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Apresentação
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Este Grupo Técnico de Trabalho foi oficializado por meio da Portaria CVS-
13, de 28/7/2003, sendo constituído por representativo conjunto de instituições
cujas atividades têm interface com o tema: Faculdade de Medicina da USP,
Faculdade de Saúde Pública da USP; Anatel, Instituto de Pesquisas
Tecnológicas - IPT, Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, Instituto de
Física da USP, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações -
CPqD, Secretaria Municipal de Saúde de Campinas e Centro de Vigilância
Sanitária - CVS.
PARTICIPANTES:
Emico Okuno
Instituto de Física da USP
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RELATÓRIO FINAL DO GRUPO TÉCNICO CRIADO PELA PORTARIA CVS
O.
N 13 DE 28 DE JULHO DE 2.003
Í NDI CE
1 Introdução
2 Aspectos Técnicos e Conceituais
3 Atores Envolvidos
4 Efeitos de Campos Eletromagnéticos de Radiofreqüência sobre a
Saúde Humana
5 Comentários sobre a Lei Estadual 10.995/2.001
6 Considerações Finais
7 Recomendações
8 Referência Bibliográfica
1 I NTRO DUÇÃO
D E S CRI ÇÃO DO S S I S TE M AS
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2.2 As células − sub-áreas geográficas − são cobertas por uma estação
rádio base (ERB), que é a repetidora das informações de voz e dados trocados
através de ondas de rádio fazendo a interface entre as diversas estações
móveis (telefone móvel, normalmente chamado de celular). A ERB se conecta
à rede pública de telecomunicações por meio da Central de Comutação e
Controle (CCC), a qual controla um conjunto de ERBs.
D E FI NI ÇÕ E S
2.6 Área de Registro (AR): área geográfica contínua, definida pela Anatel,
onde é prestado o SMP (Serviço Móvel Pessoal), tendo o mesmo limite
geográfico de uma Área de Tarifação, na qual a estação móvel do SMP é
registrada.
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2.11 Emissão (de estações radiotransmissoras fixas): energia radiada
através de ondas eletromagnéticas, emitidas por radiotransmissora fixa, para a
realização de transmissão de voz ou de dados.
2.17 Estação rádio b ase (ERB): estação transmissora fixa, usada para
radiocomunicação com estações móveis.
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2.21 Níveis de referência para emissão de estações radiotransmissoras
fixas: valores de emissão de campos eletromagnéticos que não devem ser
excedidos, por uma única estação radiotransmissora fixa, medido em qualquer
local passível de ocupação humana.
2.28 Técnica celular: técnica que consiste em dividir uma área geográfica
em sub-áreas, denominadas células, atribuindo-se a cada célula uma
freqüência, ou grupos de freqüências, permitindo-se a sua reutilização em
outras células.
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S I G LAS P RI NCI P AI S
2.35 RF – Radiofreqüência
3 ATO RE S ENV O LV I DO S
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regulamento sob re limitação de exposição a campos elétricos, magnéticos e
eletromagnéticos na faixa de freqüência entre 9KHz e 300 GHz”.
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atividade econômica e os possíveis riscos à saúde decorrentes da proximidade
das ERBs em relação às habitações, além de incômodos e prejuízos
econômicos. Entre outros municípios, Campinas e Campos do Jordão (SP),
Porto Alegre (RS), Criciúma (SC) e Juiz de Fora (MG) têm se detido no assunto
já há algum tempo, legislando conforme suas peculiaridades locais.
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4 EFE I TO S DE CAM P O S E LE TRO M AG NÉ TI CO S DE RADI O FRE Q ÜÊ NCI A
S O BRE A S AÚDE HUM ANA
O S P RI M E I RO S L I M I TE S DE E X P O S I ÇÃO
4.2 Após o término da guerra, a Clínica Mayo, nos Estados Unidos, era o
centro mais importante de estudos dos efeitos biológicos das microondas. Em
1955, ela organizou o Symposium on Physiologic and Pathologic Effects of
Microwaves, cujos anais davam sugestões para futuros estudos. Nessa
ocasião, Schwan & Li (1956) concluíram que microondas com densidade de
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potência de 10 mW/cm não deveriam ser aplicadas durante mais de uma hora,
se a energia fosse absorvida pelo corpo todo.
4.3 Duas conferências se seguiram: The First and The Second Annual Tri-
service Conference on Biological Hazards of Microwave Radiation, em 1957 e
1958, respectivamente. O relato apresentado nessa conferência sobre a
indução de catarata em um técnico de radar, muito bem documentado por
Hirsch, da empresa Sandia, chamou a atenção dos especialistas. Esse fato
motivou o início do estabelecimento de recomendações por parte de diversas
organizações, as quais tomaram como referência a consideração de que uma
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densidade de potência de 100 mW/cm produzia efeitos danosos.
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4.8 Em 1975, baseada no trabalho de um comitê que analisou cerca de
1.700 artigos relativos aos efeitos biológicos, o qual procurou investigar a
comprovação de efeitos não-térmicos, a ANSI reafirmou os limites anteriores,
apenas com pequenas modificações (ANSI, 1975).
4.14 Entretanto, vale ressaltar que, para telefonia celular, alguns países
elaboraram normas com limites inferiores aos da ICNIRP, como é o caso da
Itália, onde o limite fixado é cerca de sete vezes inferior ao da ICNIRP, para a
freqüência de 900 MHz. A Suíça adotou, como limite de exposição humana, os
valores recomendados pela ICNIRP, mas fixou um limite de emissão pelos
equipamentos de telefonia celular mais restritivo.
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C RI TÉ RI O S P ARA A E LABO RAÇÃO DA N O RM A DA IC N IR P, DE 1 9 9 8
R E V I S ÃO DO S E FE I TO S N ÃO -T É RM I CO S
4.19 Uma primeira discussão sistemática sobre esta questão foi feita na
chamada Conferência da Salzburgo, realizada de 7 a 8 de junho de 2000 em
Salzburgo, Áustria. Alguns dos trabalhos apresentados são citados abaixo:
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4.19.5 Giuliani (2000) apresentou as justificativas para que a Itália adotasse
valores menores que os da ICNIRP, sendo as principais: argumentam que os
valores de referência deveriam ser investigativos e não base para exposição;
critica a escolha de níveis básicos que não podem ser medidos diretamente;
não aceitam a recusa em aplicar o princípio da precaução; adotaram o limite
básico de 100 µW/cm e meta de qualidade para emissores de 0,1 µW/cm .
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4.20 Por outro lado, vários outros estudos mantêm a controvérsia. Entre os
mais recentes, estão:
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usando exposições mais intensas e longas, por exemplo de Tsurita el al (2000)
ou de Finnie et al (2001, 2002), não encontraram tais efeitos.
4.20.6 Burch, Reif et al (2002) relatam que o uso de celulares por intervalos
de tempo maiores que 25 min por dia estava associado com a queda na
excreção de melatonina. Entretanto, outros estudos de De Seze et al (1999) e
Radon et al (2001) não encontraram alteração nos níveis de malatonina em
humanos, assim como Heikkinen et al (2003), que não observaram esse tipo de
efeito nos ratos expostos à radiação de RF de telefones móveis.
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de distâncias flexíveis, definidas a partir de restrições sobre os valores de
densidade de potência e de níveis de exposição pré-estabelecidos.
6 CO NS I DE RAÇÕ E S FI NAI S
6.1 Apesar da legítima preocupação do legislador em proteger a
população de eventuais riscos à saúde, a Lei Estadual 10.995/2.001 incorre em
erros conceituais que dificultam sua aplicação prática pelos órgãos de
fiscalização.
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efeitos de longo prazo que mais preocupa, no caso das radiações ionizantes,
dependendo do tipo, pode levar 40 anos ou mais, após a exposição, para ser
detectado. Como o uso do telefone celular é ainda bastante recente, o período
necessário para detectar efeitos de longo prazo pode ainda não ter decorrido.
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6.10 Os níveis de referência devem ser estabelecidos com base na melhor
informação científica e ser tão baixos quanto possíveis, considerando-se os
aspectos técnicos, operacionais e econômicos.
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7.13 Considerar que é de competência exclusiva do poder público
municipal o estabelecimento de parâmetros de ordem urbanística, como os
recuos de uma estação em relação aos limites do lote, restrições de uso e
ocupação do solo no entorno dessas instalações e as definições de
características estruturais e volumétricas das torres, entre outras, assim como
também a necessidade de consultas públicas para implantação de ERBs no
meio urbano.
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Anane R, PE Dulou et al. Exposure of rats to a 900-MHz GSM mobile phone
signal did not promote chemically-induced breast cancer. M.W. Dewhirst, M.
Lora-Michiels et al - Carcinogenic effects of hyperthermia. Int J Hypertherm
2003;19: p.36-251.
[ANSI] American National Standards Institute. C95.4-Sc. ANSI, New York; 1975.
Burch JB, Reif JS, et al. Melatonin metabolite excretion among cellular
telephone users. Int J Radiat Biol. 2002; 2; 78: p.1029-36.
21
[FCC] Federal Communications Commission. Office of Engineering and
Technology. Evaluating Complience with FCC Guidelines for human
exposure to radiofrequency electromagnetic fields. OET Bulletin 65. ED 97-
01; August 1997.
Finnie JW, Blumbergs PC, Manavis J, Utteridge TD, Gebski V, Davis RA,
Vernon-Roberts B, Kurchel TR. Effect of long-term mobile communication
microwave exposure on vascular permeability in mouse brain. Pathology; 2002.
34: p.344-47.
Hyland GJ. Physics and biology of mobile telephony. The Lancet. 2000; 25:
p.1833-36.
Lee T.M.C, Lam P.K, et al. The effect of the duration of exposure to the
electromagnetic field emitted by mobile phones on human attention.
Neuroreport. 2003;14:p.1361-64.
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Conference on Cell Tower Siting, Salzburg, Austria, June 7 – 8, 2000:p.90-105.
[on-line] disponível em:
http://www.salzburg.gv.at/themen/gs/gesundheit.htm/umweltmedizin.htm/elektro
smog.htm/celltower_e.htm#ank-procOnline
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