim gripe de dscusslo, ou “rele dominical”. que sinha come centro 0 ceitico Georg Lukes e que se encontrava durante a Prints Guerra Mundial, Todos migraram para a Inglaterra na déeads| de 1930, Manaheim passou de urna citedenexn Frankfure para ume posigo de conferencsta na London Schoo! of Ezoncmics ‘Antal de uma citedra na Europa Central para Fungo de con- ferencsta no Courtauld Insitute e Hauser tomowse um eer ror sem emprego fix, 8 Ooveenerona cust? Mannheum. mais um admarador de Marx que marastaem sentido estrit. nha particular snteresse na saciclogta do co- inhecimento, que ele abordava de wma forma hstéris, eet dando por exemplo a mentalidade dos conservadores alemies, (Quando morou na Alemanha,teve alguna mfluénca intelee ‘ual sobre dus figuras jé mencionadas neste capitulo, Norbert Elias © Erwan Panofsky,embora este luo tenha abandonado a perspectva sci Em seus livros e argos. Antal tratava a cultura como ex- presso ou mesmo como "reflexo” da soctedade. Ele encarva a arte da Florenga renascenesta como reflexa da visio de mando dda burguess, © achava William Hogarth inreressante porque “aa arte revela a visdese 08 gostoe de uma amnpla parcel da socidade” Entre os diseipulos bntinios de Antal esto Fran 1 Klingender autor de Art and the Industral Revolution (1947), Anthony Blunt. fsmoso coma histoniador da arte unto antes de se tornar um noténe espiso, John Berger, que tam~ bm sbordava a artea parr de uma perspective soca. i Amold Houser, um marasta mais convencins. fx ‘muito importante na divulgagio da abordagem do grupo a0 sscrever Histéna social de arte (1951), vincalando estreta- mente cultura aos conflits ¢ mudancas sociais © econdmi- <0s-¢ diseutindo, por exemplo. “a hutas de dasse na tia 90 final da Idade Média". “o Romanuismo coma movisnento da classe medio”, ea relagio entre a “ers do crema” ca "crise do exptaiemo” Klingender, Blunt e Beryer devem ser vstos no como, simples eos de infludnci hingara, mas sim como “assmila- 80” ou encontros cultura. Por wn lado, hava a problema da resistncia cultural, quelevou Mannheim a e quetcar da di culdade de eranaplantar ou “traduaie” a socologia pars & Gr Bretanha, Por outro, alguns circulos sntelectaais 6 estavasn reparades para receber suas idéias. Um pequena grupo de in- ‘electuats marastas brtinicos for muito avo nas décadas de 11830 e 1940, tanto denera como fors da cadena. Roy Pasa, professor de lero em Birmingham de 19392 1969, escreveu Sobre a histna social dy Ieratura. Aeschylus and Athens (1941), famoso estado zabre drame esocedade esero pelo das siesta George Thomson, for daramente inspurado em Marx Joveph Needham sou uma estrurura manesta para seu Setence ‘and Ciilznton 9 China ER, Leavis, autor de The Great Tiadition (1948), rambéan cvtava profundamente mteressado na relagio entre s cultura © Seutambrente Sua énfase na dsia de que a literatura dependia Ge “uma culture social e de uma aree do viver” deve menos 2 Marx que & nostalgia pelas “comunidades orginicas” radico- iis, No entanto nf ¢ diff combinar uma abordager “lea sta” com a marxista, como fez Raymond Williams em The Long Revolution (1961), liveo que dicutaa histna socal do teatro ©1em que, slém disso, for cunhada a famoss expresso “estruturne de sentmento"” A descoberta do povo ‘Adéia de “culeura popular” ou Volshuur seamginou no mes- ‘mo gar e momento que ade “histéna cultaral”: ne Alemanha dl final do seula XVI. Cangbes«contos populares. dangas. i= twaie artes € olfaos foram descobertes pelos inteletuate de "awse méia nessa época® No entanto austria da cultura po- pillar fo dexada sor amantes de anughidades,fleloristas ean tropslogos S6 na désada de 1960 wim grupo de hustoradores académicospasiou a estudé-la ‘Um dos primeiros exemplos, publcedo em 1959. fo His- trig sonal do jazz, eserito por "Francs Newton”. um dos pseudéramos de Enc Hobsbawm. Como sera dese esperar de Jo Oqucesstoma carat? um famaso hstonador econdmico¢ coca, o autor discuta io apenas a miisca, mas também seu piblic, abordando o jazz «como negéoe forma de protesto politico «voc, Ele conclu que oazz exemplificava x situngio "em que ina misia popt- no submerge, mas se mantm no ambiente da modezna c- vilizasio urbana eindustria!” Repleto de observasies perspict= 22s sobre a usténa da cleura popsla. ese livro jamais eins, no munud académico,o umpacto que merecs, ‘© mats influente das estudos fitos na década de 1960 for A formagio da classe operéna wiglesa (1963), de Edward ‘Thompson. Nesse livre, Thompson no se limita a analisar 0 papel desempenhado pelas mudangas ecendmeaee policas na formagio de classe. mas examina 0 lugar da cultura popular esse process. Seu livro melut desengBes vigorosas dos rituals de imsiagi de artesios. do lugar dae feiras na "vida cultural doe pobres” do simbolieme des elimenco eda iconografia des i+ fagGes soca, indo de bandetras e pedagos de pio presos aun pat até o enforeamento de efigies de pessoas odiadas, Fora snalisedas poestas em dinleto, para chegar ao que Thompson desereveu — na expressio de Raymond Williams — como “a ‘strutura de sentamento da dase trabalhadora”.A rel todista recebia grande arengio. do estilo de pregagio laica 3s imagens dos hinos com 2nfase especial no deslocamento de “energias emocionais e esprituais” que eram “confiscadas @ serge da grea” ‘A mfluéncia de Thompson sobre histortadores mais ovens for munto grande. Ela ¢ abvia na movimento “History Werk shop”, fundado na década de 1960 sb a liderangs de Raphael Samuel, que dava aulas no Rasan College em Oxford (am contro para alunos mate velhos da classe trabalhadora. Ele or ganizou mustas conferénes, que preferia chamar de work- shops: fandou uma revista, History Workshop, e, com sous indimeres artigos e senunsri inspirot mulas pessoas ese Aceanoemanigho 32 ver ist (inelustve hseéna cultural) “a parr de basso” © cansmética Thompson também inspira storiadores da cul- ture popular desde a Alemanha até India (ver p.136-) Por que uma preocupasio com a histéria da cultura popu- Ine sur neste momento? Existem, como sempre. diss exp ‘ages principais. 4 “interna” ea “externa” Os que esto den tuo se vdern reagindo as deficigneias de abordagens anteriores ‘especialmente hist6na cultural em que as pessoas comuns S50 denxadas de fra. hsténapolinea e econdmmica em que a cul~ turn € devxada de fora Eles também rendem a sever © 8 sua rede, como os tntcas inovadores. eraromente perceber a: ten- Aéncias paralelas em outras partes da disaplina, quanto mais «em outras discplinas ou no mundo exterior academia. (Os de fora tendem a ver um quadro mais amplo, «obser var que na Gri-Bretanha, por exemple, a aseenato de hte da cultura popular na década de 1960 counadia com a ascensio dos “estudosculturas”, segundo o modelo do Centro de Esta dds Culturais Contemporéneos.na Universidade de Birmung ham, diruido por Stuart Hall. O suecseo anterractonal do mo- ‘mento pré-estudos cultursts sugere que cle atendow a sina emanda, correspondeu a uma critea &énfsse sobre a lea eul- rua eradicional dada pelas escolase universidades. e também saris a necessdade de entender o cambiante mundo de mer- cadorias.publiadade e televsio. ‘Como a grande tadigio ea abordagem marxist, hustéria da cultura popular colocou problemas que foram ficando cada ‘vez mais aparentes a longo dos anos Tats problemas seréo dis catides no préximo capitulo 2 Problemas da histéria cultural Como acontece em tanta anvidades humana, todas 8 solugbes para o problema de esrever hsténa cul- tual mais cedo ou mais tarde geram questdes pré- pas Se detxarmos de ler Burchard, vamos ssi per- sdendo. Mas sera um erro inutar musta de pert. ‘obra, eno apenas porque seu camunho € dificil de se {guir e exige um grau de sensbildade que falta & ‘ator parte de nés.Vistos a datancia de mais de wm steulo, seus livros, como também os de Hurzinga ¢ fouros cissicos, mostram de mado mutta caro sts fraquezas.As fontesor métodos e as suposigbce des- ses estudos preasam ser questionados. 05 classicos revisitados ‘Tomemos por exemplo, a maneisa pela qual as evi dence so eratadas nos clssics da histériaculeural Em Outono da dade Mééla, em parsicular Huizinga langou mio rependas vezes de pou Fontes it ras Se recorresse a outros escntores podera ter pro- ‘duzido um quedro da Gpoce muito diferente. tenta- sion que histeriador cultural nfo deve sucumbrr ea de eratar os textos © ax imagens de um corto periodo como ee pathos reflexor nao probleméticos de seu tempo Em seu livre sobre a Gréas, Burckhardt defendia a confia- bilidade relativa das conclusdes de histoniadores cultura. A Istria politea da Grécia Annga dizia ele, estava cheia de n= certezas, porgue os gregos exageravamn ou at€ mesmo men= tue, "Em conerarte a histée cultural tem ur gra prime de certea, ja que consist, em sua grande parte, em meteriais {gerados de modo no intenconal,desinteressado ou mes in- ‘olunino plas fontese montamentos.”" 'No que se refere &confiabilidade vlasva, Burckhardt sem Fhythin-Adhms por exempo, entow ventana au cha thou de “provincia” da Inglaterra, 4 no oa mai ‘que condos pore menores que a abate dees em Nonteste. Cento Sues asim por diane. Por 50 Ve. David Underdown concentrouree nas vagbe a cult po lar coms d perodo moderna relaconando formas cel~ fis ecomomin loc « meso @ padres de ocasto de tr Cle suger, por exemple gue o fusba rn erpecllmente tar nar“ bras de Wilshire e Dore, com ele {Eos ordenads em nls ene economia bsseadas ne ca- Fo de ovelas eno cao de ng” . Do outro lado do Atlantico, o discutido livro de David cher Albion Seed (1969), defnin sete regis cultura nos Enos Unidos de hoje «guntro na Aménca colonial cada tina dls formas pela muracio dew rei rngles. de Tae Anglin pars Messachusets, do sel dn Inglaterra para Virgina de North Midland prs Dsinwareefnalmente no séctlo XV de North Brian para o “inter, a gene da Fensilvna Fischer angumentave gu oe chamava demo {os populares" — ago culture que vo da ingungem & Spor de hablo — de cad une das quateoregites foram fume pele tages resonate Batic Aa cao eves Gas dees encrnadas da Nove Inglaterra, or exer fe- produiam ncaa de Est Anglin ea prominin 0 voeabulé- Fodor rgmanos dervevam dos dear de Sorex e Were De dean de 1970 om dant, foram publics cemenas de eandos mico-hicsfoiando des ndvidvos fants econventos ademas raviatos esiction A vare= dade €mpresionante mar provivel que ta eat exteom 64 Casee sonia cna? suede rendimenosineecans decrees. © gran a problema —entenado drtament or ieburg see por todos os seus itor Canale areas ete to Munidade co mund externa aca Em seu erudo dala ‘osha de Lashngen-porexemplo.o mere hstonadoraleme Fans Medic pos especie url ene lle o soba és-colonialismo e feminismo Como se sugemu na sego anterior uma das prinerpats razdes pera a reagio conta grande narrativa da civilize oetdental ‘consist na consciénca cada ver maior daquilo que ela hava deveado de fora ou tornado snvsivel.A luta pela ndependénca no Terceiro Mundo eo debate sobre a contunagio da explora. so econdmica por parte dos paiser mets tco> chamaramn a stenglo para fogs des preconcetos colonise também pars sue perssténaa em Epocas “pés-colonias” Esse for o contexte cultural para a ascensio de uma teria do pée-colonalismo— ‘u, mas exatamente, de toriasconcorrentes entre si — que sats tarde, ssumuram a forma institucional de "estudos ps. praticantes da NHC. Mikhail Bakhtin Norbert Elias, Michel Foucnult Pierre Bourdieu, Vou resume lgumas de suas dias princpais depos, analisar as manesras Uniomwormannata? 72 como foram utiizadas, Balkin for ur teértco da linguagem ¢ (alireraturncujae ies também se tomnaram eolevantesparaa cultura visual, enquanto of outros ts forem teércos socias {que trabalharam em uma époes na qual a= barreiras entre s0~ ‘aedadee cultura parecam estar se dissolvendo (ver p23). A, rato para dicutirmos aqui os teénios ndo & convener os .ceitarem sia dias esumplesmente aplics-las 30 pas- ado, mas encoraj-los a testa as reora e a0 fazé-loinvesti~ far novos temas Istieos ou reconceitualizar antigos. As vozes de Mikhail Bakhtin Mikhail Baht, wm dos tedricos culearae mais oniginais do skeulo XX, for deseoberto pelos histonadores, pelo menos fora da Rissa ape a traducio pra o francs eo mglés de seu ivro Cultura popular na Idade Média & no Renascemesto (1565) Na Riera le for uina das inepacier para a chamada "esols| Tartu’ de semis. de que fzia part Jun Lotman (ver pS). + concetos béscos empregados no lio sobre Rabelais — “earnavalizagio” "destronar”. “Knguagem do mercado” ¢ realirno grtesco”, por exemplo —foram usados tantas vezes na NHI que haye€ diff lembrar como conseguismes traba- Thar sem sles Por exemple, em uma nova e exclarecedorsabordagem da Insti da Reforma alem e seas efeitos sobre a cultura popu lar da época, Bob Scribner wilizou a obra de Bakhn sobre 0 carnaval e sobre of rituats de dessacralizagf, argumentando {que a false proctasdes por exemple, cram usadas pelos reor~ ‘hadares como um modo dramético de mostrar is pessoas co ‘une que as imagens e eiguiaseatlieas eram inefixentes. Da Franca do scculo XVI, essa ideine mgraram para 2 Ingfatera do sbculo xvi, eda ets da ieraeura, para his- 7 Ocgeevsroun cura? «na da arte (para eseudos sobre Brueghel, por exemplo.ou sobre Goya) J.a visio de Balthan sobre a imporiness da subversio e 1 penetragio da “alta” cultura pela "bara". especialmente por ‘mew dors popular corre —ou pela menos corna—o nsco de se transformer em nova ortodeas,aeita som rich? Em contrasteasiéiasigualmentemnteressontes de Balch- tun sobre gneros de fala e sobre as diferentes vozes que podern ser ouvidas em um texto — 0 que ele chama de “polifonis” “poligossi” ou “heteroglossia” —atearam poucnatengio, mn termos relativos, fora de mundo Itersri. E uma pena, porgie sem duvids algums elas podem ayudar entender o carnaval por exemplo, como a expressio de mutas vozes diferentes — Jocosase agressivas, lease basxas, masculina © fetusunas—, fem vez de reduzi-lo a uma simples expressfo da subversio popular “Mais uma ves, em uma época na qual aia de um eu s+ Tido ou uniténe ¢ contestada, s nagio da heteroglossia de re levineis dbvie para o estude do que alguns historiadores cha- ‘mam de “documentos-ego", am outraspalavras textos escritos ‘em primeira pessoa. Um diario neluindo noticias de yornal ou uum relato de vingem que mcogpore techs de gutaeturstcos sie exemple cbvos de const ou meso de dogs A chicago de Norbert Elias [Norbert Elias fo1 um socidlogo que sempre se interessou por histénia ese preoeupos com “calture” (literatura, mista fi losofine assim por dante} e com a “cwilingio" (a ated vada Thos sabre meditasSo e peregrina (hundu, budists, enst ou smuguimana) sugere ura mudanga de énfase. Ruth Harms por tcxemplo ve a petegrinagio a Lourdes cm seu contextopeliace, Como um movimento nacional de peniténea que comesou a i 62 Oaveevatenn carn? dgeada de 1870 como reagio 3 derrote da Frangs na guerra Franco-prussina, Sob a nfiaénens de antropélogos came Vitor “Turner (ver p52-3),a8 peregrinaes tem sido estudadas como ntuals de cig e come fendmenosliminares Os partcpat- tess wstos camo se estvessem suspensos entre set mundo co- tidiano¢ o mundo em quedessjam entrar sbandonand see pa és socass normatee fandindo-re na comunidede peregrina.” ‘A hstna da viagem € ade outro exemplo do estudo de uma peitica que est passando por uma expéere de boom, mar~ cado pela fundacio de revsts expeclizadas como. Journal of Travel Research, e pela publeagso de um rimero cada vez major de livros monogrificns ou coleuves. Algune dessert bualhos estio espeaalmente preocupados cam a arte ot 0 mé= todo da wager ab regras do jogo, Tratsdos sob esse sepecto vvém sendo publicados na Europa desde o final do século XVI, aconselhanvo seus leores a cpiarepistios em grease ceri ‘énos, por exemplo, ou a pesquisar as formas de governo #32 rmaneitase costumes dos lngaes vstedos ‘A histéri das préticas ver tendo impacto sobre campos ‘rolaavamente tadicionais da histéna cultural como 0 estde do Reneseamento. O humanism, por exemplo,costomava ser definado em termos de suas idsiae-chave, como a crenga na *digeadade do homer” Hoye, & mais provivel que see deft ido em rermos de um conyunto de atidades, como a e de insergdes. 2 tentativa de excrever¢ falar no estilo de Ci coro 0 esforgo para eliminar de textos sassics as corrupges ierodinides por geragoes de copistase a hibito de colecionat rmoedas antigae. ‘As colestes so um toma da hustsna das prétient que ote ts historindores da arte eda ciénoa e es equipes de gales € rmuseus The Journal ofthe History of Collections fo: fundad em 1988, cum grande numero de estudos importantes sre 0: “galunctes de cuniosidades”,mnuseus e geri de ate também Unvororauoiia? 8 apareces naguela déeada.O foco prinapal est no que fot des ato como ¢ “cultura da colegio” Os académicos vém esta dando o que era colecionado (moedas.conchas e assim por rade. © ¢ mate provivel que of letores ueasrem mae de wm dex ses diferentes etilos de leurs, segundo o livro ou a oeasiao.™ [Nocatanto, os anos em tomne de 1800 foram um divisor de ‘guas na hietdnia da leitura, pelo menos na Alemanh. € 0 que argumenta um estude bastante orginal que exaruna — entre outros espectos — as mudangne na luminasio, na mobilia ema organtzagio do din (dividida mate clramente que antes cm horas de trabalho e horas de laze), bem como ascensio de ur modo mais enfiticn de lewura, especalmente no caso das obras de fegio"™ Historindores do Leste de Asie do século Xx também ‘estio se voltando para austria da leurs, adaprande a meto- ddologia para cstudar os sistemas deescrita cos génerosliters- noe japoneses. por exemple, ow © impacto da ascensio do mercado no sistema russo de produgio de livros na déceda de 1990." | 84 Ccwet vero cura? Representagées CCerta vez, Michel Foucault cnticou os hstoriadores pelo que chamou de sua “idéia empobreaide do real”. que nia deixava lugar para oque é maginado, Desde entio, muitos importantes Instonadores franceses reagiram a essa provocssio. Exempla famoso deste upo de husténa éa livia As ies ordens (1978), do histornadorfrancts Georges Duby, um estado sobre a cisne- "ness que cercam a construgio da famosa umager medieval da sociedad como composts por “tes estados” os que rezam. ‘9s que luram es que trabalham (ou lavrsen) — em outtas po lavras.o cleo. a nobreza eo “terceiro estado", Duby apresenta ‘ssa imagem nfo como simples relexo da estrucusa social me~ dieval. mas como uma representacio, com o poder de modifcar s realidade que parece reletr ‘Outra contibuigio para histéria do que os franceses cha mam de imaginasre sora (o imaginéne socal, eto qualquer corsa que sea smaginada, mats do que o puramente imaginsino) olive de Jacques Le Goll. O nasrmenta do purgaténe (1981). Le Gott explicas aseenso da ti de purgaeéno na Idade Média relacionando~a is mudangas nas concepsbes de espagoe emp. Le Goff também fot um dos estudiosos gue langarain a historia dossonhos. no comego da década de 1970, wmepradospelosestudos sobre 0 sonhos realizados por antropélagas ¢socélogos."* Ox trabalhos sobre vise efantasmas também foram encorajados pela nova preocupagie cm o papel avo da naginago. enfat- 2andoascominacbes eratas de clementos ortundos de punt as contes populares entuais” Em inglés, polo contre, a expresso she history of sma _giaton (“hsténa da maginagio”) sind no est plenamente tstabelecide, apesar do sucesso do estudo de Benedict An- derson, em 1983, sobre as nagSes come comandades iagina- Uanoww mci? 85 das” (ver p.109-10), Uma expressio mais comum € the fastory lof representations ("a hsténa das representagéee”) “Tanta formas de representagio — sejam ela itera, vir ‘suns ou mentais — foram ertudadas nae dlnma» duas ou tds déeadas que mesmo uma simples lise transformana esta segio ‘em capitulo, Hi hssténas das representagbes da natureza. como ‘Man and the Natural World (1983), de Keith Thomas, que mo peia as mudangas nas attudes ingless entre 1500 e 1800. enfa~ ‘uzando a "revolugio” que nrou os seres hurmanos do centro do ‘mundo naturale arcensia do amar pelos arumatsepela nat ean selvagers ‘Alem disso, exiotem histnas das represencags da estr- ‘ura socal, como a ds trésestados de Duby; repreventagies do trabalho, ncinindo as mulheres tabalhadoras: represena- Ber des mulheres como devessprosttutas, mies ou Feiiel~ tase representagdes do “outro” (dos judeus pelos gentos. dos bbrancos pelos negrose assim por dite). Imagens liters © visuats dos santos tornaram-se um importante foco de inte= resse na hissina do catoliismo na déeada de 1980. Como ob~ servou um des primeiros estudiozoe do sssunto, “a suntidade, talver mais que qualquer ourra coisa na vida soci. esti 0 colhar do observador” ® Repretentations 0 trulo de uma revista terdisaplinar fandada em Berkeley em 1983. Entre as primetras contribut- bes que recebeu estdo artigos do erficoliteréro Stephen Greenblate sobre imagens dos camponeses alemes do seculo XVI. da historindora da arte Svetlana Alpers sobre a levtara ‘que Foucault faz de um quedro de Velézques.e dos histo dores Peter Brown (sobre santos), Thomas Laqueur (sobre fu- nerais) e Lynn Hune (sobre a “erise de representagées” na Revolugio Francesa), ‘No campo literino, Onentalemo, de Sad. est preocupado ‘ssencialmente com reprerentagies do chamado “outro”, em $6 Dauecvarona carina? paracular imagens do “Oriente” no Ocidente, Como jf dit, (08 estados sobre a hiséna das vingens mata vezes Foci 15 manearasestereonpadas pela qual wma cultura no familiar E percebadae deserta e0 “olhar” do visjante diferencando 0 olkar imperial. 0 feminino, 0 pitaresca e outros pos. Pode-se ‘mostrar que alguns viajantes haviam lido sobre o pais antes de rele porem os pis, a0 chegar. var o que haviemn aprendido seeperae ‘Os relatos sobre a Ilia fits por vijantesestrangertos nos séculos XVIL € XVit so exemplos marcantes de cetercoti- pia. repetmde lugares-comuns sobre por exemplo os lazearon tte Napotes, homens pobres que se drtavam ao sol sem aparen- temente fazer nada. O tope do munda virada de cabesa para boanxo tom araido os vinjantes desde o dvs de HesGdoto como tuma maneara de organizar suas observaciee. Por exempla, 0 puntano escoets Gilbert Burnet, bispo de Salisbury, va Tela por onde raj na écada de 1680, como uina terra de supers tugfo, rani, onosidade e papismo, em outrar lavas exata- mente oposto do luminisino, iberdade, diligence protes- taneisme que ele atribuia 8 Gra-Breeanha, Onientalisme na misca ars um ero de gona ena das reperetagtes, pode- thos boda sores mesalope outs deal cue a= fina paneer noe ve dans como honed els tus A maneim pel qual algune murttogwr reegram Onova deSad ans eto yorum teks ‘ inprado pomSkzfo-— ofrece nate dar doe contr merdsapinres ou “neosagies” que orem Campo guare-dhuvada hana ural Usinoromaicun? 97 (Os hustonedoree da arte coagiram ao liveo de Sard na d= cada de 1980, e 08 hstontadores da mista, na década de 1990 ‘O proprio Seid, apesar de seu entusiasmo por épera,experou {11995 para dr sun prdpria contribu a essa rea: uma dis- tusso sabre Aida, de Vert em que sugere que a obra confirms tcimager cedental do’ Onente como “um hugar essencial- mente exsico distante e antigo, onde os europeus podem 03- rentar corte poder” ™ Drs estudosrecentes aprofundam nda mais esse tema, poneand para suas complexdades. © trabalho de Ralph Locke folre Saisoe Dalila, de Saint-Saens. observe que o mundo da Biblia for dendficada com a Onente Madi do ssculo X1X per imitindo ao compositor dar & sua Gperaalguma cor local ox nats exstamente um son lel, Saint-Saées apresents 0 outro mcxpecalmente 9 outro femining, Dalila — de manesra con- ‘enclonal, como sesustadara e sedwora, mas the dt rambéim tama grande dri romdntia, subvertendo assim “o binarsine Caractenstcamenteortentalista do enredo dessa opera” ‘© estudo de Richard Taruskn sobre o orentalismo must ra Rissa do sécal XIX revela um paradoxo. Evocagies den Sicasendtens como “Nes estepes da Asia Cena de Boron. fou ae "Danis das ovens cecravaspercas" de Mussorgsky, = sem wma opeaigio bindna entre omusso eo oriental homem © mulher senhore escravo. No entanta, quando Diaghilev levow ‘ssa music a Paris a pblico ancts achou que tas sons onen~ tov fsser epreamente russ. Aisa do memo ‘Outra forma de NHC que atvalmente pasa por um surto de ex pansio €s hsténa da meména,algumas vezes descrita como remérta socal” ou “memséria cultural” © anteresse aca 15 Ocurerenoma cans? rico pelo tema for revelado e encorajado pelo langamen, entre 1984 © 1993, doe sete volumes publics pelo editor acs sdemico Pierre Nora com o titulo Les Leus de mémorre, dedics- dos a “memérie nacional na Fran. tal como mantida ou f= formulada por livros como enalopsdia Larousse por elifcgdes come o Panthéon, por prétea coma a comemoragio aml da mada da Bastlha no dia 14 de julha © asim por dante” Ein con- ‘waste até hoje foram musta menos namerosns as pesquises sobre a amnésa socal ou cultural, um aspect mals equa, porém n80 ‘menos amporents Poyetoscolenvos ede muitos volumes, pareedos com o de Nora. foram desde entSo publicadoe na Ilia, Aleman eeu ‘uos lugares, Maus que os ios. flmese programas de relevsi0 ‘mostram, hi um forte anteresse popular pelas meménas his neas. Esse interesse cada vez maior provavelmente & wma re" 20 acelerago das mudangas sotaseculturas que amnesgain as identidades ao separar © que somos daguilo que foros. En um nivel mass espectfic, 0 crescente mterese por mem da Holocausto © da Segunda Guerra Mundial ocorre em um tempo em gue ceses acontecimentos trauiiticos estdo det sando de fazer parte da meméris viv, Como a histna da viagem. a hsténa da memdnia é wm ssmpo que revela com raraclarezasimportincis das eiaemae ou esteredpos, 6 destacada pelo pscélogo Frederic Bartett em seu livro Remembermg (1932). A medida que os aconteci= mentos retracedem no tempo, perder algo de sua especifict- dade. Eles si elaborados,normalmente de forma ineonaciente ‘carcim passam a se enguadrar nos exquemes gerat correntes na culture. Esses esquemas ayudam a perperuar as meméras sob cust, por, de sua distorgio ‘Tomemos o caso das protestantes do sul da Fran, por exemplo, estudados por um histonador que fre parte dessa 6o- ‘munidede, Philippe Jourard. Ele mostra como, ey wma cultura Unrowosmunca? 59 impregnada peas exenturas as memsnas da perseguigio da co- ‘munidade protestant pelos catlices foram concamunadas ou ‘mesmo moldades por histénas bblias de pereeguigio no pova escolhido, chegendo mesmo as marcas fertas na porta das csat ‘ujoe habvtantes deveriam ser martacrados. Lendo o relato de Jourardé dial nio pensar na Holoeausto,acontecznento trou tico também lembrado em wma estrucura bblia, é que @ termo “holocausto” signifi “queimar a oferenda® ‘Da mesma forma, #s memoria ritinicas dos sofrmentos sas trincheitas da Primeira Guerra Mundial foram moldadas por lembranget de O peregrine, de John Bunyam. um livro Anda muito ldo na 6poca. Como disse oerfuco americano Paul Fussell, “as experiénais do front pareoam estar dispontvets para a interpretagio quando se percebeus que partes delas se pa- Fecinm muito com a ago de O peregrino. assim come a lama der trincheiras ce assemelhave ao Lodagsl do Desespero, Por fa vez, as memérias da Segunda Guerra Mundial foram con- diconadas pelo conhecenento da Prametra Guerra. saesexemplos da eet dos livros — provavelment dos 1m vor alta ¢ em grupo —sobre os processos de meména 530 oviveis, mas € claro que esta nio é transntida ou moldeda fspenas pla letura. A rlanda de hoje. do Norte do St f- ‘mosa— alguns dinam mesmo notéria —pelo poder das me- mena de acontecementoxpassados, relorgados pelo ersuma da guerra civil, evocados por lugares coma Drogheda e Derry © eencenados nas parades anus dasligas de Orange eda Ang ‘Grdetn dos Hibéenicos, Nos mros de Belfat, pragSes exor- tam paseante:”Lembre-ee de 1690." [Nesse contexto irlandés «famosa abservagio de Geertz sobre a “hstéra que eles « contam sobre si mesmos" parece problematicn (ver p52), Catlics¢ protestantes nfo contamn as rmesmas histérie para 2 mesmos. Um lado erige esieuas. 0 ‘outro as drruba,seguinde o que) fo desento camo ura "bern se. Oca evronn coran? cstaboleada tradigio de descomemorasio explosiva”. As me ‘ménis de confitos também s80 conflitos de meméria No interior de cada comundade religioss a observasio de Geeres ands pode ser vilida, mas € necessiio fazer « grande pergunea soaal: "De que memeéra estamos falando?” Homens ‘© mulheres ou velha e2 nova gerasie, podem no se embrar do passado da mesma maneira. Em uma dada cultura, as me- meri de um grupo podem ser dminantes «2s de outios bordinadas como no caso de vencedores e decrorados em ama ‘guerra evil —na Finlandia de 1918, por exemplo. ow ns Espa- nha de 1936-9. Cultura material ‘Tradiaonalmente os hstonsdores cultura atibuiram menos atengio cultura matenal que as was, denxando aquele campo sor histonadores econdmicos. As pigunes que Norbert Elias de- dicou a tustéra do garfo e do lengo em seu lio sabre 0 pro- c=seo cwilizatrio cram incomuns naguele tempo, Por sus vez 0s hustoniadores econdmicos costamavam devear de ldo os a5- pects stmbslcos de alimentos, roupas © habitagies, exam nando em ver disso oe nivete de nutrgso ea parsela da renda individual destinada a diferentes bens. Até mesma o fama es- tudo de Fernand Braudel sobre © comeso do mundo moderne, Chrlizagfo matenal. economa e capitalism (1979) — 00. para usar suas prdpriaspalaves.cvilisation maténelle — pede ser entcad ~ ¢0 fo1 — por esa mesma razio, apesar de sua Impostine como anise comparstva do movimnento de obje= tos ente diferentes drets de culeur, Nac déeadae de 1980 » 1990, porém, alguns hustoriadorse culturais voltratn-se para estud da culrara materiale assim se viram préxumos dos arquedlogos,curadores de muscu © 2 Unwovo mona? 9¢ pocalistas em histéna do vestudno e do mobilise, que hs ‘ita vinham trabalhando nessa érea. Os historiadores da 1e= Tigo, por exemple, se dada matorstengio 3s mudancas no mobile das igryas como indicadores de ransformasio nas sttudas religiosas, Na década de 1960, 0 histonador socal br tiimeo Asa Briggs exereven livros como Victorian People & Vieforian Cities, Ens 1958, sua vada cultural fr reveled pala prublicagio de Victorian Things, embora liveoestvesse plane= Jado mato tempo antes. ‘Mesmo os historiadares do literatura voltaram-se para ssa dirego, estudando pichagSes ox comparanio sonetos a fiaturas tomando ambos como demonctragies privadas de tmvor O neazelandés Don MeKensie que redefina a bibliog fia como forma de histéria cultural em seu Bibliography and the Sociology of Tost (1986), chamaw atencio para a necessi= dade de ertdar as “formas materiais dos livros", “os detalles Ssutis de npografiaediagramacio”.argumentando que elemen- tor ndo-verbuis, entre eles "a prépria dsposieio do espace”, ‘ram portadare de significado Na linguagem do teatro, outro tema de interesee para MeKenze pode-se dizer que a aparén- ‘0 fsica da pagina impress funciona come uma sériede deixas pa os litres. encorajando-os @ ancerpretar o texto de uma Inaneira eno de outrs ‘A matoria dos estudes sobre cultura material enfatiza 0 cléssica to de temas — alimentos, vestuéno ¢ habitagio—e rvtae vores foeliza a histria do consumo eo lugar da magi hacio, explorado pela publicdade. no estimlo 20 deseya por liens A telagio entre a "cultura do consumidoe” de hose 0 1n~ reresie pelo consumo passado é dbvia, mas os histonedores tlesse campo geralmenteestio bem conscientes dos pergos do ‘Uma contribuisio exemplar & histdria dos alimentos for fexsa pelo anteopélogo amenicano Sidney Mintz em Sweetness and Power: the Place of Sugar in Modern History (1985).A. Incténa de Miner é socul e cultural. E socal na preoeupasio ‘com o consumidare com a transformagio do agar de artigo de luxo para os ricos em artigo bisic de consume condiano para as petsoas comune, teado no café ou no chi. Por outro lado, Sceainess and Power ¢ cultural em su abordagem da peco simblico do agiar Esse poder simbslico era maior ‘quando o aticarconsttufa un luxo que distingusa sous comet ‘adores da massa de populagéo. mas & medida que a mercado nna desea na escala socal eram-lhe dados novos signiicados. © cla era ncorporada em noves tua soc Em La culture des habits (1989), o hstoriador francés Da- rel Roche voltou-te para ahistia das roupas, por achar que “elas nos dizem mutto sobre as cvilizagdes. digas de vee tino revelam cédigos cultarass "Por es do veseusrio",ob- seiva Roche, “é possivel encontrar eseuures mena.” Na Frange do século XVII, por exemple, conformar-se a umn deter smunado eédigo de vestusrio era uma maneira de dentifica-se como nobre ou de tear passar por win. Escher wma ropa ‘eraescalher um papel naguilo que ohistonador cama de “tea ‘ro indumentsni” da paca, Race chega a fazer uma cones entre 2 “revolugio das roupas” ea Revolusio Francesa, vist como a asconséo da “berdade, gualdade © frivolidade”. Ele leva afrivlidade aséno, porque o endado com a roupa na im= prensa femunina do final do século XVI signitiava que a mods “jando era exciuaivadade dos privileges” > ‘Come estudo de caso da histna da habitagio, pode-se omar nsténia do ancropélogo sueco Orvar Lofgren sobre a casa burguesa na Suéaa do eéaulo XIX, em Culture Builders (1579). © liveo combina emagrafin svecs tradicional em que Lafgren ¢ 0 co-autor Jonas Frykmen foram formados com ios tradas de Elias e Foucault, Cullve Builder obserewva 0 seslocamento de “austeridado” para a “opuléncia” no final do ‘Uninewo moran? 93 século XIX, ¢ argumentava que a mudangs aconteces porgue a asa “ee tormou o paleo em ques fama oreentava sua nqueza « exibia sua pasisio socal”, O mabilirio e a decoragio,espe- ‘almente da sala de vinta. aponva a auo-apresentagi da fi tila pars os vistantes. Os leitores que se lembram da umager da casa da familia Ekdahl ezm Upsela por volea de 1900, repre sentada no fe de Ingmar Bergman Fanny e Alexander (1982), no tergo problemas pare visualizaressas formas de exibigio ‘pulenta que tem paralcios na Gra-Bretanho, Franca, Europe Centrale em outros higares nesseép0co. "No entano, a casa burguesa naquele que os suecos cha sam de "perioda Osea” (1880-1910) nfoera panes um paleo. ‘as tambéin um “santuério", um refigio contea a sociedade exterior cada vex mais impestoal. Dafa crescente umpertincia dos aposents particulates tis como of quartos de dormir e 05 (quattos de cnange, ea distingio cada vez mats clara entre espa $98 pablicos e privados no interior da ease. ‘Valea pena chamar a atencéo para a voferéncia aos espagos da casa, Pode parecer paradoxal incur oespago na “cultura ma- ternal mas os hsoriadoresculturns como os da arqustetura © ‘oe gesigrafos historiadores antes dels. chegam a lero "texto" {de urna edad ou de urna cogs nas enerelinhas A histérin das n- Rls entae tentative de encontrar solugSes universais para os problemas humanos © a necessidades ou a lea da stuasio NNo caso de mowimentor religiosos ou politicos as diferencas ineviiversentve Fundadorese seguidores levam a polaridades cultura, A menssgetn do fundador mitas wees éambigua. Ne Yerdade, pode-se dizer que oF fundadores tém to precisa- ‘mente porque significam mata coisas para muNtas pessoas, ‘Quando os seguidres tentam snterpresar 2 mensogem do fun- ado, a comtradigbesIntentes se tornam manifstas™ Investigar mats profundamente esse processo étarefa para «6 fauro, O problema do futuro da husténaculearal cord tratade elo. 6 Além da virada cultural? ‘A expretsio NHC pareca uma boa ea quando for ‘sunhada no fnal da dca de 1980, camo fs também © caso de "nova histéri", nos Estados Unidos da dé cas de 1910. Infelizmente, s novidade & um erunfo {que se esgota rapidamente. Essa “nova” historia cul- tual em mais de 20 anos Na verdade, um exame da lista cronolagiea de publicagSes apresentada a0 final deste volume stugere que ela js tem mats de 30 anos. uma vez que o rompimento real ocorreu no inicio da cada de 1970, uma década antes da invensio do home. A mesma lista gere ue enquanto a prod «0 de matenal novador permanccou ata na década de 1980 — basta olhar a vanedade e qualidade dos ‘os langados em 1988. por exemplo — ela dectina igradualmente na década de 1990.0 inicio do séeulo Xt parece serum ternpo de reconecimento, ex ter~ mos de volume e consolidacéo, em que o presente livro em seu lugar. No entanto, & preciso dizer que ‘ste tipo de inventino geralmente se segue & fase ras crmtiva de um movimento cultural ‘Acrescente-sea sso fato de quea NHC tem sido objeto de eritias sénias. e € umpossivel fag & se- _guinte questio; chegou tempo de uma fave ainda evr nstona cana? mass nova? Ou. ess fase jf comegou! Fedemnos também nos pergutar se © que vem pola frente ers um movimento ainda ‘mais radical. ou se, pelo contrino,teemos uma reaprommagio Ae formas mate tradicionats de hist ‘Como sempre éneceetir fazer dissingBes Temas de dstn- aguurentre o que queremas que acantea ¢aguilo que supornes {que acontecers, bom como separar as tendénas de curto © de longo prazo. No que se refer a previsdes. € dif fazer mas que extrapolar as rendéncias de Togo prazo emboraestejamos ae tes pela experinis pacsada de qe o futuro seré mais que uma snmples contauagio de tis tendéneiaa, Devemos evar em conta a posnvers reagGes elas as tentauvas de volta no tempo, em: bora stibamos ser umpossivel um simples retomo ao pasado, ‘Neste ponto. provavelmente © mas til a fazer €diseut coninos alternativos. Uma das possibildades € 0 que ve pode dlescrever como o “retorne de Burekharde’, usando o nome ‘como uma espéae de sintese, um sfmbolo para o renascer da cultural tradicional. Uma segunda possibiidade é ex- ‘continua da nova histéenacaleural para outros do ios. Ua tereeira ¢sreagi contra a redugio construnista da sociedade em termos de eleurs, 0 gue pode ser chamado de "a vinganga da hstéra socal” 0 retomo de Burckhardt Em certo sentido, nfo podemos falar do retorno de Buel bharde porgue, pra comego de conversa ele nunca fr embora de Fao. Ox seja, a husdria da ata cueura, do Renascimento, por exemplo, ou do Huminismo, nunca fot abandonade, mes- ‘mo na ea do entusiesme pela cultura popular nas déeadas de 1970 ¢ 1980 — embora sofresse a competiio pelos recursos académicos, ‘Anthony Grafton & um exemplo bem conhecido de histo- sda ealtaral cajo trabalho acadérmico enfoca a tradigi cis sica no Renascimento e no periode posterior. embora também enh contribusde para a histéri da lexura e produzido uma Ita dae note de radapé eu relagio com ae pritcastéen- case a ieologia da profieso hietica,em The Footnote (1997) ‘Um das mats conheedas obras de hiseérisculesral pa bhicadar neste periodo em lingua mglesa & Viena, finde sid fle (1979) de Carl Schorske, wm estado sobre escrtores coma Arthur Sehnieler e Hugo Von Holfmannsthal, arastas 02- ‘mo Gustav Klimt ¢ Oskar Kolioschiks, e também Sigmund Freud e Amold Schoenberg, Schorske apresenta seu trabalho ‘coma sim estuda da modernidade, defiida em comparagio to historiasmo do século XIX. Sua histéria de que ele chama Ade “cultura a-histrica” aprecenta uma incerpretagio essen taalmente politics desse mourmenta,ligando-o aos "tremores da desintegragio socal e politica” e a0 decline do liberalismo rio zentido de um compromisao com a raconalidade, 0 rea lismo © 0 progresso. Eram estes os valores contra os quats seus protagonistas se rebelaram. cada um a sua maneira — Freud, ao chamar a atengéo para as forgas iracionas da pi ue. por exemple; Klimt a0 romper com o relismo e ofender deliberadamente a moralidade burguesa, assim por diance ‘Um futuro possive para ahistéria cultural — pelo menos no futuro préxamo — é a renovagio da énfase na stra da lta cultura. final,» alta cultura ¢ uma ausénan conspioun dos “eatudos cultura” tal como ensinads e estudados em muitos lugares hoje. Se esa renovagio ou retorno ocorter éumprovs- vvelque ahistéra de culture popular definhe mesmo que ocon- «ou de “cultura popular” jf estej sendo questonado.Os dois tnpos de husténa cultural provavelmente vio coexist, yunex- ‘mente com sim interesse cescente cm suas interagSes. Na ver- dade alta cultura pode ser reestruturada ou mesmo deseen-

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