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O assunto é: Sacola plastica Com a proibicdo dos saquinhos plésticos em Sao Paulo, a qual eu sou inteira~ mente favordvel, face aos beneficios ambientais proporcionados, os supermer- cados ‘oferecerdo’, como alternativa aos clientes, sobras de eaixotes de papelio ou, entio, venderao sacolas reutilizaveis? Ou seja, diminuem sua despesa com 68 saquinhos plisticos, aumentam a receita com venda de sacolas e jogam a conta para nés. Por que nao voltam a oferecer os sacos de papelo grosso que, até algumas décadas atrs, eram amplamente usados pelos supermercados? 0 papelio nao agride ao meio ambiente, como os plasticos, e se desmancha quan- do molhado.” P. R. de C. JR. (Séo Paulo, SP) tracom, 26/1/2012.) Vocé também pode enviar um e-mail para um veiculo de comunicagéo, manifestando-se sobre um assunto de seu interesse. Para isso, selecione em um jornal ou revista uma reportagem que tenha chamado sua atengdo e escreva um e-mail para o jornal ou a revista, comentando o assunto e 0 modo como ele foi abordado, + Busque o site oficial do veiculo de comunicac3o selecionado, Anote o endereco de e-mail disponibi- lizado para as mensagens de leitores +Tenha em mente o perfil de seu leitor, Lembre-se de que seu texto podera ser publicado e lide por milhares de pessoas. Se seu ponto de vista estiver bem-fundamentado, ele poderd influenciar, orien- tar e esclarecer outros leitores e, assim, voc estar exercendo seu papel de cidadao Procure adequar a linguagem de seu texto 20 suporte, ao perfil dos interlocutores e a situacao. € importante que 0 tom da linguagem nao seja muito informal, @ fim de que sua mensagem dé aos leitores impressao de seriedade e desperte credibilidade + Preencha os campos referentes a destinatério, assunto, anexos (se houver), etc. Antes de enviar seu e-mail, releia-o, observando + se a maneira como vocé redigiu e estruturou seu texto esté de acordo com a situacao de comunicagao; + se a linguagem empregada est adequada a seus interlocutores: + se 08 dados referentes a destinatérios e assunto estado escritos corretamente; + Se 05 arquivos anexos (se houver) esto nomeados com clareza e objetividade. O BLOG © weblog, mais conhecido como blog, era, no principio, uma espécie de didrio virtual, usado quase que exclusivamente por jovens interessados em relatar fatos de seu cotidiano, pensamentos, observagdes, opinides e em se relacionar com outros internautas. Com o tempo, os blogs foram se tornando a ferramenta ideal no sé para a divulgacdo de ideias pessoais, mas também para a 23 divulgacao de noticias, de textos sobre politica e cultura, pesquisas, negécios, debates, publicidade, etc, Enquanto montar um site exige ter conhecimento de programac&o de computadores ou pagar por essa assessoria, criar uma pagina na rede é simples e rapido. Ha diversos programas de hospedagem de blogs disponiveis gratuitamente na internet Um dos mais acessiveis e bastante procurado pe- los iniciantes é 0 Blogger (blogger.com). Depois de acessi-lo, 0 usuario preenche um formulério com nome, e-mail e contatos, escolhe um visual para a pagina e the dé um nome, Quinze minutos depois, ja pode publicar seus textos na Internet. Além dos textos, os blogs comportam fotos e, em alguns casos, videos. Além dos blogs individuals, que sao mais comuns, existem também os blogs % comunitarios, nos quais todos os membros de de~ terminado grupo podem editar textos e participar deles como autores a Blog: histéria sem fim Os blogs levam as Gltimas consequéncias dois principios da Internet. Um deles é a interatividade. Cada texto postado num blog vem acompanhado de uma janela para que os leitores facam comentarios, © que torna essas paginas espagos de debate por exceléncia. O outro é a formacao de comunidades que vao se ampliando e se sobrepondo, Os blogs sao interligados uns aos outros por meio de links ~ os atathos que permitem a0 ususrio saltar entre as paginas da Internet. Assim, um texto publicado num blog que isolada: mente nao atrai grande nimero de leitores pode de repente se espathar de maneira exponencial. Quanto mais um blog recomendado pelos similares, mais ganha status. Da mesma forma, o blogueiro que participa das discussdes em paginas de terceiros acaba, por tabela, divulgando a sua propria. [..] (vee, 98 1907) Os blogs possibilitam aos leitores fazer comentarios sobre os posts dos autores, manifestando concordéncia, discordancia, acrescentando informacdes, fazendo sugestées de topicos para novos posts, etc O COMENTARIO Muitos veiculos de comunicacao dao em seus portals indicacdes de blogs, com cujos autores, por meio da ferramenta comentario, os leitores podem falar diretamente, © comentario € um texto muito comum na Internet e € encontrado nao sé em blogs, mas também em sites. Loucos por blogs Se vocé gosta de blogs e quer se aprofundar no assunto, sugerimos para leitura 0 livro Blogs - Revolucionando os meios de comunicagdo, de Octavio |. Rojas Ordufia e outros (editora Thomson), que mostra as opor- tunidades oferecidas pela blogosfera, tanto no plano pessoal, quanto no plano profissional. E, para acesso, os sites: + www.Lfolhauolcombr/blogs) + oglobe.globo.com/blogs/ ‘+ www.estadao.combr/blogs/ _« http/fjblog,b-com br/ 24 | Blog: “coisa de velho"? Adolescentes esto perdendo interesse nos blogs, indica pesquisa Os internautas mais jovens estdo perdendo o interesse nos blogs ¢ se voltando cada vex | mais para formas mais curias e portiteis de comunicagio pela rede [..) | Segundo o estudo feito pela Pew Research Center, o nimero de jovens internautas america- | 10 que escrevem blogs caiu de 28% para 14% desde 2006. nos entre 12 ¢ 17 0s adolescentes que disseram ter feito comentarios em blogs de colegas eau de 76% para 52% no mesmo periodo. [... A pesquisa indica que os adolescentes vém preferindo colocar postagens curtas em sites de ‘acebook ou o Twitter, ou acessar a internet pelo telefone celular, (..] Se por um lado a popularidade dos blogs tradicionais vem caindo entre os mais jovens, se- or dos adolescentes gundo indica a pesquisa, os dados mostram um envolvimento cada vez ma em redes sociais na internet. [...] De acordo com 0 estudo da Pew, 73% dos adolescentes americanos disseram usar sites de rela- to social atualmente, contra 55% em novembro de 2006 e 65% em fevereiro de 2008. [1 0 Giabo, 4/2/2020, Deponvel em: hep//glaboglobacom/tecnoegia/adolescentes-extao-perdendo Interesse-nos-blogs-indea-pesquta-305B08OeIXZZ2KCXLCWPE Acasto em: 12/4/2012) clonam« | | | | | redes sociais ou de micro-blogging, como 0 O comentario na Internet S30 muitos os sites que disponibilizam um espago para que seus leitores comentem os conteddos ali divulgados. Nesse ambiente, é frequente a ocorréncia de comentérios nos quais o leitor expde sua ‘opinigo pessoal de forma extremamente subjetiva, sem considerar os argumentos do autor do texto e a situagao em que o texto foi produzido. Leia o depoimento abaixo, em que o cantor e compositor Chico Buarque fala sobre os comentérios feitos por alguns leitores de seu site $$ | Porque hoje em dia, com essas coisas de Internet, as pes- soas falam 0 que vem a cabeca, né? E a primeira vez que eu vi isso, eu niio sabia como era o jogo ainda, eu fiquei espantadis- simo, eu falei “o que 6 que to falando aqui?” Porque o artista geralmente ele acha que 6 aplaudido e tal... ele sai cheio de si, ¢ ele abre a Internet, ele 6 muito amado (...] vai, faz 0 show odiado (risos) (...] Eu, a primeira vez. que eu vi, nao sei se foi num nha entrado nisso, @ 0 faz.com uma pessoa? que eu jé nem bebo mais... “o que que esse velho té fazendo fazer 0 que, né? [...] Nao pode ficar triste com isso, nem morrer, se motrer é pior, quando morrer vao dizer: *jé morreu tarde, jé vai tarde...” (risos) noticia assim, af eu vi: “comentérios”. Eu nunca cei a ver: “este velho, 0 que o alcool nd (risos} Simplesmente uma injustiga, por- af?” Mas vai (Diponiel em he Comentirios 20h ifechicobastidores com be/video/18/ 3 Chico Buargue : internat. Acesso em 12/4/2022.) : E possivel, entretanto, fazer comentarios que fundamentem o ponto de vista adotado, contribuin- do, assim, para uma discussdo esclarecedora sobre um tema especific. € comum que blogs e sites que disporibilizam a seus leitores a ferramenta comentarios tenham | um filtra pelo qual os textos passam antes de serem publicados. Assim, evita-se a publicacio de agressées gratuitas, termos de balxo caléo, propagandas, etc ! © comentario na Internet é um texto geralmente curto e com estrutura bastante variavel. Seu principal ebjetivo deve ser adicionar 20 texto comentado, de forma sucinta, informacées, criticas elogios, correcdes ou sugestdes. ‘ Veja, como exemplo, um post sobre 0 Cédigo Florestal brasileiro feito no blog do jornalista Mar- celo Tas, seguido dos comentérios de alguns leitores Cédigo Florestal nado merece virar bate-boca de futebol | Acompanho com atengao e alguma preocu- pagao a votacao do novo Cédigo Florestal. ta-se de assunto da mais absoluta importancia Eniretanto, percebo que entramos numa con- tonda polarizada, de bate-boca de arquibancada de futobol, com gente gritando e xingando quem pensa diferente de “idiota” Sera que ajuda dividirmos um tema portante em dois lados: uma briga de foice no escuro entre ambientalistas X o tal “agronegi } cio”? Ld Cologuei o video [..] com o depoimento do meu amigo, o cineasta Fernando Meirelles, por- ey ed que penso que [...] as palavras dele trazem um eta he ponte importante. [..] Fernando sugere que de- | “ouvir os cientistas”. E uma excelente sugestio que interpreto e amplio aqui sugerindo } «que ougamos os 1 dentro de cada um de nés. Mais razo ¢ menos emoco, | pessoal / Uma coisa eu sei: nado podemos abrir mao de produzir comida. Isto é necessério para a satido fisica dos brasileiros e para a sate financeira da nossa balanga comercial. Ou seja, te- mos que produzir alimento mas sem que, evidentemente, destruamos a natureza, a nossa usina produtora e reprodutora, [..] E importante ouvir a voz dos produtores rurais, grandes @ pequenos, os senadores que os 1 representam [...], sem traté-los como loucos de motosserra na mao. Também é extremamente importante ouvir iniciativas civis [..J, sem traté-los como fundamentalistas do meio ambiente. Se conseguirmos sair dessa gritaria de arquibancada, desse FLA X FLU, a discussio do Cédigo Florestal pode ser mais consequente, saudavel ¢ madura. Como devem ser os frutos que nos alimentam hoje e no futuro. COMENTE! S.C, 26 de novembro de 2011 at 22:31 0 Ministério Publico ¢ as agéncias de Controle Ambiental usam o cédigo florestal nas éreas urbanas para embargar e punir os proprietarios de iméveis nas beiras dos rios dentro das cida- des. Indiistrias, comércio e residéncias sio bloqueadas por estarem dentro da margom de APP. vemos ‘entistas que vive 26 | Como a lei cega, deveriam usar a ‘mesma lei para punir as cidades. Vao embargar entao a Marginal Tieté e Pinheiros na cidade de | Sao Paulo. A mesma lei ndo pode ser usada no meio do Amazonas e nas cidades. Pedrinho 26 de novembro de 2011 at 7:35, Agora que a ampla maioria dos senadores © deputados fede- rais jé decidiram votar a favor do novo cédigo florestal, os militan- tes verdes vom com essa conversa de didlogo e palpites de “cientistas” politicamente engajados? 0s militantes verdes a servigo de ONG's estrangeiras querem ganhar no grito, isso sim. Atila 28 de dezembro de 2011 at 13:53 Pedrinho, favor se informar melhor. 0 Movimento dos Atingidos por Barragens ~ MAB tem pautado em varios espagos este debate antes mesmo, muito antes, de ocorrer a primeira vota~ ‘cdo © ser pauta dos grandes jornais. Consulte o sitio do MAB hitp://www.mabnacional.org.br/ Reinaldo 24 de novembro de 2011 at 21 Uma observacdo: acho que vocé utilizou 0 termo “agronegécio” de forma equivocada, vi que “agronegécio” envolve muito mais coisa além da produgao agricola per se P.ex, alguns setores da indtistria se encaixam no agronegécio. | Jodo Paulo 24 de novembro de 2011 at 1 0 Fernando é um grande eineasta ¢ eu adoro seus filmes, mas infelizmente falou bobagem. De onde ele tirou esse ntimero de 61 milhdes de hectares de terras degradadas? Isso 6 chuto- | metro. Puro chutdmetro misturado com googlismo faccioso, afinal sempre filtramos no Google | aquilo que nos interessa. Fazendeiro pode ser tudo, menos burro. Terra degradada nfo produz. | Nao sou produtor rural, mas conhego bem o assunto ¢ posso dizer sem medo de errar que a | nossa agricultura 6a maior do mundo em termos de produtividade. Pare de chutar, Fernando. F | methor um ambientalista radical assumido do que um cineasta se fazendo passar por benteitor | ecol6gico movido por puro altruismo. (Adoptad de: np: ldots tera.comr/2011/11/23/codgo-Rorestal-nao-poesar Au) Acesso em: 25/4/2012.) Note que os leitores, além de apresentar seus pontos de vista, procuram dialogar com base nas informagées contidas no texto do blog, remetendo-se a elas em seus comentarios (“os mili- tantes verdes vém com essa conversa"; "acho que vocé utilizou 0 termo ‘agronegécio’ de forma equivocada’; “De onde ele tirou esse nimero*). Além disso, buscam embasar suas afirmagies, in- corporando vozes de autoridade ou posicionando-se como alguém que tem conhecimento sobre © assunto ("0 Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB"; “O Ministério Pdblico e as agén- cias de Controle Ambiental"; "Nao sou produtor rural, mas conheco bem o assunto e posso dizer 27 sem medo de errar*). Ha, também, leitores que respondem a comentérios de outros leitores, fa~ zendo referéncia direta a eles (“Pedrinho, favor se informar melhor [...]. Consulte o sitio do MAB http://www: mabnacional org br/"). Vocé tem 0 habito de fazer comentérios em sites da Internet? Quais? Troque informacées com seus colegas sobre os comentarios que voces costumam escrever. Com a orientaco do professor, participe de uma pesquisa na classe: Quantos alunos tém um blog? Quantos alunos acompanham algum blog e indicariam sua leitura? Quantos alunos comentam outros blogs? Quantos alunos costumam deixar comentérios na Internet? Em quais sites? PRODUZINDO O COMENTARIO ReGna-se com seus colegas de grupo ¢, seguindo indicagdes do professor, escolham um ou mais blogs ou sites da Internet que apresentem a ferramenta comentérios e produzam um ou mals co mentérios a propésito de um assunto do interesse de todos. Depois acessem o blog ou site e enviem ‘9 comentario. Discutam o texto do blog escolhido e o ponto de vista que ele apresenta sobre 0 assunto. + Ao escrever, procurem manter uma relacdo direta com 0 texto original e situar com clareza 0 alvo do comentario. Antes de enviar 0 comentério, releiam-no, observando: + se ele consiste em um texto curto, uma vez que nesse género a sintese é desejavel; + se 0 ponto de vista do grupo esté bem-fundamentado, com base em dados e referéncias consisten- tes, especialmente se ele for contrario ao ponto de vista apresentado no texto original 28 O relato pessoal O texto a seguir foi escrito pelo jornalista e escritor portugués Miguel Sousa Tavares, Leia-o 0 deserto dentro de nés Depois de atravessar a tempestade, ‘nunca mais seremos os mesmos Hé dois dias que estévamos debaixo daquela tempestade de areia, algures na pista de Dja- net para Tamanrasset, no sul da Argélia. (.. Em dezembro de 1987, a nossa caravana de 17 jipes e 35 pessoas estava semiperdida na pista para Tamanrasset, enfrentando uma tempestade de areia que nao nos deixava progredir mais do que 20 quilémetros por dia, em colunas e fardis acesos, ¢ com visibilidade reduzida a uns dez metros. Era indtil tentar avistar as balizas ou quaisquer outras referéncias, tais como montanhas, dunas ou “oueds” secos. Progredfamos a passo de camelo durante uma hora e de- pois pardvamos para reagrupar e contar os jipes. Nada hé que possa descrever com exactido 0 que 6 uma tempestade de areia no deserto. O que 6, primeiro que tudo, a sensagao de profunda angiistia, ou mesmo terror, que dé olhar para o horizonte e ver a tempestade avancar sobre nés como uma imensa mancha negra a tapar 0 céu azul e um turbilhdo de areia em movimento ocupando o solo e dirigindo-se para nés, como un nos. Temos tempo para nos prepararmos, mas munca estamos ver a furiosa caverna negra prestes a engolir~ jadeiramente preparados, zo | | | Fugimos a frente da tempestade a toda velocidade e sempre a olhar pelo retro- visor e a certa altura percebemos que nao ha nada a fazer e vamos mesmo ser engolidos por aquele turbilhio negro. |B nunca sabemos quanto tompo | pode demorar uma tempestade de areia no deserto: seis horas, dois dias, 12 dias. {.. Assim, quando pereebemos que niio eguiremos continuar a fugir a fren- con: | te do monstro, s6 nos resta prepararmo nos para o seu impacto, sem saber por quanto tempo estaremos debaixo del A toda a pressa, juntamos provisoes de comida ¢ de agua, colocamos mio os instrumentos essenciais, como facas ¢ canivetes, abre- latas, lanternas, estojos de primelros socorros, gotas para os olhos ¢ para o nariz, vedamos todo © material sensivel & areia e, quando as primeiras rajadas de areia comocam a bater sobre nés fechamos todos os vidros do carro e atamos um lengo & nuca a tapar-nos 0 nariz ea boca + Deserto na Arg © culos de protegao. ‘Tudo é indtil, porém. Em menos de moia hora temos a sensagao de estar, nfo dentro d um jipe, mas dentro da propria nuvem de areia. (..] O dia faz-se noite de repente, o barulho € apocaliptico ¢ a forga do vento parece ir arrancar o jipe do chao e arrasté-lo [...]. Numa das paragens, saio do jipe para ir lé fora fazer qualquor coisa ou simplesmente desentorpecer as pernas, dou dez passos para o lado e, quando quero regressar ao jipe, nao o consigo distinguir no meio da nuvem de areia [..1. A custo, consigo dominar 0 terror [...]_ € é como cego, com os bragos estendidos em frente, que eu acabo por chocar com o jipe e regressar ao meu lugar ao volante com a sensacdo de ter sido resgatado do mar durante um naufrdgio, is o ponto-limite de uma travessia do deserto. Fis o instante em que néo somos nada nem sabemos coisa alguma ~ nés, 0s nossos conhecimentos todos, a nossa presungAo, a nossa tecno- logia. De repente, ali estamos a s6s contra o vento, contra a areia, contra o deserto [...] Dois dias @ duas noites assim. Dois dias e duas noites a sds com o mais fundo de nés mes- mos, tao fundo © tao intimo que nem nés prdprios nos reconhecemos. F aqui que descobrimos quem verdadeiramente somos, as forgas que desconhecfamos ou as fraquezas que condiamos, a s6s, na intimidade tao devastadora que chega a assustar-nos. Eis 0 fundo do | deserto, a travessia do deserto, uma viagem que é simultanéamente exterior e interior. Este é 0 | territério onde morrem todas as presungdes, este é 0 verdadeiro momento da verdade. Quando a tempestade se afasia e regressamos aos gestos habituais dos que estdo vivos, sabemos entdo ar 0 terrivel vento de areia, que acabamos de atravessar 0 deserto € ara, com a certeza de que que acabamos de atraves emergimos a luz do sol, sob as planicies sem fim do $ taremos a ser os mesmos, por muito que a vida se encarregue de normalizar todas as ocasides nunca mais vol- | | diluir todas as coisas. | (evista Lugar, mao 2010) algures:em algum lugar oueds: ros, cursos agua 30 1. No texto, o autor relata um fato que viveu em uma viagem, a) Que fato foi esse? b) Observe 0 titulo do texto e a frase abaixo dele: “Depois de atravessar a tempestade, nunca mais seremos os mesmos". HA relacio entre esses dois elementos e 2 experiéncia que é relatada pelo autor? 2. Nos relatos, é comum o emprego da descricdo, usada para caracterizar as pessoas, os lugares, 05 objetos, as sensacdes, etc. Como é descrita io relato a tempestade de areia? 3. 0 fato relatado pelo narrador foi inventado por ele ou é recordacdo de uma experiéncia vivida? Apresente alguns trechos que comprovern sua resposta, 4. Releia os seguintes trechos do relato e observe os pronomes e as formas verbais destacados: "a nossa caravana de 17 jipes e 35 pessoas estava semiperdida na pista para Tamanrasset” «"Fugimos a frente da tempestade a toda velo- cidade" "A toda a pressa, juntamos provisdes de comida e de agua" + "quando quero regressar ao jipe, n8o 0 consigo istinguir no meio da nuvem de areia 2) Os pronomes referem-se a que pessoa do discurso? ) Em que tempo estao as formas verbais? c) 0 autor participa de histéria como observador ‘ou como protagonista? 5. Observe a linguagem do texto. A variedade lin guistica utllizada esta de acordo ou em desa- cordo com 2 norma-padrao? Ela é formal ou informal? 6. Pelas caracteristicas do tema e da linguagem, le- vante hipdteses: A que tipo de piblico esse relato pessoal se destina? 7. Levante hipdteses: Em que veiculos um relate pessoal pode ser divulgado? ReGna-se com seus colegas de grupo e con- cluam: Quais sao as caracteristicas do relato pessoal? Ao responder, considerem os seguintes critérios: finalidade do género, perfil dos inter- jocutores, suporte e veiculo, tema, estrutura, linguagem. Loucos por relatos Para aqueles que sio aficionados de relatos pessoals e relatos de viagens, sugerimos a leitura dos seguintes livros: lugar escuro, de Heloisa Seixas (Objetiva); Relato de um néufrago, de Gabriel Garcia Marquez (Record); Ex-libris ~ Confissdes de uma leitora comum, de Anne Fadiman (Jorge Zahar); Itinério de Pasdrgada, de Manuel Bandeira (Aguilar); Um poeta como outro qualquer, de José Paulo Paes; E uma Pena ~ Aventuras de um roteirista versétil, de Flavio de Souza; O caso do filho do encadernador ~ Roman= ce da vida de um romancista, de Marcos Rey, e Esta forca estranha ~ Trajetéria de uma autora, de Ana Maria Machado (Atual); Sob o sol da Toscana ~ Em casa na Itélia e Um ano de viagens, de Frances Mayes (Rocco); Na Patagénia, de Bruce Chatwin (Companhia das Letras) = 31 PRODUZINDO O RELATO PESSOA HA, a seguir, duas propostas de producdo de textos. Vocé podera desenvolver as duas ou uma delas, conforme a orientagao do professor. 1. Lembre-se de um episédio mar nte ocorride com voc na infancia ou mais recentemente - uma travessura de arrepiar, um presente inesperado, a adaptacao numa escola nova, 0 nascimento de um acontecido na vizinhanea, etc. -, e escreva um relato sobre ele. 2. Leia este poema, de Carlos Drummond de Andrade Quero Quero que todos os dias do ano todos os dias da vida de meia em meia hora | de 5 em 5 minutos | me digas: Eu te amo. | Ouvindo-te dizer: Eu te amo, | creio, no momento, que sow amado | Nomomento anterior | eno seguinte | como sabe-lo? | Quero que me repitas até a exaustao que me amas que me amas que me Do contrario evapora-se a amagao pois ao ndo dizer: Eu te amo, desmentes apagas teu amor por mim. Exijo de ti o porene comunicado. Nao exijo sendo isto, isto sempre, isto cada vez mais. Quero ser amado por e em tua palavra nem sei de outra maneira a nao ser esta de reconhecer 0 dom amoroso, a perfeita maneira de saber-se amado: amor na raiz da palavra ena sua emissio, saltando da lingua nacional, amor feito som vibragdo espacial No mom Fu teamo, inexoravelmente sei que deixaste de que nunca me 10 em que nao me dizes: amar-me, mastes antes. Se nao me disseres urgente repetido Eu te amoamoamoamoamo, verdade fulminante que acabas de desentranhar cu me precipito no caos, essa colegio de objetos de nao-amor. 1pm emariasva com be deummond) oema0a3 him. Acesso em: 4/2/2082.) rmo ou uma irma, uma viagem ou um passeio inesquecivel, uma grande decepcao, um fato © amor € um tema vasto, abordado por intimeros escritores, seja em verso, seja em prosa. Escre- ve-se sobre amor entre namorados, entre amigos, entre pais e filhos, entre irmaos, ete. Relate uma experiéncia amorosa. Vocé pode se referir, por exemplo, a um episédio en relacionado ao primeiro amor; ou as ilus6es e decepcdes que envolveram seu primeiro amor. Pode também falar sobre 0 amor por um amigo ou por uma pessoa marcante em sua vida. Ao redigir seus relatos, leve em conta as orientagdes a seguir «Tema do texto - Lembre-se de que vocé é protagonista; assim, seu relato deve apresentar experiéncias vividas e bem-situadas no tempo e no espago Perfil do leitor - Seus textos sero publicados no livro que a classe deverd montar no projeto Relato para to- dos, neste capitulo, e serio lidos por colegas de sua classe e de outras, por professores, funcionérios da es- cola e convidados + Veiculo e suporte em que o texto serd veiculado - Procure empregar uma linguagem adequada ao perfil dos interlocutores e a situagdo + Caracteristicas do género a serem observadas - Em um relato, o tempo e 0 espaco séo bem-defi- nidos, ha trechos descritivos, os verbos sao empregados geralmente no passado, o autor é protago- nista. + Titulo - Dé um titulo ao seu relato. Faca primeiramente um rascunho do seu texto, Depois releia-o, observando se ele leva em conta as caracteristicas do género, o perfil dos leitores, a correcao e adequacao da linguagem, o suporte e © veiculo. Faca as alteracdes necessérias @ passe o texto a limpo. Relato para todos : Ao concluir a producdo de texto proposta, junte seus relatos aos de seus colegas para a montagem de um livro da classe. Para a montagem do livro, sigam estas instrucdes + Confeccionem a capa em papel mais grosso, Coloquem o titulo (criem um) e a série e ilustrem-na. + Escrevam na contracapa a ficha catalogréfica, imitando os livros de verdade. Vejam como fazer isso neste livro, + Facam um texto de apresentacao dos relatos, ou pecam a outra pessoa, escolhida pela turma, que © faca + Se quiserem, ilustrem os relatos com fotografias, originals ou xerocadas, ou com desenhos. + Unam a capa aos textos e grampeiem-nos, formando o livro, Exponham o livro em um lugar especial da escola, por exemplo a biblioteca, e convidem colegas de outras classes, professores, funciongrios, familiares e amigos para ler os relatos. | i i ESCREVENDO COM TECNICA A DESCRIGAO Grande parte dos géneros textuals - fabulas, contos, crdnicas, poemas, noticias, reportagens, entrevistas, etc. - costuma fazer, por meio de imagens ou palavras, uma caracterizacéo, isto 6, uma descricdo de personagens, de pessoas, de paisagens, de cenas, de objetos, etc texto descritivo a seguir faz parte do romance O germinal, de Emile Zola, escritor francés do | século XIX. Leia-o No meio dos campos de trigo e beterraba, a aldeia dos Deux-Cent-Quarante dormia sob a noite negra. Distinguiam-se vagamente os quatro imensos corpos de pequenas casas encostadas iis outras, 0s edificios da caserna e do hospital, geométricos, paralelos, que separavam as trés largas avenidas em jardins iguais. E, no planalto deserto, ouvia-se apenas a queixa do vento por entre as sebes arrancadas. Em casa dos Maheu, no ntimero dezesseis do segundo grupo de casas, tudo era sossego. 0 tinico quarto do primeiro andar estava imerso nas trevas, como se estas quisessem esmagar ‘com seu peso 0 sono das pessoas que se pressentiam ld, amontoadas, boca aberta, mortas de cansago. Apesar do frie mordente do exterior, o ar pesado desse quarto tinha um calor vivo, | esse calor rangoso dos dormitdrios, que, mesmo asseados, cheirava a gado humano, | dock mas ninguém se moveu. As respiragdes fra- | cas continuaram a soprar, acompanhadas de dois roncos sonoros. Bruscamente Catherine levan. | tou-se. No seu cansaco ela tinha, pela forea do hébito, contado as quatro badaladas que atravessa~ | ram o soalio, mas continuara sem animo necessério para acordar de todo. Depois, com as pernas | fora das eobertas aalpou,rscou um fésforo e acendeu a vela Mas continuou sentada, a cabeca | to pesada que tombava nos ombros, cedendo ao desejo invencivel de voltar ao travesseiro. | Agora a vela iluminava o quarto, quadrado, com duas janelas, atravancado com trés camas. | Havia um armério, uma mesa e duas cadeiras de nogueira velha, cujo tom enfumagado man- chava duramente as paredes pintadas de amarelo-claro. E nada mais, a no ser roupa de uso didrio pendurada em pregos, uma moringa no chao ao lado do alguidar vermelho que servia | de bacia. Na cama da esquerda, Zacharie, 0 mais velho, um rapaz de vinte e um anos, estava | deitado com o irmao, Jeanlin, com quase doze anos; na da direita, dois pequenos, Lénore & | | Henri, a primeira de seis anos, o segundo de quatro, dormiam abragados; Catherine partilhava, ‘a terceira cama com a irma Alzire, tao fraca para os seus nove anos, que ela nem a sentiria ao da pequena enferma. A porta envidra- seu lado, ndo fosse a corcunda que deformava as costas cada estava aberta, podiam-se ver 0 corre- dor do patamar e 0 cubiculo onde o pai e & mae ocupavam uma quarta cama, contra a qual tiveram de instalar 0 bergo da recém- nascida, Estelle, de apenas trés meses. Entretanto, Catherine fez um esforgo desesperado. Espreguicava-se, crispava as mos nos cabelos ruivos que se emaranha- vam na testa e na nuca. Franzina para os seus quinze anos, nio mostrava dos mem- bros sendo uns pés azulados, como tatua- 34 na palidez clorética das gengivas, enqu sono. alguidar: vaso balto de barro ou de metal ceaserna: habitagio de soldados, dentro do quartel ou fem um praga Fortificada clorética: relative a ou que tem clorose, anemia peculiar | ‘a mulher, assim chamada pelo tom amarelo-esverdea- da que imprime & pele cerispar: encrespar,franzir. 1. 0 texto em estudo descreve a aldeia de Deux- Cent-Quarante, a casa e a familia dos Maheu a) A que periodo b) Como eram os edificios da casera e do hos: pital da aldeia? Jo dia se refere a descricao? ) Quantas pessoas dormiam no Gnico quarto da casa dos Maheu? Como dormiam? 2. Um texto descritiv pode fazer referéncia a im press0es sensitivas, como cores, formas, cheiros. sons, impressbes tateis ou gust: a) Identifique no texto palavras ou expressées que fazem referéncia a cores e a formas b) Identifique no texto dois ou trés trechos que fazem referéncia a impressdes sonoras. ©) Apesar do frio exterior, qual era a temperatu ra dentro do quarto? Que odor o ar exalava? 3, Nos trechos “planalto deserte", “frio mordente’ ‘roncas sonoros’, “alguidar vermelho", “forca do habit", “cama da esquerda", “camisola estreita’, qual é a classe gramatical das palavras e exp’ soes destacadas? dos com carvdo, que safam para fora da camisola estreita, e bragos delicados, alvos como leite, contrastando com a cor macilenta do rosto, ja estragado pelas continuas lavagens com sabao preto. Um tiltimo bocejo abriu-Ihe a boca um poueo grande, com dentes magnificos incrustados nto seus olhos cinzentos choravam de tanto combater 0 uma expresso dolorosa ¢ abatida que parecia encher de cansago toda a sua nudez. (0 Paulo: Abe Cultural, 1972. 9. 22-3) macilento: magro e pide: desearnado mordente: que morde, mordaz. nogueira: vere europela, cuja madeira & boa para mévels rés do chdo: pavimenta de uma casa no nivel do solo ou a rua: andar térreo, sebe: cerca de arbustos, ramos, estacas ou ripas en- trelacadas. 4. Em “esse calor rangoso dos dormitérios, que, mesmo asseados, cheirava a gado humane", o trecho destacado € uma oracao subordinada ad. Jetiva. Identifique no 4° pardgrafo outra oracdo esse tipo. 5. Um trec 10 descritivo pode apresentar compa rages. Veja um exemplo de comparacao neste trecho do altimo paragrafo: "nao mostrava dos membros sendo uns pés azulados, como tatua: dos com carvéo". Identifique no mesmo paragra: fo do texto outra comparacao. s verbos mais utilizados em descrigdes mam ser os de estado (ser, estar, ficar, parecer, continuar, etc.). Certos verbos de aco, entre: tanto, podem ser empregados como de estado: tinha, havia, dormiam, mostrava. Em que tempo @ modo predominantemente esto 0s verbos em: pregados na descrigao em estudo? 7. Com base no estudo de texto feito, troque ideias com 09 colegas de grupo e concluam: Em que consiste a técnica da descrigao e quais séo recursos nela empregados? A descrigao na linguagem visual Retratos e naturezas-mortas em pinturas ¢ esculturas, fo- tografias de pessoas e paisagens ou objetos focalizados em zoom em filmes, assim como mapas e plantas de edificios, s30 exemplos de descricao visual. Ao fazer o mapa de uma cidade, 0 cartégrafo produz a descrigao de maneira objetiva, procurando ser fiel & localizagdo de ruas, pracas, etc, Jé o artista reproduz a pessoa ou o objeto representando-os de maneira pessoal, subjetiva, de acordo com sua forma de ver e de sentir 0 mundo. 35 fo Era de fato um lindo quadro, aquele formado pe: las irmas reunidas no recanto verde, com a luz do 501 @ as sombras projetando desenhos sobre elas, a bri- a perfumada erguendo seus cabelos e refrescando as faces coradas, enquanto animaizinhos do bosque continuavam a cuidar de seus afazeres, como se as ‘meninas nao fossem preset mas velhas amigas. Meg sentara-se na almofada ¢ costurava, mo vendo graciosamente as mos brancas, bonita e vigosa como uma flor, com seu vestido rosado no meio do verde. Both escolhia pinhas entre as multas que junca- vam 0 chao sob um pinheiro préximo, pois sabia fazer muitas coisas bonitas com elas. Amy desenhava uma moita de samambaias, e J6 tricotava, ao mesmo tempo que lia seu livro em vor alta. Observando-as, o rapazi nho sentiu-se constrangido, pois tinha a impressao de que devia retirar-se, j4 que nao fora convidado. Mas continuou parado no mesmo lugar, porque sua casa parecia-Ihe vazia, ¢ aquela tranquila reunido no bos- que era muito atraente para seu espirito inquieto. (..) (Louse May Alcott. Murtberzinns. S20 Paul: Nova Cult 003. p. 142. 0 texto a seguir descreve psicologicamente Lady Russell, p escritora inglesa Jane Auster Descrigdo objetiva e descrigao subjetiva A descricao de um objeto, de uma pessoa, de uma cena, etc. pode ser feita objetivamente ou subjetiva mente, dependendo do panto de vista do narrador. A descri¢ao objetiva deve ser impessoal, concreta, imparcial,li- vre de gostos, sentimentos, emocdes (ou opinides pessoais, Jé a descricao subjetiva € pessoal, particular, mar- cada pelo gosto, pelos sentimentos, emacées e apinides do narrador. O texto a seguir € de um andincio classificado. Observe a objetividade nna descrigao do imével anunciado Vila Nova Coneeigao — Ca de esquina com 460 m?, varias sa- las, copa, jardins, 8 vagas. Zone mento liberado para atuagio co- mercial. R. Afonso Braz. (..] (0 Estado de S Pou ——— ‘sonagem do romance Persuasdo, da [.J Era uma boa mulher, caridosa e benevolente, capaz de profundas amizades, impecivel | | na conduta, rigorosa nas suas agdes de decoro e de uma distingao considerada um modelo de boa | educagéo, Era culta e, em geral, coerente, racional, mas tinha alguns preconceitos quanto a tradi- dio, Valorizava posigdoe prestigio, o que a tornava um tanto cega as falhas de quem os possufa. (..1 eno Uma casa velha na zona norte de Londres. Um apo- ndo toda a extensao do palco. sento bem amplo, toma parede ao fundo, que dev bem a vista, Porta da frente direita alta. Um capotes, ete. Uma janela, a direi superior do qual hé um espelho. Na (Herta Pinter Valea ao lar. 0 36 4a ter uma porta, foi removida, cou apenas um ar de linhas retas, Por trés do arco, 0 hall. No hall, uma escada subindo para a esquerda alta, cabide para a. Mesas desirmanadas, cadeiras. Duas grandes poltronas. Um sofé, também grande, a esquerda. Contra a parede da direita, um grande aparador, na parte .querda alta um aparelho combinado de radio e vitrola (fio de Janene: Francitco Alves, 1996. p. 35.) Jo: Abr Cultural. 1976. p. 7 [>is roan ek 41. Caracterize por meio de uma locucdo adjetiva (preposicao + substantive) estes substantivos: ingredientes, continuagao, habito, atracio, ato, dificuldade, nabreza, paixdo, certificado, conse- ho. Veja um exemplo liberdade de expressdo 2. Identifique no vocabulério abaivo adjetivos que podem caracterizar o cheiro de a) perfume d) refrigerante b) carniga ) vinagre gas doce dcido acre fétido nauseabundo —sufocante _penetrante inebriante suave — putrefato picante inodoro eve —_delicado 3. Indique dois ou trés substa ue poderiam ser associados as seguintes caracteristicas: re- tangular, pontiagudo, sinuoso, mindsculo, espi- nhento, Veja um exemplo: estreito: rua, corredor, estrada, visio 4. Escolha um(a) amigo(a) ou um parente (pai mie, irma, etc.) e, sem dizer 0 nome dele(a) descreva-o(a) fisica e psicologicamente, Apés terminar seu texto, troque-o com um colega 5. Pense em um objeto que vocé tem e de que gos- ta muito, mas, par necessidade financeira, preci- sa vender. Escreva dois anincios, descrevendo-o: © primeira, abjetivamente; 0 segundo, subjetiva- 6, Escolha uma destas propostas de descrigao: magine a seguinte situacao: v teatral e participa da cerimGnia religiosa de um casamento. Por forga da profissao, entretanto, 1c8 no consegue ver 0 casamento como um al cerimonioso e séri espetdcule teatral Elabore uma descrigo da cena do casamento sob esse ponto de vista e, se possivel, com uma boa dose de humor, 8 & um critico + Observe com atengao os detalhes das ruas por onde passa ao ir para a escola, as particulari- dades das casas, dos prédios, das pracas, as essoas que encontra. Repare no transito, ouga 08 sons € 05 ruldos, sinta os cheiros. Depois, a partir da observacdo feita, elabore um texto descritivo, Leia os versos a seguir, de Lenine, e observe como © emprego de metaforas amplia a visualizacao do ser descrito, enriquece o texto e dé nova vida as palavras, fa | Bla 6 minha delicia O meu dorno Janela de retorno == ae | Uma viagem sideral | Bla é minha festa | Meu requinte A tinica ouvinte Da minha radio nacional Ela 6 minha sina O meu cinema A tela da minha cena A cerca do meu quintal Minha meta, minha metade Minha seta, minha saudade | Minha diva, meu diva Minha manha, meu amanha Lal “om beenine/83605/) Agora, procurando fazer uso do mesmo ré so observado na cancdo, escolha um dos temas abaixo e redija uma descricéo, em prosa ou em verso. Se preferir, escolha outro tema, Meu amor Um dia inesquecivel + Meu melhor amigo + Amanha 37 —» PROJETO - VOCE JA FO! CHAMADO? \ Ze Para finalizar as atividades desta unidade, faca arte e amigos, servindo-se do correio ddicional ou da Internet 1. Arte postal Existe uma tendéncia alternativa de arte via correio, a chamada arte postal, da qual participa pessoas de todo o mundo. A arte postal consiste na troca de postais com men- sagens e imagens criativas. Qualquer pessoa pode perticipar, enviando seu trabalho a outros artistas ou fazendo parte de grupos. Se quiser maiores informagées, entre na Internet, procure um site de busca, tipo Google, escreva arte postal no campo de busca, escolha alguns sites e informe-se mais a respeito do assunto, Compartithe vocé também dessa experiéncia Recorte um papel-cartao nas medidas de um postal comum, De um lado, crie um desenho ou cole figuras (de pessoas, animais, objetos, adesivos, mensagens, selos, etc.); do outro, escreva uma mensagem para um(a) colega, amigo(a) ou familiar e 0 endereco da pessoa. Depois envie seu postal pelo correio, ‘manias ntenda a Pesquise para se informar sobre as diferentes formas de comunicacao e interagao existentes na Internet, como, por exemplo, foruns ou grupos de discussdo (Newsgroup), IRC (Internet Relay Chat) chats, programas de mensagem instantanea, blogs, etc. Colha informacdes sobre elas, procurando sa- ber quais sao as caracteristicas de cada uma, 0 que é necessario para se comunicar e interagir por meio delas, quais sao as vantagens e as desvantage’ que oferecem para 0 usuario comum, etc. Em grupo, sistematizem os dados da pesquisa e apresentem-nos 2os demais colegas oral- mente ou por escrito, em um texto que podera ser afixado no mural da classe ou da escola ne-se um cidadao do Facebook nectado com essa nova mania dos internautas, chegou a hora Se voc® ainda nao e de tomar uma atitude. © Facebook é, hoje, a maior rede social do mundo. Nela, milhdes de pessoas se encon. tram, se reencontram, batem papo e postam textos, mensagens, fotos e filmes. Para fazer parte dessa rede, é muito facil. Basta acessar o site http://mwwfacebook com, fazer 0 cadastro e comecar a procurar sua turma, A ciéncia em si Se toda coincidé ela ‘Tende a que se entenda E toda londa Quer chegar aqui A ciéneia se apreende A ciéncia em si Se toda estrela cadente Cai pra fazer sentido E todo mito Quer ter carne aqui mncia ndo se ensina A ciéneia insemina cia ndo se aprende A ciéneia em st Se 0 que pode ver, ouvir, pegar, medir, pesar Do avido a jato ao jabott Desperta o que ainda ndo, nao se pode pensar Do sono eterno ao eterno devir Como a 6rbita da Terra abraca o viicuo devagar Para aleangax’o que ja estava aqui Se a crenga quer se materializar Tanto quanto a experi A ciéneia nao avanca A ciéncia alcanca A ciéneia em si (Giberta Gi Arnaldo An © Gage Ea. Musicals (Bras Imusic (Resto do mundo) ) neia quer se abstrair Ciencia e ética Leitura de textos, pesquisas e debate sobre a ética na ciéncia com vistas 4 preparacao e apre- sentagao de seminarios, Wall.E, de Andrew Stanton, 2010 ~ 0 ano em que faremos con- tato, de Peter Hyam; Alien, de Ridley Scott: De volta para 0 futuro, de Robert Zemeckis; A. - Inteligéncia artificial, Juras- sic Park e Guerra dos mundos, de Steven Spielberg, Sunshine ~ Alerta solar, de Danny Boyle; Eu, rob6, de Alex Proyas; Gattoca ~ A experiéncia genética, de Andrew Niccol: Os 12 macacos, de Terry Gillian, Jornada nas estrelas, de Robert Wise: O homem bi- centenério, de Chris Columbus; Matrix, de Wac Guerra nas estrelas, de George Lucas; 2001 - Uma odisseia no ‘espaco, de Stanley Kubrick: Blade Runner, 0 cacador de androi- des, de Ridley Scott; Metrépolis, de Fritz Lang, Quero ser John ‘Malkovich, de Spike Jonze nowski Brothers ‘A danca do universo (Companhia das Letras), Mundes invisives (Globo) e Cartas a um jovem cienista (Campus), de Mi ser; Breve histéria do mundo, de Ernest H. Gombrich (Martins Fon- tes); O universo numa casca de noz, de Stephen Hawking (Man- darim); Contato, de Cari Sagan (Compantia das Letras), Duna, de Frank Herbert (Nova Fronteira) Visdes de um robé @ Eu, rob6 (Ediouto), de Isaac Asimov; 1984, de George Orwell, (Nacional); 0 guia do mochilero das galaxias, de Douglas Adam ante); Admiravel mundo novo, de Aldous Huxley (Globo); Ndo verds pais nenfum,-de Ignacio de Loyola Brando (Codecri; Li es da natureza, de Ruth de Gowvéa Duarte (Atval); Viagem ao interior da matéria, de Vaid Montanari (Atual): Por que almocel ‘meu pa, de Rey Lewis (Compantia das Letras); Vocé & um animel, Viskowitz, de Alessandro Boffa (Companhia as Letras). CAPITULO Mn O texto de divulga¢ao cientifica Leia o texto a seguir, extraido da revista Scientific American Brasil Enfrentando a tempestade Como pernilongos sobrevivem a colisbes com gotas de chuva maior que sua massa média (o equivalente & diferenca entre um humano © um énibus escolar) Como os insetos enfrentam essas gotas da perdicao é assunto de um estudo da edigao dessa se- mana da Proceedings of the National Academy of Sciences, David Hu, professor de engenharia mecanica e biologia do Instituto de Tecnologia da Georgia, e sua equipe criaram métodos has. tante heterodoxos para determinar como os pernilongos sobrevivem a essas colisdes. Usando uma cémera de alta veloctdade, a equipe de Hu bombardeou pernilongos Anopheles com gotas d'égua ¢ registrou o resultado a quatro mil quadros por segundo (uma camera comum registra apenas 24 quadros por segundo). Eles descobriram que pernilongos sdo muito bons em lidar com gotas de chuva, mesmo quando recehem um golpe direto entre as asas. Por serem muito leves se comparados A gota de chuva, em vez de espalhar-se sobre o pernilongo a ara baixo. Como a velo dade da gota nio muda muito, pouea forca é transferida para o animal, Compar 1a 0 empurra isso com uma Sota atingindo um inseto maior, como uma libélula; a gota se espalharia em suas costas, ea fora resultante seria transferida para seu corpo. Além disso, o pernilongo tem pelos hidrofébicos no corpo e pernas dispersas, que produzem arrasto. Isso permite que o inseto fuja da gota antes de se deparar com um iimido fim No entanto, a equipe de Hu descobriu também que os pernilongos nao estio completamente a salvo das forgas produzidas durante a coliséo com a gota de chuva. Quando entra em contato com o pernilongo, a gota 0 acelera rapidamente para baixo para equipard-lo a sua velocidade final, de nove metros por segundo. Isso acontece em uma distancia de apenas 10 mm, o que co- loca enorme pressio sobre o corpo do inseto, equivalonte a até 300 gravidades (2942 m/s?). Em comparagao, um piloto de jato de combate acelerando para fora de um loop experimenta apenas nove gravidades (88 Essa aceleracdo ripida produz 0 maior risco para os pernilongos: voar perto do solo Quando atingidos por uma gota, eles aceleram em diregao ao chao com grande forga e sem tempo suficiente para escapar. & ai que a apli fio pratica da pesquisa de Hu entra em jogo: nos tiltimos anos, vimos a inveng&o de muitas aeronaves militares excessivamente pequenas, conhecidas como Micro Veiculos Aéreos (MAVs, na sigla em inglés). Se esses veiculos se torna: Fem pequenos como pernilongos, estardo sujeitos aos mesmos perigos que insetos voadores, Incluindo tempestades, video fo por Mu pode er visto plimigre me/9n6 R. Olson € 0 edtore produtor resident de videos de (Oisponivel em: http fwmu2ulcom br/sciam /nticis/ enfentandg_a.tempestade html Acesso em 22/6/2012 ) 1. A revista em que foi public: o texto lido & es- simples, tendo a finalidade de inf. Pecializads em assuntos de carater cientifico tores em geral? Jus Tem camo objetivo, segundo el panhar o progre: divulgando pesquis desenvolvimento fique sua resposta ©) Qual é a principal finalidade do texto: expor um contedda cientifico de forma clara e © ponto répria, acom- so da ciéncia e da tecnologia, invengées € ten: suadir 0 leitor, levando-o a adotar vista do autor? a) Qual é 0 a: 0 principal do text: Na sua opinido, 0 fado 30 assun- 2, Pelo fato de lidarem com assuntos liga to € muito especifico - portanto voltado ex areas cientificas do conhecimento, os textos de clusivamente para leitore: ntistas -, ou é divulgaca a frequentemente fazem uso 43 de uma linguagem em que ha vocabulério e con- ceitos cientificos, No entanto, observa-se neles ‘© empenho dos autores em tornar acessiveis 20 grande piblico os vocabulos e conceitos especi- ficos do campo das ciéncias. a) Releia © primeiro paragrafo do texto. Qual & a estratégia utilizada pelo autor para tornar 0 assunto acessivel aos leitores leigos, isto 6, ‘que ndo tém conhecimentos especificos de fisica? b) No segundo paragrafo, 0 autor descreve como uma batalha o que acorre com os pernilongos {0 serem atingidas por gotas de chuva, me- téfora que @ retamada nos outros paragrafos Identifique no texto palavras © expressdes que comprovam o uso dessa estratégia. €) No filtimo paragrafo, 0 autor se refere & util dade dos estudos de David Hu. Em que a pes: quisa pode ser atl? . Observe a imagem da pagina 42 e leia a legenda que acompanha o texto lide. a) A imagem retrata algo corriqueiro ou inusi- tado? Justifique sua resposta com base nos elementos da imagem b) Deduza: Que papel desempenha a imagem ‘que acompanha o texto? ©) Na legenda “Pernilongo Anopheles esmagado por uma gota de agua’, que acompanha a ima~ gem, a escolha do verbo esmagar € ciagdo com gota de dguo, apresentada como agente da aco, contribuem para chamar a atencao do leitor? Justifique sua resposta. . A estrutura de um texto de divulgacao cie ca nao é rigida, pois depende do assunto e de outros fatores da situagao, como: quem produz o texto, para quem, com que finalidade, Apesar disso, normalmente o autor apresenta uma ideia principal ou tese, um conceito ou um ponto de vista sobre um conceito, e procura fundament- los com “provas” ou evidencias, isto &, exemplos, comparacdes, resultados de experiéncias, dados estatisticos, relacdes de causa e efeito, etc. No texto "Enfrentando a tempestade’ a) O que se pretende explicar ao leitor? b) 0 autor se propte a defender alguma tese? ©) Quais fatos o autor menciona para fundamen- tar suas explicacdes? a Até que ponto se deve simplificar a linguagem para divulgar a ciéncia? A tentativa de dear os conceitos cien- tificos mais acessiveis a0 grande piblico envolve 0 risco de equivaces. Na busca de maior simplicdade, trocar aceleracdo por presséo, ou forca por peso, por exemplo, pode comprometero rigor concertual do tex- to. Portanto, ao ler ou produzir textos de di- vulgacao cientfica, esteja atento a utlizacao, desse recurso, pois simplificar a linguagem nio 6 tarefa simples! . Observe a linguagem empregada no texto a) Que tempo e modo verbais predominam quan- do 0 autor relata 0 estudo realizado pelos pesquisadores? b) E quando o autor comenta os resultados da pesquisa? ©) Qual variedade linguistica foi empregada? 4)'A linguagem revela preocupago com 2 ex- pressividade e a emotividade, ou é clara, ob- jetiva e tende & impessoalidade? e) Considerando-se 0 assunto ¢ 0 veiculo em que o texto foi publicado, pode-se afirmar que esse nivel de linquagem é adequado & si- tuagdo de comunicacao? Por qué? . Retina-se com seus colegas de grupo, e, juntos, concluam: Quais séo as principais caracteristicas do texto de divulgacao cientifica? Respondam, levando em conta os critérios a seguir: finalidade do género, perfil dos interlocutores, suporte/vei- culo, tema, estrutura ¢ linguagem. PRODUZINDO O TEXT E DIVULGACAO CIENTIFICA HA, a seguir, duas propostas para a producio, em grupo, de texto de divulgacao cientifica. Os textos produzidos pelos grupos paderao ser publicados em uma revista cientifica digital a ser montada pela classe. 1, Realizem na classe uma enquete sobre os assuntos de maior interesse de cada aluno, consideran- do os contetidos que vocés esto estudando em cada disciplina. Depois, formem grupos com base na afinidade dos assuntos escolhidos e produzam um texto de divulgagai traduzir para o piblico em geral conceitos que envolvem o assunto Pecam ajuda ao professor da disciplina 4 qual 0 assunto diz respeito e facam pesquisas na Inter- net, em livros, enciclopédias, jornais, revistas, etc. ientifica procurando Produzam um texto de divulgacao cientifica relacionado ao tema Sadde, bem-estar e alimentacao. Escolham um dos assuntos sugeridos a seguir, ou outro, se preferirem, para servir de base & abordagem do tema +O consumo de + Alimentagao saudavel, As substancias que compdem os alimentos industrializados e sua relagdo com a satide humana. Alimentos orgénicos Os alimentos transgénicos € sua relagdo com o organismo humano. A utilizacao de plantas e ervas em tratamentos de saide + Como 0 organismo humano faz a digestdo de diferentes alimentos “A corrida contra 0 tempo na sociedade atual e sua relago com a alimentacdo, + Obesidade, bulimia e anorexia Para ampliar os conhecimentos que vocés ja tém sobre o tema, leiam o painel de textos a seguir e facam pesquisas na Internet, em livros, enciclopédias, jornais, revistas, etc. Ec mbém 0 apoio do professor de Biologia, para orientacao e conveniente ter nessa pesquisa esclarecimentos. SAUD Espen sxe toed eet fo, mea en fe henenze en clonal ue Fe amen eve equi fa Dene: Un oe eS medica dee agen esd oe pox dads oboe com table ) textos de refer ia, em que constam descricbes & ieee dt ee reg rancieta see Se Cae elie 6 ) atue formulando politicas piblicas para prevenir Sean i 5 tar doencas, autorizar disponibilizar medicamentos € assistenc ed a eee 2 lar done, por autos amerarssauve s80 eer pare © Se ae sroral paa a plena capacdade isica e mental e pare prevenir doencas. ‘ncia médico-hospitalar. Uma boa sadde NUTRIGAO A nutrito& sud ittKf0 £0 cont de pacts pt ean imentos © material par ule cs gia para suas funci sige age reo até se asses ran Sei se crecdo pelas células. Os nica eee nceitos devem ser levados ae pele ae limentos, sua quanti ahuaanorend eae to alimentar adequadc cua ere ee ado @ mesa, sem conversar Matinee 05 alimentos, distrib stad : decorrer do dia. raersrtes m consideracdo telefone nem oo - ver TV, mastigar das calorias e as Tea e (idem, p. 153) | == ALIMENTOS ‘alimentar para sobreviver & ge reproducit, Mas, para os humancs, 2 mete capaci | se ie ze adapter aos varios tipos de aliment foi fun~ | sacs park sua elugto. © Hama. SUP espé- caer pabtos almentares mas diversfcades © planeta, Cr ceudos indicam que essa capacidade de s° adaptar 20 © evapo. de diferentes ambientes foi um dos principais fatores. que levaram nassos ancestrals 2) distanciar feternagem de seus parentes primatas, AUS teorias propaem, ainda, que o excepcions| ‘erescimento de Nos- prePérebro so foi possvel gracas & inclusso 1S dicta humana de alimentos protelce: 9 eenergdticas, como of cereas. O uO Fe Fogo também contribuiu para 2 e¥0 ie, pois os alimentos cozidos ficam (Tals facels de ser digeridos e mais segu ‘tsgricultura e a pecuéra,inciadas ha cores de 10 mil anos, também aumentaram @ Miss recentemente, 0 desenvolvimento Je tecnologias de it Todo ser vive precise se 3s, como a Car lucdo da espe- ros para a sade. | poder do homem sobre a propria nutrigéo. industrializaao sore novas possibiidades de nutrigto e fez Surat ‘categorias diferenciadas de alimentos. e (idem. p. 253) - a= DOENCAS LL . la doenca ou distiirbio, é preciso conhecet ade troles sobre elas. Doenca: 18s por disfungdes de origem heredity S.C a prove e i i QF dlisfun Gfcilmente podem ser evtadas ~ mas podem ser retardadas a ‘ “ i ; téria. ou por proble semelve con- ter seus efeitos eee os corgios cu minnie 20 ataque desse agressor, por meio d: a zacdo, termos mundiais, o ai © avanco da medicina e © crescente ac rescente acesso da populacdo a 46 0s, como agua tratada e redes de esgoto, tém methi ica : fo oie wpe sae ‘orado os indicadores de satide. Ainda assim, as «scar os pas orc nae aes eaters ies hun ene en mai aoe «hore pa choi dros roped woe create 2 ee mete ras sits ce anes es Saga es, ame 0 colon le e (idem, p24 1m simples, mas com o cuidado de néo incorrer em ertos conceituais + Procurem empregar uma lingu: + Decidam se vao incluir um ponto de vista do grupo sobre 0 tema abordado no texto ou se vao pro curar dar a ele um tratamento apenas impessoal. + Mencionem fatos, exemplos, dados e estatisticas que p tenham optado por expressar também um ponto de vista do grupo, apresentem argumentos que 0 bilitem desenvolver 0 assunto e, caso sustentem + Citem vozes de autoridades e especialistas no a = Pensem no perfil do leitor. Como o texto seré publicado em revista digital, ele poder ser lido por colegas da propria classe e de outras, por professores, familiares e pelo publico internauta em geral unto + Utilizem imagens que chamem 2 atencao e criem para elas legendas sucintas e interessantes des e metéforas, a fim de mpreensio + Se for conveniente, recorram a analogias, compar de conceitos cientificos. Antes de finalizar 0 texto, releiam-no, obse + se ele esta redigido e estruturado de acordo com a de comunicacéo: ; 7 se a linguagem empregada esta de acordo com a norma- padrao e adequada aos possiveis leitores, vando: itua +se © assunto esté exposto com clareza e as idelas apoiadas em exemplos, comparagées, relagdes de causa efeito, dados estatisticos, ete. + se hd vozes de autoridades e especialistas no assunto; +se 0 texto ficou leve e atraente para leitura e se a(s) imagem(ns) escolhida(s) desperta(m) o interesse do leitor + se a estruturacdo do texto em pardgrafos esta benfeita + se a linguagem apresenta terminologia cientifica acessivel mas sem erros conceituais. sxto pronto para a publicagao na revista digital. Facam as alteragdes necessarias e deixem 0 47 TEXTUALIDADE E ESTIL COESAO E COERENCIA TEXTUAL Uma das grandes obras da literatura brasileira € Grande sertdo: veredas, do escritor mineiro Guimaraes Rosa. 0 narrador, 0 ex-jagunco Riobaldo, apesar de ser um homem simples do sertao, faz reflexdes filoséficas profundas, cheias de poesia e sabedoria, Leia o que essa personagem pensa sobre contar historias e sobre a saudade. Contar 6 muito dificultoso. Nao pelos anos que ja se passaram. Mas pela astticia que tém certas coisas passadas de fazer balance, de dos lugares. A lembranga da vida da gente se guarda em trechos diversos; uns com outros acho que nem se misturam [...]. Contar seguido, alinhavado, 86 mesmo sendo coisas de rasa importéncia, Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras de recente data. Toda saudade 6 uma espécie de velhice. Talvez, entdo, a melhor coisa seria contar a infancia nao como um filme em que a vida acontece no tempo, uma coisa depois da outra, na ordem certa, sendo essa conexéo que Ihe dé sentido, principio, remexerem meio e fim, mas como um album de retratos, cada um completo em si mesmo, cada um con- tendo o sentido inteiro, Talvez seja esse o jeito de escrever sobre a alma em encontram as coisas eternas, que permanecem, ‘uja meméria se (Guimaras Rosa Apud Rubem Alves. No morade dos polavras. Campinas Paptus, 2003. p. 139.) 4. Um texto, para ser um texto de verdade, ndo pode ser um punhado de frases soltas. Ele preci sa apresentar conexées, tanto gramaticais quan- to de ideias. Observe as trés primeiras frases do terto. A segunda e a terceira frases iniciam-se, respectivamente, com as palavras ndo e mas. 2) Que ideia anteriormente expressa é negada pela palavra ndo? 8) A palavra mas introduz uma ideia que se opde a outra anteriormente expressa, A ideia anterior se encontra na primeira ou na segunda frase? 2. A palavra uns, da quarta frase, refere-se a um ‘termo anteriormente expresso, no interior da mesma frase. Qual € esse termo? 3. Releia este trecho: Toda saudado 6 uma espécie de velhice Talvez, onto, a melhor coisa seria contar a nfancia ndo como um filme em que a vida acontece no tempo, uma coisa depots da ou- tra, na ordem certa, sendo essa conexio que Ihe dé sentido, prinefpio, meio e fim" 2) Qual das ideias a seguir expressa o sentido da palavra entdo no contexto? 48 adicdo conclusdo + oposiggo consequéncia b) © trecho “uma coisa depois da outra, 2 or- dem certa’ cumpre o papel de explicar uma afirmacao anterior. Qual é essa afirmacao? Nas questies anteriores, vacé observou algumas das conex6es gramaticais do texto, Além delas, existem também as conexdes de ideias. No ini io do texto, o autor afirma que € dificil co guidamente os fatos da infancia, pois eles se rentexem @ no aceitam a ordem linear do tem- po, Diante dessa dificuldade, o autor sugere um método para contar fatos tao distantes. 2) Qual é esse método? 8) Dé sua opiniao: Com essa sequéncia de ideias, o texto se mostra coerente, com ideias que se complementam, ou se mostra confuso, com ideias contraditérias e incompletas? aga uma experiéncia. Leia o texto de tras para a frente; depois, leia-o do meio pare 0 inicio e do meio para o fim. Finalmente, conclua: A sequén- cia do texto é importante para que ele apresente determinado sentido? Vocé percebeu que um texto no pode ser construido com frases soltas, desconexas, Além disso, a al- teracdo da sequéncia de suas partes pode modificar profundamente seu sentido. Para um texto ter unidade de sentido, para ser um todo coerente, é necessério que apresente textualidade, isto é, que apresente co: exes gramaticais e articulacao de ideias. Em outras palavras, que apresente coesao e coeréncia textuals, ( Coesio textual sdo as conexdes gramaticais existentes entre palavras, oracdes, ) frases, pardgrafos e partes maiores de um texto. As palavras que realizam articulagdes gramati- "> cais, também chamadas conectores, séo substan- Pode haver coeréncia sem coesdo? tivos, pronomes, conjung6es, preposicies, etc. S30 Ha textos que se organizam por justaposi- comuns nesse papel ainda palavras como isso, en- _¢&o ou com elipses e, mesmo assim, podem ser tdo, alids, também, isto é, entretanto, e, por isso, _considerados textos por seus leitores/ouvintes, dai, porém, mas, entre outras pois constituem uma unidade de sentido No trecho “Talvez seja esse o jeito de escrever Como exemplo de que pode haver coerén- sobre a alma’, por exemplo, o pronome demons- cia sem coesao, veja este poema do poeta Paulo trativo esse é um conector, pois retoma o que foi Leminski desenvolvido antes sobre o método de contar fatos ee do passado "como um album de retratos” asa aa Como os conectores sao portadores de sentido, Shae eles também contribuem para construir a coeréncia _{auonapoemsgce usepares ci Otar to ———————— Coeréncia textual é a estruturagao lagico-seméntica de um texto, isto é, a articulago de ideias que faz com que numa situacao discursiva palavras e frases ‘componham um todo significativo para os interlocutores. Um dos principio basicos da coeréncia textual é a ndo contradi¢do, ou seja, as ideias ndo podem ontraditérias entre si nem apresentar incoeréncia em relacao a realidade, a néo ser que a con- tradicao seja proposital. A COERENCIA E 0 CONTEXTO DISCURSIVO |Além da nao contradicao e dos conectores, outro aspecto importante pa wvaliar a coeréncia de um texto é 0 contexto discursive. Imagine, por exemplo, as falas seguintes, ditas por uma mae a seus filhos: — Fsté armando uma chuva muito forte. Por isso, ninguém sai de — Esti armando uma chuva muito forte. Por isso, vamos sair de casa! Os dois enunciados esto estruturalmente bem-formados, pois fazem uso do recurso coesivo por isso; portanto, pode-se considerar que ambos apresentam coesao, Entretanto, pelo sentido das falas tendemos a julgar como coerente apenas o primeiro enunciado, pelo fato de geralmente pressupormos que, se uma chuva muito forte esta por vir, as pessoas no devem sair de c \ejamos estas duas manchetes de jor Rio sobe com chuva e secretario recomenda ao carioca ficar em casa Chuvas expulsam mais de 14 mil pessoas de casa no Estado do Rio Bombeiros resgatam familia soterrada dentro de fusca nesta quarta 49 No contexto discursivo da primeira manchete, o primeiro enun- ciado mantém-se coerente, pois ficar em casa equivale a segu- ranca, No contexto discursivo da segunda manchete, entretanto, 0 enunciado “Chuvas expulsam mais de 14 mil pessoas de casa no Estado do Rio” também é coerente, pois, nessa situagdo, ficar em casa implica risco. ‘oma se v8, coeréncia e coesao sao fatores de textualidade regulados pelo contexto discursivo. Nao podem, assim, ser avali das em frases isoladas, desvinculadas dos textos em que estavam originalmente inseridas, desconsiderando-se a situacdo de comu- nicacao EXERCICIOS Lela 0 texto Era meia-noite. 0 Sol brilhava, Péssaros cantavam pulando de galho em galho. 0 homem | cego, sentado a mesa de roupdo, esperava que Ihe servissem 0 desjejum. Enquanto esperava, passava a mao na faca sobre a mesa como se a acariciasse tendo ideias, enquanto olhava fixa mente a esposa sentada & sua frente. Esta, que lia 0 jornal, absorta em seus pensamentos, de | _repente comecoua chorar, pois o telegram Ihe trazia a noticia de que o Irmo se enforeara num pé de alface. 0 cego, pelado com a mao no bolso, buscava consolé-la e calado di Terra 6 uma bola quadrada que gira parada em torno do Sol. Ela se queixa de que ele ficou impassivel, | porque nao 6 o irmao dele que vai receber as honrarias. Ele se agasta, olha-a com desdém, agarra a faca, passa manteiga na torrada e Ihe oferece, num gesto de amor. (Este texto reproduz aproximadamente versio ouvida junto @ criangas de Araguari ~ MG.) (pu ingore vitaga Koch e lulz Carlos Travagls.& coeréncia texucl 11. ed S80 Faule: Context, 2003, p. 49-50) 1. Observe se no texto ha emprego adequado de 3. Apesar de aparentemente bem-redigido, o texto sinais de pontuagao, vocabulério culto e cons- apresenta sérios problemas de coeréncia trugdes de acordo com a norma-padrao. Depois, a) A narragdo ocorre & meia-noite. No entanto, conclua: 0 autor do texto demonstra ter domi- certas informacées contradizem isso. Quais rio da linguagem escrita? Justifique sua resposta silo essas informacées? com elementos do texto b) Cite uma contradigao relacionada ao cego uma contradicao relacionada & esposa 2. Além do dominio vocabular e sintatico da lingua, © texto apresenta também marcas de coesao. identifique no texto: ¢) Sabe-se que a Terra gira em torno do Sol Que elementes do texto contrariam essa in- formacao? a) dois exemplos de coeséo, nos quais uma pala- vra (substantive, pronome, numeral, etc.) re 4. © texto em estudo foi produzido em uma brin tome um termo jé expresso; b) dois exemplos de marcadores temporais, por meio dos quais se tenha ideia de sequéncia de fal ©) um nec leca uma relagéo de F que e 50 cadeira de criancas que incluia o relato de uma hist6ria absurda, Considerando que o objetivo do texto era produzir humor, conclua: 0 texto é in coerente ou coerente?

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