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Dermeval Sarians Historia das ideias pedagégicas no Brasil Colegdo Meméria da Educagao A colegio, dedicando-se especialmente & anslise da 4 Bdigio a~, Colegio Meméria da Educagio { \ { « Jabut Copyright © 2013 by Editora Autores Associados Ltda. wie eco rsa Capitulo T 4 Dados Internacionais de Catalogugte na Pablicayio (CIP) tenets, x " ‘Chrisette Sb) Colonizagio e educagio ISBN viesi-raop a8 | | ste | 1. Psi eine pages: Bogor Hit sro, 1" edigao — setembro de 2007 Impresso na Indonésia ~ dezembro de 2013 coma chegada dos ‘As tentativas de coloni ‘nova terta, Instituiu, pois, um governo geral no Brasil, ‘nomeands para essa fungio Tomé de Sousa, (© primeizo governador geral do Brasil chegou em 1549 trazendo consigo os primeiros jesuitas, cujo grupo cera constituido por quatro padtes e dois ‘por Manuel da Nobrega. Eles vieram com a mis ida pelo rei de converter os gentios: “Porque a principal do. coisa que me moveu a mandar povoar as dita foi para'que a gente delas se convertesse a a" de modo que os gentios “possam set censinados nas coisas de nossa santa fe" 1992, pp. 145 © 148). aj Seas Lins Copy Ae nin) ero DERMEWAL SAVIN io, a educagio ¢ a catequese, nvém, preliminarmente, caracterizar, ainda que a largos tragos, esse 12350. Eo fareiem dois planos. No primeizo plano me colocarei no émbito dla inguagem, No segundo procurarei entender a sua gio especifica znas condiyes de espago e tempo tomadas como objeto de anal fest | AUNIDADE DO PROCESSO NO PLANO DA LINGUAGEM: A RAIZ BTIMOLOGICA COMUM A COLONIZAGKO, EDUCAGAO E CATEQUESE verbo colo, colui, cultum, querer Lem a, protege; 5. real 6. honrar, venerar (Tornnwns, 1945, p. 163). Os dois *Colo si imeiros significados deram origem a palavta “colonitacio". lingua de Roma, ei moro, ew ocupo a tert, e, por exten- sto, ex trabalho, ex culivo o campo. Um herd € incola, 0 outro ¢ inquilinus, aquele que reside em terra alheia” (Bost, 1992, p. U1), Alfredo Bosi esclarece-nos, ainda, citando o Dicionario etimolégico da gua latina, de Augusto Magne: "Colonus & 0 lade ral em ve o seu feitor no sentido técnico ¢ legal da palavra”. ‘sempre que se quer classficar os tipos de coloni distinguemse dois processos: 0 que se atém ao simples povoamento, e ‘o que conduza exploragae do solo. Colo esti em ambos: eu moro; eu (Bost, 1992, pp. ima prop! tivo” pois, espago que se ocupa mas também terra ou pow pode trabs ‘Mas 0 verbo colo significa igualmente tomar co de; cuidar; mandar; ‘querer bem a; proteger. E do supino cultum deriva o participfo futuro culaerus ‘WSTORIADAS IDEAS PEDAGOGICAS NOBRASL a0 trabalho de formagiio © vocibulo grego puideia, Manifestase aqui o si ‘euidar delas, modos de operar. Enteni gio manidade mesma em todos os 6) actedita poder si Inrompe aqui a dimer cer vinculos (do latim religare). tos de seus antepassados, ‘no caso das teligides monoteistas, a Deus, entendido como a fonte de tudo DERMEVAL Sav Fonte: Biblioteca Jost Foro: Lucia M. Loeb (Destaques da Biblioteca nada de Gudea «José Mindlin - Vol. 2: Alem da Brasiiana. I. Fotografia de Lucia HISTORAOAS DEMS PEDAGOGICAS NO BRASH. fo que existe €, como tal, o antepassado por exceléncia porque o Pai que esti 1a origem de todos os membros da comunidad que o cultua. (© proceso de colonizagio abarca, de forma articulada mas nio hi Um: aparentemente paradoxal de Pe ti ga 8 euro Para esclarecer essa mnas. Ademais, nobreza € vos econdmicos diversos, E coma se revelava invidvel a expansio no Ambito do cor abriase alterna Para além dos i ués Vitorino de Mag jetiva para a expansii entre d sociedade portuguesa do século XV em termos de ceresis, ouro, especiai indo de obra alangamento da Area de pesca, dominio do mercado dos textes, séties de fatos, a DeRNEVAL SAVANE la receita das casas senhoriais; a segunda ligada 4s potencialidades contidas em teas de ul ramar como Marrocos, arquipélagos atkanticas, in- has Candis, Guing, fndia e Brasil. A ligagio entre essas duas uma outra série de fatos assim apresentada 1) ocupacio ecolonizao do arquipélagosaanicos, ©) deseabrimento da imento de feitoras a odin, esabelecimento de 8 co do Brasil idem, p. 85} Ni ponto de vista do desenvolvimento capi we todos esses feitos e conguistas, Portugal atrasourse, do ta, em relaco aos demais patses europeus. Para compreender esse fato senha enriquecido a burgues reciso levar em conta que, emb expan seu controle esteve nas mos da Cora, que a financiou ea explorou através de monopélio, o que reforgou 0 patustismo da nobreza. Camo, porém, ao mesmo tempo as conquistas ultrae nas reforgavam a dda burguesia, a nobreza svordem feudal pelo uso da Inquisicio como instrumento politico, cuja introdugzo em Portugal se deu no reinado de Dom Jo reprimiy, por mi 16s ecomndicas e soci 1 a essa contra (1521-1557). Com esse instrumento o Estado portugues cde dois séculos, a hurguesia mercantilidentificando-a com. 0. cristaos novos, isto &, com os eriprojudeus. Nesse contexto, 0 mercantilismo portugues redusiuse a exploragio colonialista, abrindo mo do protecionismo industrial, conduta adotada pela Inglaterra ¢ Franga, Como resultado, constatase que 0 colonialismo conttibuiu para a acumulagio nos paises que jf haviam desenvolvido em. algum grwu o modo de producto capitalista, como a Inglaterra e, mais tarde, 1 Holanda e a Franga. Nao, porém, em Portugal e Espana, onde, a0 con- ‘mario, © processo dle acumulacio foi obstaculizado pelo colonialismo. Em verdade Portugal atuou “como especialista no comércio de intermediagio internacional, no carrying trade, sobre o qual escreveu Adam Smith, que re- tirava 0 capital do apoio ao trabalho produtiva do préptio pats e 0 desviava para o estimulo & produgio em outros paises” (GoRENDER, 1978, p. 123). HISTORIA OAS (DEMS PEDAGOGICAS NO BRAS. ar Assim, apenas para dar um exemplo, constata pro século XVI, no foram constituidas refinarias em Por ‘na Holanda, Inglaterra ¢ Franga Como ji foi salientado, fii uma estreita s ado a Portugal o monopélio da export biose entre educaglo ¢ cate quese na colonizayio do Brasil. Em verdade a emergénci ‘um fendmeno de aculearaglo tinha na catequese as ido no Regimento de Dom Joo IM esta © que continha as diretrizes a serem seguidas ¢ implement brasileira pelo primeito governo geral A referida centralidade da eatequese claramente form «a simplesmente integrada a todo o processo" (Parva, 1982, p. 97), J& Luis Fe centende que a eatequese & “um esforco racionalmente feit Jhomens; é um esforeo feito para acentuar a semelhangae} (Barta Neves, 1978, p. 45). E 0 eixo do tra de conversio era o convent nento que implicava pr ‘itucionais (as escolas) e nao institucions mais visiveis. Entretanto, "as stitucional ‘muito mais eficazes, onipresentes, radicai n sua enganador quenes do que 0 que se passava nos Colégios, pelo menos do ponto de vista de instalagao de uma dominagio cultural” (idem, p. 148) A educagio colonial no Brasil compreende etapas di A primeira etapa corresponde a0 chat heroico", que, segu Luiz Alves de Mattos (1958), abrange de 1549, quando chegaram os ros jesuitas, até a morte do padre Manuel da Nobrega em 1570, Considleto, entretanto, mais apropriado estender essa fase até o final do século XVI, quando ocorte a morte de Anchieta, em 1597, © a promulgasio do Ratio Studiorum, em 1599. A seppenda etapa (1599-1759) & marcada pela organizacio e consolidacio dda educagio jesuitica centrada no Ratio Studioman. ‘A terceita etapa (1759-1808) corresponde a fase pombs © segundo periodo da historia das ideias pedagogicas no Brasil. inaugura 2 ‘DERNEVAL SAAN ‘As reformas pormbalinas da instruglo pablica inseremse no quadro das izanteslevadas a efeito por Pombal visando a colocar Portugal o século XVII, caracterizado pelo luminismo. | ‘em consequéncia do bloqueio eo 1a Inglaterra, da qual Portugal et 1822 com a independéncia politica. completandose a

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